Gol

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Homilia Diária

31JAN2017

Levemos até Jesus não só as nossas dores e aflições, mas olhemos para o meio em que vivemos e vejamos quantas pessoas estão sofrendo

“Minha filhinha está nas últimas. Vem e põe as mãos sobre ela, para que ela sare e viva!” (Marcos 5,23).

Hoje, estamos contemplando duas pessoas vivendo situações difíceis, extremas e aflitivas em suas vidas. Primeiro, é um pai de família que está vendo sua filha praticamente morta e não sabe o que fazer com ela. É Jairo, um dos chefes da sinagoga. Com todo poder que ele tem, não é capaz de fazer nada por sua filha. Ele corre atrás de Jesus, vai pedir socorro.

Do outro lado, enquanto Jesus está no caminho, uma mulher que sofre de hemorragia crônica também se aproxima d'Ele. A situação dela é muito dramática, pois há doze anos ela sofre desse mal; e não pense que é simplesmente uma hemorragia, mas são todas as consequências que esse mal traz para a vida dela. Durante esse período em que ela viveu a hemorragia, foi tida como impura. Uma vez que está impura, não pode se aproximar das pessoas nem as pessoas podem se aproximar dela.

Quando a mulher passa por isso quatro ou cinco dias no mês, tudo bem! Mas imagine uma pessoa no estado crônico, vivendo assim por doze anos. Ela não pode se aproximar de ninguém e também não podem se aproximar dela.

Ser marginalizado, viver à margem, viver distante dos outros é muito sofrido, é, de fato, uma penúria para a alma, para o coração, para a condição humana. Aquela mulher precisa de um socorro, de um auxílio, precisa aproximar-se e ser tocada. Precisa ser novamente reinserida no mundo, na sociedade, na convivência com as pessoas.

O olhar misericordioso de Jesus se volta para essas duas criaturas humanas: um pai de família desesperado, aflito, mas tendo a confiança de que Jesus pode fazer algo por ele; e a uma mulher que está sofrendo e tem a confiança de que, mesmo não podendo, sua fé a leva até Jesus.

Cristo se compadece deles, compadece-se dos nossos sofrimentos, das nossas aflições. Jesus se compadece de tantos que vivem em nosso meio com profundas aflições no corpo, na alma e no espírito.

Quem vai olhar para o que eu estou sofrendo e passando? Eu sei que preferimos contemplar apenas o milagre: a filha de Jairo, que levanta e volta a viver; ou essa mulher que é curada, a sua hemorragia é estancada, porque ela foi ousada na fé. Porém, muito mais ousada é a misericórdia de Jesus, que não conhece limites, não conhece pessoas de acordo com a sua vida social e assim por diante. É a misericórdia que chega aos corações mais aflitos. Jesus é aquele que tem misericórdia de nós, é aquele que se compadece de nossas dores e sofrimentos.

Levemos até Jesus não só as nossas dores e aflições, mas olhemos ao nosso lado, para o meio em que vivemos. Quantas pessoas estão sofrendo penúrias, aflições terríveis na alma e no espírito! São perdas terríveis, mães desesperadas, que não sabem o que fazer com seus filhos perdidos no mundo das drogas, do álcool ou em tantas situações; pessoas muitas vezes com doenças incuráveis, doenças crônicas e tantas aflições. Não podemos permitir que elas caiam no desespero.

Jesus é por nós, Ele é luz, consolo e compaixão. Precisamos ser presença confortadora, animadora, consoladora de Jesus em meio às aflições das pessoas que estão ao nosso lado, no mundo em que estamos. Precisamos ser para elas o que Jesus é para nós, precisamos levar o consolo e o conforto para o coração dos outros!

Deus abençoe você.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Homilia Diária

30JAN2017

Os espíritos impuros sujam nosso coração, nossa mente e alma, nossa relação com Deus e uns com os outros

“Com efeito, Jesus lhe dizia: “Espírito impuro, sai desse homem!” (Marcos 5,8).

Hoje, estamos vendo o confronto de Jesus com uma legião de demônios que representam as impurezas que deixam um homem totalmente atormentado. O homem saiu do cemitério totalmente agitado e tomado por aquela legião de demônios. Os espíritos se colocaram aos pés de Jesus e suplicaram: "Senhor, mande-nos para aquela manada de porcos!". É isso que Jesus faz, e talvez nós, que amamos tanto a ecologia e os animais, perguntemo-nos por que Jesus faz isso.

Aqui há um sentido comparativo muito interessante de se observar, porque os espíritos impuros são sujos; eles sujam nosso coração, nossa mente e alma, nossa relação com Deus e uns com os outros.

Uma vez que os porcos estão imersos na sujeira, Jesus tira a sujeira, tira esses espíritos impuros do coração do homem e os manda para a manada de porcos.

Não podemos ficar sujos, não podemos ficar imersos na sujeira deste mundo, porque ora aqui, ora acolá esses espíritos estão nos atormentando. E se nós nos deixarmos guiar por eles, vão invadindo nossa mente e nosso coração.

Quando Jesus proclama nas bem-aventuranças: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus”, é porque os puros de coração veem as coisas com o olhar de Deus. E quando perdemos essa pureza, não vemos mais as coisas do jeito que Deus as vê. O que vemos? Só enxergamos a maldade, a imoralidade, a indecência e coisas deste tipo, porque nosso olhar, nossa mente e coração foram invadidos pela malícia deste mundo, pela malícia que está presente no coração, no olhar, na forma de viver e assim por diante.

Você sabe o quanto esses espíritos impuros nos atormentam, gritam dentro de nós, fazendo-nos ter raiva, ressentimentos e mágoas! Esses espíritos impuros estão gritando dentro de nós, suscitando em nós malícias, desejos impuros, desejos perversos e tantas outras coisas imorais que olhamos no mundo em que vivemos.

Precisamos combater esses espíritos impuros, precisamos permitir que Jesus, que veio para renovar, lavar e sarar a natureza humana, cure e salve a nossa natureza; tire de nós, do nosso coração toda natureza suja e pervertida para que tenhamos a pureza do Reino de Deus.

O que é uma pessoa pura? Pegue um bebê no colo, toque na pureza de uma criança (porque se não fizermos como uma criança, não entraremos no Reino dos Céus), contemple ali toda a pureza e bondade que há. Contemple a mente e o coração de uma criança, quanto mais bebê é, mais puro está. Quanto mais nos tornamos crianças, mais Deus nos purifica.

Eu friso que não é criança na ingenuidade, pelo contrário, precisamos ser cada vez mais maduros; mas, uma vez que nos sujamos tanto com este mundo, Deus quer expulsar de nós esses espíritos impuros que tanto nos atormentam. Quando somos atormentados por uma legião de espírito, eles tiram nosso sono, nossa paz, não nos deixam viver na tranquilidade do Reino de Deus.

Que o Senhor expulse de nós todas as impurezas para conseguirmos olhar o mundo com o Seu olhar!

Deus abençoe você.

sábado, 28 de janeiro de 2017

Homilia Diária

28JAN2017

A fé nos coloca na posição de combate, ajuda-nos a vencer tantas tribulações e ventos contrários na vida

“Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” (Marcos 4,40).

Estamos acompanhando Jesus e Seus discípulos, fazendo essa travessia no mar da Galileia. Naquela travessia, uma forte ventania começou a soprar e as ondas começaram a se lançar dentro do barco.

É óbvio que, quando as ondas se agitam e o vento forte vem para abalar, estando num barco, num avião, num carro, estando em qualquer lugar, nós muitas vezes não sabemos suportar os ventos contrários. O que vem no coração humano nesse momento? Desespero, pânico, pavor. Começamos a nos apavorar e o medo começa a nos guiar, tomar conta de nós, tememos pela nossa vida, pelo que vai acontecer.

Não se trata de sermos super-heróis, de sermos os corajosos; trata-se de sermos pessoas de fé, para enfrentarmos as tribulações, as ventanias, os ventos contrários e as ondas agitadas da vida.

Com medo não conseguimos nada! Com medo só sucumbimos, somos enforcamos, atribulamo-nos mais e somos apenas vencidos.

A nossa couraça não é o medo, a nossa couraça é a fé! A fé nos mantém de pé, coloca-nos na posição de combate, ajuda-nos a vencer tantas tribulações e ventos contrários na vida.

Jesus estava deitado com calma, e você pode pensar: “Nossa, Jesus estava indiferente! Jesus não se preocupou com aquela situação”. Desde quando excesso de preocupação, agitação e desespero ajudam a resolver alguma coisa na vida?

Não é sangue frio, mas é serenidade de espírito. Não é simplesmente não se importar e achar que tudo vai acontecer de forma mágica e milagrosa. Não! O grande milagre de que precisamos, a cada dia, é termos um coração sereno, confiante de que nos mantendo firme em Deus enfrentamos as ondas agitadas da vida, as tribulações que estamos vendo à nossa frente nesta ou naquela situação.

Às vezes, recebemos uma má notícia, a nossa saúde nos abala, acontece uma situação na nossa família, enfrentamos situações adversas, somos traídos, enganados, iludidos. As coisas não dão certo para nós e desanimamos, prostramo-nos, começamos a temer, a nos desesperar e alguns fantasmas aparecem: fantasmas do medo, da ilusão, da agonia nos deixam realmente acabrunhados, atribulados, sem ânimo e esmorecidos.

Jesus, hoje, está nos perguntando: “Por que não tendes fé?”. Se Jesus disse ao mar: “Silêncio, cala-te!”, precisamos dizer ao medo, às tribulações, aos fantasmas e fantasias que se criam dentro de nós: "Silêncio! Cala-te", porque Deus está no comando!

Deus abençoe você!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Homilia Diária

27JAN2017

O que nos mantém de pé, firmes e nos levanta diante das tribulações da vida é a graça de Deus, que um dia recebemos no batismo

“Lembrai-vos dos primeiros dias, quando, apenas iluminados, suportastes longas e dolorosas lutas” (Hebreus 10, 32).

Hoje, quero retomar, na nossa reflexão diária, aquilo que começamos a falar ontem quando São Paulo exortava Timóteo, seu filho na fé, a reinflamar e reacender a chama da fé.

Na Carta aos Hebreus, o escrito está falando justamente disso: "Lembrai-vos, tomar consciência dos primeiros dias, das lutas que enfrentamos, de tudo aquilo que enfrentamos por amor a Jesus Cristo". Tudo aquilo que nós, muitas vezes, na vida, já suportamos por amor a Jesus e continuamos firmes, aguerridos e servindo ao Senhor. Havia em nós ou há em nossos corações uma chama, uma disposição que é dada por Deus e se chama: graça.

A graça de Deus nos permite suportar as tribulações, as perseguições, as dificuldades, as aflições e os tormentos que temos de enfrentar nessa vida. Daí, você pergunta: "Meu Deus, por que eu, muitas vezes, não consigo suportar isso ou aquilo?". Eu lhe digo: o problema não é a graça, mas sim perguntar, meditar e refletir como está a nossa relação com a graça divina. Nós a deixamos secar? Estamos olhando para ela apenas de forma racional e humana? Estamos realmente deixando que o Espírito nos molde, crie têmpera, solidez em nós, na nossa alma, no nosso corpo e no nosso espírito?

Não podemos tratar as realidades da nossa alma e do nosso coração apenas de forma humana, apenas cuidando de ver se isso é certo. Compreendo que precisamos nos olhar como pessoas humanas, porque assim somos, mas somos pessoas humanas convertidas a Deus e não podemos abrir mão da Sua graça!

Se abrirmos mão da graça divina, vamos olhar as coisas de uma forma muito pequena e perderemos o olhar de Deus, o olhar sobrenatural. Sem a visão sobrenatural não conseguiremos sobreviver, suportar tudo aquilo que vivemos, mergulhados no mundo e na vida que temos.

Às vezes, alguém diz: "Nossa, nunca foi tão difícil viver! Nunca o mundo foi tão cruel!". Não é verdade. Se olharmos as tribulações, as perseguições, se olharmos tudo aquilo que os apóstolos sofreram, onde os primeiros seguidores de Jesus cresceram; se olharmos os primeiros séculos da Igreja, a Igreja dos mártires, a Igreja do sangue derramado por causa de Jesus, vamos ver que nós temos até muito amenidade e liberdade para proclamar o Reino. Até enfrentamos tribulações, mas nada que se compare às tribulações que sofreram os apóstolos. Não é para ficar medindo, matematicamente falando, quem sofreu mais ou quem sofreu menos. Essa não é a questão.

A questão é que se eles foram capazes de, com a graça de Deus, suportar, vencer e ir adiante, não foi por mérito humano, mas por graça divina.

Vamos vencer, vamos adiante se não nos apoiarmos somente, e principalmente, nos méritos humanos, mas entendermos que quem nos mantêm de pé, firmes e nos levanta diante das tribulações da vida é a graça de Deus, que um dia recebemos no batismo, e em tantas ocasiões da nossa vida.

É preciso colocar essa graça para fora, deixar que o Espírito inflame em nós essa convicção de que a graça de Deus nos mantém de pé!

Deus abençoe você!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Homilia Diária

26JAN2017

É preciso acender, reacender, reanimar, reinflamar essa graça, esse fogo de Deus que um dia recebemos

“Exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos”(2Tm 1,6).

Hoje, celebramos os apóstolos Timóteo e Tito, companheiros de Paulo em sua grande missão evangelizadora. Eles foram, com certeza, convertidos pela pregação de Paulo e tornaram-se, depois, seguidores de Cristo pelo caminho de Paulo.

Como é importante termos afeto por aqueles que nos aproximam de Deus e por aqueles que nós aproximamos d’Ele. É uma coisa maravilhosa, os catequistas que nos evangelizaram, aqueles que foram responsáveis por nos transmitir a fé são exemplos e modelos para nós.

Paulo escreveu essa carta a Timóteo, seu discípulo, seu amigo e filho na fé. Ele está fazendo memória a Timóteo, está recordando sua vó Loide e sua mãe Eunice, que foram pessoas fundamentais para que Timóteo se tornasse um homem de fé. Paulo está chamando Timóteo a voltar ao primeiro amor, a reacender e reavivar a chama da fé que ele recebeu por ocasião da imposição das mãos. Quando Paulo realmente orou por ele, invocou sobre ele o dom do Espírito.

Você também se recorda como nós éramos muito mais inflamados, incendiados e mais aguerridos quando recebemos o dom da graça de Deus? Aquilo nos inflamou, incendiou-nos por dentro, causou em nós um verdadeiro entusiasmo, mas não é simplesmente um entusiasmo de 'fogo de palha'. Não se trata disso! Trata-se do entusiasmo da chama da graça de Deus, que se acendeu no meio de nós.

Toda chama que não se cuida, vai diminuindo, vai aos poucos se apagando, ficando aquele foguinho pequeno. É preciso acender, reacender, reanimar, reinflamar essa graça, esse fogo de Deus que um dia recebemos.

A tentação do desânimo tomou conta, muitas vezes, do coração dos apóstolos, dos discípulos, dos seguidores de Jesus naquele tempo, nos tempos de hoje, e vai tomar conta também nos tempos de amanhã. Porque vamos fazendo empreitadas, vamos crescendo e amadurecendo, mas vamos também enfrentando dificuldades, problemas, frustrações, decepções e situações que tiram da nossa vida aquele gosto e sabor que tínhamos no início.

Não podemos perder a meta, não podemos perder o objetivo, não podemos tirar de Jesus o nosso olhar. Desviamo-nos da estrada da vida, perdemos o ardor da graça quando tiramos do Cristo o olhar e paramos na obra, nas pessoas, nesta ou naquela situação. E como lidamos com realidades humanas, elas vão tirando de nós, nos embates que acontecem na vida, o nosso entusiasmo.

Não deixemos que o entusiasmo seja somente humano, mas, sobretudo, que seja incendiado pela nossa fé.

Assim como Paulo reinflamou e convidou Timóteo para que inflamasse nele o dom da fé, Deus quer reinflamar em nós, incendiar novamente em nosso coração o entusiasmo, o amor primeiro, a entrega primeira que um dia fizemos ao Reino de Deus. Não é para viver de saudosismo, recordando o passado. É para fazer, hoje, com muito mais entrega, paixão e amor o que, no passado, Jesus começou a fazer em nossa vida.

Deus abençoe você!

Homilia Diária

25JAN2017

Conversão é, acima de tudo, saber submeter-se à vontade de Deus

“Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’ Eu perguntei: ‘Quem és tu, Senhor?’ Ele me respondeu: ‘Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu estás perseguindo’” (At 22,7-8).

Paulo era um homem muito religioso, de formação e descendência judaica; era fariseu, tinha o conhecimento da lei divina, era de uma formação muito apurada, um grande conhecedor da lei divina, da Palavra de Deus que lhe foi comunicada desde criança. Era um homem da religião, por isso perseguia aqueles que eram seguidores de Jesus.

Por que Paulo fazia isso? Porque era um religioso, mas um religioso cego, ou ainda, tinha uma visão distorcida para a graça de Deus.

Quando olho para o exemplo dele, fico pensando em todos nós. Às vezes, estamos imaginando que a conversão, a grande mudança de vida acontece somente com as pessoas que vivem os pecados do mundo, as pessoas que não têm religião e passam a tê-la, as pessoas que não creem em Deus e passam a acreditar n’Ele. As pessoas que vivem uma religião frívola, mais ou menos.

Não! O recado da conversão de Paulo é para todos nós pessoas religiosas, homens e mulheres de Deus. Precisamos abrir a mente e o coração para que a luz do Céu entre, para que a luz de Deus nos converta e nos convença de que a dinâmica do Reino, a Boa Nova está acontecendo no meio de nós.

Muitas vezes, fazemos muita coisa para Deus, anunciamos o Seu Reino aqui e acolá, mas não estamos perseguindo em Jesus, na Sua obra, não estamos seguindo a Sua vontade.

O que é a vontade de Jesus? Não somos nós quem determinamos a vontade de Jesus, é Ele quem nos orienta e, muitas vezes, até aquilo que queremos fazer para Deus não é o que Ele quer que façamos.

Se não tivermos docilidade ao Espírito, se não tivermos essa abertura para a graça de Deus, vamos fazer muitas coisas para Ele, mas não com Ele.

Você vai ver, na trajetória da conversão de Paulo, que a grande conversão da vida dele é se fazer um homem submisso ao Espírito Santo. O quanto o Espírito Santo vai lapidando, transformando, mudando e convencendo Paulo, porque ele tem um temperamento muito forte, é uma pessoa muito decidida e impetuosa. Aquilo que ele colocou no coração, corre atrás para fazer. Eu acho espetacular quando vejo Paulo planejando ir para a Ásia ou para outro lugar, mas o Espírito Santo o impede de ir.

Só uma pessoa que se converte, a cada dia, pode compreender que Deus nos leva e nos traz, Ele nos manda e nos puxa, porque não somos nós quem determinamos a vontade d'Ele, mas é essa vontade que ilumina aquilo que devemos fazer.

Paulo caiu por terra e deixou que a luz de Cristo abrisse seus olhos e o convertesse de fato, rendendo-se a Jesus e ao poder do Espírito.

Precisamos, a cada dia, cair por terra, humilharmo-nos, colocarmo-nos debaixo da mão poderosa de Deus, para que Ele nos converta, convença e nos tire até mesmo das coisas que achamos que são boas, mas não é o que Deus deseja para nós.

Conversão é, acima de tudo, saber submeter-se à vontade de Deus.

Que o Senhor abençoe você!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Homilia Diária

24JAN2017

A família de Deus é formada por todos aqueles que buscam conhecer Sua vontade e a coloca em prática na sua vida

“Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Marcos 3,34-35).

Que bom sermos da família de Jesus, sermos irmãos, parentes d’Ele! Que bom estarmos unidos a Ele! Veja que maravilha, não é uma questão sanguínea, de parentesco próximo e familiar que nos une a Jesus, mas é outro grau de familiaridade que nos une ao Senhor.

A família de Deus é formada por todos aqueles que buscam conhecer Sua vontade e a coloca em prática na sua vida. Esses laços nunca se rompem, são eternos, não são laços frágeis, que se rompem a qualquer vento. Se procurarmos com autenticidade, verdade e seriedade, colocar em prática a Palavra de Deus em nossa vida, seremos cada dia mais próximos, íntimos e familiares a Jesus.

O Senhor deseja que sejamos realmente Seus irmãos, que sejamos Sua família! “Quem sou para ser irmão de Jesus?”. Não fomos nós quem escolhemos ser irmãos d'Ele, foi Ele quem desceu até nós para nos tornar irmãos em primeiro lugar, e para dizer que, pela condição humana, nós também nos unimos a Ele.

Deus é Pai de todos nós e Seu filho único e eterno, Jesus, assumiu ser um de nós na condição humana, assumiu nossa materialidade, nossa carne humana.

Como nos unimos a Jesus? Fazendo aquilo que Ele veio nos ensinar.

É preciso dizer que muitos parentes de Jesus, muitos daqueles que eram consanguíneos a Ele, não colocaram em prática a vontade do Pai. Então, não basta ter esse privilégio, não basta dizer: “Eu sou parente d’Ele!". Não basta dizer que é até sobrinho do Papa. Isso não salva ninguém, pelo contrário, é até uma responsabilidade. Não nos prendamos aos laços sanguíneos, mas aos laços eternos. Aquilo que é feito em Deus, colocado n'Ele é para sempre!

Para ser para sempre de Deus é preciso, no dia chamado ‘hoje’, no tempo que é agora, colocarmos em prática a vontade d'Ele. É um esforço, é uma luta, uma determinação de vida, um empenho de coração para que, na nossa vida, possamos colocar em prática a vontade do Senhor.

Por favor, não sejamos aquelas pessoas insensatas que ouvem a Palavra de Deus, que dizem que é muito bom, muito bonito, que é isso mesmo, mas não se empenham em transformar a própria vida.

Sabe, meus irmãos, é verdade que Deus compreende os nossos limites, as nossas fraquezas e tem piedade de todas elas. Mas não basta ficar lamentando as fraquezas e os limites. É preciso um esforço humano, contando com a graça sobrenatural de Deus, para que a vontade d’Ele vença a nossa vontade.

Dentro de nós, muitas vezes, há uma má vontade, uma vontade mal inclinada para o maligno e para as coisas erradas. Precisamos mudar essa vontade, precisamos dobrar nossa vontade para que ela se dobre, incline-se para a vontade de Deus. Isso sim nos faz familiares de Deus, coloca-nos na família de Jesus!

Deus abençoe você!

Homilia Diária

23JAN2017

Tudo o que se divide se destrói, tudo o que se divide vai se eclodindo por si mesmo, tirando a graça e a beleza da unidade

“Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. Se uma família se divide contra si mesma, não poderá manter-se” (Marcos 3, 24-25).

Hoje, a Palavra de Deus nos chama a uma reflexão sobre o mal da divisão, pois essa é diabólica e demoníaca. Dividir as pessoas, as famílias, a Igreja, os cristãos; todo o trabalho de divisão da humanidade é um trabalho do mal. O mal quer nos dividir, quer nos colocar uns contra os outros.

Desde o princípio, dois irmãos: Caim se colocou contra Abel e dividiu sua família. Se olharmos nos dias de hoje, não existe mal maior que destrói a nossa humanidade do que o terrível joio da divisão, que destrói nossas casas, nossas famílias e comunidades; destrói a unidade do Corpo de Cristo e nossos relacionamentos. Por isso, uma coisa é muito importante: é preciso distinguir divisão de diversidade.

As pessoas podem ter diversidade de opiniões, podem ter opiniões divergentes, pensar diferente. O que não podemos é transformar essa semente do pensar diferente no joio maldito da divisão, porque tudo que se divide se destrói, tudo o que se divide vai eclodindo por si mesmo, tirando a graça e a beleza da unidade.

O Reino de Deus não se conjuga com o mal, porque ele destrói ou quer destruir a força do bem que há em nós. O mal nunca será maior que o bem, mas quando queremos servir o bem e o mal, ou permitimos que as obras do mal estejam em nós, que o maligno exerça fascínio sobre nós, somos os primeiros a ficar divididos. Queremos fazer o bem, mas estamos fazendo o mal; queremos semear o bem, mas estamos seguindo o reino das trevas. Queremos ser pessoas do bem, do amor e da concórdia, mas estamos vivendo, muitas vezes, o ódio, o ressentimento, o rancor. Isso para você perceber que a divisão começa dentro de nós.

Não podemos nos dividir, porque, se nos dividirmos, não seremos pessoas inteiras e plenas, como Deus quer e nos criou dessa forma. Não é questão de dividir o coração, mas de purificar nossa alma, nosso coração, nossa vida, nossos relacionamentos e tudo aquilo que fazemos para não estarmos a serviço do mal, e o mal não nos dividir.

Deus não quer que sua casa nem sua família sejam destruídas, Ele não deseja que elas acabem; então, cuide para que a semente da discórdia, da divisão e do mal não estejam permeando sua casa.

Não podemos ficar nos gladiando, atacando-nos, jogando culpa em cima dos outros e virar aquela bagunça, aquela baderna. "Sou contra esse. Sou contra aquele." Não é isso! Temos de ser contra aquele que nos divide.

Quem pensa diferente de nós, quem não tem os mesmos pensamentos, tem o nosso respeito. Brigamos apenas contra o reino das trevas, mas entre nós precisamos nos amar. Não podemos permitir, de forma nenhuma, que o divisor, que a palavra "diábulos", que semeia a divisão no meio de nós, vença. Mas que a Palavra de Cristo opere a unidade e a união.

Volto a dizer: união não é todo mundo pensar igual ou fazer igual. Há uma beleza incrível na diversidade, há uma beleza maravilhosa até nos dedos de nossas mãos, cada um é diferente do outro, cada um têm uma função, cada um têm uma importância; e não precisa brigar, porque um é mais bonito que o outro.

Precisamos entender que cada um tem uma riqueza a dar e não podemos dividir.

Deus abençoe você!

domingo, 22 de janeiro de 2017

Homilia Diária

22JAN2017

Precisamos de conversão e mudança de vida a cada dia

Jesus começou a pregar dizendo: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo” (Mateus 4, 17).

Hoje, a Palavra de Deus nos mostra que Jesus deixou Sua terra, Nazaré, onde cresceu e foi criado. Partiu para outra região, próxima ao mar da Galileia, foi viver em Cafarnaum. Ali foi sua residência e dali Ele partiu para evangelizar e anunciar o Reino de Deus, proclamar que o Reino está acontecendo, que está próximo.

Vemos duas coisas importantes na missão de Jesus. A primeira é, justamente, esse apelo na Sua pregação: "Convertei-vos!". Toda pregação precisa ser um apelo à conversão, à mudança de vida. Toda palavra de Deus, que vem ao nosso encontro, é para mudar nossas atitudes, nossa mentalidade. Precisamos de conversão diária, precisamos nos converter a cada dia. Não é demais, pelo contrário, precisamos ouvir isso de manhã, à tarde e à noite, e deixar que a Palavra ressoe em nosso coração, para que a conversão aconteça em nós.

Por que precisamos nos converter? Porque o Reino dos Céus está muito próximo de nós, está ao nosso lado, e cada vez que nos convertemos, que nos deixamos convencer pela Palavra de Deus, tocamos no Rei, aproximamo-nos d’Ele, entramos na dinâmica do Reino dos Céus.

O Reino dos Céus é para os convertidos, para almas transformadas, para homens e mulheres mudados e renovados. O Reino dos Céus é o Reino do novo, do renovado; então, não podemos ficar com a velha mentalidade, não podemos ficar apegados aos nossos pecados, não podemos ficar apegados àquela vida velha que tínhamos. Precisamos dessa dinâmica da conversão diária em nossa vida.

Se você olhar para dentro de si, vai perceber que as fragilidades estão nos rodeando a cada dia; e por causa dessas fragilidades, precisamos da graça do Reino dos Céus para nos convertermos, porque estamos expostos ao pecado, à nossa fragilidade.

Muitas vezes, acordamos com um mau humor terrível, acordamos com ressentimentos e mágoas; carregamos dentro de nós aquela vontade de nos vingar, de desejar o mal ao outro. Só a Palavra de Deus nos envolve, leva-nos à uma conversão, para que abandonemos essas trevas. Por isso, acolha o chamado de Jesus hoje!

Precisamos de conversão e mudança de vida a cada dia, porque cada dia é uma decisão. Precisamos abraçar essa graça da necessidade de transformação interior.

Jesus chama os Seus discípulos, convida um, convida outro. Convida Pedro e seu irmão André, que estão ali pescando: "Vinde, eu farei de vocês pescadores de homens". O chamado de Jesus é: "Segue-me!".

Jesus está nos dizendo: "Segue-me!"; é um convite doce, suave, mas muito sério. Seguir Jesus é ir atrás d’Ele, é querer aprender com Ele como viver a vida. Cristo tinha muitos admiradores, muitas pessoas que contemplavam o Seu ministério, mas O seguir apenas para alguns seguiram.

Jesus o chamou e chama a cada dia, para que você possa segui-Lo. Ele quer cuidar de você, ensinar a converter sua vida na lógica do Reino dos Céus.

É preciso ter disposição para segui-Lo, é preciso deixar aquilo que não convém à vida de um cristão, para seguir o Senhor da nossa vida!

Hoje, precisamos acender aquela chama do primeiro chamado, o primeiro amor, aquela chama do coração de Deus que se acendeu e incendiou o nosso coração. Se um dia decidirmos segui-Lo, não vamos voltar, vamos seguir adiante, porque é para o Reino dos Céus que somos chamados e convocados. Precisamos nos converter a cada dia!

Deus abençoe você!

sábado, 21 de janeiro de 2017

Homilia Diária

21JAN2017

A Palavra de Deus proclamada e anunciada realiza maravilhas em nosso coração, alimenta nossa alma e sacia nossa sede

“Jesus voltou para casa com os discípulos. E de novo se reuniu tanta gente que eles nem sequer podiam comer” (Marcos 3,20).

As pessoas queriam se aproximar de Jesus, corriam atrás d'Ele. As multidões se aglomeravam dia e noite atrás do Senhor, e Ele precisava retirar-se para cuidar de si, para que no outro dia tivesse à disposição daquela multidão faminta, sedenta, sobretudo com uma sede enorme das coisas do Céu, uma sede enorme que está dentro do coração humano, sedento de coisas eternas. Porque só o que vem do Céu pode alimentar nossa alma e nosso coração.

Jesus alimentava aquelas multidões, por isso estavam atrás d’Ele onde quer que Ele fosse, para ouvi-Lo. O que Jesus falava? Ele anunciava e proclamava o Reino e a Palavra de Deus.

A Palavra de Deus proclamada e anunciada realiza maravilhas em nosso coração, alimenta a nossa alma, sacia a nossa sede e fome de eternidade. Ela vem em socorro às nossas fraquezas, nossas misérias e aflições que estão permeando a nossa alma e o nosso coração.

As multidões de ontem e de hoje estão em busca do alimento. Não é só o alimento que nos sacia nesta vida, como o pão, o arroz, o feijão, que são tão necessário para a nossa subsistência! O fato é que depois que nos alimentamos, a nossa alma continua vazia. Não adianta só nos fartarmos dos alimentos aqui da terra, se não saciarmos a nossa alma e o nosso coração. O único que pode saciar a nossa alma e o nosso coração é Jesus!

É preciso aproximar-se de Jesus, buscá-Lo, ouvi-Lo, colocar-se aos Seus pés. É preciso tocar em Jesus e ser tocado por Ele, para que nosso interior e nossa alma se alimentem do alimento eterno, para que nossa alma se preencha com os alimentos da eternidade.

Do outro lado, a Palavra de Deus nos revela que os parentes de Jesus queriam agarrá-Lo, dizendo que Ele estava fora de si.

Quem não entra na lógica, na dinâmica do Reino de Deus, de fato despreza, não compreende e menospreza tudo aquilo que se realiza no meio de nós. Se não abrirmos os olhos da fé e não olharmos com os olhos espirituais, não vamos compreender as maravilhas que o Pai realiza no meio de nós, não entraremos na dinâmica do Reino dos Céus.

Se os parentes de Jesus O rejeitaram, compreendemos porque tantos hoje não compreendem o Reino de Deus, são indiferentes a ele, perseguem e, de fato, não se abrem para essa dinâmica.

Os parentes de Jesus olharam para Ele de uma forma muito humana: "É nosso parente! É alguém próximo de nós!", porém, em muitas situações, opuseram-se a Jesus. O Senhor saiu do meio deles para continuar proclamando o Reino de Deus.

Muitas vezes, os nossos não irão nos compreender, parentes, amigos nem pessoas próximas a nós. Só compreende o Reino de Deus quem entra na dinâmica e na lógica do Seu Reino! É preciso ter uma sabedoria que vem do Céu, que nos alimenta e nos sacia para entendermos, compreendermos o que vivemos, queremos e buscamos.

Deus abençoe você!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Homilia Diária

20JAN2017

A autoridade que Jesus nos deu, em Seu nome, é para expulsarmos os demônios

“Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar, com autoridade para expulsar os demônios” (Marcos 3,14-15).

Jesus escolheu doze e os designou com autoridade para pregar e expulsar os demônios. É bonito ver Jesus chamando cada um pelo nome: Pedro, Tiago, João, André, Filipe, Bartolomeu, Mateus… e cada um é singular para Deus. O nome de cada um têm uma importância única no coração do Senhor.

O modo como Deus nos chama é também pelo nome. Ele nos chama de José, Paulo, Maria, porque para Ele não somos coletividade. Para Ele somos a individualidade, somos singular, somos únicos! Olhando para nós, Deus está primeiro nos chamando, e uma vez que respondemos ao Seu chamado, Ele nos coloca no apostolado.

Deus precisa de cada um de nós exercendo um apostolado nesta vida! O apostolado é uma responsabilidade que recebemos para exercer em nome de Jesus, onde quer que nós estejamos, a começar pela família, pela casa onde estamos. Temos de ser apóstolos em nome de Jesus na família que nos foi designada. Você, como pai ou como mãe; eu como padre, o outro como missionário. Enfim, no campo onde você se encontra, exerça o seu apostolado, e que seja eficaz e prodigioso, que produza muitos frutos e traga muitos discípulos para o Reino de Deus.

Os apóstolos do Senhor, primeiro, precisam ficar com Ele, precisam ficar na Sua companhia. Às vezes, ficamos soltos por este mundo, e não existe apostolado solto. O nosso apostolado é exercido na presença de Jesus.

Aprendemos primeiro com Jesus. Está aí a importância do apóstolo ter vida de oração, ter vida de relação pessoal com Jesus. É importante o apóstolo colocar-se para ouvir a Palavra de Jesus, escutá-Lo falando ao seu coração, ter vida de comunhão com Ele. Depois, o apóstolo é enviado para pregar. E digo a você: pregue a Palavra de Deus com simplicidade, com humildade, mas com autoridade de alguém que é aberto à Palavra de Deus.

Pregue a Palavra de Deus na sua casa, para sua família, para os seus filhos. Não precisa subir num púlpito para pregar. Que bom quem tem o dom de subir nos púlpitos e prega ali também. Mas onde quer que você esteja, seja um homem, uma mulher que prega e anuncia a Palavra de Deus. Com essa verdade, expulse os demônios.

Quando falamos em expulsar demônios, as pessoas pensam em grandes exorcismos, nos demônios que tomam conta das pessoas. Existem muitos "demoniozinhos" atormentando a nossa vida, mas o mais importante não é isso. O mais importante é que precisamos expulsar o que nos divide, que causa entre nós atritos; precisamos expulsar aquilo que causa divisão interior em nossa alma e coração.

Não podemos deixar que as obras das trevas reinem dentro de nós. Não podemos deixar que as obras das trevas estejam circulando as nossas relações comunitárias, a nossa família, os nossos lares, a nossa vida eclesial. A autoridade que Jesus nos deu, em Seu nome, é para expulsarmos os demônios.

Que Deus nos dê a graça de sermos bons apóstolos, de exercermos o apostolado do amor e da caridade onde quer que nós estejamos!

Deus abençoe você!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Homilia Diária

19JAN2017

Precisamos tocar em Jesus, cada dia buscá-Lo em nossa vida

“Jesus tinha curado muitas pessoas, e todos os que sofriam de algum mal jogavam-se sobre ele para tocá-lo”(Marcos 3,10).

As pessoas queriam tocar em Jesus, sobretudo as que padeciam de algum mal, que estavam sendo atormentadas pelo maligno. Todos que tocavam em Jesus eram curados, libertos pela graça de Deus que atuava na vida deles.

Precisamos também tocar em Jesus, cada dia buscá-Lo em nossa vida. Como tocamos em Jesus? Quando vamos ao encontro da Sua Palavra; e tocamos na graça, tocamos n’Ele presente em nós.

Na verdade, o efeito é o contrário, pois nós achamos que tocamos em Jesus, mas é Ele quem toca em nós com o poder da Sua graça. Quando corremos atrás d’Ele para tocá-Lo, Ele já está vindo ao nosso encontro para nos tocar.

Tocamos em Deus quando O recebemos na Eucaristia e nos sacramentos. Tocamos na graça Deus quando nos reunimos em Seu nome, para proclamar Seu amor e Seu Reino. Tocamos na graça de Deus quando nos reunimos para ouvir Sua Palavra, quando exercitamos o amor à caridade.

Existe uma maneira extraordinária de tocarmos em Jesus, de sermos tocados por Ele, quando somos capazes de perdoar uns aos outros nas ofensas, nas mágoas, pelo mal recebido. Quando deixamos que Sua graça fale muito mais alto do que o nosso orgulho, nosso egoísmo, naquilo que dentro de nós está ferido e machucado, ela penetra em nosso interior e é maior do que nossas convicções humanas.

Permita-se, hoje, ser tocado por Deus, permita que a Sua graça exerça efeitos em nossa vida, arranque de nós sentimentos e pensamentos que estão distorcidos, velhos, quebrando-nos por dentro. Permitamos que a graça de Deus realize uma obra nova em nosso coração!

Vendo Jesus, os espíritos maus caíam aos Seus pés e disseram: "Tu és o filho de Deus". Permitamos que todos os espíritos maus que atormentam a nossa vida saiam, porque Jesus está no seu espírito de vida nova.

Deus abençoe você!

Homilia Diária

18JAN2017

Jesus olha primeiro para a pessoa do que para o templo, para o dia da semana ou qualquer prescrição

“E permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?” Mas eles nada disseram” (Marcos 3,4).

Eles [fariseus] estão escandalizados, porque Jesus curou um homem de mão seca em dia de sábado, estavam muito mais incomodados com a prescrição do sábado do que com aquele homem na situação em que se encontrava.

Deixe-me dizer uma coisa bem séria ao seu coração: Jesus olha primeiro para a pessoa, do que para o templo, para o dia da semana ou qualquer prescrição. O mais importante no coração de Deus é a pessoa humana.

Nada é mais sagrado para Deus do que nós, Seus filhos.Cada pessoa humana têm um significado muito singular para Deus. E digo a você: quanto mais este ser humano é sofrido, desprezado, mal amado, marginalizado, mais querido e amado ele se torna no coração de Deus.

Jesus toma este homem pela mão, e não cura somente a sua mão seca; cura todo o seu ser, toda a sua vida. Jesus tira aquele homem da situação de exclusão em que se encontrava e o traz para o meio, para a realidade da vida, porque até então todos o excluíam por causa da sua situação.

Há tantas discussões na humanidade por essa ou aquela situação! Há tantas discussões religiosas, muitas vezes, preocupadas com este ou aquele preceito religioso e se esquecem do essencial.

O essencial para Deus é a pessoa humana, é o ser humano, Seu filho e Sua filha, que tem de ser amado, cuidado e incluído acima de qualquer coisa. Por isso, meus irmãos, a religião que salva é a religião que cuida da pessoa humana. Não que vamos desprezar os preceitos religiosos, não que o importante seja só fazer caridade.

É apenas fazer as coisas na ordem, sem precisar desprezar também aquilo que é essencial. Não é fazer isso e deixar de fazer aquilo. É saber ter prudência, mas também ter prioridades.

O ser humano é tão sagrado, que Deus se fez humano para resgatar o lado sacro da vida humana. Uma vez que Ele se faz um de nós, cada um de nós se torna sagrado para Ele. Por isso, essa ou aquela pessoa, por mais que seja intolerável para nós, é muito amada por Deus.

Precisamos resgatar, dentro do nosso coração, a nossa humanidade perdida, a nossa humanidade que se compadece da humanidade do outro, do sofrimento do outro, da exclusão do outro, da situação de miséria humana na qual o outro se encontra.

Não se esqueça de que, para Deus, o ser humano é prioridade!

Deus abençoe você!

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Homilia Diária

17JAN2017

Quando colocamos no Senhor a nossa esperança, ficamos firmes, ficamos de pé e nos reerguemos

“A esperança, com efeito, é para nós qual âncora da vida, segura e firme, penetrando para além da cortina do santuário”(Hebreus 6,19).

Deus nos dá a graça de termos n'Ele a nossa fé e esperança. A esperança é aquilo que, de fato, nos leva para a frente, que nos move, é a âncora, como está nos dizendo a Palavra de Deus, que é o fio condutor da nossa vida.

Não podemos viver sem esperança, porque ela é o alimento, é a vitalidade, a segurança que temos. Como esperar algo daquilo que nunca vimos? Como esperar daquilo que não sabemos o que será?

A esperança vem ancorada na fé. A fé é a convicção de acreditarmos naquilo que não vemos nem tocamos, é a realidade mais bela que podemos ter na vida, porque é por ela que nos relacionamos com Deus. Não é a fé de saber que Deus existe, que Ele está no meio de nós, mas a fé que nos leva a ter relação pessoal com Ele.

Eu nunca vi Deus, nunca toquei n'Ele, mas fui visto por Ele; e quando me viu, fez-me enamorar por Ele. Pela fé, pelas realidades espirituais que cultivo na minha alma e no meu coração, relaciono-me com Deus. Por isso, eu vejo a graça de Deus agindo, vejo o Seu poder atuando no meio de nós, vejo os sinais da Sua presença sempre onde me faço presente.

Uma vez que tocamos nessa graça e somos movidos por essa fé, ela nos leva a ter esperança, a sempre esperar em Deus, sempre confiar n’Ele.

Quando vivemos cercados de tantas situações que causam desalento ao nosso coração, háum desânimo a nossa alma. A verdade, muitas vezes, é que queremos nos desesperar. O desespero é o veneno fatal para a nossa vida, porque tira de nós todo alento, todo vigor que podemos ter na alma. Mas quando colocamos no Senhor a nossa esperança, ficamos firmes, ficamos de pé e nos reerguemos, porque sabemos em quem depositamos a nossa confiança.

Olhos fixos em Jesus, coração firme n'Ele. Se mantivermos diante de nós a nossa meta, que é Cristo Jesus Nosso Senhor, Ele nos conduzirá à esperança e não permitirá que nada de desalento, que vem para nos deixar desanimados, leve-nos ao fracasso. Ele nos levanta e nos coloca de pé, porque essa esperança ancora e conduz a nossa vida!

Deus abençoe você! 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Homilia Diária

16JAN2017

A graça de Deus tem realmente a graça de renovar o nosso coração daquilo que está velho, antiquado e ultrapassado

“Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha; porque o remendo novo repuxa o pano velho e o rasgão fica maior ainda” (Marcos 2, 21).

Na verdade, colocamos remendo novo em uma roupa nova, colocamos vinho novo em odres novos para conservarmos o vinho e também os odres. A verdade é que para acolhermos a graça da novidade de Deus é preciso ter uma nova disposição, uma nova mentalidade, um novo coração.

A graça de Deus tem realmente a graça de renovar o nosso coração daquilo que está velho, antiquado e ultrapassado. Se a humanidade se renova, imagina como não se deve renovar o nosso coração, a nossa vida e mentalidade! Precisamos renovar a nossa casa sempre!

'Renovar' não quer dizer trocar tudo, jogar tudo fora, mas sim limpar, cuidar, ordenar melhor as coisas para que fiquem melhores.

Toda nova situação exige uma nova adaptação. Sua casa era pequena, era só você e seu marido, mas chegaram os filhos e agora é uma nova realidade. Mas você quer viver como era antes, quando você era solteiro e os outros estão ocupando seu espaço.

Abra-se para o novo, para a novidade! A vida só se renova quando não ficamos apegados ao que temos, ao que fazemos, ao que somos e aprendemos. E somos capazes de nos abrir para a novidade de Deus!

É importante lembrar que 'novidade' não são as novidades. Há pessoas que só vivem em busca de novidade, só querem novidades. Não se trata de coisas novas, de simplesmente saber coisas novas. Aqui, refere-se a ter uma mentalidade aberta a ser renovada.

A novidade do Evangelho é a de ontem, de hoje e de amanhã. Esse Evangelho é sempre novo quando me abro de uma forma sempre nova para acolhê-lo em minha vida.

Até acho um perigo muito grande aqueles que só vivem em busca de novidades na vida! Às vezes, escuto a expressão: “Eu quero novidades!”. É um perigo, um erro, uma tentação que a modernidade quer conduzir a nossa vida e o nosso coração. Isso não nos coloca, de fato, próximos à única novidade que é capaz de renovar a nossa vida.

A novidade sempre nova é a Palavra de Deus penetrando em nosso interior, em nosso coração. Muitos não se converteram a Jesus, não tiveram suas vidas transformadas, porque não se abriram para a novidade do Reino de Deus.

Se não nos desapegarmos dos conhecimentos que temos, a sabedoria que achamos que temos, aquela nossa forma velhaca de ver a vida e as coisas, a novidade da graça de Deus não acontece em nossa vida.

A graça é nova, mas o coração está envelhecido, não se abre para o novo; então, o novo também não penetra em nós.

Que a Palavra de Deus venha renovar, libertar, purificar e transformar toda a nossa realidade interior!

Deus abençoe você! 

sábado, 14 de janeiro de 2017

Homilia Diária

14JAN2017

Tenhamos uma relação próxima com a Palavra de Deus, porque ela é viva, poderosa e eficaz

“Irmãos, a Palavra de Deus é viva, eficaz e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas” (Hebreus 4,12).

Que beleza a Primeira Leitura da Liturgia de hoje, na Carta aos Hebreus! Ela nos mostra o poder e a eficácia que a Palavra de Deus exerce em nossa vida.

Acredite: a Palavra de Deus é viva! Não são letras mortas, não são letras quaisquer. A Palavra tem a vivacidade de Espírito, por isso temos de lê-la, deixando-a penetrar pela força poderosa do Espírito, que nos ajuda a captar cada uma daquelas palavras ditas a nós como palavras vivas. E aquilo que tem vida também nos dá a vida.

A Palavra de Deus tem o poder de transformar, tocar e curar a nossa vida! A Palavra de Deus é eficaz, onde ela chega faz a graça de Deus acontecer. A Palavra de Deus tem o poder de mudar realidades, de mudar o nosso interior, o nosso coração e o nosso ser quando nos abrimos a ela.

A Palavra é mais cortante do que qualquer espada que possa entrar na nossa alma, ela tem o poder de cortar, de dividir. Fico pensando quando pegamos uma manga ou qualquer outra fruta, e ali tem uma parte que está estragada. Usamos a faca para retirar o que não serve.

Na nossa vida há muita coisa que vem para estragar o nosso interior, e a Palavra de Deus tem o poder de cortar e eliminar aquilo que não serve para nós; ela penetra até o nosso interior. Existem muitas coisas escondidas, há coisas que não tomamos nem consciência do mal que fazem, do que é negativo para a nossa vida.

A Palavra de Deus penetra todas as coisas, atinge até o fundo do nosso interior. E quando nos deixamos levar e conduzir, ela vai penetrando as articulações, a medula, e todo o nosso ser é tocado pela Palavra de Deus.

Abra o seu coração para a Palavra de Deus, deixe-se conduzir por ela, tenha tempo para ouvi-la, faça dela a palavra da sua vida. Nada é mais importante para alimentar a nossa vida espiritual e a nossa intimidade com Deus do que ter uma relação próxima com a Sua Palavra! Porque a Palavra de Deus é viva, poderosa e eficaz!

Deus abençoe você!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Homilia Diária

13JAN2017

Precisamos passar por cima das dificuldades e fazer todo esforço para chegarmos até a Palavra de Deus

“E Jesus anunciava-lhes a Palavra. Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens” (Marcos 2, 2-3).

É uma maravilha nos reunirmos em torno da Palavra de Deus. É isso que faziam aquelas multidões, reuniam-se em torno de Jesus, aglomeravam-se ao redor d'Ele para escutá-Lo. Eles escutavam Jesus, e a palavra que saía de Sua boca penetrava nos corações, e estes eram tocados e curados, as vidas eram transformadas.

Hoje, quando assim também fazemos, a Palavra de Jesus tem o poder de tocar, curar, libertar, transformar e renovar a nossa vida. Precisamos nos abrir para ouvir a Palavra de Deus!

Pode acontecer que estejamos paralisados na vida, pode acontecer que o nosso coração, as nossas pernas, o nosso interior tenham paralisado por alguma circunstância e não conseguimos chegar até Jesus, não conseguimos nos abrir para ouvir Sua Palavra.

Precisamos de ajuda, precisamos ajudar a carregar outros, para que cheguem até Jesus, para que a Palavra de Deus chegue aos corações, para que as pessoas e nós sejamos transformados pelo poder da Palavra.

É isso que quatro homens fazem com este paralítico, porque ele queria chegar até Jesus, mas como iria fazer isso em cima de uma cama? Eles passam no meio daquela multidão e fazem com que aquele homem chegue até o Senhor.

Irmãos e irmãs, precisamos transpor as dificuldades, precisamos passar por cima delas e fazer todo o esforço para chegarmos até a Palavra de Deus.

Veja o esforço que a Palavra de Deus faz para chegar até nós! Hoje, são tantos meios e recursos usados para que possamos escutar a Palavra de Deus, mas, muitas vezes, não fazemos o nosso esforço.

Não basta a Palavra vir até nós. Precisamos nos abrir para que ela chegue dentro de nós. É preciso romper as paralisias, e se não damos conta ou se tem alguém que está realmente paralisado e não pode ir adiante e pede-nos ajuda, que possamos ajudá-lo. Que possamos ser essas oito mãos, que carregaram o paralítico, que o levam até Jesus para ser tocado pela Palavra.

Duas palavras foram importantes, a primeira delas: teus pecados estão perdoados. Aqui, o pecado não é o mais importante, mas o perdão a estes pecados. Quando permitimos que a Palavra chegue até nós e nos arrependemos dos nossos pecados, a Palavra poderosa do Senhor nos perdoa. E uma vez que nos perdoa, ela também nos liberta de todas as consequências desastrosas que o pecado gera em nossa vida, inclusive, deixando-nos paralisados.

Em seguida, a Palavra poderosa de Jesus diz ao paralítico: "Eu te ordeno:levanta-te, pega tua cama, e vai para tua casa!” (Marcos 2,11). 

A Palavra poderosa de Jesus nos levanta do estado de prostração e desânimo. Muitas vezes, chegamos a este estado ou situação por aquilo que os pecados foram fazendo em nossa vida, foram se acumulando dentro de nós e nos deixou nesta situação.

Quando o Senhor nos liberta dos nossos pecados, Ele também nos levanta e nos manda ir adiante. Deus não nos quer paralisados, mas nos quer livres e libertos pelo poder da Sua Palavra!

Deus abençoe você!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Homilia Diária

12JAN2017

A comunhão com Deus acontece dentro do nosso coração, quando vivemos uma relação íntima e pessoal com Ele a cada dia

“Cuidado, irmãos, que não se ache em algum de vós um coração transviado pela incredulidade, levando-o a afastar-se do Deus vivo”(Hebreus 3,12).

Em primeiro lugar, o cuidado é para conosco, é para com o nosso coração, para com a nossa vida, nosso ânimo, interior e vontade. Se deixarmos a incredulidade e o desânimo tomarem conta de nós, vamos nos afastar do Deus vivo, mas, na verdade, precisa acontecer o contrário: quanto mais nos sentimos cansados, desanimados, desapontados e desencorajados, é que precisamos nos aproximar deste Deus vivo!

Se nos deixarmos desviar, a incredulidade vai tomar conta de nós e nos afastar, distanciar-nos de Deus, de modo que vamos perder Sua graça aos poucos. Que não se ache entre nós alguém assim, mas, uma vez que se ache, precisamos ter força e ânimo uns para com os outros, para não deixarmos ninguém se desviar pela incredulidade, pela falta de fé e ânimo, sobretudo pelas decepções.

Quem de nós nunca decepcionou e não foi decepcionado nesta vida? Quando as decepções tomam conta de nós, vamos perdendo o alento e a força interior. E quando essas forças interiores vão se alardeando dentro do nosso coração, vamos realmente nos extraviando da fé, desviando-nos do caminho e nos afastando do Deus da vida.

O pior que pode nos acontecer é o nosso coração endurecer. O nosso coração fica duro, insensível ao toque e à realidade da graça. A Palavra de Deus vem até nós, mas não surte efeito; isso não quer dizer que ela não tenha poder para fazer efeito em nossa vida, é porque o nosso coração colocou uma barreira tão grande e está tão tomado pela incredulidade, que é incapaz de se deixar sensibilizar pela graça divina.

Não podemos nos permitir ser tomados por esses sentimentos. O que, então, devemos fazer? Em primeiro lugar, cuidar da nossa fé, alimentá-la, colocá-la como prioridade em nossa vida.

A oração, a leitura da Palavra de Deus, a confissão constante e a vida de comunhão com o Senhor, a busca de ajuda e socorro, a vida comunitária na partilha da Palavra de Deus e na participação da Eucaristia são elementos principais para vivermos a nossa comunhão com Ele.

Não permitamos que a comunhão com Deus seja apenas exterior, pois se assim for, será um erro, um engano, e, de fato, vamos aos poucos perdendo o senso da fé. A comunhão com Deus acontece dentro do nosso coração, quando vivemos uma relação íntima e pessoal com Ele a cada dia.

Comuniquemo-nos com Deus e O escutemos todos os dias, escutemos Sua Palavra e direção. Quando nos submetemos a Deus, quando nos entregamos a Ele de corpo, alma e coração, Sua presença cuida de nós e não permite que nosso coração se desvie, afaste-se por nenhuma incredulidade!

Deus abençoe você!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Homilia Diária

11JAN2017

A tentação quer nos conduzir para a morte, tirar-nos da graça e do poder da vida que Deus nos deu

“Pois, tendo ele próprio sofrido ao ser tentado, é capaz de socorrer os que agora sofrem a tentação” (Hebreus 2,18).

Cristo Jesus socorre a cada um de nós em todas as nossas tentações e tribulações. Ele foi tentado pelo demônio, resistiu e venceu as tentações para ser para nós modelo e exemplo. Acima de tudo, Ele é o vitorioso sobre o mal, porque foi Ele quem destruiu, com Sua vida, o poder da morte e do diabo.

A tentação tem uma função, tem um fim último: conduzir-nos para a morte, tirar-nos da graça e do poder da vida que Ele nos deu, para nos levar ao poder da morte. São mortes cotidianas, são mortes de amizades, de relacionamentos; mortes da vida na graça, da vida no Espírito, são mortes dos bons propósitos, das nossas boas intenções. Aos poucos, vai morrendo o que há de melhor em nós quando nos sucumbimos e nos entregamos, quando, de fato, deixamos que a tentação nos leve.

Acontece ainda algo extremo de tudo isso, quando a tentação já não tem mais força sobre nós, porque nos entregamos totalmente a ela. Não há nem mais força para combater, já não há mais alento para dizer “não” ao que é errado. Começamos a viver aquela vida errada, de modo que a vida na graça morre em nós, e já não somos mais capazes de distinguir e separar o certo do errado, o bom do ruim, porque deixamos morrer em nós a vida na graça de Deus.

Irmãos, temos Jesus que é por nós, para nos ajudar a resistir à tentação. E se cada um de nós olhar para dentro de si mesmo, perceberemos que são diversas tentações que temos na vida.

A primeira coisa é não se deixar provocar, não se deixar levar por este ou por aquele ponto, que é a sua fraqueza, a sua dificuldade, por onde somos roubados,  levados. Se tenho um propósito, a graça de Deus me leva a ser uma pessoa mais serena. Eu sei que haverá fortes tentações para que eu me desespere, perca a paciência e me torne agressivo.

Eu preciso evitar as ocasiões de pecado, eu preciso da graça de Cristo, para me ajudar a ser vencedor sobre aquilo que me leva a cair, que me rouba da graça de Deus, rouba-me a serenidade.

O que nós precisamos é acreditar, recorrer à força da oração! Para nós, o Pai Nosso, a oração por excelência realmente coloca-nos neste combate: "Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal". O primeiro mal é, justamente, não se levar pela tentação, não ser introduzido nela, mas ter a força interior, o discernimento interior de dizer “não” à tentação quando ela vem ser provocação para a nossa alma e coração.

Que a força de Deus mantenha-nos de pé!

Deus abençoe você!

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Homilia Diária

10JAN2017

A grande autoridade que devemos exercer, em primeiro lugar, é conosco, com nossa própria vida

“Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei” (Marcos 1,22).

A autoridade de Jesus vem da Sua vida; não vêm de cargos, posições e títulos.

As pessoas querem, muitas vezes, submeter-se aos títulos, mas não se submetem à verdadeira autoridade que vem da moral, daquilo que elas vivem. A grande autoridade é aquela que se submete a viver aquilo que é cobrado. Ninguém pode viver a disciplina se não a tem, ninguém pode cobrar obediência se não é obediente, ninguém pode cobrar do outro que seja verdadeiro se não é verdadeiro.

A grande desordem das nossas casas é que, às vezes, os pais querem cobrar o que não vivem. O esposo quer cobrar da esposa aquilo que não está vivendo. Queremos cobrar dos nossos um relacionamento mútuo; queremos cobrar nas nossas amizades aquilo que, muitas vezes, não somos recíprocos em viver.

Enfim, há uma autoridade a ser recuperada e essa autoridade é vivida na pessoa de Jesus. Ele vive primeiro tudo o que ensina e pratica; Ele não é conhecedor de leis nem teorias, porque quem dominava o conhecimento em Israel era quem tinha o conhecimento, por isso eram chamados de mestres e doutores da Lei. Mas eram homens cheios de profundas contradições, muitos não viviam nem a metade ou quase nada daquilo que ensinavam e cobravam com rigor dos outros.

Pense bem antes de cobrar, de exigir e ser duro com os outros. Pense na forma como você vive sua própria vida, pois quem vive a vida corretamente sabe do esforço que é para viver, por isso tem sabedoria até na forma de cobrar.

Precisamos aprender a ser autoridade, mas aqui “autoridade” não é de autoritarismo, é, acima de tudo, termos domínio sobre aquilo que falamos, exigimos e cobramos dos outros.

Jesus tem autoridade naquilo que fala, e os demônios tremem e correm d’Ele. A ação de Jesus é justamente expulsar aquele que provoca as desordens dentro do nosso coração e do nosso interior. Este homem possuído pelo espírito maligno grita: "O que vieste fazer conosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir?". Os demônios sabem: “ Eu sei quem Tu és: Tu és o Santo de Deus!”. Jesus, ordenou e o intimou: “Cala-te!” (cf. Marcos 1,24).

Não podemos deixar os demônios falarem, não podemos deixar os demônios gritarem, não podemos deixar que eles ordenem a nossa vida.

A grande autoridade que devemos exercer, em primeiro lugar, é conosco, com nossa própria vida; dominar a nossa vontade, o nosso mau humor, a nossa amargura, aquela vontade de falar tudo o que vem na cabeça, na mente. Essa é a grande autoridade que temos de exercer. Tenho vontade de fazer alguma coisa errada, mas não vou fazer o que está errado. Tenho vontade de brigar, mas não vou brigar. Tenho vontade de pegar alguém, mas não vou pegar.

Essa é a autoridade que Jesus quer nos revestir, em primeiro lugar; autoridade do autodomínio, do autocontrole, de vencer as forças terríveis e malignas que, muitas vezes, estão fazendo a nossa vida interior sucumbir.

Os demônios sabem quem é Jesus e correm d’Ele. Precisamos saber quem é Jesus e correr para os Seus braços, para que Ele cuide de nós!

Deus abençoe você!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Homilia Diária

09JAN2017

Sejamos submissos a Deus e à Sua vontade, assim a ordem interior vai acontecer dentro do nosso coração e da nossa alma

“Jesus veio da Galileia para o rio Jordão, a fim de se encontrar com João e ser batizado por ele” (Mateus 3, 13).

Hoje, celebramos a Festa do batismo de Jesus! Uma vez que celebramos o Seu batismo, celebramos também a festa do nosso batismo, porque todos somos batizados e incorporados em Deus, em Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador.

Por que Jesus foi batizado? Um gesto de humildade profunda, pois o Autor do batismo não precisava ser batizado, mas a justiça completa se cumpre na humildade de Cristo, no caminho que já estava percorrendo. Se outros se submeteram a serem batizados por João, Cristo também quis, por livre e espontânea vontade, submeter-se a isso.

Porque, na verdade, a vida de Cristo é uma total submissão à vontade de Deus. A submissão de Cristo passa pela humilhação, e a humilhação é, muitas vezes, um gesto de profunda humildade. Jesus, humildemente desceu da condição divina para se fazer homem no meio de nós. Submeteu-se humildemente a viver no seio de uma família, submeteu-se a ter uma mãe; e agora se submete à ser batizado por um homem, por João.

O batismo deve, de fato, promover em nosso coração a graça da humildade e arrancar do nosso interior as raízes do orgulho, da soberba, essa maldição que quer fazer de nós pessoas superiores, melhores que os outros, melhores que Deus, melhor que tudo.

Estamos numa constante luta dentro do nosso coração para vencermos uns aos outros. O batismo coloca-nos no nosso lugar, faz-nos assumir aquilo que, de fato, somos ou devemos ser: filhos e filhas de Deus! E os filhos de Deus vivem uma submissão a Deus.

A palavra "submissão" pode parecer até muito desgastada nos dias de hoje, porque ela é muito mal usada e mal vivida. Filhos precisam ser submissos aos pais, empregados precisam ser submissos aos patrões.

No mundo não há submissão, e quando eu falo em submissão não é simplesmente estar de cabeça baixa, porque tem que concordar com tudo. Mas submissão é permitir que a ordem aconteça, que a disciplina organize e conduza a nossa vida.

A desordem no mundo espiritual aconteceu quando os anjos de Deus não se submeteram a Ele. Desobedeceram ao Senhor! E nós sabemos a desordem e a desgraça que foi! No nosso mundo humano, nosso mundo material, todos os desastres acontecem quando não há submissão às leis, às autoridades; no casamento, cada um faz o que quer! Quando não há submissão no trabalho, fazemos o que queremos, a hora que chegamos, a hora que queremos. E você sabe que tudo isso provoca desordens.

O batismo que recebemos é para quebrar as desordens interiores que há em nós, é para fazer de nós pessoas submissas, em primeiro lugar a Deus, à Sua vontade e nos ajudar a viver de forma ordeira, correta e justa no mundo em que estamos.

Sejamos submissos a Deus e à Sua vontade, e a ordem interior vai acontecer dentro do nosso coração e da nossa alma.

Só há um jeito de salvarmos este mundo: sendo submissos a Deus, Senhor e Criador de todas as coisas. O Seu Filho se fez submisso a Ele pelo batismo, e se fez submisso às condições deste mundo vivendo na humildade de coração.

Batiza-nos, Senhor, com Tua graça e Espírito. Revitaliza em nós a graça do nosso batismo!

Deus abençoe você!

sábado, 7 de janeiro de 2017

Homilia Diária

07JAN2017

A mãe de Jesus caminha conosco, quer estar presente em nossa vida todos os dias

“Houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente.” (João 2,1)

A narração das Bodas de Caná remete-nos à primeira graça de Cristo e a Sua manifestação à vida pública. João traz, neste Evangelho, um milagre, aponta-nos uma primeira direção, ele diz que a Mãe de Jesus estava presente. João cita Jesus e Seus apóstolos.

Não é que a Mãe de Jesus seja mais importante que Ele, de forma nenhuma, mas a mãe antecede o filho. Para Jesus nascer, Sua Mãe veio primeiro e deu a graça de sua humanidade manifestar-se entre nós.

Não há disputa de importância; muito pelo contrário, Deus é Deus e Maria é Sua serva, mas serva para ser protagonista da graça que Ele quer manifestar.

João Batista veio primeiro que Jesus, preparou os caminhos. João não era mais importante que Jesus, mas tinha o seu protagonismo: aquele que prepara e abre as portas.

O apresentador de um espetáculo não é mais importante que um espetáculo, mas é importante para preparar as pessoas para aquele espetáculo. Maria não é mais importante que a graça, mas é portadora dela. Por isso, João faz questão de nos mostrar que Maria está no princípio da vida de Jesus.

Depois, João vai nos trazer Maria na consumação das obras de Jesus, porque ela vai estar novamente aos pés da cruz. Maria faz parte dos desígnios de Deus do começo ao fim, é uma mãe presente, ainda que fisicamente não a percebamos em todos os fatos relacionados a Jesus. Mas não há um só acontecimento, um só dia da vida de Jesus que o coração da mãe não estivesse presente.

Quem é mãe sabe como o coração de uma mãe acompanha o coração do seu filho, onde quer que ele esteja. Quando está distante, a mãe se faz mais presente ainda. Rezando, intercedendo, unindo-se de coração e com amor.

Podemos saborear, aqui, a graça da presença amorosa de Maria na vida de Jesus. Ela estava no princípio, quando Jesus foi anunciado pelo anjo; agora, na Leitura de João, Maria nos é mostrada como aquela que está presente no início da Sua vida pública.

Irmãos, não ignoremos a presença da Mãe no meio de nós. O Evangelho não precisa, em todos os momentos, citar o nome dela, basta que, no início do Gênesis, seu nome esteja e, no último livro do Apocalipse, ela se faça presente. Basta ver que no princípio da vida pública de Jesus ela está e é a primeira a ser anunciada.

No momento crucial, ela é a mãe que se faz presente. Maria caminha conosco, quer estar presente em nossa vida todos os dias de nossa vida. É uma questão de reparar, acolher e amar. Ou uma questão de ignorar, de não se achar necessário, de ser indiferente.

Eu sei que minha mãe caminha comigo onde quer que eu esteja, presente ou distante. Eu sei que a mãe de Jesus se faz presente na minha vida, eu a reconheço como mãe. Onde quer que eu esteja, a quero caminhando comigo!

Deus abençoe você!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Homilia Diária

06JAN2017

As batalhas que enfrentamos são ferrenhas, por isso precisamos da força e graça do Alto

“Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo” (Marcos 1, 8).

É João quem está nos dizendo aquilo que, de fato, Jesus realiza em nossa vida. Cristo está nos batizando com o dom mais precioso do coração de Deus, Ele está nos batizando com o Espírito Santo. Tomemos consciência dessa realidade!

O batismo de João realizou maravilhas, pois prefigurava o batismo de Cristo, mas lavava, purificava e trazia para as pessoas uma consciência de mudança, de mentalidade, uma vontade e disposição de renunciar ao mal e ao pecado.

A vontade é fundamental e essencial, mas não basta termos somente vontade, temos de ter força de vontade, disposição e luta, inclusive, contra as forças do mal e do pecado em nossa vida. Já deu para perceber que sozinhos nós não podemos, não conseguimos nada? As lutas deste mundo não são poucas, as batalhas que enfrentamos são ferrenhas, por isso precisamos da força e graça do Alto.

Se nos fecharmos no orgulho e na autossuficiência, vamos perceber o quanto necessitamos da graça de Deus em nossa vida. Essa graça tem nome e se chama: Espírito Santo, dom de Deus, promessa de Deus, presente e graça divina que transforma, renova e ilumina nossa vida; sobretudo, o Espírito é Aquele que nos conduz ao combate das forças do mal ao nosso redor.

Todos nós recebemos o Espírito Santo, todos nós temos esse dom e essa graça, mas é necessário fazermos uma reflexão, de fato, uma meditação no fundo da nossa alma. Estamos permitindo que o Espírito aja em nós? Estamos sendo guiados pelo Espírito que está em nós? O Espírito toma corpo, forma em nosso ser ou está apagado, escondido e aprisionado?

Se não permitirmos que o Espírito Santo aja, ele não age, porque a liberdade é nossa, a vontade é nossa. Deus age na nossa liberdade quando permitimos. Ele age na nossa vontade, quando nós a submetemos a Ele.

Não basta dizer que Deus está em nós, é preciso viver guiado por Ele e permitir que Sua vontade ilumine, guie e direcione a nossa vontade. Recebemos esse dom, e esse Espírito está em nós, mas é preciso submissão, entrega, é preciso buscá-lo: "Espírito Santo, eu quero fazer a Sua vontade, eu preciso da Sua graça, da Sua luz!".

Quero chamar à atenção somente de um engano que, às vezes, cometemos: não podemos esperar o Espírito Santo vir em nosso socorro somente na hora do apuros. Precisamos d'Ele para não cairmos nos apuros da vida. Por isso, a submissão do Espírito Santo de Deus, esse dom do Alto, essa promessa divina, essa graça que Cristo nos trouxe precisa ser vivida a cada momento e instante.

A submissão à vontade de Deus, no poder do Espírito, é a graça que Cristo nos trouxe.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Homilia Diária

05JAN2017

A única força capaz de vencer o ódio, o ressentimento, o rancor e a mágoa dentro de nós é o amor

“Todo aquele que odeia o seu irmão é um homicida. E vós sabeis que nenhum homicida conserva a vida eterna dentro de si” (1João 3, 15).

Esses dias, li uma triste notícia que dizia que só na cidade de São Paulo, a cada 30 minutos, morre uma pessoa por causa do ódio. Isso nos leva a ver que, no mundo inteiro, pelo menos uma pessoa morre a cada minuto por causa do ódio presente no coração das pessoas. Há ódios terríveis e grandes, mas há ódios desconhecidos e assimilados guardados dentro de nós que nos levam a ser também homicidas.

Quando guardamos rancor e ressentimento, e esses sentimentos negativos não são cuidados, não são combatidos dentro do nosso interior e da nossa alma, eles crescem e, muitas vezes, são alimentados por mais coisas negativas que ouvimos aqui e acolá; ou que a nossa mente fantasia, de modo que se alguém nos machucou e nos feriu profundamente, alimentamos um sentimento muito ruim em relação àquela pessoa.

Permita-me dizer ao seu coração: o ódio não é de Deus. Isso pode até parecer redundante, mas, infelizmente, nós não tomamos consciência dessa verdade e deixamos a força do ódio crescer dentro do nosso interior.

Combatamos, com todas as forças da nossa alma, tudo aquilo que provoca ódio dentro de nós em relação à pessoa do próximo.

Por maiores que sejam as feridas, as cicatrizes, as marcas que ficaram em nosso coração, o ódio só nos faz mal. Primeiro, porque a força do ódio cega a nossa própria visão interior, permite-nos ficar cegos em relação à verdade. Só conseguimos falar mal de quem odiamos, só conseguimos ver coisas ruins da pessoa de quem carregamos ódio. Isso faz com que nós enxerguemos, falemos, proclamemos e passemos para outros aquilo que está ruim dentro de nós. Esse é outro mal, porque ficamos muito ruins por dentro, nasce dentro de nós uma força tão negativa, maligna e terrível que é na verdade um verdadeiro câncer.

Não pense que é só aquele câncer que mata, porque ele é fruto do câncer interior que carregamos dentro de nós. Esse câncer destrói nossa alma e nosso interior, porque nenhum homicida conserva em si a vida eterna. Vamos matando as sementes de eternidade que há dentro de nós quando permitimos que o ódio cresça.

Irmãos, não amemos só com palavras, mas com ações de verdade. Não basta somente não odiar, é preciso também e, acima de tudo, amar. A única força capaz de vencer o ódio, o ressentimento, o rancor e a mágoa dentro de nós é o amor.

Esforcemo-nos e lutemos para que o amor seja uma prática concreta em nossa vida. Vamos revisar a nossa vida no início de mais um ano e perceber onde amamos. Você pode dizer: "Eu já amo meus filhos e meu marido!". O amor é muito mais do que isso, nem posso imaginar que não esteja amando os seus!

Ame-os com muita profundidade, mas o amor é muito mais universal, abrange muitas situações, sobretudo, a de amarmos aqueles a quem, muitas vezes, não queremos bem ou não nos querem bem. É esse amor que vem do coração de Deus!

Deus abençoe você!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Homilia Diária

04JAN2017

Deus veio nos resgatar das garras do mal, por isso precisamos viver como Seus filhos

Nisto se revela quem é filho de Deus e quem é filho do diabo: todo o que não pratica a justiça não é de Deus, nem aquele que não ama seu irmão” (1João 3,10).

A Primeira Carta de São João que estamos meditando por esses dias traz, no capítulo três, uma definição muito importante: distinguir quem é filho de Deus e quem é filho do maligno.

Ora, todos nós viemos de Deus e fomos resgatados pelo Seu amor, mas é verdade que, muitas vezes, não vivemos como Seus filhos; mais ainda, não praticamos as obras de filhos de Deus, mas as obras do maligno.

O diabo exerce um domínio, uma sedução sobre este mundo. Ele seduz muitos filhos de Deus a praticarem suas obras, suas artes e ser aquilo que é ele, homicida desde o início. E o homicídio que ele cometeu, sobretudo, é não ser justo com Deus, o Criador de todas as coisas.

Vivemos num mundo cercado por injustiças de ordem econômica, política, social e mais outras injustiças. Falar mal do outro é uma injustiça terrível, uma das maiores que existe, é fofocar, delatar, odiar a pessoa, querer mal a ela; é deixar crescer em nós a força do maligno.

Preciso lhe dizer, com toda clareza do meu coração, que essas obras não são de Deus, pois nenhuma injustiça provém do coração d'Ele. Quem é filho do Senhor não pode praticar injustiças. Quem é filho de Deus pratica o que é justo e correto; abomina o pecado.

Por mais que tenhamos más inclinações, por mais que tenhamos forças dentro de nós chamando-nos a cometer o que é errado, quem é filho de Deus nasceu d’Ele e permite que Ele destrua as obras do diabo, as quais estão permeando nossa vida em todos os lugares. São injustiças, maldades que se provocam aqui e ali. Quando falamos isso, achamos que só acontece no mundão, onde as pessoas estão se matando, onde se comete adultérios, assassinatos e crimes terríveis.

Entre nós existem muitas forças do mal. Estamos desejando mal uns aos outros, não estamos querendo bem ao nosso irmão, estamos semeando discórdias, conflitos, divisões, separações; e tudo isso não provém de Deus.

A Palavra do Senhor, que vem hoje ao nosso encontro, é um convite a uma profunda reflexão: eu quero viver como filho de Deus ou como filho do diabo? Não são nossas palavras que responderão isso, são as nossas obras. Se praticarmos o amor e as obras de Deus, viveremos como filhos d'Ele. No entanto, se cedermos às obras do diabo, viveremos neste mundo como filhos do mal.

Deus veio nos resgatar das garras do mal. Precisamos viver como filhos d'Ele, vivendo em nós a graça do Senhor.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Homilia Diária

02JAN2017

Permitamos que aquele batismo, um dia recebido, seja realmente a grande purificação da nossa alma

“João respondeu: ‘Eu batizo com água; mas no meio de vós está aquele que vós não conheceis, e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias’” (João 1,26-27).

João é a voz que não se cala, é a voz que anuncia e aponta o caminho, a direção de onde está o Cordeiro de Deus, aquele que nos salva, resgata-nos e liberta, sobretudo aquele que nos batiza.

Primeiro, o batismo de João: “Eu batizo com água”. João saiu do deserto, foi para as margens do rio Jordão e muitos recorreram a ele, porque escutaram suas palavras, a sua pregação contundente, ungida e cheia da graça de Deus, que está libertando almas e corações do poder do maligno.

Quando chegamos a uma conclusão de que o pecado só causa mal a nossa vida, precisamos querer nos libertar dele, sobretudo, porque ele causa uma mancha terrível em nosso interior, em nosso coração.

O batismo de João é um batismo simbólico, mas que realiza uma graça. Porque a graça vem primeiro na vontade, na pessoa querer, na disposição que ela tem. Essas pessoas vão até João, porque querem dizer: "Queremos sair dessa vida velha! Queremos abandonar os pecados que praticamos! Queremos nos lavar daquilo que nos manchou, que nos deixou mal, que deixou máculas em nossa alma! Queremos ser purificados e libertos!".

É isso que João propõe a eles eDeus também propõe a nós. Que permitamos que aquele batismo, um dia recebido, seja realmente a grande purificação da nossa alma e do nosso coração a cada dia de nossas vidas.

João está muito consciente de que não é só a água por si mesma, ela não realiza a graça tão eficaz na vida. Quem realiza a graça é Jesus, o Cordeiro de Deus! Ele não só tira o pecado, mas nos dá a graça de sermos o homem e a mulher nova, a imagem e semelhança de Deus.

Se João foi grande pelo que fez, ele mesmo está dizendo: "Eu não sou digno nem de desamarrar a sandália dos Seus pés", e aponta para Jesus. 

Precisamos nos apontar para Jesus, direcionarmo-nos para Ele, apontarmos para as pessoas o caminho de Jesus, pois n’Ele está a salvação, a luz e a graça.

Acordamos, a cada dia, precisando de uma luz interior, para as próprias questões da nossa alma, do nosso coração, da nossa própria vida. Às vezes, buscamos luz e soluções onde não está a luz nem a solução, e não nos dirigimos nem nos submetemos a Ele, não nos entregamos ao Seu senhorio, ao Seu domínio e cuidado, para que Ele seja a luz e a direção da nossa vida.

Jesus, rendemo-nos a Ti e proclamamos que és o nosso Senhor e Salvador!

Deus abençoe você!

domingo, 1 de janeiro de 2017

Homilia Diária

01JAN2017

O ventre de Maria é o novo paraíso, no qual a humanidade é renascida, recriada e convidada a viver uma nova dimensão

“Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher”(Gálatas 4, 4).

Hoje é o primeiro dia de um novo ano, é como se fosse o primeiro dia de nossas vidas, afinal de contas, deveríamos considerar assim cada dia que temos.

Iniciando o novo ano, nascem novas expectativas e novos anseios, mas é bom lembrar que somos a mesma pessoa. Carregamos em nós o peso das dificuldades, dos problemas, das situações que não resolvemos, mas isso não pode tirar nossa fé e nossa esperança. Pelo contrário, temos de nos revestir muito mais de fé, esperança e confiança, porque os dias podem mudar, mas quem de fato muda a nossa vida é a nossa disposição de viver a fé e a vida iluminada por ela, conduzindo os nossos passos.

No primeiro dia do ano, Deus nos dá a graça de celebrarmos Santa Maria, a Mãe de Jesus, porque uma nova humanidade começou com Maria, a nova humanidade começou no ventre dela, a nova humanidade começou com o novo Adão, que é Cristo Jesus Nosso Senhor.

O ventre de Maria é o novo paraíso, no qual a humanidade é renascida, recriada e convidada a viver uma nova dimensão, uma nova criação. Eu e você precisamos nos inserir nessa realidade, precisamos abraçar Cristo como nosso Salvador, porque Ele faz nova todas as coisas!

Não podemos encarar a vida como encarávamos antes, quando vivíamos na ignorância e não conhecíamos Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Quando Jesus se encarnou no ventre de Maria, a própria vida dela assumiu outra dimensão, a eternidade entrou nela e trouxe a eternidade de Deus para o nosso meio.

Tudo em Maria se recomeça, se refaz e recria. Quando olhamos para Nossa Senhora, ela nos dá a esperança de um novo que nasce dentro de nós. O nosso interior é renovado e transformado, porque ela é a primeira nova criatura feita por Deus.

Queremos olhar para ela e pedir: "Maria, ensine-nos, ajude-nos e oriente-nos; encaminhe-nos e eduque-nos para que assim também sejamos novas criaturas. Queremos pedir a sua intercessão pelo novo ano que está chegando, para que tenhamos ânimo e coragem, para que tenhamos realmente fé para transformar o mundo, sobretudo, este mundo que é o nosso coração, a nossa vida e o nosso interior!".

Queremos olhar para ti, Mãe de Deus, Senhora nossa, e consagrarmos nossa vida ao seu coração, consagrarmos este novo ano à sua proteção e suplicarmos sua intercessão. Mãe de Deus e nossa, vinde em nosso socorro, em nosso auxílio. Ajudai-nos a viver e caminhar na graça de Deus, semeando e promovendo paz, promovendo a graça e a justiça de Deus onde quer que nos encontremos. Que o Senhor lhe conceda um ano novo muito abençoado.

Deus abençoe você!