Gol

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Homilia Diária

31DEZ2018

O grande propósito que deve iluminar a nossa vida no ano que estamos começando é sermos filhos de Deus

Mas, a todos os que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornar filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, pois estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo” (João 1,12-13).

Olha que graça sublime Deus nos deu: a graça de nos tornarmos seus filhos, uma vez que Ele verbo, palavra eterna de Deus, veio até nós para nos conceder tamanha graça.

A graça mais sublime que Deus nos deu foi porque o pecado arrancou de nós a condição filial, a condição de filhos. Deus, no entanto, é bom, é amor, é sublime; e a forma como Ele nos ama é nos resgatando, salvando-nos e trazendo para nós essa condição de sermos seus filhos.

Hoje é o último dia do ano de 2018. Há a expectativa por um novo ano, por um novo tempo, por um novo governo, por uma vida nova. Surgem propósitos e anseios de viver isso e aquilo. Não há um propósito maior na nossa vida do que sermos filhos de Deus, de levarmos a vida em nome do Senhor Nosso Deus.

A primeira coisa necessária é o nosso exame de consciência. No ano que se passou, como vivemos como filhos de Deus? Como a graça de Deus esteve presente em nossa vida em tudo aquilo que realizamos?

Em muitas coisas, não nos portamos como filhos do Senhor: quando preferimos o pecado, quando preferimos a nós mesmos; e quando a força do egoísmo, do orgulho, da soberba tomaram conta de nós, deixamos a graça do filho de Deus ficar para trás. O grande propósito que deve iluminar a nossa vida, o nosso coração, e tudo aquilo que queremos viver no ano que estamos começando é sermos filhos de Deus.

Ninguém é filho de Deus se não vive com os outros filhos d'Ele, ou seja, não assumem diante de Deus que são irmãos uns dos outros.

Fala-se tanto em fraternidade universal, em amor e assim por diante, mas vivemos uma crise de amor profunda. O amor se tornou seletivo e enganoso, selecionamos quem queremos amar, e esse amor seletivo nos leva a ter preconceito, discriminação e a deixarmos de lado as pessoas que mais merecem ser amadas.

Todos nós merecemos amor. É verdade que o coração de Deus veio para os pecadores e não para os justos. É preciso que o coração humano se arme do coração de Deus, porque o amor humano está fracassado, limitado, está excluindo as pessoas d’Aquele que é o amor que Deus nos trouxe.

Que no novo ano que está começando a graça do amor seja a graça mais sublime e importante de toda a nossa vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 30 de dezembro de 2018

Homilia Diária

30DEZ2018

Deus quis habitar entre nós, resgatar a nossa humanidade perdida no ventre e no seio de uma família

“Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas. E Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e diante dos homens” (Lucas 2,51-52).

Hoje, celebramos a Sagrada Família de Nazaré: Jesus, Maria e José. Deus poderia ter escolhido outros caminhos para estar no meio de nós, mas o caminho que salva a humanidade tem um nome, chama-se: família.

Deus, na sua própria natureza é família, a família divina; a Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo é uma família, é o Pai que ama o Filho e do amor do Pai e do Filho brota a força e o poder do Espírito que é derramado sobre toda a humanidade.

Deus criou à nossa imagem e semelhança para que fôssemos família, por isso viemos de uma família e toda a família é sagrada. Deus quis habitar entre nós, resgatar a nossa humanidade perdida no ventre e no seio de uma família.

É preciso acima de tudo e mais do que tudo valorizar, amar, respeitar e cuidar das nossas famílias. Nada mais pode ser sagrado para um pai, para uma mãe e para um filho do que a sua própria família muitas vezes esquecida, deixada de lado ou tratada de qualquer jeito.

Não tem na vida responsabilidade maior do que cuidar da família, transformá-la em um lar sagrado, berço da vida, principalmente da vida nascente, mas é “berço de família” no seu sentido mais amplo e profundo que se deve viver, conviver e brincar, muitas vezes até brigar mas se reconciliar, se perdoar, se amar porque é da família que brota os verdadeiros valores que marcarão para sempre a nossa história.

É na família que aprendemos ou desaprendemos, é na família que se vive a profundidade do amor. Por isso, hoje, no coração de toda a igreja quando se volta a cada dia, mas de modo especial neste domingo volta-se para cuidar e olhar o valor sagrado de cada família.

Não podemos desconsiderar que muitas famílias foram atacadas, dilaceradas, muitas famílias vivem situações difíceis, mas não deixam de ser e ter o seu valor de família.

Cuidemos das famílias que estão caminhando bem, mas cuidemos mais ainda das famílias que enfrentam dificuldades, dramas e situações adversas ao amor divino. Essas famílias não podem ser tratadas como famílias marginalizadas, pelo contrário, elas precisam ser cuidadas como famílias mais amadas, porque ali Jesus quer se fazer também presente.

Que a graça de Deus hoje dê a cada família o valor de se reconhecer como família, de meditar qual é o seu lugar na sociedade enquanto família e que a bênção do Senhor esteja sobre todas as famílias.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 29 de dezembro de 2018

Homilia Diária

29DEZ2018

Quem é digno de um amor único e sublime terá esse amor. O que não pode haver, no nosso coração, é espaço para o ódio

Aquele que diz estar na luz, mas odeia o seu irmão, ainda está nas trevas. O que ama o seu irmão permanece na luz e não corre perigo de tropeçar” (1João 2,9).

Amor e ódio são dois sentimentos totalmente opostos, mas que, muitas vezes, ocupam o mesmo espaço dentro do coração de cada um de nós. Podemos olhar a nossa própria história na vida de tantos, situações em que a pessoa jurou amor eterno, mas, depois, aquele amor se inverteu em indiferença, decepção, mágoa e ódio.

Quantos estão fazendo do ódio a sua razão de viver! É verdade que passamos por situações que nos machucam, oprimem e decepcionam, mas é preciso entender que o amor precisa sempre vencer. O amor vence o ódio, supera as decepções e derrota as mágoas.

Existe uma lógica para viver o amor: se eu devotei um grande amor para alguém e aquela pessoa me decepcionou, não posso deixar de a amar. Vou amá-la de forma diferente, pois o amor que tive por ela não foi o amor vivido ou, de fato, celebrado como deveria ser. O amor se revisa, mas jamais se perde. Eu posso ter um amor terno por uma pessoa, amor philos, amor amizade, mas se esse amor não é correspondido, é decepcionado, magoado, machucado, e se perde, eu inverto, na graça de Deus, a ordem. O único amor que não pode faltar é o amor caridade, esse amor é para todos e com todos, inclusive com aqueles que nos machucaram, magoaram, decepcionaram.

Você acha que o amor que Jesus teve por sua Mãe, pelo apóstolo João, pelos que eram mais próximos d’Ele era o mesmo amor que Ele teve por Seus algozes? Ele amou a todos com o amor caridade, que é o amor de Deus, é o amor que nos ajuda a suportar e enfrentar, inclusive, as situações de ódio que, muitas vezes, pervadem o nosso coração.

Quem é digno de um amor especial terá esse amor. Quem é digno de um amor único e sublime terá esse amor. O que não pode haver, no nosso coração, é espaço para o ódio. Ainda que aquela pessoa mereça o pior de nós, tiremos o pior que está em nós, porque não merecemos ter nada de pior em nós. O que temos é o melhor de Deus, e o melhor de Deus em nós é o amor d’Ele presente em nossos corações. Por isso, amemos, pois quem ama não vai tropeçar, não vai correr o risco de ter a sua vida perdida pelos tropeços humanos.

Transformemos aquilo que em nós está magoado e machucado no amor sublime que é de Deus, amemos na proporção que cada um merece o nosso amor, mas jamais deixemos de amar.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Homilia Diária

28DEZ2018

Jesus veio para resgatar a vida humana, para dar-lhe verdadeiro sentido e valor

Quando Herodes percebeu que os magos o haviam enganado, ficou muito furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, exatamente conforme o tempo indicado pelos magos” (Mateus 2,16).

Jesus veio para nos trazer vida em abundância, Ele nasceu para dar dignidade plena a toda vida humana. Hoje, voltamo-nos para a vida massacrada, negada, para a vida humana que está sendo humilhada e perseguida.

Hoje, procuramos meditar a respeito das crianças inocentes que o tirano Herodes mandou extirpar, eliminar e matar. Na verdade, ele queria matar Jesus, porque, ao matá-Lo, estaria matando o Senhor da vida. No lugar de Jesus morreram crianças inocentes.

Voltamo-nos para os tempos em que vivemos, em que crianças continuam a morrer. Há crianças que morrem e são assassinadas no ventre de suas mães pelo crime do aborto, crianças que não têm o direito de viver, nascem e são vítimas da fome, da guerra, da perseguição e do descaso humano; crianças que são vítimas de doenças, do pouco caso e da soberba humana.

Hoje, queremos meditar sobre como estamos nos preocupando e cuidando da vida humana em todas as suas etapas, desde aquela que foi concebida no ventre de sua mãe até o idoso, que parece levar uma vida sem sentido, muitas vezes esquecido e largado, apressando até a sua morte.

Jesus veio para resgatar a vida humana, para dar-lhe verdadeiro sentido e valor. Não podemos ficar apenas focados de forma mesquinha na nossa vida pessoal e individual, e esquecer que a vida humana está sendo atacada, que milhões por esse mundo afora estão sendo ameaçados de viver e existir.

Salvemos nossas crianças, cuidemos delas, cuidemos da vida desde o momento em que ela é concebida. Sejamos cada vez mais promotores da cultura da vida e, de todas as formas, não permitamos que a cultura da morte esteja sendo semeada entre nós.

Cuidemos das crianças e das vidas que nasceram, que vieram ao nosso meio. Não podemos mais permitir que crianças morram de fome, que passem fome, seja em nossa cidade, em nossos bairros, em situações muito periféricas do nosso país, do nosso continente e do mundo em que vivemos.

As razões que levam tais crianças a estarem expostas às misérias são muitas, mas, enquanto as discussões não chegam a um acordo, salvemos as nossas crianças, não permitamos que elas sejam exploradas sexual e materialmente no mundo em que vivemos.

É preciso salvar, resgatar e cuidar da dignidade da vida humana em todas as suas etapas. Não permitamos que a cultura da morte e da exploração continue maltratando a vida humana.

Jesus não veio somente para que tenhamos vida, mas para que tenhamos a vida n’Ele e para que resgatemos a vida humana em todas as situações.

Onde houver uma vida humana pulsando no ventre de uma mãe, no leito de um hospital ou talvez largado numa esquina, é preciso resgatá-la, valorizá-la e salvá-la.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Homilia Diária

27DEZ2018

João é aquele que se embriagou do amor divino, e ele mesmo se dizia o discípulo amado. João nos traz todo o amor de Deus presente no meio de nós

De fato, a Vida manifestou-se e nós a vimos, e somos testemunhas, e a vós anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós”(1João 1,2).

Temos a graça de celebrar, no segundo dia na Oitava de Natal, a festa do apóstolo São João Evangelista. Se ontem celebramos Estêvão, o primeiro mártir, hoje celebramos João, o apóstolo do amor e da vida, o único que não foi mártir, pelo menos, não derramando sangue, mas foi mártir testemunhando o amor de Deus na sua vida.

João é aquele que se embriagou do amor divino, e ele mesmo se dizia o discípulo amado. João nos traz todo amor de Deus presente no meio de nós. João é aquele que anuncia que a vida de Deus se manifesta entre nós e para nós, e é essa vida que queremos contemplar.

Sabemos que há vida e vidas, há pessoas que vivem a vida de qualquer jeito e, muitas vezes, é uma vida sem sentido e sem razão de ser. Muitas vezes, vemos a vida humana ser esmagada, oprimida, desprezada e tratada de qualquer forma. A vida é uma dádiva, um dom divino, um presente do Céu, é vida que brota do coração de Deus, o Senhor da vida.

Diante de tantas culturas antivida, que promovem a morte, o Deus da vida veio para resgatar a nossa vida, e por isso Ele está no meio de nós para trazer luz, sabor, direção, para que tenhamos vida em plenitude, para que a nossa existência não seja simplesmente: “Eu estou aqui”, mas seja "Eu vivo pela vida que o Filho de Deus trouxe a mim; vida digna, sagrada e abençoada". Quantas vezes for preciso multiplicar a palavra “vida”, que possamos dizê-la com todo amor do nosso coração para vivermos a vida digna que Deus nos trouxe. 

Olhemos para Jesus, para a sua história e existência, deixemos que Ele mesmo ilumine o nosso viver, deixemos que Ele conduza, restaure, dê direção e sentido para tudo aquilo que realizamos. Celebremos a vida de Jesus, pois ela glorifica, diviniza e salva a vida de todos nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Homilia Diária

26DEZ2018

Quem aceita Jesus como seu Senhor esvazia-se de suas concepções para se deixar guiar pelo mesmo Espírito que O guiou

“Estêvão, cheio do Espírito Santo, olhou para o céu e viu a glória de Deus e Jesus, de pé, à direita de Deus. E disse: ‘Estou vendo o céu aberto, e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus’ (At 6,55-56).

No primeiro dia da Oitava do Natal de Jesus, celebramos o primeiro mártir, aquele que foi o primeiro a dar a sua vida por causa de Jesus.

Cristo encarnou-se no meio de nós, na vida daqueles que O acolheram. Estêvão aceitou Jesus como seu Senhor e Salvador e levou a sua vida em nome d’Ele.

Acolher Jesus não é simplesmente fazer festa, porque Ele nasceu. Acolher Jesus quer dizer aceitá-Lo, amá-Lo e tê-Lo como o único Senhor e Salvador da sua vida, e levar tudo aquilo que você realiza em nome de Jesus, é estar disposto a dar vida por Elecomo Ele deu sua vida por nós.

Estêvão fez isso com todo amor do seu coração, sem peso, sem medo e sem receio. Mesmo sendo perseguido, rejeitado e apedrejado não viu outra coisa, a não ser a glória e a presença de Deus.

Durante a sua vida, Estêvão foi um homem intrépido, ousado e cheio do Espírito Santo. Quem recebe e quem aceita Jesus como seu Senhor e Salvador se enche da graça do Espírito, esvazia-se de suas concepções e meros conceitos humanos para deixar-se guiar pelo mesmo Espírito que guiou Jesus.

O grande dom que Estêvão recebeu foi o Espírito de Jesus que estava nele e o guiou para que ele pregasse, testemunhasse e desse a sua vida por causa de Jesus. Estêvão doou a sua vida e, antes que os homens a tomassem, ele a expôs para o anúncio do Evangelho. Aquilo causou um profundo incômodo e muitos o perseguiram e, quanto mais o perseguiam, mais ele testemunhava o amor de Deus que estava nele. Ele morreu perdoando seus algozes, morreu cheio do Espírito, amando quem o rejeitava e testemunhando a graça de Deus que estava nele.

Somos chamados a amar Jesus com a vida, a testemunhá-Lo com os nossos atos e com aquilo que fazemos. Levemos, portanto, a vida em nome de Jesus, amemos uns aos outros, perdoemos quem precisamos perdoar, mas, acima de tudo, manifestemos com nossas palavras, atos e com a nossa vida que Jesus nasceu, vive e mora no meio de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Homilia Diária

25DEZ2018

Bendito seja seu divino Filho Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador, Deus vivo e presente no meio de nós

E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade” (João 1,14).

Contemplamos e adoramos Jesus. Hoje, voltamo-nos inteiramente para Ele. O que poderíamos refletir, neste dia de hoje, que se chama Natal? Nascimento. Contemplemos Aquele que nasceu. Contemplemos Aquele que veio ao nosso encontro para nos salvar. Contemplemos o divino Salvador, a Palavra eterna de Deus, o Verbo eterno encarnado, vivo e presente no meio de nós! Imagine o quanto o nascimento de uma criança traz alegria para uma casa, para uma família, para os pais. Imagine a alegria que, hoje, deve ressoar em toda a eternidade, porque um filho nos foi dado, porque Deus está encarnado, presente e vivo no meio de nós.

A alegria que celebramos, hoje, não é aalegria que vem daquilo que são as futilidades humanas. É a alegria que vem como um dom divino e celeste. É a alegria de ter a certeza de que não estamos abandonados, não fomos largados ao leu, não fomos esquecidos; pelo contrário, fomos mais do que lembrados, fomos inteiramente amados por Deus.

Alguém poderia perguntar como Deus poderia nos tirar da armadilha do mal, do pecado que nos afastou e nos separou d’Ele. Ele não mandou ninguém, Ele mesmo veio estar entre nós. Ele veio viver no meio de nós e ser um de nós.

Nada poderia ser tão divino como esse amor que Deus tem por nós: amor encarnado, amor que assume a nossa humanidade, que se faz um de nós naquilo que vivemos e somos.

Bendito seja Deus. Bendito seja seu divino Filho Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador, Deus vivo e presente no meio de nós.

Quero mais do que desejar Feliz Natal, uma noite ou um dia feliz. Quero, do fundo do meu coração, pedir que estejamos em torno de Jesus, que O celebremos e O amemos, que levemos Jesus como grande dom e dádiva, como o grande presente que podemos oferecer uns aos outros neste dia.

Que ninguém fique triste, desolado, que ninguém esteja centrado e preocupado com suas coisas. Alegremo-nos n’Ele, por Ele e com Ele, porque o Senhor veio para ser o nosso Salvador.

Um feliz e abençoado Natal!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Homilia Diária

24DEZ2018

Estamos nos reunindo para contemplar o divino Salvador, estamos nos reunindo para abrir o nosso coração, para que Ele habite em nós

E tu, Menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás adiante do Senhor para preparar-lhe os caminhos, anunciando ao seu povo a salvação, pelo perdão dos seus pecados” (Lucas 1,76).

Hoje, vivemos a feliz expectativa do nascimento do divino Salvador. Nossas casas, igrejas e capelas, sobretudo o nosso coração, preparam-se para receber o nascimento d’Aquele que é o nosso Salvador.

Precisamos preparar os caminhos. E preparar os caminhos quer dizer preparar as casas, as famílias e a nossa vida para que Jesus esteja no meio de nós salvando-nos, redimindo-nos, libertando e restaurando-nos.

Estamos sedentos de uma vida nova, sedentos de renovação e amor, estamos passando por momentos difíceis e delicados na vida. E para onde iremos voltar o nosso coração? Para Jesus, pois Ele é o nosso Salvador. 

Que nossos olhos não estejam voltados para ninguém mais, pois não existe guru, homem, mulher ou outro profeta! Só Jesus nos salva e nos redime, só em Jesus esteja o nosso coração, que Ele seja o nosso único presente nesta noite e por toda a nossa vida. Ele seja a única luz a irradiar a nossa alma e o nosso coração.

O essencial que vamos celebrar não é estarmos em torno de mesas repletas de presentes e comidas. Isso é até acidental, se tiver tudo bem! Mas se não tiver, o que não pode faltar é a promessa de Jesus, é o amor d’Ele vivo no meio de nós.

Estamos nos reunindo para contemplar o divino Salvador, estamos nos reunindo para abrir o nosso coração para que Ele habite em nós.

Eu só posso desejar que a sua casa, que a sua família, que os seus vão ao encontro de Jesus. Eu só posso desejar que, onde você estiver, nesta noite, Jesus seja o centro, o celebrado, o amado. Que Ele seja a luz que irradia todas as coisas. Não olhemos tanto para a árvore que vai estar brilhando, para o Papai Noel que possa estar lá. Olhemos para Jesus, conversemos a respeito d’Ele, permitamos que Ele seja o assunto principal, permitamos que Ele sacie a fome que todos nós vivemos, senão, vamos nos saciar de outras coisas; e amanhã vamos amanhecer na mesma ressaca e no mesmo vazio.

Só Deus preenche a ansiedade da nossa alma e os desejos do nosso coração. Abramo-nos para acolher aquele que veio inteiramente nos salvar: Jesus presente no meio de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 23 de dezembro de 2018

Homilia Diária

23DEZ2018

Bendito é Aquele que nasce de Maria, Aquele que vem por meio dela ao nosso encontro

Com um grande grito, exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?’” (Lucas 1,42-43).

Maria foi ao encontro de Isabel para socorrer, para se fazer presente, para ser solícita à sua parenta que estava grávida. Maria, também grávida, era portadora da graça de Deus. Por isso, quando Isabel a avistou, exclamou: “Bendita es tu Maria! Bendito é o fruto que o seu ventre está gerando!”.

Hoje, queremos exclamar quão bendita é a Virgem Maria, porque o que nela se realizou é a bênção que salva toda a humanidade. O bendito fruto que dela nasce é o nosso Salvador, o nosso Deus que veio nos visitar, nos socorrer e estar no meio de nós.

Quando Isabel exclama que Maria é bendita, é porque reconhece que ela é o terreno abençoado, é o solo sagrado, a nova Israel, o novo paraíso, o lugar da morada de Deus no meio de nós.

No paraíso, Adão reconhecia os passos de Deus; agora, os passos do Senhor, no meio de nós, acontecem num solo sagrado, o solo da Bem-aventurada sempre Virgem Maria, o lugar da presença de Deus, o Oásis de onde emana a salvação para toda a Terra, por isso ela é bendita.

Bendito é Aquele que nasce de Maria, Aquele que vem por meio dela ao nosso encontro. Diz Isabel: “Quem sou para ter a honra de receber a Mãe do meu Salvador, a mãe do meu Senhor?”.

Quem somos nós para termos a honra da visita, da presença da Mãe do Salvador no meio de nós? Como podemos celebrar o Natal de Cristo, o nascimento de Jesus sem a presença da Virgem Maria em nossa casa e em nosso coração?

Eu fico olhando para nossa casa, para as lojas com imagens enormes de Papai Noel, de figuras exóticas, mas nenhuma dessas figuras nos salvam nem nos trazem o Salvador. Elas nos trazem presentes, mas são presentes materiais, que não nos salvam, que nos tornam consumistas e materialistas.

Precisamos ter, em nossa casa, a presença da Mãe do Salvador, porque ela nos traz o verdadeiro presente, ela nos traz a verdadeira graça, ela nos traz o Salvador que nossa casa e família precisam.

Não tiremos da nossa vida, jamais, a Virgem Mãe de Deus. Pelo contrário, estejamos muito mais próximos dela, com muito mais amor, pois ela é bendita e nos traz o bendito Salvador para abençoar nossa casa, nossa família e nosso lar.

Deixemos que a Virgem Maria traga o verdadeiro presente que nossa casa e família estão precisando.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 22 de dezembro de 2018

Homilia Diária

22DEZ2018

A humildade de coração é a virtude mais essencial e necessária para uma alma servir a Deus

“Maria disse: ‘A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor’ (Lucas 1,46-48).

Maria estava cantando para engrandecer e agradecer ao Senhor Deus Todo-poderoso por aquilo que Ele realizou nela, e não foram poucas coisas, foram muitas coisas que o Senhor realizou na vida e no coração daquela que é a humilde serva do Senhor.

Se pudéssemos responder quem é, de fato, a Virgem Maria, tão amada, tão querida, cultuada no meio de nós, como ela mesmo exclamou: “Todas as gerações hão de chamar-me de bendita”. Quem é ela? Ela é a humilde serva do Senhor.

Três palavras são importantes: humilde, serva e Senhor. A humildade de coração é a virtude mais essencial e necessária para uma alma servir a Deus, uma alma que não se deixa preencher pelo orgulho, pela soberba nem pelas vaidades da vida. A alma se enche da graça de Deus quando ela se esvazia de si mesma e se preenche da presença divina. Humildade é reconhecer a grandeza do Senhor e a nossa pequenez, é depender de Deus, é confiar n’Ele e saber que em todas as coisas Ele cuida de nós.

Ser humilde não é nos colocarmos acima dos outros nem nos sentirmos melhores do que os outros, mas é nos fazermos servidores dos outros, servos de Deus, servindo os outros. Por isso, Maria é a humilde serva e está para servir, ela não veio para ser servida, para ser engrandecida. Exaltemos a Virgem Maria por aquilo que ela foi em toda a sua vida: um serviço pleno a Deus em todo o seu ser.

Como hoje, mais do que em todos os tempos, precisamos descobrir e redescobrir a graça de servir, porque, no mundo que valoriza e exalta acima de tudo o individualismo e cada um pensa em si, nas suas coisas e nos seus interesses, a dificuldade é para Deus encontrar servos humildes, pessoas que tenham almas realmente abertas para o outro, que não estejam simplesmente focados em si, nas suas coisas, nas suas necessidades, mas sabem fazer isso para além de suas próprias ocupações, estão abertas para servir a Deus, para obedecer-Lhe, para ir ao encontro do outro.

Hoje, com Maria, exaltamos o Deus poderoso, grande, que olha para Seus humildes servos e faz, no coração de cada um, a sua obra acontecer. Aquilo que Deus realizou no coração de Maria, Ele quer realizar no coração de cada um de nós.

Sejamos humildes e servos, e a graça de Deus permanecerá em nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Homilia Diária

21DEZ2018

O essencial é que sejamos portadores da graça de Deus em um mundo tão carente da presença divina

Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia” (Lucas 1,39).

Hoje, contemplamos a Virgem Maria, aquela que se coloca a caminho do serviço do amor. Maria tinha acabado de receber o anúncio do arcanjo Gabriel, anunciando que ela seria a Mãe do Salvador.

Maria não ficou parada em si mesmo, se engrandecendo, se exaltando, pelo contrário, ela foi levar o Deus que estava nela ao encontro do próximo. Quem é o próximo? O próximo é aquele que colocamos em nosso caminho, porque existem aquelas pessoas das quais nos desviamos, aquelas que tiramos do nosso caminho, mas o próximo é aquele que colocamos no caminho para servir, para levarmos Deus até ele.

Quantos, no meio de nós, precisam que sejamos portadores da graça e do amor de Deus. Maria é a porta pela qual o Senhor entrou e permaneceu, mas ela é a porta que se abre para que o Senhor seja conhecido e amado. Ela é a portadora de Deus para os nossos corações.

O nosso coração precisa ser uma porta aberta por onde a graça de Deus entra e possa habitar em nós. O nosso coração precisa ser uma porta aberta para que levemos Deus ao coração dos homens, para que O levemos ao coração do próximo.

Estamos muito ocupados com nossas tarefas, obrigações, correrias da vida, e fico pensando como cada um está correndo para preparar a Ceia de Natal, festa de final de ano, compras, presentes, shopping, lojas e tudo aquilo que se tornou as parafernálias desse final de ano. Muitas vezes, todos esses acontecimentos nos tiram do foco, do essencial e do fundamental.

O essencial não é o presente material que podemos levar a alguém; o essencial é que sejamos portadores da graça de Deus em um mundo tão carente da presença divina.

Sejamos como Maria, saíamos dos nossos lugares, das nossas acomodações e levemos a presença de Deus aos corações sedentos como o nosso do Deus vivo, verdadeiro e real.

O melhor presente que Deus nos deu foi a sua presença real, viva e verdadeira no meio de nós. O melhor presente é sermos presentes na vida do outro, levando o Deus que cremos e está no meio de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Homilia Diária

20DEZ2018

O ventre de Maria é o lugar da contemplação, do silêncio e da espera

Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus”(Lucas 1,30-31).

Maria é a agraciada! Eu fico olhando para o mundo em que se celebra o Natal: há luzes, árvores de Natal, cartões, Papai Noel, mas não vamos à árvore primeira, pura, sem mácula, a árvore que gera a vida, aquela que nos traz a vida. Essa árvore fecunda, abençoada, pura e sem mancha, é a Virgem Maria. Quando o Anjo diz que ela é agraciada, toda cheia da graça, é porque o que vem dela é o que nos salva e redime. Por isso, o filho que sai dela se chama Jesus, porque Ele é o nosso Salvador.

Precisamos nos voltar, neste tempo de graça, para o milagre único e radiante que se realiza no ventre da Virgem Maria, dele brota o novo paraíso, a nova humanidade.

Uma humanidade para ser salva precisa de alguém que a resgate. Aquele que regasta e salva essa humanidade tem nome, chama-se Jesus, Ele brota e vem do ventre da Virgem Maria. Por isso, o mistério do Natal se esconde em Maria, se manifesta nela. As luzes que brotam e vêm para iluminar os nossos corações vêm do ventre de Maria. Por isso, paramos para contemplar, para reconhecer as grandezas d’Aquele que se faz pequeno no ventre de uma mulher.

Eu fico admirado quando vejo nossas mulheres engravidarem. Veja que beleza é a barriga da mulher quando vai crescendo! É a vida que vai se manifestando com o desejo de vir até nós.

Eu fico a contemplar Deus que desce do Céu, encarna-se no ventre de Maria e vem ao nosso encontro. Não há melhor lugar, não há melhor maneira de vivermos a intensidade, a espiritualidade, a mística natalina do que nos voltarmos para o ventre daquela que concebeu Jesus. Ali, o homem novo é gerado, a mulher nova é gerada, ali somos refeitos, recriados, entramos no paraíso que se perdeu com o pecado de Adão e com os nossos pecados.

O ventre de Maria é o lugar da contemplação, do silêncio, da espera e de saber aguardar. Vivemos nos tempos da ansiedade que toma conta do coração de todos os homens e mulheres. Maria irrompeu a ansiedade da história para se colocar na serenidade do Espírito para fazer do seu ventre o lugar da morada de Deus.

Queremos ver Jesus, contemplar o lugar de onde Ele veio.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Homilia Diária

19DEZ2018

Consagre seu filho a Deus, consagre-o para que, no mundo em que vivemos, ele possa crescer temente e obediente a Deus

Porque ele vai ser grande diante do Senhor. Não beberá vinho nem bebida fermentada e, desde o ventre materno, ficará repleto do Espírito Santo” (Lucas 1,15).

A história de Zacarias e de sua esposa Isabel nos mostra que um casal de Deus deve ser, acima de tudo, temente a Ele, colocar n'Ele a sua confiança, a sua esperança, mesmo quando nem a própria natureza corresponde. Um homem de idade avançada e e uma mulher também de idade avançada e estéril, mas ambos têm como graça principal servir a Deus dia e noite. Eles viviam numa sociedade que desprezava a mulher que não gerava filhos, mas a graça de Deus estava com eles, e não se deixaram atemorizar pelo desprezo nem pelo descaso humano. Colocaram-se nas mãos de Deus.

No momento que ninguém esperava e que, humanamente, era até impossível gerar um filho, o anjo visitou Zacarias, sacerdote do templo que servia o Senhor, e disse-lhe: “A sua mulher vai conceber um filho”, e ainda descreveu como seria esse menino, fruto da oração, do pedido e da súplica, e abençoado desde o ventre de sua mãe. Desde o ventre de sua mãe esse menino ficaria repleto do Espírito Santo.

Sabe qual é o desejo de Deus? Que todas as crianças, já no ventre de suas mães, fiquem cheias do Espírito Santo, fiquem repletas da graça de Deus.

Toda gravidez precisa ser uma dádiva divina, por isso, hoje, quero me unir ao coração de pais, mães, homens e mulheres que vivem a graça da espera de ter um filho, sejam os que a natureza lhes possibilita com muito mais naturalidade, sejam aqueles que encontram dificuldades de diversas ordens até para engravidar.

O primeiro passo para todos nós é sermos de Deus, sermos tementes a Ele, gerarmos o Senhor onde estivermos. Gere Deus no seu casamento, na sua vida matrimonial, e os frutos virão. Os filhos virão, os cuidados com as coisas de Deus, o serviço, o temor a Deus e ao Seu Reino virão acima de tudo.

Quem tem a graça de engravidar, consagre o seu filho a Deus, consagre-o para que, no mundo em que vivemos, ele possa crescer temente e obediente a Deus, amando-O sobre todas as coisas.

Por mais difícil que seja para alguns engravidarem, gerar filhos, os filhos em todos os sentidos são uma bênção, uma graça divina. Não se fecha o dom da maternidade e da paternidade aqueles que são chamados à graça do matrimônio, mas é preciso cuidar do filho antes que ele venha, antes da gravidez.

É preciso entregar Deus a cada uma das nossas crianças, porque, no mundo em que vivemos, o selo de Deus, a Sua marca e criação, o direcionar para Deus faz toda a diferença no mundo onde Ele e seus valores são rejeitados.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Homilia Diária

18DEZ2018

Recebamos Maria em nossa vida, na nossa casa, pois ela nos apontará a direção do Céu

“José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo” (Mateus 1,20).

Não há presença de Jesus no meio de nós sem a presença de Maria, a Mãe que O gerou e O trouxe até nós. Maria é a portadora de Deus, a portadora do Verbo divino. Ela é a primeira que colaborou de forma plena e total com o desígnio salvador de Deus, que é a encarnação de Jesus no meio de nós.

Humanamente, não é fácil de entender nem compreender, porque os desígnios divinos estão além da nossa compreensão humana, nem mesmo José entendeu. Até José ficou confuso, meio perdido sobre o que aconteceu, o que se realizava em Maria.

É por isso que o anjo se manifesta a José dizendo: “Não tenha medo, porque o que se realiza em Maria é ação do Espírito, por isso não tenha medo de recebê-la”. Para recebermos Jesus em nós, não podemos ter medo de receber Maria nem de amá-la.

Amar Maria é pecado? Que pecado Deus pode ter cometido? Porque Ele foi o primeiro que a amou profundamente e quis, inclusive, fazer morada nela. Amar Maria é amar os desígnios de Deus que se manifestam no ventre dela. Não tenhamos medo nem receio.

José a recebeu em sua casa. Receba Maria em sua casa, em sua vida. Muitos podem pensar: “Eu não preciso dela, eu vou direto a Deus”. Entretanto, Deus não veio direto a nós, Ele veio a nós por meio dela. Foi Deus quem escolheu esse caminho, é claro que poderia ter sido outro caminho, Deus é Deus e Ele tudo pode, nada é impossível para Ele. Mas Deus escolheu a mediação humana, e essa mediação tem nome, é a Virgem Maria. E nós nos voltamos agora para Deus e a mediação humana da dureza, da humildade, da entrega de Maria; é um caminho mais do que abençoado para chegarmos a Deus.

Eu recebi Maria em minha vida, ela me ensinou e ensina-me todos os dias a ser de Deus, a amá-Lo, a abrir meu coração para que Ele faça morada em mim, como habitou nela. Maria é aquela que faz de nós presépios vivos, não faz de nós apenas seres decorativos no processo divino salvífico. Maria nos aponta o caminho e a direção para amarmos a Deus sobre todas as coisas.

Recebamos Maria em nossa vida, na nossa casa, e ela nos apontará a direção do Céu.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Homilia Diária

17DEZ2018

Jesus veio para renovar toda a raça humana, e todas as gerações são renovadas n'Ele, pois Ele assumiu a nossa natureza

Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo” (Mateus 1,16).

Temos a graça de começar, hoje, a preparação próxima do Natal de Jesus Cristo. Daqui a uma semana, estaremos reunidos em nossas igrejas, capelas, em nossas casas e famílias para celebrarmos o Natal do Senhor.

A Palavra de Deus precisa guiar nossos passos, direcionar a nossa vida neste tempo de vivência para o tempo do Natal. Hoje, a Palavra nos coloca nas origens. A origem de Jesus foi assim: vamos a Abraão, a Isaac, a Jacó. Vamos perceber que a nossa origem não começa quando nascemos no ventre de nossa mãe. A nossa vida começa com os nossos antepassados, com todos aqueles que vieram antes de nós.

É importante reconhecer de onde Jesus veio. Desde o primeiro mencionado que é Abraão, nosso pai na fé, vieram homens santos, justos, piedosos, mas há também pecadores, traidores e adúlteros. Há diversas situações entre aqueles que foram os antepassados de Jesus.

Jesus veio para assumir a história humana, Ele veio para assumir a sua própria história, Ele veio para santificá-la, renová-la, porque, muitas vezes, uma história está caminhando para cá e a graça de Deus dá a direção de caminhar na direção correta por onde ela deve ir.

O que devemos fazer diante daquilo que nos apresenta a Palavra de Deus? Primeiro, precisamos assumir a nossa história, assumir quem somos, assumir a família que temos, os nossos antepassados, de onde viemos. Como é importante assumir a nossa história!

Segundo, deixar que nossa história seja curada, porque Jesus veio para curar, resgatar e salvar a história humana. Viemos, muitas vezes, de famílias abençoadas, famílias de tradição católica e religiosa, mas no meio de tudo isso há também tradições que não são. Há muita coisa mundana e profana na nossa própria história de vida. A graça de Deus santifica e renova todas as coisas, quando permitimos Deus entrar na raiz da nossa vida.

Deixe-se curar por Deus, deixe que tudo aquilo que são marcas no nosso interior, na nossa história, marcas de pecado, vícios, maus comportamentos que até herdamos. Precisamos, com a graça de Deus, santificar toda a nossa vida, e a santificação só acontece quando a história é assumida. A humanidade só é renovada quando se deixa tocar pela graça que veio para santificá-la.

Jesus veio para renovar toda a raça humana, e todas as gerações são renovadas n'Ele, pois Ele assumiu a nossa natureza. É preciso que a nossa natureza O assuma como Senhor, Salvador e Redentor, e permita que, independente da nossa história, Jesus entre nela e faça a diferença.

Faça isso na sua casa, na sua família e na sua história. Permita Jesus entrar com força para renovar, santificar e restaurar.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 16 de dezembro de 2018

Homilia Diária

16DEZ2018

Superar a injustiça é sairmos de nós para irmos ao encontro do outro. Superar a injustiça é não nos fecharmos no nosso mundo

As multidões perguntavam a João: ‘Que devemos fazer?’” (Lucas 3,10).

A pergunta que as pessoas que acorriam a João Batista realizavam é também o questionamento que devemos fazer diante da Palavra de Deus que nos é apresentada: “O que devemos fazer?”.

Que precisamos nos converter é um fato, penso que nenhuma pessoa sensata tenha dúvida disso. O que devemos fazer para que a conversão aconteça em nós?

João está apontando o caminho de superar toda e qualquer injustiça, porque João respondia a todos que iam até ele: “Não tomai dinheiro a força de ninguém. Não façais falsas acusações. Sejam contentes com os vossos salários. Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem. Quem tiver comida, dê para quem não tem”. Nossa atitude deve ser, primeiro, reparar as injustiças que, muitas vezes, cometemos dentro de nossas casas, em nossas famílias.

Somos injustos quando falamos mal uns dos outros, quando não temos paciência um com o outro. Somos injustos quando não damos atenção que o outro merece de nós. Somos injustos quando deixamos os nossos sentimentos se basearem mais nos ressentimentos do que no sentimento do amor. Somos injustos quando não nos preocupamos com quem passa as diversas dificuldades da vida: os doentes, os enfermos, os pobres, os famintos, aqueles que estão desamparados pela vida.

Não podemos ficar cuidando da nossa vidinha, das nossas coisas, das nossas contas e despesas. Superar a injustiça é sairmos de nós para irmos ao encontro do outro. Superar injustiça é não se fechar no nosso mundo, mas nos abrirmos para os horizontes da realização humana mais plena que é a convivência de uns com os outros.

O Evangelho de hoje é um convite para nos abrirmos para Jesus. João estava batizando com água, mas ele mesmo disse: “Aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. Eu batizo com água, eu não sou digno nem de desamarrar as correias de suas sandálias, porque Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo”.

Quando Jesus nos batiza no Seu Espírito e o fogo d’Ele acende em nós, somos impelidos para a caridade. Muito cuidado para não achar que o fogo do Espírito é somente para orarmos em línguas ou para profetizarmos.

O fogo do Espírito arde em nós como ardeu no coração de João, e ele estava ali reparando as injustiças humanas. Quando o espírito arde em nós, tornamo-nos justos, queremos que a justiça aconteça e estamos buscando viver a verdade, por mais incômoda que seja.

Permitamos que esse Espírito, que esse fogo abrasador que vem do Alto nos impila, leve-nos adiante para cuidarmos uns dos outros.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 15 de dezembro de 2018

Homilia Diária

15DEZ2018

Ainda que sejamos de Deus por um tempo, que já participemos das coisas d’Ele, é sempre necessário que esse fogo esteja ardendo em nós

Naqueles dias, o profeta Elias surgiu como um fogo, e sua palavra queimava como uma tocha” (Eclo 48,1).

A Palavra de Deus exalta para nós a figura do profeta Elias. Quando olhamos no Antigo Testamento, Elias é para nós o referencial do profetismo exercido na primeira revelação divina.

Elias veio como um fogo divino, tinha um coração abrasado pela graça de Deus, tomado pelo fogo do Céu, e deixou que esse fogo consumisse o seu coração. O fogo do amor, do ardor, o fogo de alguém que se deixou consumir por Deus e pela Sua Palavra.

Quando Elias falava, a Palavra de Deus saía de sua boca. Ele, realmente, fazia os pecados serem queimados, fazia as consciências arderem de arrependimento e voltarem para o caminho do Senhor.

Elias foi arrebatado aos Céus, e o povo viveu na expectativa de que ele voltasse. Jesus, no entanto, está dizendo hoje: “Elias voltou e vocês não o reconheceram”. João Batista personifica e traz para nós o que é o profetismo de Elias na nova revelação ou na revelação definitiva.

Se Elias é considerado o profeta do Antigo Testamento, João é o profeta do Novo Testamento. Se Elias abriu o coração para que acolhessem a mensagem de Deus, João é aquele que vem para abrir e queimar os corações para que acolham Jesus, a Palavra eterna e a sabedoria encarnada de Deus no meio de nós.

Profetas não são aqueles que simplesmente falam de Deus, mas aqueles que levam Deus ao coração das pessoas, primeiro, pelo arrependimento sincero, pela conversão de vida e a entrega do coração a Deus. Todo profetismo prega arrependimento, mudanças de atos, costumes, pensamentos e sentimentos.

Todo profetismo vem queimar nossos corações, não nos deixa acomodados no estado em que estamos. Ainda que sejamos de Deus por um tempo, que já participemos das coisas d’Ele, é sempre necessário que esse fogo esteja ardendo em nós, que penetre o nosso interior e vá nas penumbras da nossa alma e acenda um desejo sincero de conversão, de arrependimento e entrega da vida a Deus.

Esse tempo de graça que vivemos é um tempo que nos convida a mudarmos, a deixarmos que o fogo de Deus esteja ardendo dentro de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Homilia Diária

14DEZ2018

Não podemos fazer das nossas decepções desculpas para não nos comprometermos com Deus e com Seu Reino

Veio João, que nem come nem bebe, e dizem: ‘Ele está com um demônio’. Veio o Filho do Homem, que come e bebe e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de cobradores de impostos e de pecadores’” (Mateus 11,18).

Os homens da época de Jesus deram diversas desculpas para aceitá-Lo ou não. Não importa a modalidade de vida que estavam vivendo, porque, como Jesus mesmo disse: “Veio João, aquele homem penitente, austero, de vida acética, mas diziam: ‘Ele é um demônio. Esse comportamento dele é estranho’. Veio Jesus, que estava com os pecadores, comiam, visitava as casas das famílias e diziam: ‘É um comilão e beberrão’.

Quando não queremos nos encontrar com a verdade ou quando a verdade nos incomoda, temos qualquer desculpa para fugir do confronto com ela, vamos sempre culpando, criticando, vendo sempre o erro nos outros. A incapacidade que temos de fazer autocrítica, de nos conhecermos de verdade e de nos voltarmos para o nosso interior nos leva a estarmos sempre buscando a culpa e a desculpa nos outros, o problema é sempre o outro. “O problema é aquele padre. O problema é a igreja. O problema são as pessoas da igreja. Eu não vou mais, porque lá está cheio de pessoas falsas”.

Quando não queremos de verdade, quando não queremos nos comprometer, quando não queremos nos conhecer de verdade, não queremos nos entregar para o Reino de Deus ou para os outros compromissos que a vida exige de nós, é mais fácil arrumarmos desculpas e vivermos exaltando essas desculpas e as colocando como as grandes responsáveis pelas decisões que tomamos de nos afastar, de não trabalhar, de não nos comprometermos quando, na realidade, poderíamos parar para buscar a verdadeira saberia que vem de Deus, a qual se encontra nos corações humildes, que reconhecem os seus próprios limites e sabem reconhecer a graça de Deus e onde estão os limites e fraquezas humanas.

Não podemos viver de desculpas para cá ou para lá, não podemos fazer das nossas decepções, das nossas mágoas, dos nossos ressentimentos e rancores culpas e desculpas para não nos comprometermos com Deus e com seu Reino. Ele está no meio de nós, precisamos abraçá-Lo, assumi-Lo, entregar a nossa vida e deixar que Ele cuide de nós e direcione o nosso viver.

Ainda que o humano cause decepções, o nosso humano também causa decepções nos outros. Buscamos corrigir a nossa humanidade a partir d’Aquele que se fez humano por nós para levar a nossa humanidade para junto de Deus. Estejamos com Ele e n’Ele, pois Ele cuida de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Homilia Diária

13DEZ2018

O que nos faz grandes ao coração de Deus é nos tornarmos pequenos e insignificantes

Em verdade eu vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele” (Mateus 11,11).

A Palavra de Deus, hoje, exalta a figura de João Batista, aquele que batizava. Era muito mais do que aquilo ele fazia além do Jordão, levando as pessoas à conversão, à mudança; ele, na verdade, trazia um batismo de transformação de vida.

João era um convertido, um homem todo de Deus desde o ventre de sua mãe. Ele viveu a graça de ser todo de Deus, santificado ainda no ventre. Por isso, o Evangelho exalta que entre os nascidos de mulher não houve ninguém maior do que João; maior na importância e no profetismo. João é aquele que encerra o profetismo do Antigo Testamento e abre as portas para a profecia do Novo Testamento.

O mesmo Evangelho que o exalta coloca uma outra condição ao nos dizer que o menor no Reino dos Céus é maior do que João. Veja que o Reino dos Céus não é para os grandes, mas para os pequenos.

João era pequeno e se fazia cada vez menor. Ele mesmo dizia a respeito de Jesus: “Convém que Ele cresça, que Ele apareça, que Ele seja exaltado" e que eu desapareça, que eu diminua, porque quem se põe a ser de Deus não se põe para ser grande, o mais importante ou o exaltado, muito pelo contrário, se põe na condição de ser o menor, de ser até aquele que é tido como insignificante, sem importância nenhuma, porque esse é o mais importante no coração de Deus.

Vivemos um tempo em que o sentimento de grandeza, de importância, valorização e exaltação das pessoas tomam conta dos sentimentos humanos porque, muitas vezes, se deixam levar por esse sentimento quando experimentam a depreciação, a crítica, a desvalorização, e caem no vazio existencial, mergulham, muitas vezes, numa depressão, estão com o coração tomado por uma angústia sem nome e sem proporção, porque vivem à mercê da valorização.

O valor que temos está no coração de Deus, e para descobrir o nosso valor precisamos rebaixar o nosso orgulho, a nossa soberba, esse sentimento de grandeza que, muitas vezes, toma conta de nós.

Deus quer que sejamos maiores do que João Batista. Não precisamos pregar mais do que ele nem fazer mais penitências do que ele, não precisamos realizar todas as obras que ele fez, porque ele fez a sua missão.

Podemos realizar a nossa missão, assumir as nossas responsabilidades, mas é essencial a humildade e a pequenez.

Não faça nada com espírito de orgulho e soberba, você pode até pregar o Evangelho no mundo inteiro, mas se o que o motiva é o orgulho, para Deus é depreciativo o que você faz.

O que nos torna grandes ao coração de Deus é nos tornarmos pequenos e insignificantes. Convém que Jesus cresça e que nós sejamos cada vez menores.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Homilia Diária

12DEZ2018

Supliquemos a Mãe de Deus que Ela venha socorrer a nossa pobreza, a nossa miséria mas, sobretudo, a nossa falta de fé

“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?” (Lucas 1,42-43).

A expressão de alegria, contentamento e jubilo que vem do coração de Isabel é o contentamento daquela que teve a visita, o encontro com a Mãe do Senhor. Quando Maria sai de onde Ela está e vai ao encontro do outro para levar o Senhor, porque Ela é a portadora do Céu, Ela traz em si o filho eterno de Deus. Assim, como Ela foi levar Jesus para Isabel, veio trazer Jesus para a humanidade, Ela, também, nos visita.

Hoje, temos a graça de celebrar Nossa Senhora de Guadalupe. O continente pobre, sofrido e marcado pelas desigualdades sociais teve a graça de receber uma visita celeste única, de cuidado, de ternura e amor que chamamos de Senhora de Guadalupe.

O indígena, Juan Diego, representa todos os povos desse continente, afinal de contas, eles eram os primeiros habitantes desse lugar. Eles foram saqueados, roubados, maltratados; e a Mãe do Céu foi dizer a Juan Diego e a cada habitante desse continente: “Eu sou sua mãe. Eu estou contigo”, em outras palavras: “O Céu está do nosso lado. O Céu vem em nosso socorro, mesmo quando estamos explorados, maltratados, mesmo quando vemos reinar no meio de nós tantas injustiças e desigualdades".

Não podemos perder o referencial do Céu. Se não buscamos o Céu, ele desce até nós para que não percamos a visão do sobrenatural. A aparição em Guadalupe, ainda no século XVI representa uma visão celeste extraordinária. Todos os sinais de Guadalupe revelam para nós uma manifestação milagrosa do amor de Deus neste povoado de Guadalupe, que se estende por todo o continente latino-americano.

Supliquemos a Mãe de Deus que Ela nos visite, que venha ao nosso encontro, que venha socorrer a nossa pobreza, a nossa miséria mas, sobretudo, a nossa falta de fé. Não nos percamos nas angústias da vida, nas tristezas e nas situações tenebrosas que, muitas vezes, passamos, sobretudo, os mais pobres, os mais sofridos e os mais desamparados. Encontremos em Maria o refúgio seguro do Céu.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Homilia Diária

11DEZ2018

A alegria de Deus é encontrar o que está perdido; a alegria do coração d'Ele é reencontrar cada uma de Suas ovelhas

Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam” (Mateus 18,13).

Há mais alegria no coração de Deus com o encontro do que com aqueles que estão em Deus e, muitas vezes, não se encontram no colo d’Ele. A alegria do Senhor é encontrar o que está perdido, a alegria do coração d'Ele é reencontrar cada uma de Suas ovelhas.

Existem, talvez, noventa e nove ovelhas acomodadas, felizes, porque estão na Igreja, porque estão na casa de Deus, porque participam dos movimentos da Igreja, porque fazem seus serviços, mas não se incomodam com a ovelha que está perdida. Ou, talvez, traduzindo o que o Papa Francisco traz para os nossos dias: hoje, temos algumas ovelhas na casa do Senhor e outras noventa e nove longe precisando ser encontradas.

Não podemos regozijar somente por nós: “Porque nós encontramos o Senhor. Porque nós estamos na casa do Senhor”. O trabalho do pastor é encontrar o que está perdido.

Encontramo-nos, muitas vezes, perdidos mesmo estando na casa de Deus, mesmo estando no serviço do Senhor. Se estamos perdidos, Deus está procurando nos encontrar, está buscando o que está perdido em nós, onde está o fio condutor e a direção da nossa vida.

Às vezes, acontecem coisas, situações que nos entristecem, desfavorecem e frustram a nossa vida e o nosso coração, mas não podemos perder a direção, não podemos perder a luz. A luz e a direção da nossa vida tem nome, chama-se: Jesus. É preciso estar com Jesus, não basta saber d’Ele, é preciso conviver e estar no coração de Deus. Esse é, na verdade, o grande movimento da nossa alma: todos os dias procurar o Senhor e deixar-se ser encontrado por Ele.

Deus está nos procurando em tudo aquilo que estamos fazendo e realizando no nosso trabalho, na nossa casa, na nossa família, nos negócios, naquelas situações mais pessoais que vivemos, sobretudo, nos nossos afetos e nas nossas emoções.

Quantas vezes nos perdemos no mundo emocional, nos confundimos em meio a tantas emoções da vida, e é preciso a sobriedade de espírito para poder se encontrar e não se perder nos caminhos da vida. Ao mesmo tempo em que procuramos nos encontrar com o Senhor e Ele nos encontrar, precisamos procurar os que estão mais distantes dos caminhos d’Ele. Precisamos alargar os horizontes do nosso coração para irmos ao encontro do outro, para nos alegrarmos com aquele que volta, para fazermos festa com quem está distante. Não há celebração do Natal sem a ovelha perdida voltando para se encontrar com o Senhor.

Que aquilo que está perdido em nós tenha a graça do encontro com a verdade de Deus e, ao mesmo tempo, os que estão perdidos e distantes d'Ele tenham a graça de se encontrar com a luz e com a verdade que se chama Jesus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Homilia Diária

10DEZ2018

O Filho do Homem tem na Terra o poder de perdoar os pecados

“Pois, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder de perdoar pecados — disse ao paralítico — eu te digo: levanta-te, pega o leito e vai para casa” (Lucas 5,24).

A graça que vemos hoje é desse paralítico que é levado até Jesus. Jesus, cura esse paralítico pela fé dele e daqueles homens que sobem pelo telhado para fazerem com que ele fique com Jesus, para que seja curado e para que se levante.

Veja, o que Jesus faz em primeiro lugar é perdoar os pecados desse homem, porque algumas pessoas acham que Deus nos cura de uma forma mágica quando, na verdade, Ele nos levanta daquilo que nos prostra, daquilo que nos paralisa e nos mantêm presos, escravos ou cativos a esse mundo.

Nada mais nos escraviza e nos paralisa na vida do que os nossos próprios pecados. Aliás, a grande paralisia da vida humana é a pessoa não ter mais capacidade para reconhecer os próprios pecados, chega num estado de acomodação, de conformidade com o que é errado que a pessoa nem toma consciência do que é pecado. Talvez ela até possa ter a consciência de que está pecando, mas não consegue sair ou já se entregou de tal forma que a sua vida espiritual paralisou.

Não crescemos na relação com Deus, não crescemos na santidade, se não nos libertarmos da escravidão do pecado. Não somos capazes por nós mesmos de nos libertarmos do pecado porque não temos o poder de perdoar os nossos pecados, o que temos é a condição de nos arrependermos deles; temos a condição de reconhecê-los, mas o Filho do Homem tem na Terra o poder de perdoar os pecados.

Precisamos entender que perdoar os pecados não é aquela simples situação de duas pessoas se desentenderem: “Perdoe-me”, e o outro nos perdoa. É muito mais do que isso, porque o pecado traz suas consequências, ele deixa marcas em nós e nos outros. O pecado destrói a nossa relação, a nossa proximidade e intimidade com Deus. O pecado nos rebaixa, nos humilha e não podemos negar que nos paralisa.

Deus nos quer de pé, por isso Ele quer perdoar os nossos pecados, mas precisamos nos arrepender deles.

Neste tempo de graça, onde muitos estão se preparando para as festas, estão arrumando a casa, organizando isso e aquilo, não deixe de fazer o essencial. É essencial para esse tempo de graça um bom, um verdadeiro, um autêntico exame de consciência onde vamos rever nossas posições, nossas posturas, atitudes, o que fazemos, falamos e pensamos, vamos reconhecer onde falhamos de verdade e suplicar com todo ardor do nosso coração a misericórdia e o perdão de Deus.

Deus quer tirar a nossa vida da paralisia, Ele faz isso quando nos libertamos de nós, dos nossos pecados e deixamos a sua graça nos renovar.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 9 de dezembro de 2018

Homilia Diária

09DEZ2018

O modo de João fazer esse percurso e nos mostrar por onde devemos andar é por aquilo que ele fez pregando um batismo de conversão

E ele percorreu toda a região do Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados”(Lucas 3,3).

Que graça sublime, neste segundo domingo do Advento, colocarmos em destaque o papel de João Batista. Maria foi toda de Deus, mas João também foi todo d'Ele desde o ventre de sua mãe, quando lá foi santificado. João nasceu com uma missão divina, nasceu para ser profeta do Deus Altíssimo e veio para preparar e aplainar os caminhos por onde o Senhor deveria passar.

João é para nós uma seta que nos indica o caminho do Céu. Como ele mesmo vai nos dizer, ele não é o caminho, mas nos aponta Jesus, que é o caminho. Ele não é a salvação, mas nos aponta Jesus como nosso Salvador.

O modo de João fazer esse percurso e nos mostrar por onde devemos andar é por aquilo que ele fez pregando um batismo de conversão. É convertendo o coração, é nos arrependendo de nossas faltas, buscando o perdão de Deus que encontramos a salvação.

Vemos a salvação de Deus entre nós quando nos arrependemos, sinceramente, dos nossos pecados. O caminho que João traça para a nossa vida, neste tempo de graça que chamamos de Advento, é pararmos para tomar consciência de que todos nós somos pecadores. Essa consciência do todo precisa ser trazida para o nosso individual, para o nosso singular, porque o que precisamos é, de forma pessoal e não coletiva, simplesmente nos arrependermos dos nossos próprios pecados, deixar que aquilo que o batismo fez em nós, quando éramos crianças, nos removendo da consequência do pecado original, que o nosso batismo seja atualizado sempre, seja vivo sempre, que entremos pelas águas do rio Jordão, para que Deus nos lave, purifique-nos e renove para termos a graça de recebermos Jesus, o nosso divino Salvador.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 8 de dezembro de 2018

Homilia Diária

08DEZ2018

O novo paraíso é o ventre e o coração de Maria, porque ela foi toda feita por Deus, livre de toda mancha

Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lucas 1,28).

Celebramos, com muito amor no nosso coração, a grande festa da Solenidade da Imaculada Conceição de Maria. Essa verdade da fé nos diz que Maria foi preservada da mancha do pecado original desde o momento da sua concepção.

Na história da Igreja, nunca houve dúvidas sobre a santidade de Maria, sobre o fato de ela não ter pecado. O que sempre se perguntou é em qual momento Deus a libertou do pecado e em que momento ela foi santificada para ter vivido essa graça para ser toda de Deus.

João Batista foi santificado no ventre de sua mãe, mas Maria, por graça e privilégio especial, não por causa dela, mas pelos méritos do seu próprio filho Jesus Cristo Nosso Senhor e Salvador, que foi concebido no seu ventre, foi preservada em vista dessa graça sublime e maior, que é gerar Jesus: o ventre puro e imaculado, o lugar da morada de Deus.

Celebramos, hoje, o novo paraíso, porque o velho foi corrompido pelos pecados dos nossos pais. O novo paraíso é o ventre e o coração de Maria, porque ela foi toda feita por Deus, livre de toda mancha. A criação primeira corrompida é novamente recriada em Maria.

A Virgem Mãe não é deusa nem semideusa, mas uma criatura como todas as outras. Ela apenas correspondeu a uma graça que caiu em desgraça por causa de Adão e Eva, e agora essa graça é plenamente recuperada nela, por isso o anjo a saúda como totalmente agraciada por Deus.

O anjo não diz: “Olha, você vai se tornar agraciada”. Ele diz: “Você é a cheia de graça”, porque a graça de Deus está sobre ela desde o momento que ela foi concebida no ventre de sua mãe.

O que Maria tem a nos ensinar? É um privilégio? Não chamo de privilégio, eu chamo de graça. E o que Maria fez? Ela correspondeu a essa graça.

Quanto maior é a graça, maior é a responsabilidade; e quanto maior for a irresponsabilidade com a graça, maior também são as desgraças e consequências disso. Basta ver o que foi a decorrência do mal que se apoderou do coração de Adão e Eva, nossos primeiros pais. 

A festa da Imaculada Conceição nos chama a trilhar um caminho de fidelidade a Deus e de combate ao mal e ao pecado. Maria é para nós uma seta que indica o caminho do Céu. Podemos segui-la na fidelidade ao Senhor, no amor ao Reino dos Céus e no combate ao pecado, porque ela não foi só concebida, mas não deixou que o pecado entrasse na vida dela.

Não é porque nascemos pecadores, que podemos nos entregar aos deleites dos pecados ou deixar que eles façam morada em nós.

Maria foi morada da graça, o que ela quer, hoje, é fazer de nós um lugar onde a graça de Deus viva, more e habite, para estarmos também com ela na eternidade feliz.

Deus abençoe!

 

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Homilia Diária

07DEZ2018

É o momento, é a hora da graça, de deixarmos Deus abrir os nossos olhos e nos mostrar a luz da vida

Então Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: ‘Faça-se conforme a vossa fé’” (Mateus 9,29).

São dois cegos que estão gritando: “Jesus, tende piedade de nós! Filho de Davi, tenha compaixão de nós!”. Esses cegos querem ser curados, estão clamando para que Jesus se compadeça deles. Jesus está perguntando se eles têm fé, se eles acreditam que Ele pode fazer algo por eles; então dizem: “Sim, eu creio”. É por isso que Jesus tocou nos olhos deles e disse: “Faça-se segundo a vossa fé”.

Essa é a grande graça que a fé nos concede, ela abre os nossos olhos. A fé nos abre para enxergarmos o que a incredulidade, o orgulho e o pecado não nos permitem enxergar.

Todos nós vivemos a insensatez de não enxergarmos a verdade. Os nossos olhos estão como que cobertos por escamas e não enxergamos a vida e a realidade como de fato ela é, porque não temos os olhos da fé.

A graça que esses dois homens alcançaram é muito mais do que a graça da visão física, propriamente dito. A graça de enxergar é aquilo que eles, como cegos, já estavam enxergando, que Jesus era a luz da vida deles.

É preciso dizer que para nós, que caminhamos, muitas vezes, em meio à escuridão, às obscuridades na alma, na mente, nos relacionamentos e em todas as situações da vida, Jesus é a luz da vida. É Ele quem ilumina os nossos olhos, é Ele quem clareia o nosso coração diante de tantas coisas obscuras que nos cegam.

Acalme o seu coração, silencie a sua alma e busque, com toda intensidade do seu ser, a confiança e a fé n’Ele, porque Ele há de abrir os nossos olhos, vai nos ajudar a enxergar o que não conseguimos.

O cego é aquele que não enxerga a si mesmo. Achamos que enxergamos bem, mas nem óculos nós usamos! Nossa mente, no entanto, está, muitas vezes, obscurecida e ofuscada, nem nos enxergamos, não percebemos quando estamos fazendo mal aos outros, estamos sendo ridículos com nós mesmos, estamos nos enganando, iludindo-nos com tantas coisas que não percebemos. Estamos falhando com o outro.

É o momento, é a hora da graça, de deixarmos Deus abrir os nossos olhos, nos mostrar a luz da vida, para que não morramos na cegueira sem enxergar a luz da vida e ver a vida com a luz da graça, para que a nossa vida caminhe na direção do Céu e da eternidade.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Homilia Diária

06DEZ2018

Somos pessoas frágeis, sujeitos a falhas e erros, por isso a nossa confiança sempre tem de estar em Deus Nosso Senhor

“Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha” (Mateus 7,24-25).

Onde você está alicerçando a sua vida? Sobre qual fundamento você está colocando a sua existência? Viver não é fácil para ninguém, pois a existência humana é condicionada a tantas situações problemáticas, emblemáticas, que vem de todos os lados. Seja a chuva que vem de cima, sejam as enchentes que vêm debaixo, sejam os ventos que vêm do lado, em todas as proporções estamos tendo os enfrentamentos da vida.

Se edificarmos a nossa casa sobre a rocha firme, que é Jesus, Ele nos manterá de pé, Ele nos sustentará. Muitas vezes, abalamo-nos, caímos, prostramo-nos e temos quedas que arrasam toda a nossa vida. Primeiro, porque colocamos uma confiança muito grande em nós. É verdade que temos de ter confiança em nós, não podemos ser movidos por um sentimento de coitadinhos, de fracasso, mas tomemos cuidado com o excesso de confiança em nós mesmos. Somos pessoas frágeis, estamos sujeitos a falhas e erros, por isso nossa confiança sempre tem de estar em Deus Nosso Senhor.

Depois, confiamos nos homens, confiamos demais nas pessoas. Não seja aquela pessoa doentia que desconfia de tudo e de todos, porque, assim, caímos numa neura, e a vida se torna muito mais problemática. Isso não quer dizer que todos mereçam nossa desconfiança; a verdade é que colocamos excesso de confiança nas pessoas, e há momentos em que esse excesso de confiança se torna algo tão pesado, que a pessoa não corresponde às expectativas, ela falha e nós ficamos desapontados.

Olho para Deus, é n’Ele que coloco a minha confiança e esperança, e Ele jamais há de me decepcionar. Eu já me decepcionei comigo, já me decepcionei com as pessoas, já me iludi, eu já confiei mais do que deveria.

A maturidade da vida e a Palavra de Deus nos dão sempre o norte e a direção. É no Senhor que devemos alicerçar a nossa vida e o nosso coração!

O Senhor nos ensina como devemos nos relacionar com as pessoas, com aqueles que estão ao nosso lado, até que ponto devemos chegar, mas sem jamais sair dessa direção: alicerçados firmemente no Senhor, pois é Ele quem nos sustenta e leva para frente.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Homilia Diária

05DEZ2018

Olhemos para o mundo em que estamos, onde muitos padecem, seja pela fome da Palavra de Deus, seja pela fome de alimento

Jesus chamou seus discípulos e disse: ‘Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo, e nada tem para comer. Não quero mandá-los embora com fome, para que não desmaiem pelo caminho’” (Mateus 15,32).

Jesus tem compaixão do ser humano, Ele tem compaixão e misericórdia da nossa humanidade e, por isso, Ele, primeiro, nos alimenta por dentro. Alimenta o nosso interior, a nossa alma, alimenta-nos com o pão da Palavra. E, a Palavra d’Ele, chegando ao nosso coração, preenche aquele vazio, aquela sede e fome de eternidade que todos nós sentimos. Jesus tem compaixão da nossa alma enfraquecida que, muitas vezes, está desanimada, sem alento e sem gosto. 

Todo ser humano precisa se alimentar, precisa cuidar das suas necessidades fundamentais e, uma delas, não tenha dúvidas, é a de se alimentar bem. Por isso, Ele teve compaixão daquele povo que O escutava e não tinha alimento para comer. Ele chamou os discípulos e manifestou a sua preocupação. “O que vamos fazer com essas pessoas? Não podemos mandá-las embora”. A ordem de Deus para nós é essa: não mandemos ninguém embora com fome. Que ninguém saia da nossa frente, da nossa vista e da nossa vida com fome de Deus e nem fome de alimento.

Olhemos para o mundo em que estamos, onde muitos padecem, seja pela fome da Palavra de Deus, seja pela fome de alimento. A Igreja de Deus não tem uma forma pequena e nem reduzida, quanto mais egoísta de ver o ser humano. Ela vê o ser humano num todo e vê que precisamos levar a Palavra de Deus aos corações, mas precisamos despertar, no coração dos que ouvem a Palavra de Deus, o cuidado e a atenção para com os mais pobres, mais necessitados e sofridos.

Não faça uma evangelização pela metade, não se preocupe em apenas levar a Palavra. Leve a Palavra, evangelize pela Palavra, proclame a Palavra, mas leve o pão, o alimento, leve aquilo que o outro está precisando para alimentar as suas necessidades básicas e fundamentais, inclusive, para viver e sobreviver.

Que ninguém passe fome e nem necessidades, que ninguém morra ao nosso lado porque não demos atenção às suas necessidades fundamentais de sobrevivência.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Homilia Diária

04DEZ2018

Jesus está nos direcionando para o caminho da humildade, porque o Reino dos Céus pertence àqueles que são pobres e humildes de coração

Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos” (Lucas 10,21).

O Reino de Deus é encontrado não por aqueles que são movidos por sua própria sabedoria, pelo conhecimento que têm das coisas. O Reino dos Céus é revelado aos corações pequeninos.

Olhe a forma redundante, não é nem aos corações pequenos, mas aos corações que são mais do que pequenos. Ainda que seja um forma carinhosa e amorosa de Jesus se referir, Ele está nos direcionando para o caminho da humildade, porque o Reino dos Céus pertence àqueles que são pobres e humildes de coração.

Talvez, os sábios consigam descobrir os segredos do universo; as leis que regem a existência física e assim por diante. Mas, mesmo com todo o conhecimento não encontram o Reino dos Céus.

O Reino dos Céus acontece dentro de nós, ele se instala dentro de nós quando nos despojamos daquela capa velha que nos deixa com sentimento de superioridade, de vantagem sobre as outras pessoas e nos submetemos de forma humilde, sincera e verdadeira aos cuidados do Senhor. Vamos penetrando no coração de Deus e o Reino de Deus vai penetrando em nossa alma e em nosso coração.

Por isso, deixe de lado esse sentimento de grandeza, esse sentimento que nos leva a querer estar acima dos outros, de nos sentirmos melhores do que os outros, esse sentimento nos leva a querer rivalizar e competir com o outro.

Busquemos o caminho da humildade, porque o Reino dos Céus é revelado a quem vive a pequenez de coração.

O segredo de uma alma pequena não é que ela seja pequena no tamanho, ela é até grande no tamanho, mas é pequena na dependência total de Deus. Ela não é grande no sentido do orgulho que move o coração dos homens, mas ela humilha todo sentimento de grandeza, de soberba dentro de si, para se unir ao seu Senhor.                             

Uma alma humilde é uma alma que se une ao coração de Deu e se submete a Ele. O coração pequenino é o coração onde Deus habita. É hora de purificar o coração, lavar a alma, renovar os nossos sentimentos interiores, para que não sejamos movidos pela cobiça do mundo e busquemos, no mundo, as satisfações para a nossa alma.

O que satisfaz o coração de uma alma pequenina é a presença amorosa de Deus dentro de si. O que preenche o coração de um servo do Senhor é servi-Lo com o coração humilde, porque, ali, Deus habita e realiza a sua graça.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Homilia Diária

03DEZ2018

Todos os povos, todas as pessoas são convidadas para participar da mesa do Senhor, mas é preciso ter fé confiante, orante e verdadeira

“Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé. Eu vos digo: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino dos Céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó (Mateus 8,10-11).

Jesus está louvando com muita admiração a fé desse oficial romano. É muito importante prestar atenção neste detalhe: ele não é um judeu, não é um homem que frequenta a sinagoga, não é um homem de religiosidade ou que faz parte da religião oficial. Pelo contrário, ele faz parte do império romano, daquilo que é o domínio do império romano sobre Israel. Mas é um homem de fé e foi com essa fé que ele clamou a Jesus pela cura do seu empregado, pelo restabelecimento do seu empregado.

A fé desse homem tem muito a nos ensinar. Primeiro, é uma fé movida por um amor. Ele não vai ali buscar uma cura, um milagre para si, ele vai buscar para o seu empregado. Ele poderia ter recorrido à medicina, a todo dinheiro que ele tinha, mas recorre a fé, porque ele sabe quem é Jesus, ele sabe que Jesus pode curá-lo, sabe que Jesus pode por ele. Por isso, deposita toda a sua fé em Jesus. Não deposita na sua autoridade de oficial romano, não deposita no dinheiro que ele tem e nem no prestígio que ele pode ter enquanto oficial.

É uma fé confiante e humilde; é uma fé de súplica; é uma fé de quem acredita que Jesus pode fazer. Por isso, Jesus exclama: "Eu nunca encontrei em Israel alguém de tamanha fé".

Ora, se em Israel o povo escolhido não teve tamanha fé em Jesus, um oficial pagão teve. Por isso, Jesus está afirmando que muitos virão do Oriente e do Ocidente para se sentarem com os nossos pais na fé, Abraão, Isaac e Jacó.

Abraão, Isaac e Jacó não são pais somente do povo de Israel, mas são os patriarcas de toda a fé espalhada pela face da Terra. Somos a feliz descendência de Abraão, por isso, todos aqueles que tem fé única, verdadeira, singular e sincera no Senhor, há de sentar-se à mesa do Reino dos Céus.

Todos os povos, todas as pessoas são convidadas para participar da mesa do Senhor, mas é preciso ter fé confiante, orante e verdadeira. Fé que faz desprender-se de si mesmo, do seu orgulho, da sua autossuficiência, da sua soberba, do confiar em si mesmo para confiar no Senhor e saber que Ele tudo pode. Que a fé do oficial romano nos ensine que independente do que somos e de onde viemos é no Senhor que está a nossa confiança.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 2 de dezembro de 2018

Homilia Diária

02DEZ2018

A nossa fé cristã, sobretudo, no tempo do Advento, prepara o nosso coração para ter sempre a feliz expectativa da vinda do Senhor

“Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem” (Lucas 21,36).

Esse primeiro domingo do Advento traz aquilo que a Palavra de Deus nos fala sobre os acontecimentos finais da história da humanidade, abalos em toda a estrutura do universo, onde toda a Terra será abalada com tantas situações catastróficas.

Quando ouvimos falar de todas essas coisas, muitas vezes, o medo, o pavor, o receio e a angustia tomam conta do nosso coração. Mas, deve ser o contrário, diante da advertência de tantas coisas trágicas que podem acontecer e estão acontecendo no mundo onde estamos. A nossa cabeça tem de estar erguida, confiante n’Aquele que é o Senhor da nossa vida.

Os sinais de abalos que acontecem no mundo, prefiguram uma proximidade da vinda do Senhor. Isso não quer dizer que o Senhor está vindo amanhã, depois de amanhã, mas que, no breve de Deus, Jesus retornará com poder e glória para salvar e resgatar os seus.

A nossa fé cristã, sobretudo, no tempo do Advento, prepara o nosso coração para ter sempre a feliz expectativa da vinda do Senhor. O Senhor, que já veio na Sua primeira vinda, por isso que celebramos o Natal, o Senhor que vem ao nosso encontro pelos sacramentos, pela vivência da caridade, pelo amor fraterno; e o Senhor que virá na sua vinda gloriosa e definitiva.

Essa expectativa não pode sair da nossa alma e do nosso coração e não pode se transformar numa ansiedade doentia, onde começamos a fantasiar ou criar predisposições que não são verdadeiras. E, é aí que começa aqueles cálculos, as interpretações de textos bíblicos, de acontecimentos, de profecias, essas preocupações não devem tomar conta do nosso coração.

A nossa espera pela vinda do Senhor é uma espera sóbria; é uma espera tranquila e confiante que nos coloca em estado de santidade. Como é que aguardamos a vinda do Senhor? Ficando atentos e orando a todo instante. É a oração que nos mantêm de pé diante do Senhor que veio, que está entre nós e do Senhor que virá. É a oração que nos mantêm no espírito vigilante para não nos perdermos na insensatez da vida, para não nos perdermos na embriaguez, no excesso do comer e com as coisas desse mundo. É a oração que nos mantêm na vigilância constante, para combater o mal e o pecado. É na oração que somos abastecidos e temos forças para ficar de pé diante daquele que virá e diante das circunstâncias trágicas que todos nós enfrentamos na vida.

“Vem, Senhor Jesus. Maranathá”, é o grito do nosso coração, é o clamor da nossa alma na feliz expectativa do Senhor que vem. Nós O aguardamos com o coração vigilante, orante, esperando que Ele venha ao nosso coração.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 1 de dezembro de 2018

Homilia Diária

01DEZ2018

Perder a sensibilidade do coração é perder a atenção e o cuidado com a própria vida e com aqueles que nos cercam

“Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós (Lucas 21,34).

Jesus cuida de nós como seus discípulos e, como Mestre da nossa vida, Ele está nos advertindo para que cuidemos bem da nossa própria vida. Esses três conselhos de Jesus são importantes para que mantenhamos a serenidade, a vigilância e a atenção para com a nossa vida.

A primeira coisa é não deixar que o coração, de fato, torne-se insensível, porque perder a sensibilidade do coração é perder a atenção e o cuidado com a própria vida e com aqueles que nos cercam. Não estamos sozinhos no mundo, precisamos ter sensibilidade com a dor, o sofrimento e para com a pessoa que está ao nosso lado ou para com as pessoas que encontramos nos caminhos da vida, mas é preciso cuidar da própria vida.

Perdemos o cuidado com a vida quando nos entregamos à gula, comemos demais, em demasia, mais do que podemos, vamos nos inchando com os alimentos e, simplesmente, nos tornamos insensatos.

Segundo, cuidado com a embriaguez, não preciso nem mencionar a quantidade de pessoas que se perdem na vida, seja pelos excessos que praticam no comer ou no beber. Os excessos no beber levam tantas pessoas a sofrerem na embriaguez, na dependência do álcool e, às vezes, são incentivadas por outros: “Toma mais uma. Toma mais essa”.

Há pessoas que bastam beber só um pouquinho, que perdem a sensibilidade do natural, perdem a sensibilidade da razão. Há outros que bebem bastante e, não é porque você tem a capacidade de beber pouco ou muito que você pode se entregar à bebida.

Quantas pessoas estão virando dependentes crônicas do álcool sem perceber, vão bebendo e não conseguem mais viver sem tomar álcool. A alegria de uma festa é só se tiver bebida alcoólica; a alegria de uma reunião de família é só se tiver bebida alcoólica.

Se o que dá alegria para a sua vida é o álcool, é porque você é dependente dele e, de uma forma ou de outra, depender de alguma coisa torna a nossa vida insensata, sobretudo, tratando-se de comida e bebida, quando nos entregamos a esses excessos.

E, em terceiro, tão importante quanto a embriaguez e a gula, são as preocupações desmedidas, são as preocupações da vida. Há pessoas que vivem à mercê de suas preocupações.

As preocupações não resolvem problemas, mas trazem problemas, elas não nos dão a direção da vida, mas nos tiram da direção. Porque o excesso de preocupação gera a ansiedade, faz com que nos coloquemos de forma deslocada do real sentido da vida.

Ocupar-se com as nossas obrigações, compromissos e responsabilidades é fazer cada coisa do no seu tempo e ter a confiança de que Deus nos ajuda a resolver aquilo que precisamos resolver, mas com preocupações abalamos a nossa fé.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Homilia Diária

30NOV2018

Hoje, queremos pedir a intercessão do apóstolo Santo André, para que nos dê a firmeza e a direção do seguimento

“Jesus disse a eles: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens. Eles imediatamente deixaram as redes e O seguiram (Mateus 4,19-20).

Hoje, temos a graça de celebrar Santo André, irmão de Simão Pedro, aquele que o levou para conhecer Jesus.

A primeira coisa que celebramos é o chamado. É Jesus quem chama; é Ele quem escolhe e vem ao encontro de cada um dos Seus discípulos e diz: “Vinde após mim. Deixai vossas redes e eu farei de vós pescadores de homens”. É preciso segui-Lo, seguir Seu caminhar e ir em direção dos seus passos.

Um dia, Jesus chamou-me e eu decidi segui-Lo. Sigo Jesus com minhas fraquezas, com minhas fragilidades. Eu não quero, jamais, deixar de segui-Lo, não posso perder a perspectiva do seguimento. Um dia, Jesus, também, te chamou, Ele disse a você: "Siga-Me no que você realiza no seu trabalho”.

Às vezes, somos tentados a nos perder pelo caminho; às vezes nos embaraçamos nas redes do trabalho e nos perdemos na caminhada. Eu só posso dizer: “Jesus, encontra-me quando eu estiver perdido. Jesus, direciona-me quando eu perder a direção da vida; mas não posso deixar de segui-Lo. Quero Te seguir até o fim, quero Te seguir até a morte”.

Siga Jesus com todo o seu coração e com toda a sua vida.

André e o irmão dele, Simão Pedro, deixaram tudo para seguir Jesus, tiveram fraquezas e fragilidades. As de Pedro conhecemos tanto, pois Ele negou Jesus. Mas, tanto André quanto Pedro, seguiram Jesus até a morte deles, derramando o sangue deles por causa de Jesus.

Quem segue Jesus até a morte, segue Jesus até a eternidade e, assim, estar para sempre diante da Sua presença. Hoje, queremos pedir a intercessão do apóstolo Santo André, para que nos dê a firmeza e a direção do seguimento. Podemos cair em tantas confusões ao longo do caminho; ao longo da estrada; e nos desviarmos de Jesus, porque aparecem outros convites, outras tentações e provocações que nos desviam da rota de salvação e do seguimento a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Que o Senhor nos encaminhe sempre, para sempre seguirmos os Seus passos.

"Senhor, eu quero ser seu discípulo, que eu permaneça sempre no Seu caminho."

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo