(portal Acrítica)
Prefeitura proibiu os ambulantes de ficarem no entorno do Shopping Via Norte. Mas a lei acrescenta escolas, igrejas e hospitais
Na rua 10 de Julho, ao lado do Hospital Beneficente Portuguesa, várias barracas comercializam alimentos há mais de 10 anos
Vendedores
informais instalados a 200 metros de locais públicos como shoppings,
igrejas, escolas e hospitais são proibidos pelo Código de Postura do
Município. Por esse motivo, a Prefeitura retirou cerca de 60
comerciantes do entorno do Shopping Via Norte, inaugurado na Zona Norte
no dia 2 deste mês. A medida foi aplicada, mas o local é apenas um dos
meios onde dezenas de pontos a prática é comum, tanto para os vendedores
quanto para os pedestres, que desconhecem a lei.
Na
rua 10 de Julho, no Centro, mais de dez barracas são montadas todos os
dias. Elas não só estão instaladas a menos de 200 metros como ficam
“coladas” à parede do Hospital Beneficente Portuguesa. Segundo a
comerciante Larissa Martins, 19, as vendas iniciam às 7h. “Chegamos aqui
de manhãzinha e saímos por volta de 20h15, quando os alunos da Uninorte
vão saindo com fome da aula e compram mais”, disse. Ainda segundo
Larissa, que divide o trabalho em turnos com outras pessoas, a banca
existe no local há dez anos.
Outra
comerciante que ocupa a esquina da 10 de Julho com a Joaquim Nabuco é
“Maria”, 74, que vende café e sanduíches há pelos menos 15 anos no mesmo
ponto. Segundo ela, a sua barraca é cadastrada pela Prefeitura.
“Eu
tenho autorização pra ficar aqui, mas eu passo por dificuldades. Aqui
não tem banheiro e hoje em dia tem muitas bancas. Só ali pra baixo tem
mais nove cafés. A Prefeitura diz que vamos sair daqui em abril e não
diz pra onde”, afirma. Ao ser questionada sobre as cadeiras instaladas
na calçada, que é proibido segundo o Código de Postura do Município, ela
afirmou que é para melhorar o atendimento. “Ninguém gosta de ficar em
pé”, brinca.
Higiene
Entre
os produtos vendidos nas barracas estão sanduíches, cafés,
refrigerantes, salgados e frutas. A estudante Ingryd Vitória, 15, conta
que não confia na qualidade da comida. “Algumas barracas saíram no ano
passado e voltaram esse ano. Eu não como aqui porque de longe parece
gostoso, mas quando paramos pra ver como é feito não dá pra confiar
muito”, revelou.
A
Secretaria Municipal de Feiras, Mercados, Produção e Abastecimento
(Sempab) retirou ontem dezenas de barracas montadas no entorno do
Shopping Via Norte. Na ocasião, o órgão informou que local ocupado pelos
ambulantes é proibido para a prática do comércio. Até o fechamento
desta edição, a Sempab não havia se pronunciado sobre os outros casos
constatados pela reportagem.
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