Gol

domingo, 30 de abril de 2017

Homilia Diária

30ABR2017

Que nosso coração possa também arder com a presença maravilhosa de Jesus entre nós

“O próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram” (Lucas 24, 15-16).

A primeira verdade que queremos contemplar, neste terceiro Domingo da Páscoa, é que Jesus caminha conosco, está ao nosso lado, está no meio de nós. Mas acontece conosco, muitas vezes, aquilo que aconteceu também com os discípulos, que estavam como que cegos e não puderam ver nem reconhecer Jesus, que estava caminhando ao lado deles.

Às vezes, estamos tão cegos, atônitos com os problemas, as dificuldades e os tormentos da vida, que não reconhecemos nem mesmo a pessoa que está ao nosso lado. As pessoas, às vezes, caminham conosco, vivem conosco há tanto tempo e dizemos: “Nossa! Eu não conhecia aquela pessoa!”.

Os discípulos caminharam com Jesus, conviveram com Ele e não puderam reconhecê-Lo. Por que não puderam reconhecê-Lo? Porque estavam como que cegos.

Sabe, meus irmãos, a cegueira é uma debilidade muito séria, pois ela mantém nossos olhos vendados, fechados e velados. Não vemos a verdade que está ao nosso lado, não vemos Deus que caminha conosco, não vemos a Palavra de Deus que nos direciona. Não somos capazes de enxergar a presença amorosa d'Ele entre nós.

O remédio de Jesus, a Sua pedagogia para curar nossa cegueira, primeiro, é nos conduzir pelo caminho das Sagradas Escrituras. Só a Palavra de Deus pode abrir nossos olhos! A Palavra tem o poder de abrir nossos olhos se nos deixarmos conduzir e orientar por ela. Permitamos que a Palavra seja esse remédio que abre nossos olhos, nossa mente e compreensão, para que possamos ver Jesus presente no meio de nós.

Depois, reconheceram [os discípulos] Jesus ao partir do Pão. Agora, o modo sublime e excelente de reconhecermos a presença de Jesus entre nós é o Seu próprio Corpo e Sangue, a Eucaristia! Quantas vezes nos aproximamos dessa mesa sagrada, comemos desse Pão e bebemos desse Vinho, mas não reconhecemos Jesus! Até fazemos uma comunhão, mas não é simplesmente saber. É preciso reconhecer, encontrar-se com Ele na Eucaristia. A Palavra está sempre com a Eucaristia e não pode ser celebrada sem ela. A Eucaristia não é Eucaristia se a Palavra não for proclamada sobre ela.

A Palavra e a Eucaristia abrem nossa mente e nosso coração, para que possamos ver e reconhecer, para que nosso coração possa também arder com a presença maravilhosa de Jesus que está no meio de nós.

Deus abençoe você!

 

sábado, 29 de abril de 2017

Homilia Diária

29ABR2017

O medo só nos faz ser cada vez mais vencidos e assim perdemos a direção e o norte da vida

“Mas Jesus disse: ‘Sou eu. Não tenhais medo’” (João 6, 20).

Os discípulos desceram ao mar e foram em direção a Cafarnaum. E o que encontraram no mar? Encontraram Jesus. Primeiro, veio um vento muito forte, o mar estava agitado, soprando na direção deles e Jesus estava com eles. Mas tiveram medo de Jesus, ficaram apavorados.

Eu poderia dizer tantas coisas desse Evangelho de hoje, rico, lindo e maravilhoso, sobre o medo, porque temos receio de muitas coisas. Temos medo do mar que se agita, das coisas que se agitam ao nosso lado, porque gostamos das coisas simplesmente paradas e estáticas. Quando qualquer coisa se move, mexe-se, é diferente do que estamos acostumados, ficamos preocupados, com medo.

A vida, no entanto, não é estática, ela se mexe, agita-se, e precisamos aprender a lidar com as mudanças, com as agitações, com os ventos contrários e as turbulências. Não de forma turbulenta, agitada, nervosa ou simplesmente medrosa, mas temos de aprender com a serenidade de Jesus. É sendo sereno diante de tantas mudanças que temos de enfrentar na vida, que teremos sabedoria e paz interior para saber lidar com todas essas realidades! Não vale a pena deixar o coração se agitar, porque, senão, seremos pessoas confusas, teremos medo de Deus e O confundiremos com fantasmas.

O problema não é o que estamos vivendo, o problema é o que está dentro de nós. O problema é o medo que aprisiona, que toma conta de nós e comanda as nossas emoções, os nossos afetos e sentimentos.

Jesus é aquele que nos acalma e diz: “Não dê voz ao medo, não dê a direção da sua vida a ele, não deixe que comande seus pensamentos, sentimentos e ações". Não permitamos que o medo tome conta da nossa vida, por maior que sejam as tribulações e as situações desesperadoras e perigosas da vida.

O medo só nos faz ser cada vez mais vencidos, e assim perdemos a direção e o norte da vida. Deus poderá fazer muito mais em nós, por nós e conosco quando não deixarmos o medo tomar conta de nós, mas ouvirmos a voz do Senhor.

Não tiremos d’Ele o nosso olhar e nossa direção, porque é o Senhor quem cuida de nós!

Deus abençoe você!

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Homilia Diária

28ABR2017

Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre, mas o Seu modo de agir é sempre novo

“Os apóstolos saíram do Conselho muito contentes por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus” (At 5,40-41).

Veja, primeiro olhamos para Gamaliel, um sábio rabino de muita sabedoria e discernimento. Quando os judeus quiseram eliminar a doutrina cristã, eliminar os cristãos do meio deles, Gamaliel usou da sabedoria. Se essa doutrina, esse modo de vida não for de Deus, por si mesmo, ele vai sumir, ser eliminado e desaparecer. Mas não podemos ir contra Deus, essa é a primeira coisa. Não podemos ir contra os desígnios do Senhor, não podemos ser contrários ao que Ele quer manifestar em nosso meio.

Deixe-me dizer uma coisa importante: acontece que não simpatizamos com grupos, movimentos nem novidades de Deus, porque o Espírito de Deus é sempre incessante, ele sopra onde quer e não podemos conter sua ação. Deus está sempre suscitando novidades! E "novidade" deve ser sempre algo novo, e o velho já não serve mais. É Deus quem está inovando, pois os tempos mudam, o mundo muda e Deus sempre é o mesmo. Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre, mas o Seu modo de agir é sempre novo!

Às vezes, as pessoas têm dificuldade com as novidades. O Evangelho era uma novidade para o mundo judeu, mas, hoje, ele está sendo inovado, vivido sobre diversas formas, e acaba sendo também novidade para muitos.

As pessoas, muitas vezes, desagradam-se e opõem-se àquilo que é diferente de nós. Eu cito, por exemplo, aqueles que não gostam da Renovação Carismática Católica, dos Focolarinos, do Movimento Neocatecumenal, da Cebes e assim por diante.

Uma coisa é não ter afinidade com essa forma de vida, outra é opor-se à obra e à ação de Deus. Eu não me oponho a outras religiões. Quem sou para julgar ou condenar? Sei que preciso viver aquilo que eu creio, preciso testemunhar com a minha vida e viver bem o Evangelho que creio. Eu não sou um combatente de outras religiões, de outros seguimentos e formas de vida. Cada vez que vejo outras formas de vida, sou questionado a ser coerente naquilo que vivo e acredito. É claro que, de repente, eu possa ver coisas estranhas, diferentes em outros lugares, mas não posso me opor, não posso me achar o dono da verdade e achar que só quem pensa, crê, segue e reza como eu que está correto. Eu não posso impedir a criatividade de Deus.

Muitas vezes, vamos sofrer para anunciar, viver e proclamar Jesus. Eu não posso ser a causa de sofrimento para o outro, mas eu sofro, porque estou anunciando Jesus.

Os apóstolos sentiram uma alegria imensa por se considerarem dignos de serem injuriados e perseguidos por causa de Jesus. Que saibamos também encontrar a alegria da perseguição, da não aceitação, mas tudo isso, porque seguimos e servimos Jesus.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Homilia Diária

27ABR2017

Ninguém pode nos proibir de pregar o Evangelho, ninguém pode nos proibir de vivê-lo

“É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens” (At 5,29).

Amados irmãos e irmãs, os sacerdotes e sumos sacerdotes estão indignados, porque haviam proibido expressamente os apóstolos de pregarem em nome de Jesus, de anunciarem o Seu nome. Mas parece que, quanto mais os proibiam, mais ensinavam, mais falavam e anunciavam.

O sumo sacerdote está dizendo justamente isso: “Vocês encheram a cidade com esse ensinamento, com esse modo de viver; ensinando e pregando em nome de Jesus". Então, Pedro e todos os apóstolos ouviram em silêncio, mas levantaram a voz e disseram apenas: “Precisamos obedecer a Deus antes que aos homens".

Aqui, duas coisas são importantes serem ditas. A primeira que não é uma rebeldia nem revolta. Cristão não é aquele que desobedece as leis civis ou se rebela contra o Estado. O cristão é aquele que não permite, de forma nenhuma, que qualquer lei civil que contraria a nossa vida e o Evangelho seja vivido e praticado por nós.

Ninguém pode nos proibir de pregar o Evangelho, ninguém pode nos proibir de vivê-lo. Se há lugares que não se pode falar, países que não permitem, tudo bem! Mas pregaremos do nosso jeito, da nossa maneira e criaremos, pela inteligência e sabedoria divina, meios de pregar o Evangelho, respeitando a individualidade e a liberdade de escolha de cada um. Entretanto, a liberdade leva a pessoa a ter a condição de saber se pode escolher isso ou não.

Todos têm o direito de conhecer Jesus, de saber quem Ele é, ouvir o que Ele tem como proposta de vida e salvação. Acolher ou não a verdade de Jesus é um direito da pessoa, cada um é livre para acolher o Evangelho ou não! Porém, ninguém pode tirar o nosso direito de crer em Jesus, de ouvir a Sua mensagem e O aceitar como nosso Senhor e Salvador. A segunda coisa é que nenhum de nós pode obedecer leis que favoreçam práticas que não são de acordo com nossa fé, de acordo com aquilo que cremos e acreditamos.

Sabemos que há, em muitos países [no nosso país não é diferente], leis que não favorecem a vida, a prática de vida cristã, e não somos obrigados a oferecer tais leis. Não somos rebeldes civis, mas não podemos fazer aquilo que contraria o que cremos e acreditamos.

Precisamos anunciar e proclamar Jesus. Podemos e devemos dizer ao mundo aquilo que Ele fez e faz em nossa vida. Devemos levar aos outros o modo de vida que cremos e acreditamos!

Deus abençoe você!

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Homilia Diária

26ABR2017

Precisamos mostrar para o mundo que a nossa vida foi transformada pela presença de Cristo no meio de nós

“‘Ide falar ao povo, no Templo, sobre tudo o que se refere a este modo de viver’. Eles obedeceram e, ao amanhecer, entraram no Templo e começaram a ensinar” (At 5,20-21).

Amados irmãos e irmãs, os chefes da religião judaica estão furiosos com os discípulos de Jesus Cristo Crucificado, porque eles anunciam a todos os cantos que Jesus está vivo e ressuscitado.

Não podendo segurar nem conter a verdade de que Jesus está vivo, mandam [os chefes da religião judaica] prender os discípulos de Jesus. Eles ficam presos, mas, na cadeia, são visitados pelo anjo, que ordena: “Ide ensinar no templo esse modo de viver. Ensinai tudo que se refere a esse modo de viver".

Veja bem, isso é muito importante para nós. A vida cristã não é um conjunto de doutrinas e ensinamentos dogmáticos. A vida cristã é, em primeiro lugar, um modo de viver e, acima de tudo, a vida em Deus.

Algumas pessoas acham que evangelizar, catequizar, é ensinar doutrina às pessoas, ensinar mandamentos e sacramentos. Maravilha, isso tem que ser ensinado! Mas, acima de ensinar, precisamos aprender como se deve viver, como levar a vida em nome de Jesus.

Ser cristão é justamente ter a vida em nome de Cristo, fazer tudo o que fazemos em nome do Senhor, porque cremos n’Ele e Ele é a razão da nossa vida. Por isso, o anjo está ordenando que os cristãos ensinem às pessoas esse modo de viver.

Vivemos num mundo paganizado, onde muitos costumes pagãos estão infiltrados em nosso meio. Se a missão dos cristãos na vida primitiva era ensinar as pessoas a viver conforme o modo de Jesus, hoje, estamos permitindo que o contrário aconteça. Estamos permitindo que os pagãos nos ensinem elementos e formas paganizadas de vida.

A primeira coisa: uma vida cristã não se faz sem oração! Não podemos imaginar um cristão que não ore, que não fale, que não tenha vida de comunhão com Deus, que reze pela manhã apenas fazendo um sinal da cruz assim que se levanta, mas é dedicar um pedaço do tempo para orar, para estar na presença de Deus.

Não posso imaginar que um cristão, uma família cristã se reúna para comer como os pagãos, sem nem fazer uma oração. Não oramos nem agradecemos a Deus pelo alimento que Ele nos deu. Não podemos imaginar uma vida cristã sem a prática da caridade, mas não é caridade de dar esmola de vez em quando, mas a caridade de cuidarmos uns dos outros, de vivermos a caridade para com os irmãos mais sofridos e necessitados.

No mundo em que estamos, muitas vezes, vejo pessoas que não são nem cristãs praticando mais caridade do que nós. Quem é cristão testemunha, anuncia e proclama Jesus, leva o nome d'Ele a outras pessoas e a outros corações.

Irmãos e irmãs, não precisamos levar teorias para a vida das pessoas, precisamos mostrar para o mundo que a nossa vida foi transformada pela presença de Cristo no meio de nós.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Homilia Diária

24ABR2017

Somos a Igreja de Cristo, somos os discípulos, os apóstolos de hoje e precisamos dessa audácia

“Agora, Senhor, olha as ameaças que fazem e concede que os teus servos anunciem corajosamente a tua palavra. Estende a mão para que se realizem curas, sinais e prodígios por meio do teu santo servo Jesus” (At 4, 29-30).

A Igreja que é testemunha viva do Cristo Ressuscitado está levando a Sua mensagem a todos os cantos da Terra; começando pelos arredores de Jerusalém. Por isso, nas homilias desta semana queremos meditar e dar um pouco mais de atenção aos atos dos apóstolos, para compreender como a Igreja viveu o dom do Ressuscitado no meio dela.

Há pouco tempo os apóstolos Pedro e João tinha sido presos e foram soltos da prisão e agora estavam testemunhando para toda a comunidade como testemunharam corajosamente a presença de Jesus diante das autoridades. Como não tiveram medo, como agiram com desassombro e audácia para anunciar que Cristo estava vivo.

Estes dois apóstolos eram medrosos, sobretudo Pedro, mas quando a graça do Ressuscitado vai ao encontro deles e recebem o dom do Alto (o dom do Espírito Santo) o medo se transforma em audácia, aquilo que os preocupava se transforma em prioridade, e não temem mais em anunciar o Evangelho.

É com parrésia, audácia e coragem que vão anunciar a todos que Jesus está vivo e ressuscitado. Antes eles tinham medo de serem presos, jogados na prisão, mas agora não. Pois, agora estão prontos para o que der e vier porque se encontraram com o Cristo que transformou sobretudo o interior deles.

Agora estão pedindo, estão clamando na oração: “Senhor, tu sabes de tudo que a Tua Igreja está passando, mas estamos pedindo agora que o senhor nos dê a parrésia necessária para que a Sua Palavra seja anunciada com desassombro e coragem. E que pelo Teu servo Jesus milagres, prodígios e curas aconteçam em nosso meio".

Irmãos e irmãs, não podemos temer em clamar ao Pai o dom do Alto, clamar para que em nome de Jesus o Espírito esteja em nós, para que tenhamos também coragem, audácia e para que testemunhemos onde quer que estejamos a Palavra do Senhor Nosso Deus.

Infelizmente, muitas vezes, estamos com medo, encontramo-nos numa situação de covardia, de letargia, encontramo-nos paralisados por nossas doenças, nossos medos interiores, paralisados por nossas brigas e disputas e não estamos anunciando ao mundo que Cristo está vivo e ressuscitado.

A Igreja não pode parar! Somos a Igreja de Cristo, somos os discípulos, os apóstolos de hoje e precisamos dessa audácia. Precisamos em nossa casa, em nossa família, em nosso trabalho, na política, na sociedade, testemunhar que Cristo está vivo. Precisamos destes sinais carismáticos, mas precisamos clamar para que Deus realize curas, sinais e prodígios por meio de Jesus.

Não podemos, sabendo que Cristo está vivo, viver como se Ele estivesse morto. Somente aqueles que se encontraram com o Ressuscitado e toda a nossa vida precisa ser uma prova viva de que Jesus está vivo.

O mundo vai também se encontrar com o Ressuscitado somente através de nós! Por isso, clamemos ao Alto para que tenhamos a audácia necessária de proclamar Jesus vivo no meio de nós.

Deus abençoe você!

 

domingo, 23 de abril de 2017

Homilia Diária

23ABR2017

Só o Espírito Santo de Deus, derramado em nossos corações, permite-nos encontrar o perdão e a misericórdia divina

“Jesus lhe disse: ‘Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!’” (João 20, 29).

Neste segundo domingo da Páscoa, celebramos a Misericórdia. E por que um domingo como este é o da misericórdia? Não é só porque a Igreja proclamou nem porque Jesus pediu que este domingo fosse celebrado como o “domingo da misericórdia”.

O que se manifesta, hoje, através da liturgia que celebramos é a Misericórdia de Deus encarnada e viva no meio de nós! Porque o Cristo ressuscitado sopra sobre toda a humanidade e em nossos corações o dom do Espírito Santo.

Só o Espírito Santo de Deus, derramado em nossos corações, permite-nos encontrar o perdão e a misericórdia divina! Por isso, o Espírito derramado sobre os apóstolos confere a eles o poder de perdoar os pecados. Que maravilha! Que presença e dádiva do Céu! Nossos pecados podem ser perdoados por homens, que são ministros de Deus, profetas e agentes da misericórdia divina.

Digo a todos nós que necessitamos tanto do dom do Espírito Santo: não desprezemos o santo sacramento da confissão. Demos, na verdade, grande crédito e valor a ele. Porque quando precisamos o Espírito Santo vem a nós pelo batismo, na crisma; vem ao nosso encontro para nos lavar dos nossos pecados. Por este motivo, Jesus está dando aos apóstolos e discípulos poder para que somente a Igreja perdoe os pecados.

Celebrar, hoje, a misericórdia de Deus é celebrar o perdão dos nossos pecados, é celebrar a nossa reconciliação com Ele!

Rejubilo-me de mais no sacramento da confissão, pois no início da Igreja o sacramento era dado uma vez na vida, e depois foi se estendendo. E o tamanho da misericórdia de Deus não se limitava a um tempo ou a uma circunstância apenas.

Algumas pessoas buscam todos os meses, ou, alguns buscam toda semana o sacramento da confissão, que está aqui por meio dos sacerdotes. Mas, o mais importante é deixar que a reconciliação com Deus aconteça em nosso coração. É mais do que uma oportunidade, é um presente do Céu e um dom de Deus!

Quando o padre ou o ministro ordenado dizem:“Teus pecados estão perdoados”, é o próprio Jesus quem está nos dizendo que os nossos pecados estão perdoados. A excelência da misericórdia de Deus perdoa até mesmo a nossa incredulidade. Olhe a incredulidade de Tomé que dizia: “Se eu não tocar nem ver, não acreditarei”. E a bondade de Deus perdoa até mesmo aquele que era discípulo e duvidou.

O perdão de Deus não conhece medidas nem limites. O perdão de Deus chega a todos os corações que se abrem para a Sua misericórdia!

Deus abençoe você!

sábado, 22 de abril de 2017

Homilia Diária

22ABR2017

Permitamos que o Mestre Jesus cure o nosso coração de toda incredulidade e falta de fé

“Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos enquanto estavam comendo, repreendeu-os por causa da falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado” (Marcos 16, 14).

Hoje, São Marcos narra um fato muito interessante do encontro de Jesus ressuscitado com Seus discípulos. Primeiro, mostra-nos a incredulidade e a dureza de coração.

Maria Madalena, na qual Jesus expulsou sete demônios, encontrou-se com o Ressuscitado. E testemunhou aos discípulos que Jesus estava vivo, que Ele havia ressuscitado. Mas não deram crédito a ela, não quiseram acreditar e colocaram em dúvida o que ela estava anunciando.

Sabe, a questão de acreditar não é porque era Maria quem estava anunciando, mas sim porque ela estava falando o que as Escrituras haviam proclamado, e o próprio Cristo havia ensinado a Seus discípulos.

O Senhor fala pela boca dos pequeninos, fala pela boca dos que são desacreditados por nós. Ele usa tantos meios para nos falar e, muitas vezes, estamos com a cabeça e o coração fechados e não damos ouvidos ao que Ele fala pela boca de outros. Deus usa os meios que Ele quer para que cheguemos ao Seu conhecimento!

Maria Madalena levou uma vida toda errada, mas encontrou-se com o Senhor e foi transformada. Por isso, ela foi a primeira discípula, aquela que foi creditada para encontrar-se com o Senhor ressuscitado. Ela vai dizer isso aos outros, mas infelizmente o coração humano tão incrédulo, o coração de tantos homens que não se abrem à graça de Deus não puderam acreditar no testemunho dela.

Deste modo, Jesus repreende duramente os discípulos, primeiro pela falta de fé. Pois, sem fé não vemos nada, não acreditamos em nada do que Deus fez. Sem fé não contemplamos nem nos encontramos com Jesus Ressuscitado. Sem fé, a ação de Deus não acontece em nossa vida. Sem fé, a nossa vida não é transformada.

Precisamos repreender a nossa falta de fé, dizer ao nosso coração que ele não pode se comportar como se a fé não fosse o elemento principal da nossa vida.

Em seguida, Jesus repreende os discípulos pela dureza de coração, porque é muita dureza no coração! Não foi apenas a Maria que não deram crédito, não deram crédito a outros discípulos que haviam se encontrado com o Senhor ressuscitado.

Somos, muitas vezes, desacreditados, falamos e pensamos: “As pessoas não nos darão crédito!”. Mas, o problema não somos nós, não é aquilo que anunciamos. O problema é o coração humano tão duro e fechado!

Há pessoas que se o próprio Jesus aparecer em carne e osso não acreditarão, porque estão com o olhos fechados e não se abrem para contemplar as realidades da fé. Sem fé, o coração não se abre para Deus. E o coração que não se abre para a fé não se encontra com o Senhor vivo e ressuscitado.

Permitamos que o Mestre Jesus cure o nosso coração de toda incredulidade, falta de fé e abramos nosso coração para que em nós se manifeste a luz de Cristo Jesus!

Deus abençoe você!

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Homilia Diária

21ABR2017

Ele têm palavras de vida e sabedoria. Suas palavras trazem vida para nós

“’Lançai a rede à direita da barca, e achareis’. Lançaram pois a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes” (João 21, 6).

O Ressuscitado, durante quarenta dias, manifesta-se aos Seus discípulos e seguidores. Ele vem ressuscitar no coração de cada um deles a semente do Evangelho que foi lançada durante toda a Sua vida terrestre.

A semente do Evangelho que caiu no coração deles estava abafada, guardada. Era preciso iluminar, trazer à luz aquilo que um dia receberam, mas guardaram. No coração de alguns havia até secado, morrido aquela semente porque não foi cultivada; ela foi sufocada.

Os acontecimentos da morte de Jesus foram duros de mais e os discípulos estavam novamente se encontrando com o Ressuscitado. A alegria se misturava à êxtase e esta deixava-os atônitos em saber que o Cristo que seguiram por tantos anos havia sido entregue nas mãos dos homens e agora estava vivo e ressuscitado.

O próprio Ressuscitado usa da pedagogia divina para manifestar o Seu amor misericordioso aos Seus discípulos. Quando foram chamados pelo Mestre, a maioria deles era pescadores, e se tornaram pescadores de homens. E na situação em que se encontravam, pescando, o Ressuscitado se manifesta a eles.

Pedro ainda está envergonhado, os discípulos ainda não sabem como encarar o Mestre. Estão alegres, mas ainda estão tensos. Quando o Senhor entra com eles na barca, eles ainda não O reconhecem. Mas o Senhor diz a eles onde está a direção da pesca. Porque na noite anterior não pescaram peixe nenhum, estavam desanimados, desolados.

É assim que nos encontramos muitas vezes na barca da nossa vida. Insistindo tanto de um lado, de uma forma e não conseguimos encontrar o êxito, não encontramos os peixes para a nossa barca e nos encontramos desanimados.

Acalma seu coração! Acalma seu ser! Acalma a sua vida e deixe que o Ressuscitado venha ao nosso encontro. Demos atenção a Sua Palavra, ainda que muitas vezes não saibamos reconhecê-Lo como os discípulos também não souberam. Mas não deixemos de dar atenção às Palavras do Senhor. Ele têm palavras de vida e sabedoria. Suas palavras trazem vida para nós! Foi porque os discípulos deram atenção as palavras de Jesus que pescaram tamanha quantidade de peixes, de modo que as redes estavam arrebentando.

Jesus sabe qual é o lado, a direção, Ele está onde a nossa vida está obscura e onde precisa ser iluminada pela Sua graça e Sua presença.

Permitamos que a presença gloriosa, viva e ressuscitada de Jesus entre nós, ressuscite o que está morto em nosso coração, traga luz ao que está obscuro em nossa vida, traga direção para aquilo que estamos perdidos ou desnorteados. Ele sabe qual é a direção que devemos caminhar para não sairmos d'Ele nem perdermos a direção da vida.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Homilia Diária

20ABR2017

O Ressuscitado traz como dom da vida nova que conquistou para nós, o dom supremo da paz

“Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: ‘A paz esteja convosco!’” (Lucas 24, 36).

O dom do Ressuscitado que queremos contemplar no dia de hoje, é o dom da paz que vem do coração de Deus, a paz que nossa alma tanto precisa que é, acima de tudo, o consolo, o conforto, a presença de Deus no meio de nós. Ele é a nossa paz!

Todos passamos por muitos conflitos na vida, vivemos situações de desgaste. Muitas vezes, encontramo-nos num estado de inquietação muito profunda na alma, no coração, na cabeça e assim por diante. Inquietamo-nos com muitas coisas e no meio destas inquietações, que fazem parte da nossa vida e da nossa existência, mistura-se uma dose de dúvida, incerteza; cresce em nós uma confusão interior que gera perturbação e tira a nossa paz.

Por este motivo, o Ressuscitado traz como dom da vida nova que conquistou para nós, o dom supremo da paz! A paz que vem d’Ele vence o medo, as aflições, angústias, preocupações, tensões e tudo aquilo que deixa o nosso coração tantas vezes desolado.

Encontrar com o Cristo Ressuscitado é mergulhar profundamente na Sua paz, é deixar o coração encontrar um estado de espírito no qual ele esteja refrigerado, consolado, abençoado e restaurado. Porque, o Cristo Ressuscitado nos traz a paz que vem do coração de Deus!

Não quer dizer que não teremos mais perturbações e inquietações. Mas iremos encarar as situações e inquietações da vida de outra forma. Nós quem estaremos à frente das preocupações e elas não tomarão conta de nós. Tomaremos conta dos nossos problemas, entregando-os no coração e nas mãos de Deus e não permitiremos que eles tomem conta da nossa vida e roubem a paz deste dom tão precioso e necessário para a nossa vida.

Permitamos que a paz do Ressuscitado invada nossa mente, nosso coração, tome conta de todo o nosso ser. Permitamos que a paz do encontro com Cristo traga-nos refrigério, consolo e a paz que nosso coração tanto necessita. Cristo, nossa Páscoa é a nossa paz!

Que a paz de Cristo esteja sempre em nosso coração!

Deus abençoe você!

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Homilia Diária

19ABR2017

Reconheceremos o Ressuscitado quando deixarmos nosso coração arder pela Palavra de Deus

“Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram” (Lucas 24, 15-16).

Veja, o assunto mais falado naqueles dias, por todas as redondezas, era da morte de Jesus, o profeta de Nazaré, aquele que fez tão bem a todos.

Alguns haviam se encontrado com o Senhor e sabiam que Ele estava vivo. Madalena, por exemplo, já tinha dito aos discípulos o que ela mesmo havia visto. Mas estes dois discípulos caminhavam e estavam ainda atônitos, cegos e não compreendiam as Escrituras. Não era apenas seus olhos que estavam cegos, a cabeça não tinha compreendido que Jesus deveria ressuscitar dos mortos.

Sabe, às vezes, encontramo-nos na mesma situação. A Palavra de Deus já nos falou da vida, da ressurreição, o que acontece com os discípulos de Jesus, que passamos por tristezas, tribulações, mas que o Senhor que vem em nosso socorro. Contou-nos o acontecerá depois da morte, a ressurreição que Ele nos trouxe. Mas caminhamos, muitas vezes, na dúvida, na incerteza, na desconfiança, na insegurança, na tristeza da caminhada da estrada. Então, é como se os nossos olhos estivessem vedados, cegos. Este, talvez, seja o grande obstáculo do discípulo de Cristo para viver como o Mestre.

Nossos olhos precisam ser iluminados pela presença de Cristo!

Jesus começa a caminhar no meio deles, a conversar, mas não O reconhecem. Jesus caminha conosco, está no meio de nós, fala conosco nos acontecimentos da vida, em nossas orações, ao partir do pão, nas Sagradas Escrituras, pela natureza que contemplamos, onde podemos ver a Sua presença entre nós. Em tantas situações nos reunimos em nome do Senhor, e Ele está entre nós e não conseguimos perceber a Sua presença.

Quando o Senhor estava à mesa e partiu o pão, eles [discípulos] O reconheceram, e depois refletiram: "Não estava ardendo nosso coração quando Ele nos falava e nos explicava as Escrituras".

Quando nos abrimos para ouvir e meditar a Palavra de Deus, ela age em nosso coração. Quando deixamos o Senhor falar pela Palavra, quando extraímos dela o que Deus fala ao nosso coração, quando nos aproximamos da Eucaristia, alimentados pela Palavra de Deus, porque às vezes as pessoas querem apenas comungar mas não se alimentam dela, não deixam o coração arder por ela.

Corremos o risco de comungar o pão sem nos encontrarmos com o Senhor Vivo e Ressuscitado. Não que o Senhor não esteja, porque Ele estará sempre presente no pão e no vinho consagrado (que serão sempre o Corpo do Senhor). Para que nos encontremos com o Senhor é preciso que nosso coração esteja transubstanciado por essa presença. E quem transubstancia o nosso coração, a nossa mente, para reconhecer Jesus vivo na Eucaristia é a Palavra de Deus!

Nunca deixe de se alimentar da Palavra ao participar da Eucaristia. A primeira mesa que precisamos estar é a da Palavra de Deus! Não deixe que a distração ou outros elementos roubem a presença maravilhosa de Cristo entre nós.

Reconheceremos o Ressuscitado e Ele abrirá nossa mente e nosso coração quando deixarmos o coração arder pela Palavra de Deus! Iremos também reconhecê-Lo ao partir do Pão.

Deus abençoe você!

terça-feira, 18 de abril de 2017

Homilia Diária

18ABR2017

Precisamos encontrar Aquele que é a razão maior da alegria, da bênção, da nossa própria existência

“’Jesus perguntou: 'Mulher, por que choras? A quem procuras?’ Pensando que era o jardineiro, Maria disse: ‘Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar’”(João 20, 15).

Maria Madalena estava do lado de fora do túmulo, aliás, ela não largava aquele túmulo por nada. Desde o dia em que Jesus encontrou-se com Maria e transformou sua vida, ela nunca mais largou d’Ele.

Quando o Senhor foi crucificado, ela O acompanhou. Quando Ele foi colocado no túmulo ali estava Maria. Por isso, ela foi agraciada para ser a primeira testemunha, primeira discípula, aquela que, de fato, contemplou o Ressuscitado. Ela ainda estava chorando, desconsolada, procurando o Senhor.

Às vezes, encontramo-nos como Maria: do lado de fora do túmulo, procurando pelo Senhor.

Maria Madalena estava, na verdade, procurando a alegria e a razão da sua vida; buscava Aquele que havia a ressuscitado, em primeiro lugar; Aquele que havia dado razão a sua existência.

Maria estava chorando porque procurava a razão da sua vida e os homens haviam-No levado. Mas ela O queria, mesmo que fosse apenas o Seu corpo.

Sabe, também choramos muito na vida. Cada um têm a sua razão para chorar, cada um têm os motivos para sua tristeza. Mas choramos e ficamos desconsolados e, às vezes, deixamo-nos consolar por consolos humanos, momentâneos, que nos levam depois a viver outras tristezas na vida.

Precisamos do consolo pleno, precisamos encontrar Aquele que é a razão maior da alegria, da bênção, da nossa própria existência. Maria encontrou e sua vida nunca mais foi a mesma! Desde que encontrou Jesus, ela fez d’Ele a razão maior da sua vida.

Não basta apenas nos encontrarmos com Jesus Ressuscitado. Precisamos nos encontrar com Cristo e permitir que Ele seja a razão maior da nossa vida. É preciso permitir que Ele alegre definitivamente e plenamente o nosso coração, a nossa vida e nossa existência. É preciso fazer de Jesus o senhor da nossa vida!

O nosso coração não será mais o mesmo, a nossa vida não será mais a mesma. As nossas lágrimas poderão ser derramadas, mas serão consoladas e enxugadas pelo próprio Cristo. Não podemos perdê-Lo. E se ainda não O encontramos, precisamos encontrá-Lo e fazer como Maria Madalena fez: testemunhar para todos que Jesus está vivo e é o Senhor.

Levemos a todos a Boa Nova da ressurreição de Jesus.

Deus abençoe você!

 

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Homilia Diária

17ABR2017

Só é triste, desanimado, amargurado e azedo quem não se encontrou com o Ressuscitado

“De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: “Alegrai-vos!” As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés” (Mateus 28, 9).

Jesus Ressuscitado traz para o nosso coração todos os remédios que precisamos, traz vida e alento a tudo que está morto no meio de nós. A primeira coisa que precisamos deixar morrer em nosso coração é a tristeza.

A tristeza vem das incertezas, das inseguranças da vida, no qual não sabemos o que será da nossa vida. Quando nos encontramos com o Cristo ressuscitado a alegria deve tomar conta do nosso coração!

Não é uma alegria estéril nem histérica. Não é a alegria de estarmos sendo motivados por falsas ilusões ou coisas contraditórias. Mas é a alegria plena, alegria da vida, alegria da ressurreição de Cristo. É a alegria porque encontramos uma razão, um sentido para a nossa vida. É a alegria que vem do nosso encontro com Deus.

Quando alguém procura um tesouro e o encontra, quando alguém encontra uma coisa perdida, que alívio e alegria traz para o coração da pessoa.

Não encontramos um simples tesouro, não encontramos uma simples coisa que se perdeu. Encontramos a nossa vida perdida, a razão e o princípio fundamental da nossa vida. Encontramos a vida, porque a vida que Cristo nos trouxe ninguém mais pode nos roubar!

Podemos até perdê-la se não cuidarmos, mas o nosso cuidado é de fazer com que a nossa alegria seja plena. Deixe a alegria, que vem do Cristo Ressuscitado, invadir você. Permita que a alegria que vem do Cristo alegre a nossa vida, as nossas convivências, as nossas relações, a nossa fé.

Não podemos ir com "cara de túmulo" ao encontro do Senhor, não podemos deixar que a tristeza seja o nosso porta-retrato. A nossa face não pode expressar a amargura e quanto mais a decepção, porque não estamos anunciando um morto aos outros. Estamos anunciando o Cristo vivo e ressuscitado e isto deve ser com a maior alegria do nosso coração!

Não é questão de ficar sorrindo o tempo inteiro. Mas não dá para testemunhar para alguém o Cristo vivo se a alegria não invadir a nossa alma. A nossa evangelização, o nosso anúncio do Evangelho, a nossa proclamação para o outro deve ser da alegria de quem encontrou a vida.

Só é triste, desanimado, amargurado e azedo quem não se encontrou com o Ressuscitado. Alguns ainda estão no túmulo esperando Cristo ressuscitar, entretanto, Ele já ressuscitou e está no meio de nós.

Levemos a todos, onde quer que nos encontremos, a alegria da vida, do Cristo que está vivo e ressuscitado entre nós!

Feliz Páscoa para você!

Deus abençoe você!

sábado, 15 de abril de 2017

Homilia Diária

15ABR2017

É aceso em nós o fogo abraçador, fogo da graça que ilumina as trevas do nosso coração

“Então o anjo disse às mulheres: “Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava” (Mateus 28, 5-6).

Este é o sábado da Vígila Pascal, no qual nos colocamos junto ao túmulo de Jesus para esperar a Sua ressurreição gloriosa. E mais do que esperar, contemplar, meditar e entrar na profundidade do amor apaixonante de Jesus vivo e ressuscitado no meio de nós.

A Vígila Pascal é uma das mais belas e importantes celebrações. Primeiro pela riqueza da Palavra de Deus, que nos é dada como um banquete. Meditamos todo o mistério da vida humana, da humanidade, da criação de todas as coisas desde a criação de Deus até a nova criação com a ressurreição de Jesus.

Hoje, é preciso se banquetear com a Palavra de Deus. "Se ontem fizemos um dia de jejum, hoje vamos nos banquetear. Comeremos tudo à vontade". Não! Com sobriedade nos alimentaremos de forma abundante da Palavra. Porque a Palavra de Deus que ouvimos hoje, durante toda a Vígilia Pascal, tem uma catequese linda, profunda e magnífica para a nossa vida espiritual!

Caminhamos durante toda a Quaresma para celebrarmos aquilo que vamos viver hoje. Deste modo, escute primeiro o que o anjo está a dizer: “Não tenha medo!”.

A morte foi vencida pela vida. E quando ela é derrotada, porque a última cartada do medo em nós é a morte, o que nós podemos ou devemos ainda temer? De quem ainda teremos medo? Porque Jesus venceu a morte, e uma vez que ela é vencida, não tem mais poder sobre ninguém que está no domínio de Cristo Jesus. Só teremos a morte ou seremos vencidos por ela se não levarmos a vida em Cristo.

Nesta noite da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, precisamos clamar e acima de tudo exclamar: “Ele ressuscitou! Ele está vivo! Está no meio de nós!”.

Em nossa meditação de hoje, gostaria de deixar gravado em nosso coração uma vontade profunda de viver essa noite como aquilo que deve ser a nossa vida: em comunhão com o Ressuscitado. Não viva a Páscoa de outra forma, não fique pensando que celebrar a Páscoa é voltar a fazer o que fazia antes. “Eu já fiz muitas penitências durante a minha Quaresma!”. Mas continuemos na vigilância, cuidando de nós; permitamos que este homem velho possa morrer em nós. Aprofundemos a nossa comunhão com Deus, nossa vida mística, porque sem ela não experimentamos os frutos da ressurreição. Tudo continua a ser como antes e a vida segue assim.

Há algo de profundo nesta noite, há um silêncio que se irrompe, um fogo que nasce e traz uma luz nova para o nosso coração. E quando somos conduzidos à presença de Cristo, é aceso em nós o fogo abraçador, fogo da graça que ilumina as trevas do nosso coração.

Se há algo em nós que ainda caminha em meio às trevas, permitamos que a luz do Ressuscitado nos ilumine. Se há algo em nós que ainda está obscuro, caminha no erro, na ignorância, permitamos que nesta noite sejamos iluminados pela luz de Cristo.

Tudo que posso desejar é que nenhum de nós percamos a maravilha da celebração dessa noite: a noite do Mistério Pascal, da Vigília Pascal, da Ressurreição de Cristo, onde a Sua Palavra nos ilumina e nos cura.

Uma santa Páscoa para todos nós!

Deus abençoe você!

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Homilia Diária

14ABR2017

Reconheçamos no Cristo Crucificado a nossa humanidade pobre, esfacelada, pisoteada

“Era desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de sofrimentos; passando por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era, não fazíamos caso dele” (Isaías 52, 3).

Nesta Sexta-feira da Paixão de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, queremos olhar para a face desfigurada de Cristo. Sei que preferimos olhar para o Cristo belo, de olhos azuis, brilhante e assim por diante. Mas o Cristo que anunciamos e pregamos é o Cristo Jesus Crucificado!

O Cristo que, hoje, contemplamos pregado numa cruz não tem uma bela aparência; pelo contrário, a sua aparência é desprezível e repugnante de olharmos com os nossos olhos. Tão desprezível, desfigurado e amargurado encontra-se o corpo do Senhor. Ele foi castigado e desprezado pelos homens; Ele foi pisoteado e cuspido, foi de todas as formas dilacerado pela maldade humana. De modo que, aquele que está pregado na cruz, nem aparência humana tem.

O Cristo que está atrás de mim é belo, o Cristo que temos em nossa casa também. O crucifixo que carregamos é apenas a aparência melhorada pela arte, daquilo que de verdade é o Cristo que foi pregado na cruz. Aquilo que Isaías nos descreve mostra-nos em que condição Jesus encontrava-se.

Meus irmãos, não desviemos nosso olhar do Cristo Crucificado. Ele nos leva para a nossa própria humanidade para reconhecermos a nossa própria pobreza humana, reconhecermos que o ser humano nem sempre é bonito.

Reconheçamos no Cristo Crucificado a nossa humanidade pobre, esfacelada, pisoteada. Reconheçamos n’Ele o rosto de tantos desfigurados da humanidade; o rosto de tantos que passam fome, que são oprimidos pela violência, pela maldade humana. Reconheçamos o rosto de nossos doentes, daqueles que estão sofrendo, padecendo em nossos hospitais. Eles são para nós a expressão do Cristo vivo e crucificado!

Quando alguém é tomado por um doença grave, o câncer, por exemplo, a pessoa fica desfigurada. Muitas vezes, nem queremos olhar para essas pessoas porque o nosso coração não têm condições, ficamos assim tão movidos. Desculpe-me, mas mais cedo ou mais tarde, quando a "irmã morte" nos visitar o nosso corpo vai se desfigurar. Por mais que coloquemos aparências boas ou usemos uma maquiagem, quando tiramos a maquiagem somos o pó da terra.

Não tenhamos medo de encarar a realidade humana que somos. Cada realidade humana desfigurada, remete-nos ao Cristo crucificado e desprezado, que veio para resgatar, libertar e levar a plenitude àqueles que nele creem, têm vida e esperança.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Homilia Diária

13ABR2017

Quando servimos os outros, tiramos de nós aquele sentimento de pretensão e grandeza e tornamo-nos servos

“Jesus derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido” (João 13, 5).

Nesta Quinta-feira Santa da Páscoa de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, somos introduzidos no Tríduo Pascal com a celebração da Eucaristia ou da Ceia do Senhor.

Cometemos, às vezes, um tremendo engano ao acharmos que a Eucaristia começa quando Jesus toma o Pão e diz: “Este é o meu Corpo!", toma o Vinho e diz: "Este é o Cálice do meu Sangue!”. Ali está o ápice do mistério da nossa fé, o ápice da entrega de Deus, pois o mesmo Jesus que entrega-se na Paixão da Cruz, entrega livremente o Seu Corpo e Sangue numa Ceia. Mas a Ceia não começa na mesa; começa no chão quando Jesus dirige-se para lavar os pés de Seus discípulos.

É um trabalho escravoporque os senhores chegavam e preparavam-se para que os escravos lavassem seus pés. Para servirmos Jesus, precisamos aprender com Ele a não sermos senhores. Precisamos aprender a ser servos!

Não transforme aquilo que, hoje, vemos na celebração num ritual, como se fosse um teatro: "Veja que bonito, o padre, o Papa, o bispo lava os pés de algumas pessoas. Isto simboliza uma comunidade!". Não é uma representação teatral! É, na verdade, o que deve consistir a nossa vida de servidores de Jesus.

Jesus passou sua vida inteira servindo, colocando-se aos pés dos outros, salvando e resgatando. Somos Seus discípulos e precisamos lavar os pés uns dos outros! Lavar os pés significa colocar-se abaixo.

Há dentro de nós uma pretensão, um orgulho exacerbado, uma soberba gritando por reconhecimentos, lugares e muitas vezes queremos humilhar os outros. Hoje, precisamos deixar essas coisas aos pés de Jesus. Não queiramos ser melhores do que os outros. Precisamos aprender, no cotidiano da nossa vida, a fazer gestos que pareçam humilhantes, mas que são salvadores. Porque quando servimos os outros, tiramos de nós aquele sentimento de pretensão e grandeza que, muitas vezes, tomam conta da nossa alma e do nosso coração e tornamo-nos servos e humildes.

A humildade salva o mundo, a humanidade, liberta-nos da escravidão do mal, vence o poder do maligno em nós! Por isso, todas as vezes em que formos participar da Eucaristia, não permitamos que nosso coração seja de soberba, não nos sintamos melhores: "Eu comunguei! Jesus está em mim!”. Participar da Eucaristia é descer até o chão para lavar os pés dos nossos irmãos.

Quem tem comunhão com Jesus não é aquele que recebe a Eucaristia na boca, mas é quem primeiro lava os pés de seus irmãos, sai da ceia disposto à cuidar do outro, a colocar-se abaixo do outro para nunca sentir-se melhor ou mais importante do que ninguém.

Deus abençoe você!

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Homilia Diária

12ABR2017

O dinheiro, quando mal administrado, coloca as pessoas umas contra as outras e as transforma em mercadorias

“Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes e disse:”Que me dareis se vos entregar Jesus?” Combinaram, então, trinta moedas de prata” (Mateus 26, 14-15).

Continuamos a reflexão daquilo que escutamos no Evangelho de ontem quando o demônio, depois da Ceia Eucarística, entrou no coração de Judas. Porque Judas já era um escravo do dinheiro, era um administrador do dinheiro daquele grupo e deixou-se seduzir por aquilo que o dinheiro, muitas vezes, pode realizar no nosso coração. Sem perceber as consequências do que iria fazer, Judas oferece aos sumos sacerdotes uma ocasião para entregar Jesus. Por isso, ele pergunta: “Quanto me dareis se vos entregar Jesus?”.

Judas está vendendo Jesus, porque querem transformá-Lo numa mercadoria e por Ele foi combinado trinta moedas de prata.

Dinheiro pode ser uma bênção, uma graça; serve para muita coisa boa, melhora as nossas condições de vida. Com o dinheiro podemos fazer o bem, podemos ajudar uns aos outros. Eu poderia aqui elucidar uma série de benefícios e importâncias que o dinheiro tem para nossas relações pessoais.

Não posso deixar de dizer, a partir daquilo que Judas faz e que a reflexão do Evangelho nos mostra, que o dinheiro na maioria das vezes é uma maldição. O dinheiro é sinal de tragédias, brigas e disputas entre as pessoas. Com o dinheiro as pessoas se vendem, compram umas as outras. Com o dinheiro as pessoas se corrompem e não é apenas no mundo político, é no mundo em que vivemos, no dia a dia e assim por diante. O dinheiro transforma pessoas humanas, filhos e filhas de Deus, em mercadorias.

As pessoas estão vendendo sua dignidade por causa de dinheiro, as pessoas tratam melhor aqueles que tem dinheiro e são indiferentes aos que não tem. As pessoas tratam dignidade através de dinheiro. Desta maneira, o que poderia e deveria tornar-se uma bênção é, muitas vezes, um sinal de maldição.

Não deixe-se escravizar pelo "deus dinheiro", ele é deus e senhor deste mundo. Não podemos servir a Deus e ao dinheiro!

Na meditação desta Semana Santa, precisamos refletir, com seriedade e serenidade: Que lugar o dinheiro ocupa na minha vida? Ele provoca-me inquietação de mais quando tenho ou quando não tenho? Sou escravo dele, dominado por ele? Ele domina minha vida e minhas preocupações? Tenho liberdade para lidar com ele? Eu domino as pessoas ou sou dominado pelas pessoas que tem dinheiro? Por que será que em nossas igrejas as pessoas com dinheiro são melhores tratadas? São bem queridas e, muitas vezes, fechamo-nos em relação ao pobre ou aquele que pouco tem? Por que tratamos melhor as pessoas que mais têm e temos uma certa indiferença ou pouca preocupação com quem não tem? Por que amanhecemos o dia fazendo conta? Por que terminamos o dia contando dinheiro ou contando o que não temos?

O dinheiro pode ser uma bênção, se for bem usado e administrado, mas ele pode ser também uma maldição, pois destrói vidas, casamentos, relacionamentos, divide a humanidade, coloca as pessoas umas contra as outras e as transforma em mercadorias.

Que não sejamos, de forma nenhuma, escravos do deus dinheiro.

Deus abençoe você!

terça-feira, 11 de abril de 2017

Homilia Diária

11ABR2017

A Eucaristia tem a missão de nos purificar e nos colocar em comunhão com Deus

“Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. Depois do pedaço de pão, Satanás entrou em Judas. Então, Jesus lhe disse: ‘O que tens a fazer, executa-o depressa’”(João 13,26-27).

Estamos no contexto da Última Ceia de Jesus. Nesse contexto da Eucaristia, está Judas Iscariotes. O que faz Judas, aquele que participa da ceia com Jesus? Ele come do pão! Jesus mesmo diz: “Aquele que come do pão comigo há de me trair!”.

O que mais me entristece e causa, na verdade, provocação e reflexão interior é que, depois que Judas come deste pão, é o demônio quem entra no coração dele.

Sabe, a Eucaristia tem a missão de nos purificar e nos colocar em comunhão com Deus, porque ela é o próprio Senhor que recebemos em nós! Mas se não purificarmos o nosso coração para recebermos a Eucaristia ou não permitirmos que o corpo do Senhor nos purifique, as obras das trevas entrarão em nosso coração.

Todos nós participamos da Ceia do Senhor, comungamos com Ele, mas comungamos também com pensamentos e obras que são do mal. Não permitimos que a Eucaristia realize em nós, muitas vezes, a obra do Reino de Deus.

Jesus mesmo disse: “Teu irmão tem algo contra ti? Primeiro, vai reconciliar-se com ele”. A primeira obra diabólica é esta, não vivemos a reconciliação. Somos capazes de entrar na Ceia Eucarística, comungar, chorar, cantar bonito, mas, ao sairmos da Eucaristia, continuamos fechados, não nos reconciliamos uns com os outros, continuamos a falar mal um dos outros, até na porta da igreja.

Não deixamos que a Eucaristia vença as trevas do nosso coração, mas permitimos, muitas vezes, que o demônio, com suas obras, inspire-nos o mal.

O que aconteceu com Judas não é para atirarmos pedras nele, é para revermos a nossa postura, pois isso acontece com Pedro em seguida. Aquele entusiasmo de estar com Jesus: “Eu darei a minha vida por Ti!”. E Jesus responde: “Pedro, antes que o galo cante, você vai me negar três vezes”.

Pedro também estava na Ceia de Jesus; mais do que isso, ele comungou a vida com Jesus e negou o Mestre três vezes.

Hoje, preciso colocar meu coração de molho, numa reflexão profunda: o que estou permitindo que a Eucaristia realize em mim? O que, de fato, estou vivendo quando comungo com o Senhor? Comungo com uma hóstia? Comungo, na verdade, Jesus em algo que eu acho bom? Comungo, de fato, o Senhor e aceito a Sua obra, o Seu Reino? Ou permito que a obra das trevas invada meu coração?

Nossas fraquezas são nossas e nenhuma delas são condenadas. Elas são salvas, redimidas e cuidadas por Deus! Eu não posso transformar minhas fraquezas em desculpas para viver nas trevas e deixar que pensamentos, ações diabólicas tomem conta do meu coração ainda participando da Eucaristia, da Ceia do Senhor.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Homilia Diária

10ABR2017

Não tenhamos receio de sermos despojados, porque, assim foi o nosso Mestre

“Maria, tomando quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos”(Jo 12, 3).

Que beleza, na celebração desta Semana Santa, esse Evangelho ocupar um lugar tão importante. Porque, Jesus está na casa de Lázaro e Marta, e no meio de uma refeição Maria coloca-se aos Seus pés. Ela toma o melhor perfume, mais caro e esplêndido, e joga aos pés do Mestre.

Aqui é uma atitude maravilhosa de desprendimento, de reconhecimento e adoração, de se colocar inteira como ela está fazendo e com tudo que tem aos pés do Mestre Jesus.

Ele foi o Senhor que transformou a vida de Maria, e ela reconhece que Ele é o Senhor da sua vida, por isso ela não têm reservas e joga o melhor de si aos pés do Mestre Jesus. Quando ela vai enxugando, com seus cabelos os pés de Jesus, ela está dizendo que todo o seu corpo, tudo aquilo que ela é, está inteiramente aos pés de Jesus.

Como seria bom e, é de fato, necessário nos colocarmos inteiros aos pés de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Sabe, as pessoas se voltam para Jesus mas, muitas vezes, voltam-se pela metade, voltam-se só de espírito, voltam-se com uma coisa ou outra. Mas, precisamos ir com o corpo, com a alma, com o espírito, com nossos bens e posses. Precisamos nos despojar, colocar-nos inteiros e sem reservas ao coração de Jesus, aos Seus pés.

O que Maria fez é contraditório ao que Judas, que era discípulo de Jesus, não fez e está repreendendo. “Como essa mulher faz isso? Esse perfume vale trezentas moedas de pratas. Podemos dá-las aos pobres".

Não quer dizer que Judas esteja preocupado em ajudar os pobres. Ele é avarento, é apegado ao dinheiro, só se preocupa consigo. Desculpe-me, temos uma sociedade, um mundo em que vivemos onde há pessoas que só se preocupam com o dinheiro. E preocupam-se não porque são pessoas econômicas. Não! São pessoas avarentas, elas não são capazes do pouco ou do muito que têm, ter um coração despojado para servir a Deus e ao próximo, para ajudar as pessoas.

São sempre assim, desculpe-me a expressão, com a mão fechada, porque, não é a mão que se fecha, mas é o coração, é o coração que se apega. E aí essas pessoas não sabem ser livres.

É o que acontece com este discípulo de Jesus, chamado Judas. Ele é a contradição do despojamento, não é aquela pessoa que simplesmente gasta tudo o que tem. Não estamos falando disso não! Estamos falando de pessoas despojadas, pessoas generosas, pessoas que dão o melhor de si para os outros e para Deus.

Não podemos ser discípulos de Judas. Somos discípulos de Jesus que deu tudo de si, e a si por inteiro para salvar a humanidade. Não tenhamos receio de sermos despojados, porque, assim foi o nosso Mestre!

Deus abençoe você!

sábado, 8 de abril de 2017

Homilia Diária

08ABR2017

O Senhor é uma provocação para a vida de cada um de nós, e precisa ser assim a cada dia

“Disse Caifás: ‘Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?’”(João 11, 50).

Veja o que está acontecendo: os sumos sacerdotes e os fariseus estão crescendo na revolta, na indignação, inquietação e oposição por aquilo que Jesus faz. Mas o que Jesus está fazendo? Está fazendo o bem, está anunciando o Reino de Deus, levando ao coração dos homens a verdade do Reino dos Céus. Isso provoca uma profunda ira no coração daqueles que não querem acolher Sua mensagem. E digo mais, eles tomam consciência de que não podem se opor ao Senhor, ao que Ele faz, pois, cada vez mais, o que Ele faz é com amor, e este se estende a tantos outros corações.

“O que faremos? Este homem realiza muitos sinais. Se deixarmos ele continuar assim, muitos acreditarão n’Ele”. Estão com medo e preocupados, porque as pessoas acreditarão naquilo que Jesus está realizando. Eles precisam dar um jeito de cortar o que Ele está fazendo, ainda mais agora que estão sabendo que Jesus ressuscitou Lázaro! Isso espalhou-se por todos os lados, e eles precisam, de algum modo, calar Jesus.

Caifás está dizendo: "Em vez de todos perecerem, é melhor que apenas um morra".

Sabe aquela solução que parece ser fácil? Sabe aquela solução para a qual você não quer buscar a verdade, mas sim a solução mais fácil, mais conveniente, a solução que mais convém? Quando, na verdade, essa solução não é justa, não é honesta nem condiz com a verdade. Eles querem eliminar Jesus, porque Ele é uma provocação.

O Senhor é uma provocação para a vida de cada um de nós, e precisa ser assim a cada dia!

Quando fazemos alguma coisa errada na vida, quando vivemos uma situação errada, procuramos, de todas as formas, correr, eliminar ou não ouvir aquilo que vai nos dizer a verdade. Por exemplo: a pessoa pega a Bíblia e percebe que aquela passagem é para ela e diz: “Opa, é para mim!", e vira a página! Não é bem isso!

Não podemos deixar de sermos incomodados pela verdade, porque, se assim fizermos, acostumaremo-nos a viver na mentira, viver o que não é correto; então, transformaremos (como os sumos sacerdotes e os fariseus estão fazendo) a mentira em verdade, o errado em certo.

Não se trata de acusar ninguém, pelo contrário, trata-se de assumirmos o que a Palavra de Deus está nos iluminando e sermos conduzidos por ela. É normal vermos por aí que, muitas vezes, as pessoas não querem mais entrar na igreja, arrumam um monte de desculpas, mas entenda que, muitas das vezes, é porque as verdades que são ditas pela Palavra de Deus, pela moral de Deus, incomodam demais.

Vivemos numa sociedade perigosíssima, em que ninguém quer ser incomodado. É a sociedade do conforto e do individualismo, onde o que vale é aquilo que o indivíduo pensa, acha. Criam meias verdades ou verdades individuais, as quais se contrapõem à verdade de Deus.

Não podemos rechaçar ou ignorar a verdade, porque só ela salva a nossa vida!

Deus abençoe você!

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Homilia Diária

07ABR2017

Se Jesus é a verdade da nossa vida, não permitamos de forma nenhuma, qualquer mentira entre aquilo que fazemos e dizemos

“Por ordem do Pai, mostrei-vos muitas obras boas. Por qual delas me quereis apedrejar?” (João 10, 32).

Um grupo de judeus está determinado a eliminar Jesus e apedrejá-Lo. Estão determinados a se oporem àquilo que Jesus faz, mas não podem calar o Senhor, não podem amarrar a Sua boca, porque Ele cumpre Sua missão e não vai se calar.

O jeito que encontram é, de fato, oporem-se a Ele, apedrejá-Lo e expulsá-Lo, até que seja levado à morte. Mas Jesus quer saber qual é o motivo de tanta indignação, tanta raiva e oposição: “Eu realizo as obras do meu Pai. Por qual delas querem me apedrejar?”. Os judeus respondem: “Não são por causa de suas obras, mas por causa da blasfêmia, porque sendo um homem, você se faz de Deus" (cf. João 10,33). Eles não entenderam quem era Jesus

Quando não entendemos quem é o Senhor, não há problema, mas devemos, pelo menos, tentar entendê-Lo. Os judeus não tentaram compreender; pelo contrário, fecharam-se contra a verdade que Jesus estava trazendo, e o meio foi realmente rejeitá-Lo de qualquer forma. Por isso, acusaram-No de blasfêmia. Eles precisavam de motivos para acusar e levar Jesus à morte, mas condenar alguém que faz somente o bem para os outros, não pode ser este o motivo.

Todas as obras que Jesus faz trazem Deus para o meio do Seu povo, e o próprio povo está convicto da presença do Senhor. Então, isso não pode ser motivo, uma vez que não conseguem se opor à obra de Jesus. Agora, eles inventam ou querem achar outro motivo, e o motivo é, justamente, a blasfêmia.

Irmãos, ao nos aproximarmos, cada vez mais, do mistério da Paixão e Morte de Jesus Cristo, vamos entender que, há no coração humano, uma rejeição àquilo que é a obra de Deus. Aquilo que o grupo de judeus fez é, na verdade, opor-se, de forma muito direta, à obra e ação de Deus. Não só se opuseram, mas foram desleais e desonestos. Não conhecendo a verdade, disseram o que não era verdade. O que não é verdade é mentira, e nós sabemos o que a mentira faz no meio de nós.

Podemos não gostar de muitas coisas, podemos não concordar com muitas coisas no mundo, mas nunca usemos de artimanha, falsidade, mentira e acusação vã para nos opormos, seja ao que for. Não precisamos disso!

Quando não concordo com alguma coisa, eu me silencio. E o que tenho a dizer eu digo, mas preciso saber se é, de fato, verdade. Não posso ficar inventando fatos, não posso ficar inventando situações simplesmente para corroborar com a minha verdade.

A melhor ou menor verdade perde a razão de ser quando mistura em si a mentira, a falsa acusação ou elementos que não são reais. Se conhecemos Jesus e O temos como a verdade da nossa vida, não permitamos, de forma nenhuma, qualquer mentira entre aquilo que fazemos e dizemos.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Homilia Diária

06ABR2017

Deixemo-nos ser incomodados pela Palavra de Deus, porque ela tem a missão de transformar a vida de cada um de nós

“Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte” (João 8,51).

Veja, se alguém guardar a Palavra de Jesus, jamais verá a morte. Eu creio que nós estamos entendendo que "guardar" não é pegar a Palavra, dobrar e colocá-la dentro do nosso guarda-roupa, da nossa escrivaninha. Guardar quer dizer, acima de tudo, observar, trazer a Palavra para dentro do coração e exprimi-la na vida.

Estamos em busca de um sentido para a vida, de uma realização, estamos em busca, realmente, de trazer felicidade para nossa vida. E não há vida plena se não for a vida em Jesus!

Pode parecer meio teórico dizer: "E como permanecer em Jesus?". Ter a vida em Jesus é guardar Sua palavra, é conhecer, mergulhar e aprofundar-se nela; é transformá-las nas palavras de Jesus, assumir aquilo que falamos, pensamos, agimos, a forma que vemos o mundo, as coisas, as situações, as relações e tudo aquilo que estamos realizando de acordo com a Palavra de Jesus.

Esse mundo tem sede de palavras de vida eterna, tem sede de renovação! A Palavra de Jesus provoca inquietação naqueles que a acolhem; o coração começa a se renovar, a transformar-se e mudar.

O que acontece com o nosso coração quando, docilmente, acolhemos a Palavra de Deus? As trevas correm de nós, coisas que estão ruminando de negativo dentro do nosso coração vão saindo pela força que a Palavra de Deus exerce dentro de nós. Mas a Palavra de Deus também provoca, por outro lado, indignação daqueles que não a acolhem, não estão de acordo com ela.

Alguns judeus, na narração do Evangelho de hoje, estão indignados, porque Jesus diz que aquele que permanecer n'Ele terá vida. Eles querem até apedrejar Jesus, querem levá-Lo à morte por causa de Suas palavras.

As palavras de Jesus provocam bênçãos para aqueles que a acolhem e perturbação e ira para quem as rejeita. Não precisamos ir muito longe, porque, muitas vezes, queremos ser provocados pela Palavra de Deus. Quando ela vem contradizer nosso comportamento, nossa maneira de pensar, agir e falar algo, também rangemos por dentro, arrumamos desculpas ou oposição a essa Palavra.

É preciso abrir o coração para, docilmente, acolhermos e sermos conduzidos por essa Palavra! Mas, atenção, não acolha a Palavra apenas na conveniência, naquilo que lhe convém e com o que está de acordo, que não o incomoda.

Deixemo-se ser incomodado pela Palavra de Deus, porque ela tem a missão de transformar sua vida!

Deus abençoe você!

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Homilia Diária

05ABR2017

A Palavra de Jesus liberta nosso coração da ignorância, liberta-nos de todo mal que o mundo e as trevas realizam no nosso coração

“Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”(João 8,31).

Todos nós precisamos de libertação, precisamos ser libertos da ignorância, do espírito das trevas. Precisamos ser libertos de tantas coisas que nos machucaram e feriram! Precisamos ser libertos do nosso egoísmo, da nossa soberba, precisamos ser libertos da ação do mundo que, muitas vezes, entra no nosso coração.

Jesus está no meio de nós, porque nos quer livres e libertos para servirmos a Deus, para entrarmos no Seu Reino e vivermos Sua graça em nós.

Jesus nos quer libertos da ação do maligno e do poder das trevas. Ele mesmo nos aponta o caminho, mas, primeiro,precisamos conhecer a verdade. Quanto é apaixonante para Jesus trazer ao nosso coração a Sua verdade, que é única! E de que modo permaneceremos nessa verdade e a conheceremos? É Ele quem está nos dizendo: “Se permanecerdes na minha palavra!”.

Sabe, meus irmãos, podemos conhecer Jesus, podemos estar com Ele, fazer uma experiência com Cristo, mas não permanecermos n’Ele; e permanecer quer dizer ficar, estar colocado e junto, não se separar.

Há um tempo em que precisamos de Deus, precisamos da Sua graça; enchemo-nos dela, mas agora já nos achamos autossuficientes, não precisamos mais ficar na casa ou ficarmos ligados, porque já sabemos tudo o que é de Deus e assim por diante. Isso é um tremendo engano!

Precisamos permanecer unidos ao coração de Jesus todos os dias da nossa vida! Por isso, para permanecer n’Ele, precisamos conhecer e mergulhar nas Palavras de Jesus. Precisamos meditar Suas Palavras, banharmo-nos nelas e nos inebriarmos delas, porque, a cada dia, a Palavra do Senhor se renova, cura e, acima de tudo, liberta.

A Palavra liberta o nosso coração da ignorância, liberta-nos de todo o mal que o mundo e as trevas realizam no nosso coração. Por isso, não podemos fugir da Palavra de Deus, porque o meio mais cômodo e fácil de sairmos da presença d'Ele é fugirmos de Sua Palavra, é não perseverarmos na meditação da Palavra de Deus.

O Senhor nos quer unidos a Ele, e assim permaneceremos. Seremos libertos, curados, transformados quando fizermos da Palavra de Deus a palavra de vida, que nos liberta e cura; a palavra que nos ajuda e nos conduz, de fato, a permanecermos na verdade.

É hora de permanecer em Jesus, precisamos permanecer n’Ele e não podemos sair da Sua presença!

Deus abençoe você!

terça-feira, 4 de abril de 2017

Homilia Diária

04ABR2017

A única verdade que nos salva é Jesus, e para permanecermos na verdade precisamos deixar que Ele fale, molde e abra nosso coração

“Disse-vos que morrereis nos vossos pecados, porque, se não acreditais que eu sou, morrereis nos vossos pecados” (João 8,24).

A sentença de Jesus parece ser muito dura ao nosso coração, mas é a sentença que Ele está dizendo aos fariseus, a qual, de uma forma obstinada, se opõe à verdade trazida por Ele. Eles não querem conhecer a verdade, não se abrem para ela.

Sabe, meus irmãos, quando um coração se torna obstinado e fechado, quando ele se fecha em si mesmo, acaba morrendo naquela verdade que ele colocou para si. No entanto, nenhum de nós é dono dela, apenas Jesus é a única verdade. Ele mesmo disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida!”. Ainda que alguns queiram, em nome d’Ele, dizer que têm a verdade, estes não têm nem são a verdade.

A única verdade que nos salva é Jesus, e para permanecermos n'Ele precisamos deixar que Ele fale, molde e abra nosso coração! Não basta sermos religiosos, não basta orarmos, conhecermos os mandamentos, frequentarmos a igreja nem fazermos jejuns e tantos sacrifícios. Os fariseus faziam isso com muita maestria! Mas o coração deles era obstinado, fechado, não se abriam para a novidade de Deus.

"Novidade" não quer dizer que Deus está mudando sempre as coisas, mas sim que o novo de Deus, o Espírito d'Ele, é criativo, sopra e ninguém sabe onde vai parar.

A novidade de Deus é aquela que vai nos moldando, modelando-nos. Muitas vezes, somos como uma criança na escola, aprendemos a ler e escrever, aprendendo isso e aquilo, e já achamos que sabemos tudo! Todo conhecimento é limitado, por isso tudo o que sabemos de Deus, até hoje, nada é de mentira, é tudo mais profundo do que possamos imaginar.

Não fiquemos parados, não fiquemos estagnados pela verdade. Pelo contrário, que Deus quebre aqueles bloqueios interiores que há em nós, que não nos permitem aprofundar na fé, que não nos permitem conhecer a verdade do outro, que não nos permitem nos abrirmos para a novidade de Deus.

Não fechemos o nosso coração, não fiquemos na dureza do nosso coração para não morrermos na ignorância do pecado e da obstinação. É isso que Jesus está dizendo aos fariseus, e não queremos que essa verdade seja para nós.

Que Jesus chegue e amoleça, quebre a dureza do nosso coração. Que Ele, manso e humilde, vá infiltrando em nós a Sua graça, para nos purificar, porque a única verdade é Jesus, e nós precisamos permanecer nela, precisamos permanecer no Senhor!

Deus abençoe você!

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Homilia Diária

03ABR2017

A lógica e a dinâmica do Reino de Deus é nos conhecermos profundamente, conhecer quem somos e nossa realidade

“Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra” (João 8, 7).

Jesus estava ensinando o povo, era o que Ele fazia com muita maestria: ensinar, pregar, formar o Seu povo, introduzi-lo no Reino de Deus. No entanto, os mestres da Lei e os fariseus, aqueles que se opunham a Jesus, queriam criar sempre desculpas para Ele.

Eles [mestres da Lei e os fariseus] aproveitam a ocasião e trazem uma mulher surpreendida em adultério. A lei mandava apedrejar toda mulher pega em tal situação. Jesus o Mestre da vida, acolheu tantos pecadores, falava tanto do amor e da misericórdia, o que Ele vai fazer diante dessa situação?

Na verdade, eles queriam colocá-Lo numa situação muito difícil. Jesus é o Mestre e eles mesmo dizem: “Mestre, o que fazemos com essa mulher?”. O Mestre abaixa-se, no sinal de humildade, no silêncio interior, de reflexão, não se deixa levar pelo impulso do momento, não se deixa levar pela agitação que eles trouxeram, e vai refletir no seu coração.

Todas as vezes que nos encontrarmos diante de situações de questionamentos, quando nos empurram na parede, não respondamos ao impulso que os outros querem nos provocar. Procuremos a serenidade, porque nela está a sabedoria de Deus!

É puxando da terra, puxando do chão, que a sabedoria vem da humildade do coração do Senhor, que responde com uma outra provocação: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar uma pedra nela!”.

Sabe, meus irmãos, é mais fácil atirar pedra, é mais fácil olhar os pecados dos outros, é mais fácil comentar os pecados e acusar os outros. E quando nos acostumamos a fazer isso, não temos condição de reconhecer nem os nossos pecados.

Quando as pessoas se encontram, muitas vezes, é para comentar, para discutir e falar da vida dos outros. Poucas vezes, encontramo-nos para olhar para dentro de nós, para reconhecer a nossa própria realidade interior, para reconhecer as nossas fragilidades e os nossos pecados, porque somos tomados pelo sentimento de acusação, sentimento terrível, diabólico, sentimento que se opõe à verdade do Reino de Deus, quando queremos somente acusar e não voltamos para conhecer quem de verdade nós somos.

A lógica e a dinâmica do Reino de Deus, é nos conhecermos profundamente, conhecer quem somos e nossa realidade. Quem conhece a si mesmo, quem conhece as suas fraquezas, quem olha para si com seriedade e profundidade nunca mais vai acusar ninguém! Em vez de atirarmos pedras, vamos levar a misericórdia do coração de Deus para as pessoas, porque é essa misericórdia que lava e purifica o coração de cada um de nós!

Deus abençoe você!

domingo, 2 de abril de 2017

Homilia Diária

02ABR2017

Que a nossa fé esteja viva no Cristo vivo e ressuscitado, porque Ele traz vida plena a nós

“Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais”(João 11, 25-26).

Hoje, neste domingo da Quaresma, estamos acompanhando a ressurreição de Lázaro. É Jesus quem chega à casa de Lázaro, Marta e Maria, Seus amigos de Betânia, e fica muito entristecido com a morte do Seu amigo Lázaro.

Não podemos negar que a morte causa tristeza em nós, causa uma dor profunda no nosso coração; afinal de contas, não nascemos para a morte, mas para a vida.

A morte, por mais fé que tenhamos, provoca uma inquietação no nosso coração, provoca dor e tristeza, mexe profundamente conosco. Tratando-se de entes queridos, pessoas tão queridas para nós, sabemos quantas marcas temos no coração por todas as vezes que tivemos que lidar com a morte de pessoas amigas e queridas.

Não temos nem cabeça para pensar na nossa própria morte, por mais que saibamos que é a realidade mais certa da vida, mas é uma realidade que não gostamos de encarar, ainda que saibamos que, no tempo certo, precisaremos encará-la.

O que Jesus faz hoje? Primeiro, uma grande catequese sobre o sentido da vida, mas não só a vida terrena como também a vida eterna, uma grande catequese que nos ensina que a morte não tem a palavra final.

A palavra eterna sobre a morte é a vida em Jesus, Ele é Senhor sobre a morte. Ele é o Senhor da morte e não o Senhor que dá a morte, é o Senhor que vence a morte, que está acima dela, porque, Ele é a ressurreição. “Eu sou a ressurreição e a vida!”. Por isso, todo aquele que crê e acredita n’Ele não está na morte.

O que Ele faz, hoje, ao ressuscitar Lázaro, é uma demonstração, uma antecipação, uma forma de nos explicar aquilo que acontecerá conosco de forma mais plena.

Jesus diz a Lázaro: “Lázaro, vem para fora!”. Lázaro veio para fora, voltou para a vida, mas ele vai morrer novamente, porque ainda não ressuscitou glorioso, ele voltou à vida.

Como alguém volta à vida? Acontece quando uma pessoa está internada, em coma, praticamente morta, e nós vemos tantos milagres acontecendo! Hoje, estamos testemunhando um grande milagre: o milagre de Lázaro ressuscitando.

Lázaro morre, mas hoje ressuscita ou ressurge, porque a ressurreição definitiva é a de Cristo, que logo iremos contemplar. Tudo isso é para nós uma catequese da vida, catequese da ressurreição, uma grande lição para nós e para o nosso coração, de que a morte não tem a palavra final na nossa vida e nosso coração.

Não deixe a morte ter a última palavra na sua vida, não deixe a morte trazer sentimentos de tristeza, de dúvida e inquietação, nem perturbar a sua fé. Que a nossa fé esteja viva no Cristo vivo e ressuscitado, porque Ele traz vida plena em nós, porque Ele é a ressurreição e a vida!

Deus abençoe você!

sábado, 1 de abril de 2017

Homilia Diária

01ABR2017

Onde a luz de Deus chega, as trevas a repelem, de modo que a luz de Deus vence as trevas da humanidade

“Assim, houve divisão no meio do povo por causa de Jesus. Alguns queriam prendê-lo, mas ninguém pôs as mãos nele” (João 7,43-44).

Jesus veio para o nosso meio para provocar “divisão”. Talvez possamos achar estranho quando dizemos que Ele veio provocar divisão, mas não é a divisão no sentido de desunião, mas sim de separar o que é bom do que não é bom, separar o Reino de Deus do reino das trevas. E não quer dizer que Ele chegue provocando desunião, divisão. Nada disso! Mas onde a luz de Deus chega as trevas a repelem, elas não se unem à luz, de modo que a luz de Deus vence as trevas da humanidade.

Uma vez que as trevas estão sendo vencidas, elas vão se rebelar, vão gritar, querer o seu espaço, e não vão admitir que aquele que traz a luz possa vencê-las. Por isso, meus irmãos, aqueles que não se colocam do lado da luz, mas contra Jesus, não aceitam a luz da verdade, a luz do Evangelho, a luz da Boa Nova, do Reino de Deus, opõem-se à mensagem de Jesus.

A grande divisão do mundo não são as pessoas umas contra as outras, mas são as pessoas contra a verdade de Deus, contra a luz do Senhor! São aqueles que querem, a todo custo, matar a luz de Jesus presente e viva no meio de nós.

Por esse motivo, queriam prender Jesus. E quem queria prendê-Lo? Aqueles que não aceitaram Sua luz.

Não prenda, não expulse, não tire da sua vida a luz de Jesus. Às vezes, não fazemos isso diretamente, nenhum de nós quer se opor a Jesus. Há, no mundo, quem se opõe, quem é do contra, foi assim no passado, e nos dias de hoje é também, mas nós, muitas vezes, comungamos com as obras das trevas, comungamos com aqueles que se opõem à obra de Jesus. Muitas vezes, permitimos que as obras entrem em nossa casa e aprisionamos a Palavra de Deus, Sua graça e Seu amor presente no meio de nós.

Não prendamos Jesus, coloquemo-nos ao Seu lado, não criemos oposição a Ele, mas fiquemos do Seu lado. Façamos companhia a Jesus, andemos com Ele onde quer que esteja, porque Ele quer caminhar conosco.

Muitos não aceitarão, muitos não querem a luz de Jesus, mas é a luz d’Ele que precisamos, a cada dia, para transformar nossa vida!

Deus abençoe você!