Gol

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Homilia Diária

31AGO2018

Ser vigilante é saber ser previdente, prudente, é cuidar e não se deixar levar pelos excessos

As imprevidentes pegaram as suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo. As previdentes, porém, levaram vasilhas com óleo junto com as lâmpadas”(Mateus 25,3-4).

A parábola maravilhosa das moças previdentes e imprevidentes mostra-nos como nos comportamos nesta vida. Previdente é aquele que é prudente, é aquele que se previne, que se cuida e está preparado para as circunstâncias imprevistas da vida.

No mundo em que vivemos, onde a cultura do improviso cresce cada vez mais e toma conta da sociedade, onde estamos aprendendo a improvisar tudo e não nos leva a organizar nada, leva-nos a estar despreparados para viver, relacionar-nos e cuidarmos das coisas. Se isso nos remete a situação final, ao juízo final, ao nosso encontro final com Deus, esse encontro final nos traz de volta para as circunstâncias próprias da vida. Todos nós precisamos ser prudentes e prevenidos para as circunstâncias adversas da vida.

Quem está trabalhando tem que estar preparado, muitas vezes, para ficar desempregado; quem tem dinheiro hoje, tem de estar preparado para não ter dinheiro; quem está bem de saúde, hoje, tem de estar bem preparado para a situação de ficar doente. Preparar e cuidar é diferente de ter medo, de ter aqueles excessos de preocupações, aliás, ‘cuidado’ não é sinônimo de preocupação, cuidado é aquele que se cuida antecipadamente para não precisar se preocupar tardiamente com as situações que não cuidamos de forma antecipada.

Precisamos vencer essa cultura do improviso, de lidar com as coisas só quando elas estão alarmantes e assim por diante. Não precisamos ficar diabéticos para entender que o excesso de açúcar ou de outros elementos fazem mal para a nossa saúde. Precisamos nos prevenir, não podemos esperar que chegue numa circunstância grave para pararmos de fumar.

Precisamos sair dessa cultura de que só nos alertamos com as coisas quando chegamos no vermelho. O importante é que enquanto o sinal estiver verde, preparemo-nos, porque ele pode ficar amarelo, e o vermelho não nos surpreenda. Por isso, ser vigilante é saber ser previdente, prudente, é cuidar e não se deixar levar pelos excessos.

Quem muito tem hoje, amanhã pode ter muito pouco, mas se o pouco que temos hoje soubermos cuidar de forma prudente, determinante, previdente, sempre teremos cuidado para cada circunstância da vida.

Não vivamos preocupados com o amanhã, mas nos cuidemos, hoje, para amanhã também sabermos cuidar de nós. Essa é a espiritualidade do cuidado, porque Deus quer que nos cuidemos a cada dia.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Homilia Diária

30AGO2018

Se temos vigilância com a nossa vida, estamos preparados para estar com o Senhor hoje, amanhã ou depois

Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor. Compreendei bem isso: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada” (Mateus 24,42).

A vigilância é a espiritualidade do cuidado, da diligência com a alma, com a vida e tudo aquilo que faz. Vigilante não é aquele que leva a sua vida de qualquer jeito, que não se prepara para as circunstâncias nem os imprevistos da vida.

Todos nós passamos por situações de imprevistos na vida em diversas circunstâncias, e o que é vigiar senão estar preparado, senão cuidar a cada dia de si mesmo? Cuidar dos pensamentos, dos sentimentos, daquilo que dentro de nós se torna bagunçado.

Às vezes, chegamos de surpresa na casa de alguém para fazer uma visita, e a pessoa não está nos esperando. Então, ela nos recebe somente na porta, porque a casa está bagunçada, as coisas não estão em ordem e, geralmente, se nos deixam entrar, ficam com receio de que olhemos para o restante da casa ou fecham as portas do quarto para que ninguém veja.

O nosso quarto, a nossa casa, tem de estar cuidada a cada dia; não somente quando alguém vem nos visitar, não somente quando sabemos que alguém vai chegar, porque o bom amigo, a boa visita é aquela que chega sem avisar e estamos sempre preparados para recebê-la.

Deus não marca hora para vir nos buscar, para estarmos com Ele, mas se temos vigilância com a nossa vida, estamos preparados para estar com o Senhor hoje, amanhã ou depois, não vamos dizer: “Espera Senhor, eu tenho que arrumar a minha casa”.

Cuide sempre do seu coração, esteja sempre com ele em ordem. Estejamos com as coisas sempre bem cuidadas para que não sejamos surpreendidos pela vida. Quem se cuida a cada dia vive bem a vida, quem se descuida da vida é tomado pelos imprevistos que, muitas vezes, nos surpreendem.

Que Deus nos dê a espiritualidade da vigilância e cuidado da nossa vida a cada dia.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Homilia Diária

29AGO2018

Deixemo-nos corrigir uns pelos outros, não percamos a cabeça nem nos deixemos levar pelo orgulho

“‘Não te é permitido ficar com a mulher do teu irmão’. Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, mas não podia” (Marcos 6,18).

Hoje, celebramos o martírio de São João Batista. Mas por que São João Batista foi martirizado? Porque ele foi o profeta que preparou os caminhos do Senhor, mas também anunciou os erros, os pecados, aquilo que não era correto.

O profeta é aquele que não se acostuma com os erros do mundo; ele, simplesmente, torna-se indiferente àquilo que está errado. O profeta é aquele que, na caridade, apresenta a verdade para o outro.

Herodíades era aquela que vivia a situação de adultério, ela era a mulher do irmão de Herodes e odiava João Batista. Por que ela odiava João Batista? Porque ele os corrigiu. Muitas vezes, não gostamos de ser corrigidos. Muitas vezes, vivemos situações de erros e pecados na vida, e Deus quer nos corrigir. A Palavra d'Ele quer nos orientar, por isso, ele usa dos irmãos para nos corrigir; nós, no entanto, em vez de termos a humildade de acolher a correção, preferimos nos fechar no ódio, no ressentimento, na mágoa, e eliminar da nossa vida quem representa qualquer correção para os nossos erros. Este, na verdade, foi o grande erro de Herodíades e Herodes. A essa situação, juntamos também a filha de Herodíades, aquela que vai dançar para agradar Herodes e mandar decapitar João. 

Se João perdeu sua cabeça, foi porque tentou levar juízo a quem já havia perdido a cabeça. Não percamos o juízo, deixemo-nos ser corrigidos por Deus, por Sua Palavra e profecia, pelos profetas e pelos irmãos, os quais, muitas vezes, nos falam em nome de Deus, para que não percamos o caminho nem a direção.

Filhos, deixem-se corrigir pelos pais. Não percam a cabeça! Maridos, deixem-se corrigir pelas suas esposas. Esposas, deixem-se corrigir pelos seus maridos. Irmãos, deixemo-nos corrigir uns pelos outros, não percamos a cabeça nem nos deixemos levar pelo orgulho, pois este nos leva ao ódio e à raiva de quem, muitas vezes, quer o nosso bem, mas não pode nos corrigir, porque não aceitamos de forma nenhuma a correção fraterna.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Homilia Diária

28AGO2018

Tomemos cuidado com essa hipocrisia de cuidarmos só do externo e não nos dedicarmos à limpeza do nosso interior

Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós limpais o copo e o prato por fora, mas, por dentro, estais cheios de roubo e cobiça. Fariseu cego! Limpa primeiro o copo por dentro, para que também por fora fique limpo” (Mateus 23,25).

Estamos usando a comparação do copo e do prato, porque gostamos de mostrar sempre o externo limpo, temos questão de caprichar em limpar a nossa pele, em limpar o nosso exterior, usar roupas que mostram que estamos sempre bem limpos e cuidados.

Tomemos cuidado com essa hipocrisia de cuidarmos só do externo, mas não nos dedicarmos na limpeza do copo por dentro, ou seja, em limparmos a alma, o coração, em lavarmos realmente o nosso interior. Se o exterior tem uma capacidade de se sujar, de contaminar as poeiras e vírus do mundo externo que nós vivemos, imagina o nosso interior, porque as nossas emoções estão sempre fragilizadas; estamos sempre vivendo com essa ou aquela situação e, facilmente, nos ressentimos, magoamos-nos e nos decepcionamos. Facilmente, guardamos as coisas erradas que os olhos captam, que os ouvidos escutam e entram no nosso interior.

A verdade é que lixos vão se acumulando dentro de nós, coisas velhas e estragadas estão apodrecendo dentro de nós. O grande cuidado da alma é cuidar do nosso interior, é nos dedicarmos, de verdade, em limpar e purificar os sentimentos da alma, dos nossos sentidos interiores, porque o que vem de dentro é aquilo que, de fato, vai edificar.

A boca fala do que tem no coração, os olhos cobiçam o que por dentro é puxado, por isso é fundamental cuidar do interior, e o trabalho principal do homem religioso é aplicar-se de corpo, alma e mente, com todas as suas forças, nesse doloroso e ardoroso trabalho de sempre limpar o copo por dentro, lavar a alma, o coração e o interior.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Homilia Diária

27AGO2018

Somos pessoas religiosas por vocação, pelo batismo, pela graça de servirmos a Deus, por isso precisamos estar sempre vigilantes contra a tentação da hipocrisia

Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós fechais o Reino dos Céus aos homens. Vós, porém, não entrais, nem deixais entrar aqueles que o desejam” (Mateus 23,13-14).

Toda e qualquer hipocrisia deve ser condenada e combatida. Jesus não está combatendo os homens, pelo contrário, Ele está combatendo a hipocrisia reinante nos homens religiosos da sua época. Nós, que somos pessoas religiosas por vocação, pelo batismo, pela graça de servirmos a Deus, precisamos estar sempre vigilantes contra a tentação da hipocrisia.

O que é a hipocrisia? Sabemos o que é certo e o que é errado, temos uma facilidade para condenar o erro e a fraqueza dos outros, apontar quem está certo ou errado, mas temos uma facilidade ainda maior para absolvermos nossos próprios erros. Temos até uma postura sempre de desculpa com as nossas falhas e com os nossos limites.

Não é que precisamos ter uma postura de aceitar tudo que está errado no mundo, pelo contrário, não podemos cair num modo de vida farisaico, que tem, realmente, a capacidade de apontar o dedo, de ver que o erro é esse ou aquele e dizer: “Eu não cometo aquilo que os outros cometem, mas eu cometo outros erros e pecados”. O que precisamos fazer? Precisamos nos corrigir, deixar-nos converter a cada dia, colocar-nos numa atitude de vigilância, e colocar a nossa “barba de molho” a cada dia, sem jamais levantar o dedo para condenar essa ou aquela pessoa.

Não vejo o Mestre Jesus condenando nem discriminando ninguém. Eu vejo o Mestre Jesus amando os pecadores que acharíamos os piores pecadores da sua época. Contudo, eu vejo Jesus condenando qualquer hipocrisia.

Não podemos ser diferentes, temos de prestar atenção no que fazemos, no que falhamos, como nos portamos diante dos outros, porque a hipocrisia vai ser sempre uma tentação para a nossa vida.

Os humildes se corrigem e se deixam corrigir; os hipócritas e orgulhosos se fecham e não são corrigidos. Que Deus nos mostre a via da humildade que nos santifica sempre.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 26 de agosto de 2018

Homilia Diária

26AGO2018

Não paremos nas exigências da Eucaristia; pelo contrário, aprofundemos nossa vida eucarística, nossa comunhão com o Senhor

A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus” (João 6,68-69).

Escutamos, hoje, no Evangelho, a conclusão do grande e maravilhoso discurso de Jesus sobre o Pão da Vida. Ele nos mostrou que Ele é o Pão da Vida, que o Seu Corpo, a Sua Carne são o pão, o alimento que nos sacia para a vida eterna.

Muitos discípulos que seguiam Jesus acharam o discurso d’Ele duro demais, e O abandonaram, não O quiseram seguir, porque achavam que não dariam conta, não concordavam nem acolhiam aquilo que o Mestre dizia.

A comunhão com Jesus, de fato, não é uma coisa simples. O discurso é belo, mas ter comunhão com Jesus exige desprendimento da alma, entrega de coração, morte do orgulho e da nossa maneira humana de ver. Para que possamos ter comunhão com o Senhor, não basta receber a Eucaristia na boca, é preciso que o corpo, a alma e o coração se convertam, para que vivamos uma união mística de entrega e união com Ele. 

A Eucaristia é um desafio de vida, é muito mais do que participarmos das missas, das celebrações e recebermos o Corpo e o Sangue do Senhor. A Eucaristia é ter a vida de Cristo em nós. Às vezes, a nossa maneira de participar da Eucaristia é relapsa, de qualquer jeito, comungamos ali e mal fazemos uma comunhão de oração com o Senhor, saímos da Missa e até esquecemos que recebemos e entramos na comunhão com o Senhor, por isso a Eucaristia é exigente.

A pergunta de Jesus, apesar das exigências que a Eucaristia faz para a nossa vida, é: "Nós queremos também abandoná-Lo?".  Muitos já O abandonaram! Pedro deu a resposta mais precisa: “A quem iremos, Senhor? Só Tu tens palavras de vida eterna”. Em nenhum outro encontramos vida, consolo e eternidade a não ser em Jesus. Não paremos nas exigências da Eucaristia, pelo contrário, aprofundemos nossa vida eucarística, nossa comunhão com o Senhor, nossa relação com Ele, porque a Eucaristia nos coloca em comunhão com a eternidade e com a presença de Deus no meio de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 25 de agosto de 2018

Homilia Diária

25AGO2018

Deus exalta o humilhado e se alegra com aquele que serve

Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado” (Mateus 23,11-12).

Jesus enfrentava um grande problema com os religiosos da sua época: os fariseus e doutores da Lei, os chamados Mestres da Lei. Eles se colocavam acima dos outros, porque conheciam a Lei pelo estudo, pela dedicação em conhecer à letra ou porque tinham práticas religiosas; como tinham os fariseus que pagavam o dízimo, faziam jejuns e assim por diante. Entretanto, o conhecimento e as práticas religiosas tornavam esses homens orgulhosos e acima dos outros, eles se sentiam superiores pelo que sentiam, e humilhavam os outros, tinham na religião um modo de aparecer, destacar-se e, acima de tudo, exaltar-se.

Quando uma pessoa se exalta, ela geralmente humilha os outros, e Deus não se coloca ao lado de quem se exalta. Ele não se coloca ao lado de quem se incha de orgulho ou inflama-se por aquilo que sabe, tem ou realiza.

Deus exalta o humilhado e se alegra com aquele que serve. Não importa o que você sabe, importa menos ainda o que você tem ou o que você é. O chefe, o responsável pelo grupo, o coordenador... Somos apenas servos. O que precisamos, hoje, com muita urgência, é descobrir, em nossas igrejas e comunidades, onde estão os servidores, os servos do Senhor.

Muitas vezes, aparecem as lideranças, aqueles que gostam de aparecer, mas tudo aquilo que fazemos para Deus deve ter sempre o toque da sobriedade e da discrição. Não faço para chamar atenção para a minha pessoa, faço com a maior discrição possível para que eu não me sobressaia naquilo que realizo, mas o Senhor, que é a causa da minha dedicação e da minha entrega ao Reino de Deus.

Jesus precisa de discípulos que sejam servos, e não senhores, mestres, entendidos nem gostem de aparecer com aquilo que realizam. Aqueles que se escondem não se escondem, porque não querem trabalhar; pelo contrário, trabalham com intensidade e dedicação pelo Reino de Deus, porém não aparecem, não ganham estrela, não são destacados, não são aplaudidos nem reconhecidos por outras pessoas. Deus, no entanto, é quem reconhece todas coisas e, de fato, faz a sua obra por amor ao Reino de Deus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Homilia Diária

24AGO2018

Deus conhece nossas angústias, nossos sofrimentos e desejos mais secretos. Ele conhece nossa intimidade e nos ama do jeito que somos

“Natanael perguntou: ‘De onde me conheces?’ Jesus respondeu: ‘Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi’. Natanael respondeu: ‘Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel’” (João 1,48-49).

Hoje, a Igreja nos dá a graça de celebrarmos o apóstolo São Bartolomeu, também chamado de Natanael, aquele que, para mim, é o apóstolo da sinceridade e da verdade, aquele que perguntou se de Nazaré poderia vir alguma coisa boa.

O que quero destacar, neste apóstolo, é o questionamento que ele mesmo faz: "De onde me conheces, Senhor?", e a resposta de Jesus é: "Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi". Antes que procuremos o Senhor ou possamos ir atrás d’Ele, Ele já nos viu e nos amou.

Deus é aquele que nos conhece desde o ventre de nossa mãe. Ele conhece nossas entranhas mais profundas, conhece os anseios da nossa alma e do nosso coração, conhece nossas angústias, nossos sofrimentos e desejos mais secretos. Ele conhece nossa intimidade e nos ama do jeito que somos.

Às vezes, queremos nos esconder até de Deus. Adão, quando pecou, escondeu-se do Senhor. Este, no entanto, conhece-nos nus, do jeito que somos. Às vezes, não nos conhecemos nem nos damos a conhecer; vivemos nos escondendo atrás de máscaras, fantasias, roupas clichês, redes sociais, fotografias bonitas que não revelam a nossa essência nem aquilo que, de fato, somos.

Precisamos entrar no nosso coração para escutar o nosso interior, para nos deixar conhecer. Precisamos nos conhecer e sermos conhecidos como somos por Deus. E por que precisamos nos conhecer? Para nos amarmos, cuidarmo-nos, sermos cuidados e deixarmos que a presença amorosa do Senhor não nos condene, mas nos cure.

Tudo aquilo que escondemos, não permitimos a Deus redimir, curar nem salvar, mas aquilo que assumimos, que apresentamos diante de Deus na miséria mais profunda, podemos ter a certeza de que a graça d'Ele vai curar, restaurar, vai nos dar condição de assumirmos aquilo que somos, sem termos vergonha de sermos quem, de fato, somos.

Deus nos conhece do jeitinho que somos. Diante d’Ele, apresentamo-nos com nossas alegrias, entusiasmos e motivações, mas também com nossas fraquezas e misérias, porque Ele caminha conosco, e nós precisamos caminhar com Ele para sermos curados, libertos e restaurados a cada dia.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Homilia Diária

23AGO2018

É preciso que, no encontro pessoal com Deus, o nosso coração esteja envolvido e tomado pela presença do Senhor

O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo” (Mateus 13,44).

Hoje, celebramos a Virgem Santa Rosa de Lima, padroeira da América Latina. Uma jovem terceira dominicana, filha de imigrantes espanhóis que, na sua juventude, uma beleza esplêndida, consagrou toda a sua vida a Deus.

Sabe por que Santa Rosa consagrou sua vida a Deus? Pela paixão que ela descobriu, no seu coração, pelo Reino de Deus, um amor excelso pelas coisas do Céu. Rosa foi a jovem que encontrou esse campo, onde está o tesouro mais precioso. Ela encontrou o Reino dos Céus, por isso abriu mão de todas as outras coisas, para dedicar-se, exclusivamente, a esse tesouro.

Você precisa descobrir qual é o tesouro da sua vida, precisa descobrir o que, de fato, dá sentido a sua vida e sua existência. Ao descobrir esse tesouro, você vai dedicar-se a ele, vai deixar que ele ilumine e direcione todos os passos da sua vida.

Podemos nos encontrar com Jesus, mas não basta nos encontrarmos com Ele, é preciso nos enamorarmos pelo Senhor e por Seu Reino. É preciso que, nesse encontro pessoal com Deus, o nosso coração e os nossos afetos estejam todos envolvidos e tomados pela presença do Senhor. Você pode ser um jovem solteiro, pode ser uma pessoa já casada, não importa, o importante é que encontremos esse tesouro e nele o nosso coração.

Nesse tesouro, estará a nossa motivação, a nossa razão de viver, alegria e contentamento a cada dia. Passamos pelas decepções e pelas dificuldades da vida, mas não nos prostramos, porque temos uma razão maior de viver. Essa razão maior de viver, essa paixão da nossa vida não nos deixa prostrados, mesmo diante das decepções que temos com os amores deste mundo, com as situações que nos decepcionam com essa ou aquela situação.

O nosso tesouro maior não é essa pessoa nem esse bem, o nosso tesouro maior é Jesus, é n’Ele que colocamos o nosso coração, é n’Ele que colocamos a nossa vida, a razão do nosso viver, da nossa existência, daquilo que fazemos. Busque esse tesouro, entregue o seu coração para ele, coloque em Jesus a sua razão de viver.

Rosa tinha uma paixão extraordinária pela Virgem Maria e por Jesus na Eucaristia. Quando nós descobrimos o tesouro escondido por trás da Eucaristia, o nosso coração se rejubila e se deixa consumir pela presença real e amorosa de Jesus no meio de nós.

Deus abençoe você! 

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Homilia Diária

22AGO2018

Queremos a humildade da Virgem Maria, pois só com ela vamos configurar para sempre a constelação do Céu, brilhando com Cristo para sempre

Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” (Lucas 1,38).

Hoje, celebramos Nossa Senhora Rainha, aquela que está à direita de Deus, coroada como Rainha do Céu e da Terra. Quem é essa mulher? Quem é essa que avança como aurora? Quem é essa a quem os anjos servem? É Maria, a serva do Senhor!

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Deus é aquele que exalta os humilhados e humilha aqueles que se exaltam. Maria, por toda a sua vida, foi uma mulher que se colocou como serva, comportou-se como uma discípula do Senhor Jesus, a filha de Deus Pai que seguiu os passos do Mestre Jesus. Ela é a Mãe do Senhor, a Mãe do Salvador. 

Maria não se deixou engrandecer por nada deste mundo, não deixou que o seu coração fosse tomado pelo orgulho, pelo sentimento de grandeza, pelas exaltações e os louvores humanos. Pelo contrário, ela é a humilde serva do Senhor.

Quando contemplamos a Festa da Coroação de Maria, os méritos dela estão nas suas virtudes e, entre essas virtudes, podemos admirar tantas que brilham no Céu. Eu destaco, hoje, a virtude da humildade. Como a humildade é agradável aos olhos de Deus, pois encanta e faz bem, melhora os relacionamentos humanos, destrói todo o egoísmo e soberba que se apoderam do nosso coração.

Precisamos investir num coração humilde, porque o orgulho se apodera de nós, gera todos os descontentamentos humanos, gera as disputas, as competições, as brigas e rivalidades. O orgulho é o veneno do inferno na vida humana, e a humildade é o remédio de salvação.

Olhamos, hoje, para a bem-aventurada, a sempre Virgem Maria, e queremos aprender dela a sermos humildes. Aquela que nós aplaudimos como Rainha do Céu e da Terra, brilha no meio de nós por toda a excelência de humildade que ela viveu no seu coração. Sempre serva, somente serviu a Deus e não buscou nenhuma ostentação humana.

No mundo onde vivemos, onde é tão importante aparecer, estar à frente dos outros, querer ser melhor – até nas igrejas as pessoas querem brilhar, querem reconhecimento, aplausos, destaque e likes –, o que nós queremos é a humildade da Virgem Maria. É só com ela que vamos configurar para sempre a constelação do Céu, brilhando com Cristo para sempre.

Ó bem-aventurada, sempre Virgem Maria, Rainha do Céu e da Terra, ensine-nos o caminho da humildade.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Homilia Diária

21AGO2018

O Reino dos Céus é o tesouro que não perece, que ninguém rouba nem tira de nós

Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus. E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mateus 19,23-24).

Quando escutamos esse Evangelho de Jesus, parece uma sentença condenatória que exclui os ricos do Reino dos Céus, entretanto, o problema não é ser rico, mas a maneira de lidar com as riquezas. O maior tesouro que podemos ter na vida é o Reino dos Céus, é o tesouro que não perece, que ninguém rouba nem tira de nós, mas quando colocamos o nosso coração em outros tesouros, não abraçamos o Reino dos Céus.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

A verdade é que o Reino dos Céus não exclui ninguém, são as pessoas que excluem o Reino dos Céus, porque têm preferência por outras riquezas.

Graças a Deus, conheço pessoas ricas e pobres, que mantêm a graça essencial do Reino dos Céus: a simplicidade de vida. Elas trabalham, dedicam-se, têm os seus empreendimentos, mas não colocam ali o seu coração; elas não desprendem o coração de Deus, porque Ele é a maior riqueza da sua vida.

Há pessoas que trabalham para progredir na vida de forma justa, honesta e correta, é assim que Deus quer que todos possamos progredir. O problema é quando a riqueza faz crescer dentro de nós a cobiça e o desejo desenfreado pelos bens; a partir disso, o coração se anela àquilo que ele anseia. "Onde está o tesouro, ali estará o seu coração" (Mateus 6,21). Portanto, se a sua riqueza são os bens deste mundo, é aqui que você vai colocar o seu coração, mas se a sua riqueza é o Reino de Deus e as coisas d’Ele, se a sua riqueza é o bem e os valores eternos, pode ter a certeza de que, sendo rico ou pobre, Deus estará no seu coração.

Não se prenda aos bens deste mundo, não coloque sua confiança nos bens materiais, porque tendo posse ou não, seja uma pessoa desprendida, aguerrida, trabalhadora e dedicada, mas saiba ter ordem e valores. "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e todas as coisas vos serão acrescentados na nossa vida" (cf. 6,33). 

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Homilia Diária

20AGO2018

Não tenhamos uma consciência laxa, tenhamos uma consciência reta e direcionada para Deus

Se queres entrar na vida, observa os mandamentos. O homem perguntou: Quais mandamentos?” (Mateus 19,17).

Um homem aproximou-se de Jesus perguntando: “Bom Mestre, o que devo fazer para possuir a vida eterna?”. Jesus respondeu: “Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”. Os mandamentos nos dão a graça de vivermos a vida de Deus em nós.

Não negligenciemos os mandamentos da Lei de Deus, pois se o Reino de Deus não se estabelece no meio de nós é porque, entre nós, os mandamentos são negligenciados e desrespeitados. Muitas vezes, nos esquecemos de um ou de outro e até relaxamos, por isso, precisamos ter sempre um referencial para o exame de consciência.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

A nossa consciência nos mantém em sintonia com Deus. Não tenhamos uma consciência laxa (relaxada), tenhamos uma consciência reta e direcionada para Deus. Tendo uma consciência reta e direcionada para Deus, observemos e guardemos os mandamentos. É como se ela fosse um espelho, onde olhamos a nossa própria vida e vemos se temos observado e guardado os mandamentos; nela "olhamos" como caminha a nossa vida.

Não encontramos caminho melhor para examinar a nossa vida, a nossa conduta, para nos portarmos no mundo do que o caminho dos mandamentos do Senhor, Nosso Deus! Observemos os mandamentos e estaremos no caminho da vida.

Se queremos ser perfeitos e viver a intensidade do Reino de Deus no meio de nós, falta-nos apenas uma coisa: o desprendimento. Quando somos apegados em demasia ao que temos; quando não somos solícitos com os mais pobres e necessitados: não buscamos a perfeição da graça. 

A perfeição da graça são duas coisas importantes: o desprendimento do que temos e o cuidado com os mais pobres e necessitados. Se, assim fizermos, estaremos nos aperfeiçoando e a graça de Deus crescerá em nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 19 de agosto de 2018

Homilia Diária

19AGO2018

Maria é a seta que nos aponta o caminho e a direção por onde devemos caminhar, Ela é a grande seta que aponta para o Céu

Então apareceu no Céu um grande sinal: uma Mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1).

A Igreja nos dá a graça de celebrar a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora. Essa data é celebrada no mundo todo no dia 15 de agosto.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

A Solenidade da Virgem Maria traz reflexões importantíssimas para a nossa fé, a primeira delas é a certeza de que fomos feitos para o Céu. Maria é a primeira eleita! Se Jesus é quem abre as portas do Céu, a Sua Mãe "configura" aqueles que entrarão de forma triunfante neste Reino.

Maria foi toda de Deus na vida e é toda de Deus para a eternidade. Ela entrou no Céu de corpo e alma. A tradição nos ensina que Ela adormeceu e os anjos a levaram para o Céu. Um corpo incorruptível que não conheceu a mancha do pecado e nem se contaminou com o pecado durante a vida. Ela não entregou para Deus apenas a Sua alma, mas entregou Seu corpo, Seu coração e Sua vida.

A segunda reflexão é que Maria é um referencial daquilo que precisamos ser: inteiros para Deus. Às vezes, nós mesmos nos dividimos, estamos na casa de Deus só de "corpo presente", mas a alma e o espírito não estão. O nosso espírito está em Deus, mas o nosso corpo não nos acompanha. Deixamos o nosso corpo se enveredar pelo caminho do mal e do pecado. Hoje, estamos olhando para o exemplo de Maria e dizendo para nós mesmos: de corpo e alma preciso ser do Senhor.

Uma terceira reflexão muito importante: Maria é uma seta que nos aponta o caminho e a direção por onde devemos caminhar, Ela é a grande seta que aponta para o Céu, na direção da eternidade. Quando a vemos como nossa intercessora, advogada e medianeira, Ela torna-se para nós um referencial de vida.

Olhando para a Virgem Maria aprendemos como viver. E, vivendo com Ela nesta Terra, queremos também viver com Ela para sempre no Céu, ao lado de Jesus. Com nossa Mãe estaremos um dia na santa glória. Ela que lá chegou, lá nos espera. Porque queremos, um dia, estar com Ela para sempre no Céu.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 18 de agosto de 2018

Homilia Diária

18AGO2018

As crianças são sinais visíveis de que o Reino de Deus está no meio de nós

Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus” (Mateus 19,14).

Jamais podemos proibir as crianças de irem até Jesus; de irem à Igreja e de aproximarem-se do Reino dos Céus. Que beleza são nossas Igrejas repletas de crianças! Que beleza ver uma mãe levando seu filho no ventre à Igreja. Que beleza ver a mãe com uma criança no colo. Que beleza ver as crianças pequenas indo à Igreja.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Não podemos proibir, pelo contrário, temos que chamar, atrair e buscar as crianças porque o Reino dos Céus pertence a quem seja parecido com elas. É importante lembrar uma coisa: as crianças precisam ser acolhidas, amadas e abençoadas em nossa Igreja.

As crianças não podem ser levadas à Igreja como se lá fosse um parque de diversão. Elas precisam ser levadas para lá para serem acolhidas e entenderem a importância e significância que elas têm para a Igreja, segundo o próprio sentimento evangélico.

Precisamos ser os primeiros a dar as boas-vindas e mostrar para elas o quanto são importantes em nossa Igreja. Precisamos também, no dia a dia, cuidar de nossas crianças, saber da importância que elas têm para o mundo, para a sociedade e para a nossa fé. Ouvir as crianças, rezar por elas, abençoá-las.

Vejo que, muitas vezes, os pais já nem abençoam mais os seus filhos ou abençoam de qualquer jeito. Quando estou abençoando uma criança, ela está também me abençoando com a pureza, com a simplicidade e a graça que emana do ‘ser’ criança.

O Reino do Céus acontece quando sabemos acolher cada criança que se aproxima de nós! Eu valorizo, respeito, amo e abençoo as crianças, porque elas são o sinais visíveis de que o Reino de Deus está no meio de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Homilia Diária

17AGO2018

A família, acima de tudo, nasce do amor do homem e da mulher, do amor que brota de dois corações que se tornam uma só realidade

“‘Por isso, o homem deixará pai e mãe, e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne’? De modo que eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe”(Mateus 19,5-6).

Estamos celebrando a beleza do amor conjugal, a união do homem e da mulher. Eu não queria que nós analisássemos a vida matrimonial e familiar a partir dos aspectos negativos, porque, se formos olhar para eles, vamos perceber que a família é uma tragédia, quando, na verdade, a família é uma graça que brota do coração de Deus. Lá do princípio, criando o homem e a mulher, Deus os uniu para que fossem uma só carne.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Precisamos resgatar os valores do matrimônio e da vida conjugal. A família, acima de tudo, nasce do amor do homem e da mulher, do amor que brota de dois corações que se tornam uma só realidade. É claro que cada um com as suas diferenças: o homem é homem com as suas características próprias, e ele não precisa se anular. A mulher é essa graça divina, com toda a sua alma feminina. Os dois se unindo, complementam-se e formam essa linda potência, que faz brotar e gerar a vida humana. Então, vêm os filhos, que enriquecem a convivência e a união conjugal. Eles são brotos que nascem dessa união maravilhosa.

Sem querermos desconsiderar todas as dificuldades que possam haver na união conjugal, podemos dizer que só superamos as dificuldades quando voltamos para a origem da nossa própria vida, da nossa história e a origem de todas as coisas.  É Jesus quem está dizendo que Deus, no princípio, fez uma só carne, portanto, aquilo que Deus uniu não é o homem quem vai determinar nem separar.

Não quero me deter apenas no aspecto de um casal que se separa, pois não podemos aderir, de forma nenhuma, à mentalidade do mundo em que vivemos, que trata a união conjugal como algo descartável e momentâneo, e esquecer que fomos feitos para a eternidade.

A eternidade começa quando aprendemos a viver, na Terra, escolhas definitivas. Quando pensamos em casar, não pensamos fazê-lo por um dia ou um mês, pois se vierem circunstâncias contrárias, não é nelas que vamos nos deter, mas é em ter sempre na mente o que é essencial: o que Deus uniu o homem vai lutar, trabalhar e rezar, para que seja sempre sagrado e jamais separar aquilo que Deus fez uma só carne.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Homilia Diária

16AGO2018

Precisamos aprender do coração de Deus a não colocar limites para perdoar o irmão

“Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?” (Mateus 18,32).

A grande questão do Evangelho de hoje é Pedro perguntando ao Senhor quantas vezes deveria perdoar o irmão. Essa pergunta também se cala dentro do coração de cada um de nós: Quantas vezes precisamos perdoar? Quantas vezes conseguimos perdoar? Quantas vezes perdoamos, verdadeiramente, o nosso irmão?

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Todos nós temos um limite de suporte e capacidade, inclusive, de perdoar, mas não fomos formados para o perdão. Com a mentalidade mundana que, muitas vezes, está dentro do nosso coração, deixamos crescer a mentalidade do ressentimento, da mágoa, da ofensa, do cara a cara, do "dar a face, mas pagar na mesma moeda" e assim por diante.

Acontece que nós, que nos convertemos ao Evangelho, precisamos ter a mentalidade do Evangelho, porque a conversão se faz à medida que aprendemos a ter as atitudes de Deus em nós. Somos os mais necessitados da Misericórdia Divina!

Quando nos aproximamos do Senhor, vamos buscar d’Ele o perdão de todos os nossos pecados; e Deus, com toda clemência e misericórdia, perdoa-nos sem condição. Eu já cai uma vez, duas vezes, três vezes em tantos pecados, e em todos eles busquei a misericórdia divina e ela me perdoou, lavou-me e deu-me a dignidade de deixar a minha vida restaurada. Entretanto, quando o irmão me ofende, eu não sei dar a mesma resposta, eu coloco limites e condições para que eu possa perdoá-lo. 

Jesus chama o empregado de perverso e maldoso. Deus, sem condicionamento, perdoa-nos. Nós, no entanto, sempre colocamos condicionamentos para perdoar os outros, por isso a matemática divina não é aquela em que colocamos um mais um. Já perdoei duas vezes e está bom. A matemática divina é aquela da infinita misericórdia, onde Deus não coloca limites para nos perdoar.
Precisamos aprender do coração de Deus a não colocar limites para perdoar o irmão.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Homilia Diária

15AGO2018

Quando deixamos que Deus nos corrija, tornamo-nos canais de conversão fraterna amorosa e misericordiosa para nossos irmãos

Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, à sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão”. (Mateus 18,15).

O grande apelo do Evangelho de hoje é para que ganhemos o nosso irmão. Não podemos perder nossos irmãos! E como é que os perdemos? Como perdemos nossas amizades e nossos relacionamentos? Muitas vezes, deixando de corrigi-los. É a nossa omissão, pois deixamos as coisas como estão.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Se estamos vendo o irmão indo para o caminho errado, deixamos ele insistindo nesse caminho. Se estamos vendo que aquilo não vai dar bem, não tem problema, pois queremos viver a diplomacia, queremos estar bem com todo mundo. Pode estar bem agora, mas depois vemos o irmão cair no buraco. Poderíamos ter prevenido, mas não fizemos isso.

Se não pecamos pela omissão, pecamos pelo erro de não saber como corrigir, porque toda correção precisa ser fraterna e amorosa. Ninguém ajuda ninguém falando mal da pessoa para outros. Isso nunca é correção. Esse é o primeiro caminho para perder o irmão e a confiança dele, e para perdermos, inclusive, a nossa própria autoridade, porque não confiamos numa pessoa que fala mal de nós, dos nossos problemas e dos nossos pecados para outras pessoas. Se quisermos ganhar o outro, ganhamos pela confiança.

A confiança se faz conversando de forma pessoal quando se trata de questões pessoais. É preciso esse grande exercício de saber pedir a graça de Deus: Quando me aproximar? Quando ajudar? Quando e como corrigir a outra pessoa?

Não podemos fingir viver uma sinceridade quando, na verdade, vivemos espalhando os defeitos, os problemas e as dificuldades que outros vivem para quem não interessa, mas não diretamente para a própria pessoa.

A correção fraterna é evangélica, é um caminho de salvação, de cura e libertação, mas só pode corrigir os outros quem aceita e sabe ser corrigido também. Corrigido e direcionado primeiro por Deus.

Quando deixamos que Deus nos corrija, e Ele vai nos corrigindo pela vida e pelos irmãos, tornamo-nos canais de conversão fraterna amorosa e misericordiosa para eles.

Deus quer que salvemos uns aos outros,e  não que percamos os nossos irmãos.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Homilia Diária

14AGO2018

Precisamos olhar para as crianças e encontrar nelas sempre um apelo de conversão e mudança de vida

Em verdade vos digo, se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus” (Mateus 18,3).

O Reino dos Céus está no meio de nós, mas não entramos nele, muitas vezes, porque não nos convertemos. Existe a grande conversão da vida, que é o nosso encontro pessoal com Jesus, que transforma nossa vida, porque nos tira do reino das trevas e nos traz para o reino da luz, tira-nos do caminho desse mundo e nos coloca nos caminhos do seguimento do Senhor.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Muitas pessoas não conhecem a graça de Deus, mas passam a conhecê-la; outros já nascem participando da Igreja, da comunidade, e já têm essa primeira conversão. Quem já nasceu no caminho do Reino de Deus ou quem se converteu ao longo do caminho precisa de uma mudança de mentalidade a cada dia. É a conversão mais necessária e exigente, é a conversão que exige de nós uma metanoia, uma mudança de mentalidade.

Para isso Jesus nos coloca, como grande referencial, a criança: “Se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus”. Por que precisamos ter a mente de uma criança? Não é a mentalidade infantil e ingênua de uma criança, mas a mentalidade da menoridade.

Vivemos num mundo em que se cultiva o sentimento de grandeza, onde o importante é ser grande, é o que temos, o que conquistamos e o que somos.

Os homens querem ser sempre melhores uns que os outros, nunca estão satisfeitos com o que têm. A criança, na mentalidade judaica, é um ser que não tem importância, ela é pequena e ainda não está assumida no mundo dos homens.

Temos muita importância para Deus, importância demasiada, grande, mas precisamos viver, no mundo, a menoridade. Não sermos maiores que os outros nem mais importantes, não deixar esse sentimento de grandeza tomar conta de nós.

Temos de nos acostumar com as coisas pequenas, pois, quanto mais tivermos a alma pura e pequena, maior será a grandeza de Deus presente na nossa vida.

Precisamos olhar para as crianças e encontrar nelas sempre um apelo de conversão e mudança de vida. Toda vez que vem esse sentimento de grandeza tomando conta de nós, precisamos suplicar: “Senhor, converta-me e não me deixe viver à mercê no meu sentimento de grandeza”.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Homilia Diária

13AGO2018

Não deixe de cumprir as suas obrigações com a casa do Senhor pagando o seu dízimo, dando a sua contribuição amorosa e generosa

“Mas, para não escandalizar essa gente, vai ao mar, lança o anzol, e abre a boca do primeiro peixe que pescares. Ali encontrarás uma moeda; pega então a moeda e vai entregá-la a eles, por mim e por ti” (Mateus 17,27).

Os discípulos de Jesus estavam sendo questionados se, por acaso, Jesus pagava o imposto do Templo. Jesus não respondeu nem que ‘sim’ e nem que ‘não’, Ele primeiro interrogou o sentido mais profundo das coisas. "De quem os reis cobram os impostos: dos filhos ou dos estranhos?”. Pedro respondeu: “Dos estranhos!”.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Os estranhos são aqueles que não são tidos como filhos. Não somos estranhos na casa de Deus, no mundo que Ele criou nós somos filhos. A verdade é que o mundo nos trata como estranhos, e vivemos neste mundo com a estranheza de não pertencermos a este mundo, por sermos de Deus.

Está aí algumas coisas que são importantes para a nossa reflexão de hoje. Quando pagamos os nossos impostos, não significa que nós concordamos com eles. Pois, muitos dos impostos e das taxas que pagamos são injustas, demasiadas, desonestas e, muitas vezes, não são usadas da maneira correta. Mas não concordando, não achando o caminho da justiça por meio delas, não podemos escandalizar, precisamos cumprir com as nossas obrigações.

A primeira das nossas obrigações é com Deus, com a casa de Deus e com as coisas d’Ele. O imposto que se cobrava de Jesus ou dos seus discípulos eram referentes ao imposto do Templo. Não pagamos impostos aos nossos templos, pagamos o dízimo, damos a nossa contribuição com as nossas ofertas. Faça isso de coração, não faça isso como um estranho, mas como um filho.

O filho tem obrigação com as coisas do Senhor, de cuidar da casa do Senhor. Não encontramos Jesus pregando o dízimo, não encontramos Jesus obrigando ninguém a pagar o dízimo e nem ligando a fé ao condicionamento de se pagar o dízimo, mas Ele nos apresenta como um exemplo, um desprendimento, como alguém que não escandaliza e quer cuidar daquilo que são as obrigações.

Não deixe de cumprir as suas obrigações com a casa do Senhor pagando o seu dízimo, dando a sua contribuição amorosa e generosa. Faça isso como filho!

Mas, se o mundo nos trata como estranhos, mesmo como estranhos paguemos os nossos impostos, nossas contribuições e não sejamos motivo de escândalo. Sejamos exemplo para o mundo em que vivemos.

Deus abençoe você!

karina

domingo, 12 de agosto de 2018

Homilia Diária

12AGO2018

Precisamos nos alimentar de Jesus e permitir que Ele seja o alimento da nossa vida

“Eu sou o Pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o Pão que desce do Céu: quem Dele comer, nunca morrerá.” (João 6,48-50).

Precisamos do alimento para nos dá a vida, para que possamos sobreviver. Mas, às vezes, nos centramos no alimento terreno: o arroz e o feijão. O "pão de cada dia" precisamos para a nossa subsistência, para os nossos filhos, entretanto, esse pão não sacia a nossa fome. Porém, por vezes, nos deixa saciados até demais, mas sem permitir que encontremos o sentido da nossa própria vida.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Jesus está dizendo: “Eu sou o Pão da vida. Quem come desse Pão, jamais terá fome”. Precisamos nos alimentar de Jesus e permitir que Ele seja o alimento da nossa vida. Jesus alimenta a nossa espiritualidade, a nossa alma, os nossos sentimentos e os nossos afetos.

A luz de Jesus penetra o nosso interior e dá sentido à nossa vida e à nossa existência. Alimentar-se de Jesus não é apenas receber a Eucaristia. A Eucaristia é o Sacramento por excelência, é o nosso ponto de chegada na dimensão da nossa caminhada espiritual. Mas, nos alimentamos de Jesus quando assumimos em nós os sentimentos d'Ele, o pensamento e a vida d'Ele.

Alimentamo-nos de Jesus quando nos alimentamos de Suas Palavras, quando nos alimentamo-nos da Bíblia que é a Palavra de Deus por excelência. Alimentamos a nossa vida espiritual pela via da oração quando nos colocamos na presença d’Ele, para nos esvaziar de nós e nos preencher da presença do Senhor.

A nossa alma está sedenta, o nosso coração está faminto e anseia pela presença de Deus. Quando vamos ao encontro do Senhor é preciso que esvaziemos a alma e o coração, para que eles se preencham da presença d'Ele.  É preciso que os sentimentos e os pensamentos, tão cheios de devaneios, acalmem-se para que Deus direcione a nossa vida.

“Senhor, Tu és o alimento da vida eterna, queremos nos alimentar de Ti para que o nosso coração esteja na eternidade.”

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 11 de agosto de 2018

Homilia Diária

11AGO2018

É Jesus quem alimenta nossa fé e não nos deixa viver na incredulidade

"Porque a vossa fé é demasiado pequena. Em verdade vos digo, se vós tiverdes fé do tamanho de uma semente de mostarda, direis a esta montanha: ‘Vai daqui para lá’ e ela irá. E nada vos será impossível” (Mateus 17,20).

Jesus ficou escandalizado diante da atitude dos discípulos que O seguiam, que se "alimentaram" d’Ele, mas não foram capazes de atender a súplica de um pai que pedia pelo seu filho que sofria de epilepsia e buscava ser curado.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

A questão não é ser curado ou não, a questão é não colocar a fé em prática, é não acolher, não amar, não orar nem pedir a intervenção do Céu. Caminhamos com Jesus e precisamos nos "alimentar" d’Ele. É Jesus quem alimenta a nossa fé e não nos deixa viver na incredulidade.

Ser incrédulo é acreditar que as coisas não têm solução, é deixar o coração caminhar nas trevas e não encontrar a luz. A incredulidade é deixar um pai desanimado, desemparado e não lhe mostrar o caminho da luz para aquela situação.

Vivemos na fé e precisamos alimentá-la, porque Jesus está dizendo: "Ó gente sem fé e perversa!". É uma perversidade da alma e do coração vivermos com Jesus, na presença d’Ele, mas não alimentarmos nossa confiança n’Ele.

Há situações que parecem mais obscuras, sem luz, sem solução, mas em Deus depositamos nossa confiança. A nossa fé, muitas vezes, é demasiadamente pequena, mas precisa ser alimentada e cuidada, porque sem ela nós não subsistimos diante de Deus.

Sem fé não damos conta das montanhas que o mundo coloca a nossa frente. Alimentemos o mundo com a fé de Deus, que está em nosso coração.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Homilia Diária

10AGO2018

Só nasce um homem novo quando permitimos que o homem velho morra a cada dia

Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muitos frutos” (João 12,24).

O grão precisa cair por terra, ele precisa morrer para florescer, para que dele venha o fruto de que precisamos. Somos um grão de trigo lançado neste mundo, e a própria vida vai nos mostrando que precisamos morrer em cada época, em cada etapa da nossa vida.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Aquela criança que eu era “morreu”, ficaram os valores de uma época maravilhosa na minha vida, mas não pude ficar preso em meu ser criança, não pude ficar brincando de carrinho o tempo inteiro. Eu precisei deixar morrer coisas que eu gostava. Depois, fui virando um adolescente, e aquele adolescente também foi morrendo para que esse homem pudesse nascer. Na idade em que estou, reconheço que preciso deixar morrer muitas coisas em mim, para que o homem novo floresça.

Há uma coisa que precisa morrer em nós em todas as etapas da nossa vida, desde o bebê que nasce até o idoso, precisamos deixar que morra em nós o egoísmo. Uma criança não pode ser egoísta, uma mãe não pode cultivar o egoísmo de uma criança, como o idoso também não pode ser egoísta.

O egoísmo vem por meio de diversas fantasias, fantasia do orgulho, da soberba, das vantagens próprias e das vaidades. Só nasce um homem novo quando permitimos que o homem velho morra a cada dia.

Não tenhamos medo de morrer para a inveja, para o ciúmes, não tenhamos medo de morrer para aquele sentimento ruim que tínhamos em relação àquela pessoa, que cresceu, apoderou-se de nós e fez de nós uma pessoa rabugenta, orgulhosa, amarga e azeda. É preciso morrer o azedume, a amargura, o ressentimento e a mágoa.

Só sou um homem novo quando deixo morrer o que é velho em mim. Que caia, todos os dias, por terra, esse grão de trigo, para que nasça um homem novo. Que você seja uma mulher nova a cada dia, não tenha medo de morrer para o seu orgulho, só tenha medo de morrer uma pessoa orgulhosa, porque no Reino dos Céus não tem lugar para o orgulho.

Que morra, a cada dia, esses sentimentos depravados do orgulho que nos cegam e entorpecem a nossa vista, a nossa vida e a nossa mente. Que caia por terra e nasça sempre um homem novo a cada dia.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Homilia Diária

09AGO2018

Precisamos ser pedra de salvação no caminho dos homens e da construção do Reino de Deus

Jesus, porém, voltou-se para Pedro, e disse: ‘Vai para longe, Satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens!’” (Mateus 16,23).

Talvez você possa se assustar com o Evangelho de hoje, porque Jesus está primeiro elogiando, enaltecendo e exaltando a fé de Pedro, inclusive, está confirmando que ele é a pedra de salvação. Quando Pedro pensa como Deus, quando ele tem a mentalidade de um homem de Deus e se deixa guiar pela revelação divina e professa a sua fé em Jesus: “Tu és Cristo, o filho do Deus vivo”, Pedro se torna pedra de salvação e de edificação, usada para construir o Reino de Deus.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Quando o mesmo Pedro repreende Jesus, porque não quer que Ele passe pelo caminho da cruz, ele está pensando como os homens, e pior do que pensar como os homens, ele está pensando como o maligno. É por isso que Jesus o repreende: "Vai para longe, satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens!". 

No Reino de Deus também é assim, podemos ser pedra de salvação, pois a pedra de salvação é uma bênção. Queremos atravessar um rio e tem aquela pedra que podemos pisar para caminhar adiante, mas se tem uma pedra de tropeço, tropeçamos, caímos e a tragédia é grande.

Precisamos ser pedra de salvação no caminho dos homens e da construção do Reino de Deus. Se pensarmos com a mentalidade mundana, se renegarmos a cruz de Cristo, se não abraçarmos o Cristo crucificado, se não abraçarmos a nossa cruz de cada dia, tornaremo-nos pedra de tropeço no Reino de Deus, e é triste constatar que estamos nos atropelando demais.

Existem muitas pedras de tropeço nos nossos caminhos, porque nós, muitas vezes, nos tornamos pedras de tropeço no caminho de outros, pensamos com uma mentalidade mundana, pensamos no Reino dos Céus de forma humana e mundana, e não com a mentalidade de Deus.

Deus não quer que sejamos pedras de tropeço na vida de ninguém. Vai para longe de nós todo pensamento do mal, pois precisamos ser pedra de salvação no caminho e na vida dos nossos irmãos.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Homilia Diária

08AGO2018

Precisamos ter amor e compaixão por nossas mães, porque elas são verdadeiras guerreiras e mulheres de fé

Jesus retirou-se para a região de Tiro e Sidônia. Eis que uma mulher cananeia, vindo daquela região, pôs-se a gritar: ‘Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim: minha filha está cruelmente atormentada por um demônio!’” (Mateus 15,21).

Hoje, olho para essa mulher do Evangelho, uma mãe aflita e desesperada, que estava suplicando, com toda a confiança, para que Jesus viesse em seu auxílio, em socorro da sua filha sofrida e atormentada por um demônio. A filha não conseguia mais viver.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Olhando para a aflição dessa mãe, quero agora olhar para o coração de tantas mães que sofrem aflitas, mães que me procuram, muitas vezes, dizendo: “Padre, eu não sei mais o que fazer com os meus filhos!”.

Olho para as mães que perderam seus filhos para as drogas e para o alcoolismo. Olho para as mães que estão vendo seus filhos serem atormentados por todas as espécies de demônios, que tiram a paz dos filhos e os deixam rebeldes. Olho para as mães que têm filhos pequenos, e, de alguma forma, ficam aflitas com esse ou aquele comportamento que o filho começa a ter.

Não precisamos ter grandes problemas para nos preocuparmos com nossos filhos. Precisamos ter amor e compaixão de nossas mães, porque elas são verdadeiras guerreiras e mulheres de fé. Eu aplaudo, a cada dia, as nossas mães, porque são mulheres de fibra, mulheres que, muitas vezes, estão sozinhas lutando pelos seus filhos. Muitas vezes, as mães precisam do apoio do marido, e acaba sendo aquela divisão errada de responsabilidade. O homem acha que só porque ele trabalha o dia todo, a responsabilidade de cuidar dos filhos é só da mãe; entretanto, é por conta de ambos. A mãe é aquela que carrega a aflição no seu coração.

Hoje, Jesus está respondendo para essa mulher: "Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!" (Mateus 15,28).

Mãe, que grande seja a sua fé no Senhor Jesus. Se você não está podendo comer da mesa, coma das migalhas, pois estas vão lhe trazer luz, fé, esperança, e jamais vão o deixar desanimar. Mamães, olhem para Jesus, todos os dias, para criar seus filhos. Não há tarefa mais difícil do que criar filhos. É a mais bela, nobre e abençoada tarefa, e talvez a mais atormentada e perseguida pelo maligno.

Nossos filhos pertencem a Deus. Que Ele abençoe nossas mães, e que elas sejam fortalecidas no Espírito e na graça para criarem seus filhos e que Deus sempre as auxilie.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Homilia Diária

07AGO2018

Quando alimentamos os medos, eles crescem em nós e viram verdadeiros fantasmas dentro do nosso coração

Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: ‘Senhor, salva-me!’”(Mateus 14,30).

No Evangelho de hoje, estamos encontrando os discípulos temerosos, em outras palavras, discípulos medrosos. Eles tinham fé, por isso seguiam o Senhor, e nós também temos fé.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Existe a fé confiança e a fé temerosa: cremos e confiamos em Deus, mas temos nossos medos e receios. Às vezes, dentro de nós, nossos medos estão maiores do que nossa própria fé. Quando alimentamos os medos, eles crescem em nós, apoderam-se de nós e viram verdadeiros fantasmas dentro da nossa mente e do nosso coração. Temos medo de sair de casa, medo do futuro, da morte, da doença, medo do que pode ou não acontecer.

Os medos são terríveis, são verdadeiros "diabos" que apavoram a nossa vida e a nossa existência. Precisamos deixar de lado a fé temerosa.

Jesus disse a Pedro: "Homem fraco na fé". Reconhecemos que somos homens fracos na fé, mas pedimos: “Senhor, socorre a nossa fraqueza. Vem em nosso auxílio e nos dê uma fé confiança e verdadeira”. É pela fé confiança e verdadeira que vamos vencendo os medos. Não quer dizer que deixamos de ter medos, porque eles fazem parte da nossa fragilidade humana, mas nós os combatemos. A fé vai derrubando os medos da nossa vida, ela vai nos colocando de pé na presença do Senhor, vamos enfrentando todas as situações.

O mundo em que estamos é pavoroso, dependendo do que lemos e assistimos, não dá para fechar os olhos diante de tantas barbaridades, crimes e coisas assustadoras.

Vamos entregar a nossa alma, a nossa mente e o nosso coração para as más notícias ou vamos entregar a nossa mente e o nosso coração para a boa nova, para a boa notícia? Vamos deixar que todos esses males entrem em nós e façam de nós pessoas pavorosas, medrosas e tensas o tempo inteiro ou vamos alimentar a nossa fé?

Ter fé não é nos submetermos aos perigos da vida e dizer que nada vai nos acontecer. Há muitas pessoas que tiveram fé, mas foram desastrados, deixaram-se sucumbir, entregaram-se aos perigos da vida e, muitas vezes, nem mesmo Deus pôde os socorrer. Não se trata disso, trata-se de ter um coração, uma mente que coloca em Deus a sua confiança e, por onde anda, pede sabedoria e discernimento.

A fé nos leva para muitos lugares! E em alguns lugares não podemos ir, mas para outros devemos ir. É uma fé que não nos permite viver no medo, mas nos leva adiante, superando os obstáculos da vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Homilia Diária

06AGO2018

Na transfiguração e na via da adoração, o nosso ser deixa resplandecer a presença de Deus em nossa vida

Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles” (Marcos 9,2).

Hoje, celebramos a Festa da Transfiguração do Senhor, uma antecipação da Ressurreição, a festa que nos mostra que, mesmo caminhando em meio à grande Via-sacra da vida, em meio às flores e os espinhos, às dores e alegrias humanas, o Senhor nos quer transfigurados e transformados. O Senhor se transfigura diante de nós para dizer que o Reino d’Ele está presente em nosso meio.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

A Palavra diz que Ele pegou pela mão Pedro, Tiago e João, para os levar a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. O ‘alto’ é o lugar do nosso encontro com Deus. No alto, nós nos rebaixamos e vemos a grandeza de Deus.

Só contemplamos a presença amorosa de Deus entre nós quando nos deixamos conduzir por Jesus. Ele pegou Pedro, Tiago e João pela mão, e deseja pegar todos nós sem nos retirar de tudo o que fazemos para estarmos a sós com Ele. Precisamos permitir que Jesus nos tire daquilo que fazemos, que seja por um tempo, por uma hora ou meia hora.

Que bênção quando tiramos aquele tempo, aquele momento do dia para procurar uma igreja e ali fazer a nossa adoração silenciosa e amorosa. Não vá para fazer vários pedidos, vá para ser transfigurado pela presença de Jesus. Que bênção quando alguém decide fazer um retiro, seja em grupo ou pessoalmente! Que bênção quando alguém se retira para uma montanha, para algum lugar deserto para estar na presença de Deus! A presença d'Ele em nossa vida nos transfigura, transforma-nos e retira de nós tudo aquilo que nos mantêm ligados a esse mundo.

A transfiguração é a transformação dos nossos sentidos; os nossos olhos contemplam Deus, os nossos ouvidos O escutam e a nossa boca fala com Ele. Na oração somos transfigurados e transformados, e os nossos sentidos se voltam para o Senhor. Na transfiguração e na via da adoração, nosso ser deixa resplandecer a presença de Deus em nossa vida.

Que, na Festa da Transfiguração do Senhor, possamos buscar, no caminho da oração, a transformação e a transfiguração da nossa própria vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 5 de agosto de 2018

Homilia Diária

05AGO2018

Trabalhemos pelo Pão que entra em nós e jamais nos deixa ter fome ou sede, porque nos sacia para a eternidade

Então pediram: Senhor, dá-nos sempre desse pão. Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede” (João 6,34-35).

Jesus é o alimento da nossa vida. Quando falo em Jesus como alimento, não pense no sentido material da palavra, porque, por sermos pessoas materialistas e vivermos por cuidar da matéria – o nosso corpo é matéria, e não o estou desprezando –, precisamos ser alimentados; e o homem também vive de pão, por isso Jesus, antes de fazer esse discurso, multiplicou os pães, porque Ele não queria ninguém passando fome e sede. 

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

O Pai criou o mundo com essa abundância de alimento, porém, na busca desenfreada por eles, alguns homens os retiveram para si, e não permitiram que outros tivessem o que comer. Jesus está ensinando que precisamos multiplicar os pães da nossa casa com aqueles que não os têm.

Quem tem muito alimento ou não tem nenhum precisa, primeiro, saciar-se dele, que é Jesus. O alimento, que é o próprio Jesus, cria dentro de nós o senso do amor, da justiça, da verdade e partilha. Se não soubermos partilhar o nosso pão com o irmão, não teremos Jesus dentro de nós; se não soubermos partilhar o amor que temos em nós com o nosso próximo, não teremos Jesus dentro de nós.

Vivemos um sentimento de vazio dentro de nós, por isso, muitas vezes, comemos e bebemos várias coisas, mas continuamos vazios. Estamos engordando apenas a matéria, e o nosso espírito está padecendo, está macérrimo, sedento de um alimento que o sacie de verdade.

Deixemos que Jesus sacie a nossa fome mais profunda. Não trabalhemos apenas pelo alimento dessa terra, porque, depois, perecemos pelo excesso de comer, enquanto outros perecem, porque passam fome. Trabalhemos pelo Pão que entra em nós e jamais nos deixa ter fome ou sede, porque nos sacia para a eternidade.

Permitamos que Jesus sacie a nossa fome e sede de eternidade.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 4 de agosto de 2018

Homilia Diária

04AGO2018

Para ter a cabeça no lugar, para ter a cabeça caminhando de forma reta e direta, precisamos ter a mente em Deus

Instigada pela mãe, ela disse: ‘Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista’” (Mateus 14,8).

A mãe Herodíades instigou sua filha para que dançasse na presença de Herodes, e, depois daquela dança, Herodes concederia qualquer coisa que lhe pedisse. A filha não pensou duas vezes e, insistentemente, fez o pedido da mãe: “Eu quero a cabeça de João Batista”.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Entregue sua cabeça a Deus, tenha a sua mente n'Ele. Quando tiramos a nossa cabeça de Deus, ela se perde e nos tornamos pessoas descabeçadas, como eram essas duas mulheres. Tanto a mãe quanto a filha tinham a cabeça perdida, e deixaram-se levar pela sedução, pelo prazer, pelo gosto do dinheiro e o adultério.

Quando perdemos a nossa cabeça, perdemos o senso dos valores, do que é certo e errado; e mesmo estando na casa de Deus, muitas vezes, deixamos a nossa cabeça se perder e perverter-se, deixamos que os contravalores entrem em nós.

Para ter a cabeça no lugar, caminhando de forma reta e direta, precisamos ter a mente em Deus. Pensemos no Senhor em todos os momentos da nossa vida, pensemos com amor e ternura, entreguemos a Ele os nossos pensamentos, aquilo que está maquinando dentro da nossa cabeça, porque todos os projetos humanos estão rondando dentro dela.

Acalmemos tudo aquilo que está dentro de nós, acalmemos os pensamentos, porque eles mandam na nossa vontade. Vamos ter vontade de fazer várias coisas quando dermos margem aos pensamentos que assimilamos em nós. Uma vez que entregamos os nossos pensamentos a Deus, pensemos como Ele e tenhamos a mente como a d'Ele.

João Batista é um referencial para nós, a cabeça dele colocada em uma bandeja é uma cabeça que pensou em Deus e pensava como Ele, e por isso os homens o eliminaram.

Não tem problema se o mundo não quer que pensemos como Deus e até corte a nossa cabeça, mas não podemos perdê-la num mundo tão louco, que se perde facilmente. Que nossa mente esteja no Senhor.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Homilia Diária

03AGO2018

Veremos muitos milagres acontecerem na nossa vida quando deixarmos a fé transpor as coisas duras que nos mantêm fechados à graça de Deus

E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé” (Mateus 13,58).

Jesus está se referindo a sua própria cidade, Nazaré, pois Ele não pôde fazer muitos sinais e milagres nela. A fé é o grande milagre da vida, é a fé de acreditar em Deus e de colocar n’Ele toda a nossa confiança e esperança.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Talvez você tenha entendido que fé é apenas acreditar em Deus. É quase difícil encontrar pessoas que não creem em Deus, até os demônios creem e sabem que Ele existe e como Ele pode agir. Não é a essa fé que estamos nos referindo, mas sim a uma muito mais profunda, de adesão e coerência, onde depositamos a nossa vida nas mãos do Senhor e deixamos que Ele cuide de nós, porque os milagres começam a acontecer.

Quando colocamos a nossa fé em Deus, Ele mesmo age em nós e realiza aquilo que precisa fazer na nossa vida: a transformação interior, a conversão de vida, de coração e mentalidade. É mais fácil fazer um coxo andar do que fazer uma pessoa com a mente fechada mudar de ideia.

O milagre começa na cabeça, é conversão, é metanoia, é mudar a mentalidade. O grande milagre de Jesus é anunciar o Reino de Deus, e esse Reino tem de entrar na cabeça e no coração das pessoas que se abrem. Na cidade de Jesus, muitos não se abriram, simplesmente olharam para Ele a partir de um ponto de vista humano, e considerando que Ele era da cidade, não deram a importância devida a Jesus. 

Aqueles corações não se abriram, aquelas mentes não se converteram, e quando a mente não se converte e o coração não se abre, não há milagre. Deixe Deus realizar, hoje, o milagre na sua vida.

O grande milagre é mudar as coisas que estão na cabeça, colocamos uma coisa na cabeça e não queremos tirar. Quando colocamos na cabeça que não gostamos de alguém e não queremos gostar daquela pessoa, você não abre mão desse sentimento, aquilo que está dentro de você é uma pedra que ninguém consegue arrancar. Deixe Deus fazer um milagre, deixe Ele arrancar tantas pedras que você colocou dentro do seu coração e que o mantém fechado e arredio à graça. Veremos muitos milagres acontecerem na nossa vida quando deixarmos a fé transpor montanhas, pedras e as coisas duras que nos mantêm fechados em nós e não abertos à graça de Deus.

Permitamos que o Senhor realize um milagre na vida de cada um de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Homilia Diária

02AGO2018

Se acumularmos muitos peixes velhos e estragados dentro do nosso coração, ele não vai aguentar viver assim

“O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam” (Mateus 13,47-48).

O “mar” referido no Evangelho é o nosso coração. Ele é um verdadeiro mar, dentro dele há tantas coisas belas e preciosas, mas dentro de nós há também muitas coisas velhas e estragadas que não servem para nada. Assim como nós precisamos pescar para viver, precisamos pescar dentro do nosso coração para que tenhamos vida.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Há uma coisa importante nesta parábola de hoje: se, no fim dos tempos, Deus vai separar de vez os peixes bons dos que se estragaram e não servem para mais nada, precisamos nos preparar para esse fim. O fim dos tempos é o fim da nossa vida, e não podemos deixar a nossa vida chegar ao fim sem cuidar desse mar que é o nosso coração.

Jogue as redes, todos os dias, sobre o seu coração, mas jogue com muito amor, para puxar tudo o que tem dentro, pois, graças a Deus, temos muita coisa boa, temos bondade, generosidade, virtudes, valores e muito amor de Deus. Porém, existem muitos peixes velhos e estragados que estão corroendo o nosso coração. Joguemos fora aquilo que não presta, separemos o que é ruim do que é bom.

O melhor caminho se chama: exame de consciência. Examine, todos os dias, a sua consciência. Esse é o grande momento de lançarmos a rede sobre o nosso coração. Não deixemos para fazer o exame de consciência apenas quando estivermos indo nos confessar ou quando for o tempo da Quaresma. Temos vida todos os dias, e todos os dias precisamos cuidar da nossa mente e do nosso coração. Temos uma vida muito corrida e agitada, passamos por muitas situações, vamos acumulando muita poeira ao longo da caminhada.

Não precisamos tirar, todos os dias, a poeira do corpo? Não precisamos tomar aquele banho para nos lavar das impurezas que acumulamos durante o dia de trabalho? Da mesma forma, precisamos lavar a nossa consciência, purificar o nosso coração, tirar as coisas estragadas que acabaram entrando em nós. Se acumularmos muita sujeira no corpo, ninguém vai aguentar o nosso cheiro, nem mesmo nós. Se acumularmos muitos peixes velhos e estragados dentro do nosso coração, ele não vai aguentar viver assim.

Precisamos, todos os dias, lançar as redes para puxar e separar os peixes bons daqueles que estão estragados.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Homilia Diária

01AGO2018

Precisamos encontrar o Reino de Deus e, uma vez que nós o encontramos, nada se torna mais precioso em nossa vida

O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo” (Mateus 13,44).

O exemplo do homem citado no Evangelho de hoje, mostra-nos a importância que o Reino de Deus tem naquele que encontra esse Reino. O Reino de Deus é um tesouro preciosíssimo; é o tesouro mais importante e mais valioso que podemos encontrar nessa vida.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Damos valor a nossa vida naquilo que é bom e faz bem para nós. Damos valor àquilo que temos certeza de que nos faz bem. Cada um sabe quais são seus bens, seus valores e o que guardamos com preciosidade na nossa vida.

Infelizmente, vivemos numa sociedade de valores invertidos. E, quando os valores se invertem, muitas vezes, os "contravalores" invadem a nossa mente; a nossa casa; a nossa forma de pensar e agir. 

Eu sei que ficamos encantados quando olhamos para a revolução digital. Os produtos digitais trazem para nós: smartphones, relógios e tantas coisas que encantam os nossos olhos. Às vezes, vemos uma pessoa o tempo inteiro com um material desse na mão. Vemos que ela nem olha para o lado e nem dá atenção para os seus, porque inverteu os valores. Não quer dizer que aquele bem não seja necessário, mas ele não é o bem mais precioso. Ele é um bem que nos rouba dos bens essenciais da nossa vida.

Precisamos encontrar o Reino de Deus e, uma vez que nós o encontramos de verdade, nada em nossa vida se torna mais precioso, valoroso e importante. Um outro problema é que muitas pessoas até o encontraram, mas o perderam no meio de tantos bens e valores desse mundo. Ou damos a primazia, a importância devida ao Reino dos Céus e deixamos outros bens no seu lugar, ou viveremos confusos e perdidos em meio a uma sociedade de contravalores, que nos fazem perder os valores essenciais da vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo