Gol

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Homilia Diária

31AGO2016

Na enfermidade, ninguém pode sentir-se só ou abandonado, pois é o melhor momento para nos encontrarmos com o Senhor da vida

“Ao pôr do sol, todos os que tinham doentes atingidos por diversos males, os levaram a Jesus. Jesus punha as mãos em cada um deles e os curava” (Lucas 4,40).

 

Precisamos deixar que isso aconteça conosco todos os dias de nossa vida, precisamos deixar que Jesus toque em nossas doenças, em nossas dores e em tudo aquilo que estamos vivendo e passando.

Muitas pessoas se acostumaram ou se deixam levar pelo sofrimento. Toda e qualquer “dorzinha” que a pessoa sente, enche-se primeiro de remédio. Ela tem remédio para tudo! Nada contra os medicamentos, porque eles são frutos da medicina, que é algo divino. No entanto, estou dizendo que o Senhor da medicina é, acima de tudo, Deus, porque Ele é o Senhor da vida.

Os males que nos atingem são de ordem psíquica, emocional e espiritual. Deus nos conhece por um todo, por esse motivo, precisamos permitir que Ele nos toque e nos abençoe. Não pense que isso é piegas, que é simplesmente bitolação, e toda e qualquer doença querer fazer oração.

A oração por si mesma já é um santo remédio, é nos colocarmos diante d'Aquele que é São e Santo, Senhor por excelência de toda nossa vida.

Todas as vezes que nos colocamos na presença de Deus, ficamos mais sadios, melhores e mais completos, seja qual for a doença que possamos sofrer. Por isso, estou lhe dizendo: deixe que Jesus toque na sua dor, na sua enfermidade, naquilo que o faz sofrer. Reze pelas suas doenças, peça para outros orarem por você, para os irmãos de caminhada. Peça para o seu esposo, para sua esposa, seu pai e seus filhos rezarem por você.

Devemos orar uns pelos outros, para que tenhamos mais saúde. Pedir: "Senhor, cura essa doença! Ajuda-me, Senhor, a viver na saúde!”.

Todos os doentes foram levados à pessoa de Jesus. Precisamos levar não só as nossas enfermidades, porque vai parecer algo muito egocêntrico, mas levar os nossos filhos, amigos e doentes para a presença de Jesus! Precisamos apresentar as enfermidades das pessoas à graça divina.

A sabedoria divina, muitas vezes, mostra qual é o melhor médico, a melhor prevenção, mas não podemos ignorar o toque da graça de Deus em nossa vida.

Jesus é em nós a saúde do corpo, da alma e do espírito! Muitos podem pensar: “Nossa, eu sofro dessa doença há mais de 30 anos!”. Às vezes, a doença não sai de nós, pode ser algum mal crônico, alguma doença que exija mais tratamento. Entretanto, há pessoas que parecem sadias, mas estão mais doentes do que podem imaginar; e aqueles que julgamos enfermos e sofredores estão plenos de vida, porque encontraram, em sua enfermidade, um sentido para a vida.

Na enfermidade, ninguém pode se sentir só ou abandonado, pois é o melhor momento para nos encontrarmos com o Senhor da Vida. Levemos nossas enfermidades e todos os enfermos à presença de Jesus Cristo, porque Ele cuida de nós!

Deus abençoe você!

Homilia Diária

30AGO2016

 Jesus vence, exorciza, expulsa e traz a paz e a serenidade de que nosso coração necessita

“Jesus o ameaçou, dizendo: 'Cala-te, e sai dele!' Então o demônio lançou o homem no chão, saiu dele, e não lhe fez mal nenhum” (Lucas 4, 35).

Sabe, meus irmãos, muitas vezes vivemos atormentados, inquietos e agitados, perdemos a nossa paz interior, a tranquilidade de espírito e coração. Agitamo-nos, preocupamo-nos e revoltamo-nos; e muitos de nós saímos do prumo da vida. Jesus tem misericórdia e compaixão das agitações da vida que nos tiram do caminho da retidão.

Assim como Jesus agiu com misericórdia com esse homem possuído por um espírito impuro, Ele também tem misericórdia das impurezas que tomam conta do nosso coração, da nossa mente e alma!

Achamos, muitas vezes, que temos de nos preocupar com aquela pessoa que está longe, que está atormentada ou possessa, porém, encontramo-nos em estado de possessão, revolta e agitação. Entregamo-nos à gritaria, às discussões, inimizades e intrigas, às coisas revoltantes que tiram nosso sono, nossa paz e tranquilidade.

O que nos resta é ter humildade, saber que precisamos encontrar o caminho da serenidade. Não importa como é o seu temperamento, se é mais calmo ou mais explosivo. Todos precisamos encontrar o caminho da serenidade para andar nesta vida! Precisamos de serenidade para falar uns com os outros, para resolver as situações da vida, para lidarmos com as dificuldades e realidades que, muitas vezes, não conseguimos mudar.

Não adianta se agitar, atormentar-se, cair na revolta, porque perderá a razão, a sensatez, o juízo e o equilíbrio. Se o caminho está difícil de andar, porque está tortuoso, sairemos do caminho, iremos nos arrebentar e cair nos abismos da vida.

Deus tem misericórdia de nós e quer que saia de nós, do nosso coração e da nossa mente aquilo que nos atormenta demais. Tudo o que Ele deseja é que tenhamos muita paz!

Permita, no dia de hoje, ser tocado por essa Palavra de Jesus que nos liberta de todo o mal. Permita que Ele tire de nós, liberte o nosso coração e nosso ser dos demônios que estão nos rondando. Poderíamos dar diversos nomes a eles, mas o que menos importa aqui são os demônios. O que mais importa é Jesus, porque Ele vence, exorciza, expulsa, traz a paz e a serenidade de que nosso coração necessita!

Deus abençoe você!

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Homilia Diária

29AGO2016

Que sejamos profetas como foi João Batista. Coloquemos nossa barba de molho, vigiemos nossas ações e sejamos luz para o próximo

Quero que me dês agora, num prato, a cabeça de João Batista” (Marcos 6,25).

 

Celebramos, hoje, o martírio de João Batista, e essa festa têm muito a nos ensinar. Quando olhamos o exemplo de Herodes, que se juntou ou “pegou” Herodíades, a mulher de seu irmão, vemos um homem de cabeça perdida e uma mulher que usa sua própria filha, que está com a cabeça mais perdida ainda, para enfeitiçar Herodes com uma dança, e este promete dar qualquer coisa em troca. Elas pedem a cabeça de João Batista.

Por que pedem a cabeça de João Batista? Porque João falou a verdade, disse que aquele comportamento não era correto, que não se devia fazer. Herodes não tinha o direito de estar com a mulher que não lhe pertencia.

Não percamos a cabeça nem a direção da vida! Podemos, muitas vezes, passar por momentos de fragilidades e fraquezas, mas temos de ter a cabeça sadia, sensata, equilibrada, no ponto correto, senão deixamo-nos enveredar pelos caminhos da vida e caímos na insensatez dos erros, dos pecados e de tantas coisas erradas, que podem nos corromper neste mundo que tanto nos seduz.

São muitas seduções, desde o dinheiro, o poder e o prazer. São coisas que, quando entram na cabeça de uma pessoa, fazem com que ela se perca nos seus valores, nas suas escolhas e opções, sobretudo no foco que a pessoa precisa ter para com a sua vida. Não basta termos valores num dia ou no outro, mas todos os dias precisamos nos firmar em nossos valores.

Quem está em pé precisa, de fato, cuidar para não cair. E como não cair? Colocando o juízo, todos os dias, na nossa cabeça. Porque se Herodes e Herodíades, sua filha e tantos outros perderam a cabeça e hoje também a perdem, é porque tiramos de Deus a cabeça e o coração, tiramos Ele do nosso juízo e da sensatez das nossas ações.

Que sejamos profetas como foi João Batista. Não precisamos sair por aí acusando as pessoas dos seus erros. Precisamos, primeiro, colocar nossa barba de molho, vigiar nossas ações, não deixarmos de ser luz e fermento. Não podemos deixar de orientar quem precisa de orientação, de corrigir quem está saindo do caminho correto, de mostrar a luz para quem anda na escuridão. Muitas pessoas se perdem por falta de ajuda!

João Batista não quis condená-los, quis mostrar-lhes a verdade, mas não aceitaram e cortaram sua cabeça.

A cabeça da Igreja ou de cada um de nós pode até ser cortada, mas queremos o bem e a verdade, e que essa verdade nos seja mostrada com muita caridade!

Deus abençoe você!

sábado, 27 de agosto de 2016

Homilia Diária

27AGO2016

A nossa missão é trabalhar com ardor, colocar suor para que o mundo seja melhor

A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade” (Mateus 25,15).

 

Todos nós temos talentos na vida, temos dons e capacidades para desenvolver algo. Até a pessoa que têm limites, sejam eles mentais ou físicos, têm muitos talentos, muitas vezes, muito mais desenvolvidos do que os nossos, que nos achamos "normais", que temos à nossa disposição todos os membros do nosso corpo, que nos achamos inteligentes e intelectuais.

Não importa quem tenha recebido mais ou quem tenha recebido menos talentos. O que importa é aquilo que fazemos com a capacidade, com o talento, o dom e a disposição que temos. Ou somos pessoas aplicadas e determinadas, que procuram caprichar, multiplicar e ir mais adiante no próprio dom que recebemos, ou, podemos ser aquele servo relaxado, preguiçoso, que se acha o mais coitado, o menor, o incapaz, enterrando o pouco talento que tem, não cria nem é capaz de fazer nada.

Queridos irmãos, Deus nos quer ativos, não nos quer mortos; Ele nos quer vivos e para cima, quer que coloquemos em prática tudo aquilo que d'Ele nós recebemos. Primeiro, trabalhando, porque nenhum de nós pode se entregar a uma vida preguiçosa, sem compromisso para ganhar o pão de cada dia. Cada um de nós tem de se aplicar em melhorar o mundo em que está, a ganhar um salário justo e honesto com o suor do trabalho. E mais ainda, tem de fazer com que o trabalho seja bom, dar o melhor de si naquilo que faz, seja no trabalho em casa, sendo um pai ou uma mãe de família, seja no trabalho no qual recebe a missão.

O Evangelho, muitas vezes, não chega mais longe, porque aqueles que são chamados, que fazem parte do Reino de Deus, que se gloriam com o título de cristãos, são, muitas vezes, relaxados, preguiçosos, displicentes, e ficam conformados com o que têm, conformados com o mundo do jeito que ele está. Quando não estão conformados, estão reclamando, dizendo que o mundo já se perdeu.

A nossa missão não é reclamar que o mundo se perdeu, mas trabalhar com ardor, colocar suor e lágrima para que o mundo seja melhor!

Deus abençoe você!

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Homilia Diária

26AGO2016

Precisamos estar vigilantes e cuidar da nossa vida, viver cada dia como se fosse o último

Portanto, ficai vigiando, pois não sabeis qual será o dia nem a hora” (Mateus 25,13).

 

Precisamos vigiar nossa própria vida e conduta, porque nenhum de nós sabe quando alguém virá nos assaltar ou fazer alguma coisa de mau conosco; e não queremos que nada de mau nos aconteça nem com aqueles que estão ao nosso lado.

Precisamos ter vigilância, cuidado, prudência, precaução e atenção sobre os nossos atos e atitudes. Às vezes, vejo uma pessoa reclamando: “Assaltaram-me aqui!”. Não vou fazer vista grossa à questão da insegurança, do aumento dos roubos ou qualquer coisa nesse sentido, mas não posso deixar de dizer que, muitas vezes, descuidamo-nos, mesmo sabendo do perigo que corremos.

Veja um jovem, como anda distraído e descuidado! Ele tem um smartphone na mão, anda com o aparelho exposto para todos verem, e aquele que passa está de olho, porque sabe que ele [jovem] é desatento.

O que digo do jovem posso também dizer do adulto, do homem, da mulher, da criança ou de qualquer pessoa. Algumas mães não prestam atenção naquilo que sua criança está fazendo. Eu vi uma criança ser acidentada, porque, na frente de sua casa, os carros passavam a toda hora. A mãe se descuidou por um instante e, naquele cuidado, a criança saiu na rua e foi atropelada.

Sabe, meus irmãos, nossa vida é atropelada, e nós a perdemos, porque não vivemos sobreaviso. Não é para vivermos uma neura, um excesso de preocupação, porém não podemos viver num excesso de descuido.

Falo em relação à nossa vida espiritual, nossa relação com Deus e a eternidade. Nenhum de nós sabe qual é o dia nem a hora, mas todos nós desejamos morrer quando estivermos velhos , quando já tivermos feito toda a nossa tarefa aqui na Terra. Mas não podemos dizer que chegaremos a essa idade avançada. Mesmo aquele que já chegou a uma idade avançada, graças a Deus, não pode dizer: “Vou morrer hoje! Vou morrer amanhã!”. Precisamos estar vigilantes e cuidar da nossa vida, viver cada dia como se fosse o último!

Sejamos como a virgem prudente, como as moças prudentes do Evangelho de hoje. Estejamos sempre prevenidos, com o óleo da oração, com boas obras, a caridade e o coração em Deus, porque, quando a "irmã morte" vier nos visitar, não seremos pegos de surpresa.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Homilia Diária

25AGO2016

É essencial que vivamos na espiritualidade da vigilância para entrarmos no Reino dos Céus

Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá” (Mateus 24,44).

 

Meus irmãos, não podemos levar a vida de forma leviana, porque isso significa levá-la de qualquer jeito, deixando-a ir e não termos cuidado, vigilância e responsabilidade em nossas atitudes; é dizermos: "Depois eu melhoro! Depois eu me converto! Depois eu arrumo isso!”.

Sempre deixamos muitas coisas para ver depois, entretanto, nem sabemos se esse "depois" vai chegar. Não sabemos se teremos oportunidades para depois nos reconciliarmos, para consertarmos aquilo que estragamos, colocarmos no lugar certo aquilo que estava errado.

O tempo sempre é agora, o dia da conversão é sempre hoje, o dia de tomarmos atitude é neste momento. Deixar para depois é procrastinar e desperdiçar a graça. Recebemos a graça, escutamos Deus falando ao nosso coração, mas dizemos: “É Deus quem está falando a mim, mas depois eu resolvo isso! Em outro momento, vou mudar minha atitude ou minha situação!”. Isso é falta de cuidado, de prudência, vigilância e responsabilidade com esse dom maior que Deus nos concedeu. É essencial que vivamos na espiritualidade da vigilância para entrarmos o Reino dos Céus!

O que é o vigia? É aquele que cuida. Fico pensando no vigia de uma casa, de uma escola, de uma empresa; ele está tão acostumado a não acontecer nada, que faz apenas aquela ronda e vai dormir. Que decepção! O patrão ou os ladrões podem chegar, uma situação incômoda pode acontecer, e é ruim ele ser preso de forma tão desprevenida!

Não viva uma vida de qualquer jeito, não viva uma vida desprevenida e sem cuidado, como se Deus não estivesse vindo, como se tivéssemos todo o tempo do mundo para consertar os erros ou as coisas que não estejam bem em nossa vida.

O tempo que temos é o hoje, e o que podemos fazer para sermos melhores é agora, porque é o único tempo que nos resta!

Deus abençoe você!

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Homilia Diária

24AGO2016

Ser autêntico é saber reconhecer aquilo que temos de bom e colocá-lo a serviço do próximo

“Jesus viu Natanael que vinha para ele e comentou: ‘Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade’” (Jo 1,47).

 

Hoje, celebramos esse Natanael do Evangelho, que é também chamado de Bartolomeu. O pouco que o Evangelho nos fala sobre Natanael ou Bartolomeu é de grande serventia para a reflexão da nossa própria vida.

Natanael ainda não era discípulo de Jesus, mas foi chamado para conhecê-Lo por meio de Filipe. Ele faz uma pergunta muito direta e incisiva, a qual era, na verdade, um anseio e, ao mesmo tempo, um questionamento do seu próprio coração: “Por acaso pode vir alguma coisa boa de Nazaré?”.

Pobre cidade de Nazaré, tão pequena e escondida! Não era a cidade mais importante da Galileia, não tinha nenhum valor, nada importante tinha vindo de lá, nenhum rei nem um grande profeta. "Será que agora pode vir alguma coisa boa de lá?", questionava Natanael.

Jesus fala sobre Natanael: "Eis aqui um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade".

Veja que o contrário de 'verdadeiro' é o 'falso', aquilo que não é autêntico. Podemos ser algo na vida, mas não sermos autênticos naquilo que, de fato, somos. Será muito ruim para nós sermos reconhecidos pelos outros, sobretudo pelo coração de Deus, como um falso cristão, falso irmão ou falso em algumas coisas. Podemos ter fraquezas e dificuldades.

Jesus reconheceu, na fraqueza de Natanael, a sua autenticidade. Ser autêntico não significa não ter dificuldades, fraquezas nem limites. Ser autêntico é saber reconhecer aquilo que temos de bom e colocá-lo a serviço; é reconhecer que temos dúvidas, questionamentos, inquietações e que não sabemos de tudo, pois precisamos aprender, precisamos de ajuda.

Ser autêntico é não se deixar conduzir pela falsidade. Chamo à atenção muitas pessoas que, às vezes, querem ser boas para com os outras e usam de bajulações ou coisas parecidas. Deus não se bajula! Não podemos nos deixar levar por pessoas bajuladoras, pessoas que crescem e se tornam importantes, porque, na frente, vivem soltando elogios, valorizando-nos; mas, por trás, são falsas e hipócritas.

Não podemos negar que, no meio de nós, há muitas pessoas recheadas por esse sentimento e, várias vezes, estamos também viciados nesse tipo de comportamento.

Não precisamos ser importantes nem melhores, os mais valorizados, mas autênticos e verdadeiros. Podemos ser os mais miseráveis, mas somos autênticos! É assim que Deus deseja que sejamos!

Deus abençoe você!

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Homilia Diária

23AGO2016

Entreguemos a Jesus a nossa vida, o nosso coração, e façamos com que o Reino dos Céus seja o bem maior que possamos ter

“Quando um comprador encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola” (Mateus 13,45).

 

Você sabe que aquele que vive de comprar e colecionar pérolas, está caçando uma de grande valor, rara e muito preciosa. Quando ele encontra uma pérola que é realmente rara ou única, dá tudo o que têm para possuí-la, porque ela é importantíssima para ele.

As outras ele já possui e todos os outros devem possuí-las também, mas essa não. Ele quer que seja única e exclusiva para ele. Ele possui aquela pérola, e ela o possui. Se é uma analogia ou uma comparação, tragamos para a lógica do Reino dos Céus. Imagine que o Reino dos Céus, entre tantas coisas que há neste mundo, tantos reinos e preciosidades que nos apresentam, seja uma pérola única e incomparável.

Nada neste mundo têm o valor e a dimensão que o Reino dos Céus tem para nós. As outras pérolas, por mais que pareçam belas, são perecíveis, permanecem aqui [mundo]. Mas quando vamos com o coração cheio do Reino de Deus e vazio dos tesouros deste mundo, essa pérola nunca mais sai de nós!

Hoje, celebramos Santa Rosa de Lima, padroeira da América Latina. Tão bela e tão jovem, descobriu o Reino de Deus como o bem mais precioso de sua vida, dedicou-se inteiramente a cuidar dele. Primeiro, dedicando-se a uma vida de oração, de penitência e em cuidar dos pobres e desvalidos, descobrindo que em nós, pobres, está a imagem e transfiguração do Reino de Deus.

Descubramos o Reino do Senhor no meio de nós, descubramos essa pérola preciosa que é Jesus entre nós. Vamos entregar a Ele a nossa vida, o nosso coração e fazer com que o Reino de Deus seja o bem maior que possamos ter!

Deus abençoe você!

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Homilia Diária

22AGO2016

Maria nos ensina a sermos de Deus, a nos tornarmos bons súditos e servos do Reino no qual ela também se fez serva

“Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus” (Lucas 1, 30).

 

Celebramos, hoje, a coroação de Nossa Senhora como Rainha do Céu e da Terra, e quem a está coroando e reconhecendo como Rainha e Senhora é o próprio Deus.

A coroação de Maria é o reconhecimento do Senhor por aquilo que Ele fez no coração e na vida da Bem-aventurada. A coração não é pelos méritos dela ou porque ela é deusa ou semideusa. Maria é mulher como qualquer uma de nossas mulheres; tão mulher, tão serva de Deus e humilde.

Deus pega uma criatura tão pequena, considerada muito simples para o lugar onde nasceu e viveu, Ele escolhe os pequeninos, não escolhe os maiores nem os mais importantes, e em cada um faz grandes coisas.

A Virgem soube aproveitar cada uma das coisas que Deus foi realizando em sua vida; ela respondeu com fidelidade, amor e oblação, ou seja, submissão à sua vontade, à vontade de Deus e aos desígnios divinos para a sua vida.

Coroar Maria é reconhecer nela a humanidade salva e redimida, é coroar a fidelidade e reconhecer nela uma mulher que foi inteira de Deus, pois Ele é o primeiro na vida dela.

Quando reconhecemos que Nossa Senhora é Rainha do Céu e da Terra, queremos reconhecer que ela é rainha do nosso coração e da nossa vida. Cada um tem direito de ter seu rei e sua rainha na vida. Jesus é Rei de nossas vidas! Há rainhas em tantos lugares e países! Há rainha do basquete e do vôlei, dessa ou daquela situação; precisamos dizer que nós temos uma Rainha no nosso coração e na nossa vida.

Maria é para nós modelo, escola, serviço e entrega ao Reino de Deus. Quando aprendemos com ela como devemos ser de Deus, tornamo-nos bons súditos e servos do Reino no qual ela também se fez serva.

Deus abençoe você!

sábado, 20 de agosto de 2016

Homilia Diária

20AGO2016

Não podemos nos acostumar com a hipocrisia dentro de nós, porque ela cega os nossos olhos

“Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado” (Mateus 23,12).

 

No mundo em que estamos, nas situações em que vivemos, naquilo que praticamos, gostamos de ser reconhecidos, valorizados e ocuparmos os lugares mais importantes.

Essa era a atitude que tinham os mestres da Lei e os fariseus, tudo o que faziam era para receber elogios, para serem reconhecidos, para receberem aplausos das pessoas. Adoravam estar nos primeiros lugares nas sinagogas, adoravam chamar à atenção pelas roupas que usavam com grandes franjas. Adoravam ser reconhecidos quando jejuavam, porque faziam uma cara feia, para que as pessoas percebessem o que estavam fazendo.

O que entristecia o coração de Jesus é que, nas práticas externas, eles eram bons, mas, no interior, nem tanto. Jesus está dizendo: "Cuidado com esses homens e não imitem suas razões, porque eles falam, mas não praticam o que falam!".

Talvez, a grande ou maior contradição da vida seja, de fato, falarmos uma coisa e fazermos outra, ensinarmos e vivermos diferente. Temos limites, fraquezas e dificuldades, vivemos realmente uma luta para que o Reino de Deus aconteça em nós. Temos metas, objetivos e queremos chegar no Reino dos Céus, mas não podemos nos entregar às contradições. Não podemos nos acostumar a viver a hipocrisia dentro de nós, porque ela cega nossos olhos, nossa mente e visão.

Vejo, muitas vezes, a autoridade de um  pai e de uma mãe que querem corrigir seus filhos, falam bravo e grosso, brigam e exigem, mas, quando olhamos para eles, não vemos o exemplo. O pai quer ser moralista com seu filho, mas a moral dele não está correspondendo a isso. Não estou tirando a moral de nenhum pai, de nenhuma mãe, porque o filho, independente da circunstância, deve obedecer seu pai e sua mãe. Mas Jesus diz: "Não faça o que eles fazem, mas faça o que eles falam!".

Então, se têm pessoas, mestres, padres ou qualquer um de nós que estamos à frente, corremos o risco de cairmos nisso também, de falarmos uma coisa e fazermos outra. Não fiquemos com o mau exemplo do outro.

Tenho em mim um princípio que aprendi no meu primeiro ano de seminário, quando fazia um retiro. O monge dizia: “Quando eu vejo os bons exemplos de alguém, estou aprendendo o que devo ser e o que fazer. Quando vejo os maus exemplos de alguém, estou aprendendo o que devo ser e o que não devo fazer".

No mundo há muitas coisas que nós precisamos aprender, porque é o correto; mas quando vejo até mesmo pessoas boas fazendo o que não é correto, devemos dizer a nós mesmos: “Estou aprendendo o que não devo ser!", e colocar nossa barba de molho, reconhecer que temos nossas fraquezas e limites e podemos cair nos mesmos erros.

A melhor coisa para nos preservar é termos humildade. Nada de nos elevarmos, de nos exaltarmos, de nos acharmos e colocarmo-nos como se fôssemos melhores que os outros, para que a hipocrisia não nos derrube por terra e percamos o Reino dos Céus. A humildade nos salva, a hipocrisia nos perde!

Deus abençoe você!

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Homilia Diária

19AGO2016

Ninguém consegue amar a Deus de verdade, se não O ama na pessoa do próximo, aquele que foi criado à imagem e semelhança do Senhor

“Jesus respondeu: ‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’” (Mateus 22,37).

 

Um fariseu está perguntando a Jesus qual é o maior mandamento da Lei, porque Ele gastava toda a Sua vida cuidando do próximo, dos doentes e necessitados, tendo misericórdia dos pecadores e curando as aflições do coração humano. Para muitos, Jesus não se ocupava muito com as coisas de Deus, entretanto, Ele ia à sinagoga, retirava-se para estar a sós com o Pai, passava longas horas em oração, mas o fariseu queria entender o que era prioritário e estava, em primeiro lugar, no coração do Mestre.

Jesus é muito categórico na resposta: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração". No coração, estão os nossos sentimentos e afetos, e temos de amar a Deus com muito sentimento e afeto, temos de amá-Lo com nossa alma!

A alma é a nossa vitalidade, dela [alma] vem a nossa vontade em fazermos ou não as coisas. Precisamos colocar toda a nossa vontade para amarmos o Senhor! Precisamos amá-Lo com nossa razão e entendimento, colocar o nosso intelecto à disposição d'Ele. E mais do que estar à disposição, precisamos estar submissos à vontade de Deus.

Precisamos amar o Senhor com todo o nosso ser, não temos de dividir esse amor: “Eu amo a Deus só de coração!” Não! Amamos a Deus com o homem inteiro que somos. Ele nos criou completos e inteiros, e para Ele devemos nos voltar de corpo, alma e espírito, com tudo aquilo que somos.

Não pense que é uma coisa menor ou próxima, porque é com essa intensidade que amamos a Deus, que O colocamos em primeiro lugar em nossas ações, que nos voltamos para o próximo. Ninguém consegue amar a Deus de verdade se não O ama na pessoa do próximo, aquele que foi criado à Sua imagem e semelhança. Muitas vezes, aquela pessoa devota, que reza muito, que está sempre com o terço na mão, não perde Missa e vai cumprir essas ou aquelas obrigações, não tem reverência para com o próximo, não tem amor para com seu irmão.

Não podemos ser também aquelas pessoas que fazem de tudo pelo outro, fazem muitas caridades, distribuem tudo o que têm aos pobres, cuidam dos mais sofridos e necessitados. Muitos têm um coração bom e misericordioso, mas não sabem colocar Deus em primeiro lugar.

O amor a Deus e ao próximo não são opostos; na verdade, caminham no mesmo nível, porque todo amor vem de Deus, e com o amor que recebemos do coração d'Ele amamos o nosso próximo e assim vivemos a plenitude do amor!

Deus o abençoe.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Homilia Diária

18AGO2016

Olhe bem para como você usa o seu tempo, quais as prioridades da sua vida, qual é o lugar que Deus e as coisas d'Ele ocupam no seu coração

“Mas os convidados não deram a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram” (Mateus 22,5-6).

 

Jesus está comparando o Reino de Deus com a história de um pai que prepara o casamento de seu filhoEle faz uma bela festa para seu filho, manda chamar os convidados, mas eles estão demasiadamente ocupados e atarefados em seus negócios, em seus trabalhos, na vida cotidiana.

Creio que, em algum momento da vida, você já tenha ficado frustrado e angustiado, porque tinha muita consideração por uma pessoa, convidou-a para alguma coisa importante da sua vida, mas ela fez pouco caso, colocou dificuldade, estava ocupada e não pôde se ocupar com uma coisa que era importante para você.

Muitas vezes, consideramos uma coisa tão valiosa para nós, porém o outro não dá valor, porque ele só valoriza as coisas que dizem respeito a si mesmo.

No Reino dos Céus, muitas vezes, acontece isso também. Aconteceu com o povo da primitiva aliança; foram os primeiros convidados a tomarem posse do Reino dos Céus, entretanto, estavam demasiadamente atarefados, ocupados e não puderam dar atenção ao Filho de Deus. O Pai já tinha mandado os profetas e patriarcas, mas eles foram rejeitados; e quando mandou Seu próprio Filho, não O acolheram. Infelizmente, mataram-no e pregaram-no numa cruz.

Meus irmãos e irmãs, precisamos rever nossas atitudes; não podemos nos comportar com indiferença para com as coisas de Deus. “Não é comigo! Outra hora eu vou! Agora estou ocupado!”. Porque a nossa vida passa e nós desprezamos, desvalorizamos as pessoas que Deus nos enviou, não lhes damos atenção.

Olhe bem para como você usa o seu tempo, quais são as prioridades da sua vida, qual é o lugar que Deus e as coisas d'Ele ocupam no seu coração, como você acolhe os enviados que Ele manda para sua vida.

Deus fala de várias maneiras no meio de nós. Ele fala pela Sua Palavra, pelos sacramentos e pelas Missas. Deus têm tantos meios e canais para se comunicar conosco! No entanto, não caia nas tentações do tempo moderno! As pessoas dos dias de hoje são demasiadamente ocupadas com si mesmas. São ocupadas com tarefas e obrigações e, muitas vezes, não têm tempo para o essencial. Deus não deixa de cuidar do mundo nem de nós, somos nós quem não nos deixamos cuidar por Ele, não nos ocupamos por Suas coisas, para que Ele realmente se ocupe de nós.

Deus nos ama, cuida bem de nós, mas é preciso que dediquemos nosso tempo e vontade a Ele, senão, outros, que nem tem tanta importância aos olhos humanos, ocuparão o lugar que estava reservado para nós no Reino dos Céus.

Deus abençoe você!

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Homilia Diária

17AGO2016

Retiremos do nosso coração toda e qualquer inveja, porque ela é diabólica e destrói o melhor que Deus faz em nós

“Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?” (Mateus 15,20).

 

O Evangelho que escutamos, no dia de hoje, pode até parecer completo em sua compreensão, mas é justo, verdadeiro e autêntico na maneira como o patrão dispõe a graça e os bens do seu reino.

Na lógica do Evangelho, um homem é chamado para trabalhar no primeiro horário e vai receber um tanto por isso. O outro é chamado num segundo horário e vai receber certa quantia pelo trabalho; o outro é chamado no meio do expediente e é contratado pela mesma quantia; um outro, às três horas da tarde; e outro praticamente no fim do expediente.

O patrão dá ao primeiro trabalhador aquilo que foi combinado, e ele fica feliz; vai até o segundo e dá o que foi combinado e ele também fica satisfeito. O mesmo acontece com o terceiro e assim por diante. Porém, quando ele chega no último e dá o mesmo valor que deu aos primeiros, a inveja, a raiva, a indignação toma conta do coração daqueles que receberam anteriormente.

Sabemos que na lógica humana é assim, estamos satisfeitos em receber aquilo que nos é justo e combinado, mas quando sabemos que alguém fez o mesmo que nós e recebeu o melhor ou a mesma quantia, não podemos negar que nos sentimos injustiçados, sentimo-nos cheios de inveja, porque o outro recebeu a mesma quantia que nós.

Permita-me dizer a partir do Evangelho: o que o patrão combinou, ele pagou. Então, por que o nosso coração ficou revoltado com a quantia que o outro recebeu? Porque soubemos que ele recebeu a mesma quantia que nós, porque se nós não ficássemos sabendo nem teríamos ligado, nem falaríamos nada e ficaríamos muito felizes com aquilo que recebemos.

A inveja é diabólica, é terrível, gera em nós os piores sentimentos; ela tira a nossa paz interior, destrói dentro de nós os melhores sentimentos que podemos ter. Por causa dela falamos e desejamos o mal e confundimos ser justiceiro com justiça.

Justo é o patrão dar a cada um aquilo que o seu coração melhor sabe dar; ele não vai deixar de dar o que combinou ou o que merecemos receber.

Sabe, meus irmãos, no Reino dos Céus quem nasceu convertido ou se converte no fim de sua vida é amado por Deus da mesma maneira que aquele que entrou há mais tempo na igreja e nela permaneceu fiel. Da mesma forma, aquele que entrou depois, dá a sua vida para trabalhar, e é tão operário do Reino Céus e vai merecer a eternidade como qualquer um que já está há tanto tempo!

Não pense que aqueles que foram discípulos de Jesus por toda a vida são melhores ou mais importantes do que aquele ladrão que se converteu aos pés da cruz. Precisamos parar de fazer distinção de pessoas, parar de ficar nos comparando uns aos outros e valorizar o que temos, o tesouro que recebemos, a graça que nos pertence!

Quando valorizamos o que temos, não damos valor ao que não temos nem invejamos o que o outro possui. Que possamos tirar do nosso coração toda e qualquer inveja, porque ela é diabólica e destrói o melhor que Deus faz em nós!

Deus abençoe você!

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Homilia Diária

16AGO2016

Apliquemo-nos em viver, em construir o Reino de Deus onde quer que nós estejamos, e as outras coisas virão em acréscimo

“Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no reino dos Céus” (Mateus 19,23).

Quando escutamos essas palavras saindo da boca de Jesus, podemos pensar que o Mestre está fazendo distinção de pessoas, separando ricos de pobres e assim por diante. Não se trata disso. Na verdade, o Evangelho está nos mostrando que as riquezas nos impedem, muitas vezes, de possuirmos o Reino dos Céus.

O Reino dos Céus é a grande e verdadeira riqueza, mas nos deixamos iludir, enganar e ludibriar por outras riquezas que este mundo nos oferece. Para dar este exemplo, não precisa ser um rico nem um milionário, uma pessoa que possua muitos bens, mas é a pessoa que transforma os bens ou qualquer coisa neste mundo na grande riqueza do seu coração.

Deus não condena aqueles que possuem os bens, pelo contrário, Ele nos ensina como é importante termos os bens para serem bem usados, bem distribuídos, para que nossa vida seja digna. O problema é quando fazemos desses bens um "deus", um sentido e um tesouro maior para a nossa vida; quando nos apegamos a ele de forma demasiada e colocamos neles [bens] o sentido maior da nossa vida.

Muitas vezes nos perdemos, estamos com o coração atropelado por causa dessas coisas, por isso que dificilmente conseguimos entrar na dinâmica do Reino dos Céus ou conseguimos trazê-lo para o meio de nós, porque preferimos outras riquezas. Não se esqueça: o Reino de Deus é o maior tesouro que nós temos! Apliquemo-nos em viver, em construir o Reino de Deus onde quer que estejamos, e as outras coisas virão em acréscimo, pois nada pode ocupar o lugar de Deus em nossa vida!

Você pode achar que seja impossível, a partir dessa afirmação de Jesus, alguém ser salvo, mas aquilo que parece ser impossível aos homens é possível para Deus!

Se o nosso coração está preso a alguém, a alguma coisa e situação, a alguma realidade da vida que não conseguimos desvencilhar dela. Deus tem a graça, é capaz, Ele pode quando deixamos Ele fazer em nós, em nossa vida.

Não considero nenhuma situação perdida, nenhuma pessoa perdida, não considero que nenhuma situação seja sem jeito. Tudo tem jeito, é possível, pode ser salvo, desde que tenhamos confiança plena no Senhor, desde que façamos d'Ele a nossa riqueza e nosso tesouro!

Deus abençoe você!

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Homilia Diária

15AGO2016

Os mandamentos da Lei do Senhor são para nós um verdadeiro degrau, uma oportunidade de abrirmos o nosso coração para o Reino dos Céus

“Se queres entrar na vida, observa os mandamentos. Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu” (Mateus 19, 17-27 ).

 

Um jovem muito rico se aproxima de Jesus e pergunta: “Bom Mestre, o que devo fazer para possuir a vida eterna?”. Em primeiro lugar, para termos direito à vida eterna é necessário observar os mandamentos, as Leis de Deus. Não podemos pensar em outras coisas, sem primeiro observar as leis. Pensamos que é uma coisa pequena, mas é a grande obrigação e aplicação que devemos fazer em nossa vida!

Não devemos negligenciar os mandamentos da Lei de Deus; precisamos observá-los, colocá-los à nossa frente, revisar a nossa vida a partir dos mandamentos divinos.

Quando uma pessoa vai se confessar e se lembra de uma ou outra coisa, é muito bom, mas os mandamentos da Lei divina são os espelhos nos quais devemos nos espelhar e olhar a nossa vida, aqueles dez [mandamentos] que aprendemos desde crianças. O primeiro é amar a Deus sobre todas as coisas, e o último não cobiçar nada que não é nosso.

Cada um dos mandamentos são para nós um verdadeiro degrau, uma obrigação, uma oportunidade de abrirmos o nosso coração para o Reino dos Céus.

Não negligencie os mandamentos, não permita que em sua casa os mandamentos do Senhor sejam deixados de lado. Eu sei que a sociedade e o mundo em que vivemos já deixaram os mandamentos da Lei de Deus de lado há muito tempo. Entretanto, não é a sociedade que guia os nossos passos, somos nós quem nos deixamos guiar pelas Leis do Senhor e seguimos os Seus passos.

Por isso, meus irmãos, apliquemo-nos com seriedade e com o coração; revisemos a nossa vida. Os mandamentos são uma riqueza, não uma proibição: "Não faça isso! Não faça aquilo!". Pelo contrário, é uma regra e uma postura de vida, é o modo de sermos de Deus!

O fato de irmos ou não à igreja não nos torna mais de Deus, entretanto, viver em nós os preceitos da Lei Divina é o que nos diferencia dos outros, não para sermos melhores ou os mais importantes, mas para mostrarmos com a vida que o Reino de Deus está entre nós.

Pode ser que você sinta dentro de si, como muitos jovens sentem, o apelo para viver uma vida evangélica de forma mais perfeita e plena, igual seremos no Reino dos Céus. É o chamado a uma radicalidade evangélica. Esse chamado, essa entrega se dá muito na vida daqueles que deixam tudo para seguir o Senhor, é um caminho excelente.

O jovem do Evangelho de hoje deu o primeiro passo para o Reino dos Céus, por isso ele vivia bem os mandamentos, mas um passo mais radical ele não pôde dar.

Muitas vezes, a nossa vida precisa de uma certa radicalidade em alguns aspectos e, é sempre necessário dar um passo a mais. Não tenha medo de dar passos para ser mais de Deus, só não seja aquela pessoa insensata, que faz as coisas sem pensar, que não calcula os passos a serem dados e faz as coisas de qualquer jeito.

Tudo o que fizermos na prudência, com a graça de Deus, é Ele mesmo quem abençoará os nossos passos!

Deus abençoe você!

sábado, 13 de agosto de 2016

Homilia Diária

13AGO2016

Temos de permitir, favorecer, criar meios e maneiras para aproximar, cada vez mais, nossas crianças das coisas de Deus

“Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus” (Mateus 19,14).

 

Precisamos levar nossas crianças à presença de Deus, fazer com que elas tomem posse do que é delas. Não podemos lhes tirar o direito fundamental de pertencer a Deus.

Sei que, às vezes, vamos dizer: “Por que batizar aquela criança?”. Batizamos, porque nossos pequenos pertencem ao Reino dos Céus, e se o batismo nos introduz nele [Reino dos Céus], precisamos lhes dar essa graça. Não podemos proibir, não podemos deixar de fazer isso de forma nenhuma. Alguns ainda podem pensar: “Quando ela crescer, vai decidir!”. Não! Se quando ela crescer não quiser assumir seu batismo, é um direito dela. Mas é um direito dela fazer parte do Reino dos Céus, porque é Jesus quem está dizendo que o Reino pertence a elas.

É cada vez mais necessário não perdermos essa consciência de batizarmos nossas crianças!

Uma coisa importante: o batismo é um ritual que vale para toda vida, e por isso, muitas vezes, entendemos que o batismo caiu em descrédito, porque o pai e a mãe, os padrinhos levam a criança naquele dia na igreja; depois não sabemos quando vão aparecer novamente. E quando cresce o pai, pega o carro e a leva na porta da igreja para fazer a catequese.

O batismo não é uma coisa mágica. O batismo é uma coisa que precisa ser cuidada, para que seus  efeitos sejam práticos em nossa vida. Nossos pequenos precisam estar nas Missas, nos encontros, precisam ter um lugar de privilégio dentro de nossas igrejas. Não podemos impedir nossos pequenos de ter contato com as coisas de Deus, porque é uma coisa drástica.

Temos de permitir, favorecer, criar meios e maneiras para aproximar, cada vez mais, nossas crianças às coisas de Deus e permitirmos que o Seu Reino aconteça de uma forma que elas tenham acesso.

Louvado seja Deus pelas nossas catequistas, pelos pais que se dedicam à evangelização de nossas crianças. Que sejam cada vez mais criativos, mais inteligentes e acolhedores, porque precisamos abraçar, acolher, e cuidar de nossas crianças, que precisam ser amadas, respeitadas e valorizadas.

Não podemos permitir, de jeito nenhum, que elas sejam tratadas de qualquer jeito. Jesus representou uma revolução para Sua época, porque, se na cultura a mulher e a criança não tinham vez, Ele acolheu as mulheres e deu a elas a dignidade que é delas, da mesma forma Ele fez e faz com nossas crianças.

Se qualquer cultura, qualquer pensamento ou ideologia afastam nossas crianças, o Reino dos Céus, o pensamento de Jesus não é esse. As crianças têm um lugar fundamental no coração de Deus! Que saibamos amá-las como Jesus as amou!

Deus abençoe você!

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Homilia Diária

12AGO2016

Não podemos nos esquecer de valorizar, estimular e mostrar o valor sagrado do matrimônio, segundo o coração de Deus

“‘Por isso, o homem deixará pai e mãe, e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne’? De modo que eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe” (Mateus 19,5).

 

Veja a beleza, a graça da união conjugal, do matrimônio, da união do homem com a mulher! A união só acontece quando há o desapego, quando realmente homem e mulher deixam pai e mãe. Por mais que se amem, deixam os pais para formar uma nova família.

Essa é a união que deve acontecer; não apenas corpórea, mas de alma e coração, de vida e de passados que se tornarão presente. A mulher e o homem trazem suas histórias, colocam-nas em comum para formar uma só realidade.

Talvez algumas pessoas queiram apenas explicar que a união estável é para saber se vai dar certo. Entretanto, Deus propõe ao homem e a mulher a união de vida, a união plena. Ele não nos separa, quem separa ou tira a unidade do ser humano somos nós mesmos e o mundo em que estamos.

Para Deus, o ser humano é único! A mulher é única e completa com sua história, com seu passado, com seus sentimentos e afetos, com seu corpo e sua mente. O homem é completo da mesma forma, com seu passado, com sua história e seu presente, com seus sentimentos e afetos, e os dois se unem e formam uma só realidade.

“Já não são dois.” Aqui, precisamos entender que cada um tem seu jeito, seu temperamento e forma de pensar. A união cria um vínculo, de modo que os dois formam uma só realidade.

Irmãos e irmãs, não podemos desmerecer nem deixar que desmereçam o valor do matrimônio, a união do homem e a mulher. Não é uma coisa qualquer nem descartável: "Não deu mais certo! Não gostei mais! Cansei-me dele! Cansei-me dela!", e vai cada um para o seu lado. Não é assim! É toda uma vida que se uniu.

Dessa união maravilhosa vêm os frutos que são os filhos. Como precisamos, cada vez mais, recuperar o sentido e o valor sagrado do matrimônio!

Ninguém pode ignorar que vários fatores podem levar uma união conjugal a não dar certo. De repente, entram em crise, não têm mais condições de viverem juntos. Não trabalhe as exceções transformando-as em regras.

Deus colocou a união como regra, e as exceções como aquilo que não deu certo, que não saiu como o esperado. Vamos cuidar muito bem das exceções, vamos dar toda atenção, todo amor, todo carinho a elas; vamos entender a história de cada um. É preciso refazer a vida? Vamos ajudar a refazer a vida. A Igreja vai acolher cada um com muito amor, e por mais que o mundo queira transformar as exceções em regras, não vamos mudar a Palavra de Deus, pois não temos o direito de fazer isso.

As pastorais que trabalham com segunda união devem trabalhar mais ainda, a Igreja precisa ter uma atenção muito grande com todos os casos de divorciados e separados. Só não podemos nos esquecer de valorizar, de estimular e mostrar o valor sagrado do matrimônio, segundo o coração de Deus.

É por falta de educação, de catequese, de estímulo e preparo que, muitas vezes, o casamento se enfraquece. Quando nos voltarmos para a Palavra de Deus, vamos perceber que há um desígnio, um plano e uma bênção para a união do homem e da mulher.

Que essa bênção seja, cada vez mais, estável, linda e que cresça mais no meio de nós!

Deus abençoe você!

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Homilia Diária

11AGO2016

Precisamos querer o perdão e buscá-lo; precisamos dessa graça divina para perdoar setenta vezes sete

“Jesus respondeu: ‘Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete’” (Mateus 18,22).

 

Jesus deu essa resposta quando Lhe foi perguntado quantas vezes devemos perdoar o nosso irmão, pois parece que todos nós temos um limite em nossa capacidade de lidar e suportar determinadas coisas e situações. O que Jesus está dizendo não é por causa do outro, é pelo nosso próprio coração, porque este não pode ter limites para o perdão, pois perdoar deve ser a característica fundamental da espiritualidade cristã, da nossa relação com Deus e com o próximo.

Quando o perdão é esquecido, quando ele se torna cansativo, as coisas vão se aglutinando, se amontoando, ajuntando-se dentro de nós; depois, isso cria um embaraço terrível. E lá na frente, quando quisermos resolver, as coisas estarão duras demais ou mal resolvidas.

Pode ser que, na hora, não tenhamos força, mas não seremos ingênuos em fingir que somos máquinas, onde apertamos um botão e logo perdoamos. Não é assim que funciona o coração humano, entretanto, a disposição e a vontade de perdoar precisam acontecer a todo momento, por mais ferida que a alma e o coração estejam; mesmo que seja preciso fazer um trabalho espiritual, um trabalho humano e psicológico, para que o perdão floresça.

O perdão nasce da vontade de perdoar, mesmo que não sintamos, que não consigamos perdoar de imediato nem tenhamos amadurecido. Precisamos querer e buscar o perdão; precisamos dessa graça divina para perdoar setenta vezes sete! Primeiro, para que tenhamos saúde espiritual, psíquica e física, porque o contrário gera muitas pessoas doentes. Segundo, porque é dessa forma que Deus nos perdoa, Ele não limita o Seu perdão a nós, não nos perdoa só até um determinado ponto: "Já pequei demais, agora Deus não me perdoa mais!”. Sabemos que não é assim, pois todas as vezes que vamos buscar o nosso Pai, implorando o Seu perdão e Sua misericórdia, Ele não nos nega.

Não seja como o homem do Evangelho de hoje, que foi "sem vergonha". Ele foi perdoado de sua dívida, que era grande, mas quando encontrou seu companheiro na estrada, foi muito cruel e duro. O homem pediu apenas mais um tempo para pagar a dívida, mas ele disse 'não' e mandou lançá-lo na prisão.

Recebemos o perdão enorme, sem contas do coração de Deus, mas perdoamos pouco ou quase nada. Muitos podem pensar: “Mas nem sempre eu consigo perdoar!”. É verdade, mas então peçamos ao Senhor que nos dê um coração bom e misericordioso como o d’Ele, porque Ele perdoa tudo, menos o coração de quem não tem “vergonha na cara”, de quem foi muito perdoado por Ele, mas é incapaz de usar o perdão para com seu próximo.

“Pai, perdoa as nossas ofensas assim como perdoamos a quem nos ofendeu!”.

Deus abençoe você!

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Homilia Diária

10AGO2016

Aprendamos a desapegar, dia após dia, das coisas e das pessoas; desse modo, a nossa vida terá mais qualidade e será mais gostosa

“Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna”(João 12,25).

 

Deus está nos mostrando como devemos cuidar de nossa vida. Exemplo disso é o mártir que celebramos hoje: São Lourenço diácono. Ele consumiu toda a sua vida por causa de Jesus e de Seu Evangelho, teve uma vida totalmente entregue à causa do Reino dos Céus. Por causa dessa vida, morreu consumindo-se por causa do Evangelho.

Somos pessoas que se apegam demais às coisas desta vida! Desde criança, começamos a nos apegar a um presente que ganhamos, a uma coisa que nos dão; pegamos aquela coisa e não queremos soltar mais. À medida que vamos crescendo, vamos nos tornando mais apegados ainda. Apegamo-nos às pessoas, afeiçoamo-nos a elas.

Afeiçoarmo-nos é muito bom, o problema é o apego excessivo e doentio: “Eu não vivo mais sem você!” . Por mais que a pessoa seja importante na nossa vida, é preciso nos acostumarmos ao fato de vivemos com as pessoas até determinado tempo; depois, cada uma vai seguir seu rumo, seu caminho.

Muitos podem questionar: “O Senhor quer desfazer as famílias?". Muito pelo contrário! Se uma moça vai se casar, a Palavra já diz: "Tem de deixar seu pai e sua mãe para formar sua família". Mas, muitas vezes, o casamento daquela pessoa não acontece, porque ela não deixa, nem a família permite que ela corte o cordão umbilical.

Quando falamos em 'deixar' ou 'desapegar', no sentido bíblico da própria palavra, não significa que não tenhamos mais de ligar para o pai e para a mãe, mas damos saltos de qualidade na vida quando desapegamos.

Muitas vezes, apegamo-nos às "coisinhas bobas" e vamos juntando, acumulando coisas. Entramos em nosso quarto e vemos coisas que não servem para nada, não têm mais utilidade ou poderia ter muito mais utilidade para outras pessoas. Somos pessoas apegamos e presas demais!

Tornamo-nos presas das coisas a que nos apegamos, porque o apego nos faz mal. Por esse motivo, a morte, para muitas pessoas, acaba sendo uma tragédia, só de pensar nela. Somos tão apegados a essa vida, que nem conseguimos ter afeição pelas coisas eternas: “Eu quero ir um dia para o céu, mas daqui quinhentos anos!".

Meu filho, ninguém coloca tenda aqui nesta terra, ninguém faz morada eterna aqui! Aprendamos a desapegar, dia após dia, das coisas e das pessoas deste modo, pois assim a nossa vida terá mais qualidade e será mais gostosa. Poderemos ir mais longe, poderemos progredir muito mais, ter conquistas maiores, sobretudo conquistarmos o Reino dos Céus, o coração de Deus, porque não nos apegamos às coisas deste mundo por melhores que elas sejam.

Não podemos ser apegados a nada, precisamos ser livres, porque o grão de trigo só vai produzir frutos se morrer. Temos de morrer para aquilo que, de repente, é até bom para nós, pois coisas novas vão nascer em nosso coração!

Desapego só nos faz bem, ajuda-nos a crescer como filhos e filhas de Deus!

Deus abençoe você!

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Homilia Diária

09AGO2016

É preciso tornar-se puro como uma criança na prática e na vivência do bem

“Em verdade vos digo, se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus”(Mateus 18,3).

 

Queremos entrar no Reino dos Céus e somos chamados a entrá-lo. Ele está entre nós. Por que não entramos nele ainda? Porque para entrar é preciso converter-se. E de que modo vamos nos converter? Tornando-nos crianças!

Não pense que se tornar criança é tornar-se ingênuo como é uma delas. A criança é um ser puro, e quanto mais criança for, mais pequenino for, mais puro será. É uma beleza pegar uma criança no colo! É uma pureza! E não há maldade nenhuma nela! Quanto mais essa criança cresce, mais vai se tomando uma pessoa deste mundo.

A maldade não está só no mundo, o problema é a maldade que vem para dentro de nós.

Precisamos nos purificar e nos lavar, precisamos recuperar a nossa inocência primeira, totalmente diferente da ingenuidade. Uma criança pequena é incapaz de fazer mal ao outro; e ela só faz o mal quando toma consciência do que é ser má, quando é incentivada ou a maldade lhe é mostrada.

Nós adultos temos muitas maldades dentro de nós. Desejamos, fazemos, planejamos e vivemos em meio a tantas maldades, e nos acostumamos com isso. No Reino de Deus, não há lugar para a maldade, para falar mal dos outros e planejar o mal para eles. Por isso é preciso tornar-se puro como uma criança na prática e na vivência do bem!

Criança é dócil, apega-se, está no colo do pai ou da mãe. Precisamos estar no colo de Deus! É no colo que se cuida, que se transmite amor e vida.

A coisa mais linda da vida é quando a mãe dá de amamentar a sua criança, quando ela tira de si para dar ao filho. Como precisamos nos amamentar da Palavra de Deus e da Sua graça! Precisamos nos nutrir daquilo que vem do Seu coração.

Quando crescemos, tornamo-nos autossuficientes, donos da razão e das coisas. Até cremos em Deus e queremos muito bem a Ele, porque sem Ele nossa vida nem sentido teria. Mas não é só crer em Deus, não é só saber que Ele nos ama, é preciso entrar em Sua dinâmica.

A criança é aquela que se coloca no colo de Deus! E Ele quer nos pegar pelo colo, quer nos pegar pela mão como um Pai pega a mão de uma criança e a conduz para lá e para cá. Como um Pai que vê que aquele caminho vai ser mau para o Seu filho, então, não o deixa ir, mas o pega pela mão e segura.

Quando a criança vai crescendo, ela foge do pai; porém, quanto mais criança for, mais ela foge para estar no colo e na proteção do pai.

Precisamos correr para o colo de Deus, precisamos nos refugiar em Seu colo, pois lá é lugar de cura, libertação e restauração!

Deus nos quer em Seu Reino. Deixemos que nossa cabeça e nosso coração se tornem puros e dóceis como o de uma criança, para que Ele cuide de nós!

Deus abençoe você!

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Homilia Diária

08AGO2016

Temos o direito de contestar e reivindicar as leis de Deus, mas não temos o direito de não as cumprir

“Mas, para não escandalizar essa gente, vai ao mar, lança o anzol, e abre a boca do primeiro peixe que pescares. Ali encontrarás uma moeda; pega então a moeda e vai entregá-la a eles, por mim e por ti” (Mateus 17, 27).

 

Por que Jesus está mandando Pedro fazer isso? Porque Pedro foi questionado se o Mestre Jesus e Seus discípulos pagavam os impostos. Pedro respondeu: "Sim, o Mestre paga os impostos!".

Jesus foi ao encontro de Pedro e já sabia do ocorrido, por isso fez este ensinamento:"Os reis e senhores deste mundo cobram os impostos de quem? De seus filhos ou dos estrangeiros?". Pedro responde: "Dos estrangeiros". Jesus replica: "Portanto, os filhos estão livres" (cf. Mateus 17, 24-25).

Na verdade, os 'filhos' a que Jesus se refere são filhos de Deus, que deveriam estar livres de pagar isso ou aquilo, mas, como o Reino não pertence a este mundo e como para este somos estranhos e ele [o mundo] não nos têm como filhos de Deus, pagamos os nossos impostos, cumprimos os nossos deveres e obrigações.

Deixe-me dizer a você: nós, filhos e filhas de Deus, temos o direito de questionar as leis, os tributos, impostos, taxas e pedágios, dizer se isso é justo ou não, correto ou não; temos o direito de reivindicar impostos mais justos, uma vida mais correta.

Tudo isso é um direito de que não podemos abrir mão! Aqueles que participam de sindicatos e associações lutam por uma vida melhor e mais digna. Graças a Deus, muitos direitos, que antes não tínhamos, passamos a ter, porque pessoas lutaram, correram atrás, reivindicaram, e a Igreja está do lado de seus filhos que lutam por uma vida mais digna e mais justa, por salários e impostos dignos. Temos o direito de contestar e reivindicar as leis, mas não temos o direito de não as cumprir.

Acho que alguns pedágios têm preços absurdos, posso até contestá-los, mas não tenho o direito de não os pagar, de não pagar os impostos e assim por diante.

Precisamos ser os primeiros a dar exemplos para os outros! Nada de cairmos naquela tentação terrível de darmos um jeitinho, de burlarmos as leis e assim por diante, a não ser que essas leis sejam contra as de Deus. Aqui não é um meio de medir se as leis são injustas e contrárias a Deus, pois existem muitas que são injustas, mas não ferem diretamente o direito à vida. Mas se um Estado proclama ou dá liberdade para que alguém pratique o aborto, isso fere a Lei de Deus, por isso não vamos praticar.

Precisamos ser obedientes, porque os filhos de Deus não são rebeldes. A rebeldia não vem de Deus. Podemos contestar? Sim, podemos! Podemos propor? Podemos lutar por uma vida melhor? Podemos e devemos, mas não podemos deixar de cumprir as leis e as obrigações, não podemos deixar de pagar nossos impostos.

Deus abençoe você!

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Homilia Diária

05AGO2016

Precisamos acostumar o coração a fazer renúncias, para que possamos crescer na têmpera, na disciplina e na vontade de Deus

“Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga” (Mateus 16,24).

 

A primeira coisa para estarmos atrás de Jesus é renunciarmos a nós mesmos. É difícil renunciarmos à nossa vontade, porque estamos tão cheios de vontade própria, que abrir mão dela se torna um grande duelo em nossa vida. Até compreendemos a vontade de Deus, mas quando ela contraria a nossa vontade, os nossos gostos e tudo aquilo que queremos, vamos deixando de lado a vontade d'Ele.

Para sermos amigo de Jesus, para entrarmos em Sua escola e conseguirmos realmente ser um discípulo d'Ele, precisamos trabalhar a própria vontade e contrariá-la muitas vezes. Precisamos renunciar até mesmo às coisas que são boas e necessárias. Eu sei que entre assistir a uma televisão, quando se está cansado, e ler a Bíblia, é melhor ver a televisão. A carne pede isso, mas o seu espírito precisa da Palavra de Deus.

Não é para ficar o dia todo lendo a Bíblia, mas é preciso, em muitos momentos, contrariar a vontade própria e não se deixar guiar por ela. Dei o exemplo da Bíblia, porém existem tantos outros que eu poderia dar.

Você olha para a sua vida e percebe quantas coisas quer fazer, mas sabe que precisa fazer outra coisa para ter uma vida familiar estável e sadia. Para ter uma vida abençoada, renúncias são necessárias! Mas, no mundo em que vivemos, a palavra “renúncia” não está em moda, mas está sendo desprezada. Precisamos acostumar nosso coração a fazer renúncias, para que possamos crescer na têmpera, na disciplina e na vontade de Deus.

A segunda coisa: tome, pegue e abrace a sua cruz. Abraçar a cruz não é pegar uma cruz de metal ou ter uma no peito e viver abraçado a ela. Você deve ter uma cruz em casa e por onde for, mas 'abraçar a cruz' é abraçar a vida, as situações complexas e difíceis; abraçar muitas situações que não gostaríamos de estar passando e vivendo como doenças, sofrimentos, contrariedades, problemas com filhos e com o casamento.

A nossa vida não é uma 'lua de mel'. Pode até ser que, em alguns dias, ela seja, mas nem sempre dá para ser assim! É importante abraçar a vida com amor, por maior que seja a dureza e a dificuldade que enfrentamos. Se fizermos isso, se renunciarmos à nossa vontade própria, se abraçarmos nossa cruz de cada dia, poderemos seguir o Senhor, ir atrás d’Ele, porque é Ele quem vai nos ajudar a viver as renúncias e carregar a nossa cruz com mais amor.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Homilia Diária

04AGO2016

Abramo-nos à graça do Espírito, para que ele mesmo aja em nós e nos ensine a fazer a vontade do Senhor

“E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16,15).

 

Jesus vai elogiar e exaltar aquilo que Pedro está dizendo: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" (cf. Mateus 16,17-18).

Veja que beleza! Aquilo que veio do coração de Deus não é uma coisa humana, foi Pedro quem realmente percebeu e deixou-se modelar, deixou que a inspiração divina lhe mostrasse quem era Cristo. Por isso, ele proclamou, do fundo de seu coração, o que via na presença de Cristo. Outros viam as graças, os milagres e as curas, mas não reconheciam Jesus ainda como o Messias. Reconheciam n'Ele um grande profeta, um Elias, um João Batista, um enviado de Deus.

Pedro está dizendo a coisa mais certa, está reconhecendo realmente a identidade de Jesus: "Ele é o enviado! Ele é o Cristo! Ele é o Messias!". Pedro fala isso no Espírito, porém, acontece um problema, porque Jesus proclama tudo isso, exalta Pedro, o Espírito que está nele [Pedro], mas fala: "Não diga isso a ninguém, porque o Filho do Homem vai sofrer, passar por muitos constrangimentos, será entregue nas mãos dos homens e morrerá por causa da nossa salvação".

Pedro repreende: "Não! Isso jamais vai acontecer com o Senhor!". Jesus dá uma outra resposta: "Afasta-te de mim satanás, porque esses seus pensamentos não são de Deus. Agora esses seus pensamentos são da carne".

Veja que, no mesmo Pedro, há a ação do Espírito e da carne, há a ação daquilo que é de Deus e vem d'Ele, mas também aquilo que não é do Senhor, que vem do próprio humano de Pedro, daquilo que é a sua carne humana. Porque a nossa carne e o nosso sentimento humano não querem saber de sofrimentos, querem rejeitar qualquer forma de cruz e sofrimento.

Permita-me dizer a você: graças a Deus, muito do que fazemos e falamos, muito do que levamos aos outros, é de Deus, e Ele age em nós e por meio de nós.

Assim como Pedro, em nós também há muito do “carnal” e humano. Muitas vezes, eles [carnal e humano] se misturam com o diabólico e aquilo que sai de nós, mas não vem de Deus. Quando Jesus diz: “Afasta-te de mim!”, é para Pedro afastar o que é diabólico, o que é puramente humano e não tem a mistura da graça de Deus, a direção da graça d'Ele naquilo que se fala.

Somos e procuramos ser discípulos do Senhor, procuramos fazer a Sua vontade , temos de ter discernimento do Espírito e da graça, para que não façamos as coisas por mais inspiradas e bonitas que sejam, apenas no nosso humano, no nosso carnal e na nossa vontade.

É preciso recorrer à graça divina, para que aquilo que façamos seja realmente de Deus e inspiração divina em nós.

Que Deus nos ajude a não vivermos da carne e guiados por ela, mas que nos abramos à graça do Espírito, para que ele mesmo aja em nós e nos ensine a fazer a vontade do Senhor!

Deus abençoe você!

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Homilia Diária

03AGO2016

Muitas coisas podem criar obstáculos e barreiras para que não nos aproximemos da graça do Senhor. Sejamos ousados!

“É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!” (Mateus 15, 27).

 

Uma mulher cananeia, siro-fenícia, aproxima-se de Jesus pedindo, implorando, gritando e clamando: "Senhor, a minha filha está enferma! Faça algo por ela!".

Os discípulos ficaram incomodados. Primeiro, porque aquela mulher não era judia, não fazia parte do povo eleito; segundo, porque era uma estrangeira; terceiro, porque estava incomodando o Senhor, pois era insistente e persistente. Na nossa linguagem moderna, era "chata", estava implorando que o Mestre fizesse algo por ela.

Jesus disse, trazendo um provérbio muito comum no mundo judaico: "Não fica bem tirar o pão da mesa de seus filhos e dar para os cães". É dessa forma que muitos judeus compreendiam os estrangeiros, como não eram parte do povo, eram ditos como "cães".

Uma vez que a missão primeira de Jesus era voltada para Seu povo, como Ele tiraria a graça que trouxe primeiro para estes e levaria aos estrangeiros?

Aquela mulher dá uma resposta de fé surpreendente, que venceu e calou Jesus. Ela disse: "Senhor, é verdade o que está falando. Mas é verdade também que os cachorrinhos têm direito às migalhas que caem da mesa de seus donos". O Senhor responde: "É verdade, minha filha! Seja feito conforme a sua fé!".

Meus irmãos, muitas vezes, não nos sentimos no direito, não nos sentimos agraciados para receber este ou aquele favor de Deus. Pode ser por nossos pecados, pelas nossas fraquezas, pelos nossos limites ou porque não nos sentimos escolhidos e chamados, até mesmo porque não fazemos parte deste ou daquele grupo da Igreja. Muitas coisas podem criar obstáculos e barreiras para que não nos aproximemos da graça do Senhor, mas sejamos ousados!

A fé nos leva a sermos ousados, a nos aproximarmos do Senhor e dizer: "Senhor, mesmo que sejam as migalhas que sobram para os cachorrinhos, eu as quero, pois são as Suas migalhas! Por isso estou suplicando, pedindo e implorando por elas. Dá-me, Senhor, a Sua graça!".

Não deixemos que nossos pecados nos afastem da graça de Deus nem que nos tornem indignos, porque todos nós somos indignos por causa de nossos pecados. Vamos vencer essa indignidade, porque Deus já nos chamou para fazer parte de Seu Reino. Pela fé, temos de conquistar as graças de que precisamos!

Peça a Deus pela sua casa, pela sua família e pelos seus filhos. Não tenha medo de implorar, na presença de Deus, a graça e os favores de que você estiver precisando. A nossa fé alcança aquilo que nosso coração anseia. Se Deus não nos dá as migalhas ou o pão que estamos pedindo, Ele nos dá muito mais de que precisamos.

Creia, porque o Senhor escuta o apelo daquele que tem fé!

Deus abençoe você!

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Homilia Diária

02AGO2016

A fé nos mantêm de pé, é o grande antídoto de que precisamos para vencer os medos, os obstáculos e as situações tenebrosas que enfrentamos nesta vida

“Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!”(Mateus 14, 27).

 

Sabemos que quando o medo se apodera de qualquer um de nós, ele vai afogando e suprimindo a nossa fé.

Jesus estava se aproximando de Seus discípulos no mar, porque eles ficaram com medo e apavorados. Jesus os acalmou e disse: “Venham ao meu encontro!”. Pedro começou a andar, ir ao encontro do Senhor, mas quando o vento veio de forma mais forte e intensa, ele começou a temer, tremer e sucumbir, começou a afundar. Pedro iria se afogar e morrer.

Assim acontece conosco também, porque muitos ventos contrários estão vindo contra nós. Quando estamos parados, quando está tudo tranquilo, está tudo muito bem e caminhamos na fé; entretanto, se vem um vento e sopra um pouco para lá e para cá, começamos a balançar. Quando balançamos em alguma coisa, começamos a temer e ter medo. O medo vai se apoderando de nós e fragilizando o nosso interior, o nosso coração, fé e mente.

Permita-me dizer a você: o medo cria fantasias e fantasmas. Fantasmas não existem, mas, uma vez que nós os criamos, eles passam a existir. E todos os fantasmas criam assombros e assustam-nos, por isso nós os tememos.

Boa parte daquilo que causa medo em nós é criado dentro do nosso coração. O mais duro de tudo isso é aniquilarmos essa fé maravilhosa que Deus colocou em nós. Não tenhamos medo, pois o Senhor está do nosso lado aconteça o que acontecer, venha o que vier! Que venham ventos e tempestades da esquerda ou da direita, mas precisamos nos manter firmes, ancorados, alicerçados no Senhor, porque é Ele quem cuida de nós!

É verdade que muitos ficam desanimados, muitas vezes até desfalecidos, mas não podemos permanecer caídos e nas dúvidas. Precisamos nos levantar! A fé nos mantêm de pé, é o grande antídoto de que precisamos para vencer os medos, os obstáculos e as situações tenebrosas que enfrentamos nesta vida.

Creia e coloque no Senhor a sua confiança, sua fé e esperança, e não iremos desanimar diante das tempestades da vida!

Deus abençoe você!