Gol

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Homilia Diária

31AGO2017

Jesus vem ao nosso encontro hoje. Precisamos esperá-Lo, ainda que tenhamos de viver mil anos

“Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá” (Mateus 24,44).

Deus não nos quer vivendo a cultura do improviso, de viver a vida de qualquer jeito, ir remediando, improvisando, postergando e deixando sempre as coisas para depois, inclusive com a nossa conversão, com a nossa própria mudança de atitude, a nossa tomada de postura. Há uma tentação terrível de achar que vamos nos converter na última hora, que Deus virá e a misericórdia d’Ele tudo apagará.

O nosso encontro com Deus é agora, é neste momento. É agora que temos, com todo empenho da nossa alma e do nosso coração, de nos esforçar para sermos melhores.

Se temos injustiças na vida a serem reparadas, não podemos repará-las amanhã, tem de ser hoje! Se temos coisas para serem corrigidas, precisamos corrigi-las hoje, não amanhã. Se temos coisas para serem mudadas, o empenho para mudar precisa ser hoje, não amanhã.

Muita coisa ou boa parte das coisas que deixamos para amanhã não chegam. O que temos de passado, de coisas que acumulamos erradas em nossa vida! São processos passados que nós sempre deixamos para depois.

Se precisamos amar ou perdoar alguém, temos de decidir isso hoje. Ainda que seja um processo a ser vivido com mais tempo, a decisão precisa ser tomada já. O que deixamos para depois vira lixo, vira coisa amontoada, que se estraga e se corrompe dentro de nós.

A espiritualidade da vigilância é a do cuidado da vida, de alguém que olha para ela a partir do aqui e do agora. É a necessidade que temos não de sermos apressados ou de fazermos as coisas de qualquer jeito, mas não podemos ser aqueles que deixam simplesmente a vida os levar e vão sendo levados pela vida, não assumem as rédeas e a postura de cuidar de si próprios.

Jesus vem ao nosso encontro e nós precisamos esperá-Lo, ainda que tenhamos de viver mil anos. Vivamos a nossa vida como se, hoje, fôssemos ao encontro d'Ele. É assim que vive um homem prudente, é assim que nossa vida se transforma, porque não deixamos para depois o que o Senhor está nos chamando a fazer agora.

Deus abençoe você!

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Homilia Diária

30AGO2017

O zelo principal para a vida é cuidar do que está dentro de nós

“Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós sois como sepulcros caiados: por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão!”(Mateus 23,27).

Que sentença dura Jesus dá aos mestres da Lei e aos fariseus hipócritas! Na verdade, Ele dá uma sentença de amor e misericórdia para tantos pecadores, para pessoas que, às vezes, nós mesmos trataríamos como desqualificadas pela vida errada que levam, por todo erro ou o mal que já fizeram.

Jesus está sendo muito duro com pessoas religiosas, pessoas que conhecem a Lei de Deus, que apregoam o Reino para outras pessoas. A quem muito se deu, muito será cobrado! Recebemos muito de Deus, recebemos a Sua graça, os Seus mandamentos, a Sua Lei, a Sua bênção e o Seu amor. O que nós fazemos com tudo isso? Permitimos que isso tudo nos converta e nos transforme? Tornamo-nos pessoas mais amáveis e misericordiosas ou transformamos tudo isso em aparência?

Não vivamos a religião da aparência, do sepulcro caiado. No cemitério, pinta-se o sepulcro de uma pessoa, coloca-se várias imagens bonitas e, assim por diante, e por dentro está todo o corpo que já se foi, que está corrompido. Temos, nesse corpo, a esperança da ressurreição. O problema é a vida aparente, é viver de aparências, de maquiagens. A pessoa faz todo um retoque, parece bela, bonita, fala bonito, sorri bonito, diz tanta coisa bonita, mas, por dentro, está cheia de coisa estragada, cheio de coisa velha, de desejos e más inclinações.

Cuidemos para não nos tornarmos hipócritas! Vivamos a religião da vida interior e não da vida exterior apenas. O zelo principal para a vida é cuidar do que está dentro de nós, porque é de dentro que vem o que é autêntico. Não adianta só cuidarmos da aparência, aparentar estar tudo belo e bonito ou apenas comprar uma bela roupa, um belo vestido ou nos mascarar.

Precisamos cuidar daquilo que está dentro de nós, essa é a nossa autenticidade, a nossa identidade mais profunda e verdadeira. Para não vivermos a hipocrisia, lavemo-nos e purifiquemo-nos. Diante de Deus, permitamos que Ele nos torne pessoas autênticas e verdadeiras.

Deus abençoe você!

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Homilia Diária

29AGO2017

Observe-se, cuide-se e viva uma vida autêntica para a cabeça não se perder

“João dizia a Herodes: 'Não te é permitido ficar com a mulher do teu irmão’. Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, mas não podia” (Marcos 6,18).

Hoje, celebramos o martírio de São João Batista, um homem que passou toda a sua vida servindo ao Evangelho, ao Reino de Deus, e preparando os caminhos do Senhor. Morreu, porque arrancaram-lhe a cabeça, mas ele deu a cabeça para viver a verdade e anunciá-la, porque ele estava em Deus.

Herodíades perdeu a cabeça de outra forma. Ela era uma mulher sem juízo, que se juntou com outro sem juízo e "sem cabeça", que era Herodes. Ela deixou seu marido para viver com um homem que não lhe pertencia.

João Batista não condenou Herodíades e Herodes; pelo contrário, apenas disse a verdade a eles: “Essa mulher não te pertence”. E não pertencia mesmo! Mas Herodíades odiava João, porque ele havia lhe dito a verdade.

Sabe, meus irmãos, não odiemos a verdade, não odiemos quem nos diz a verdade. Se esta nos incomoda, permitamo-nos ser incomodados por ela. Se a verdade não nos diz respeito, deixemo-nos viver no cuidado da própria vida.

Quem está de pé, cuidado para não cair! Observe-se, cuide-se e viva uma vida autêntica, pois é muito fácil perdermos a cabeça, desviarmo-nos da verdade. É muito fácil seguirmos as loucuras do mundo e perdermos o juízo da vida.

João tinha uma cabeça centrada em Deus, e isso significa viver a verdade e na verdade. João Batista é para nós um testemunho de vida evangélica, que tinha Deus como centro da sua vida.

Ter a cabeça no lugar é colocar Deus em primeiro lugar, é não se desviar da verdade nem se deixar satisfazer pelos seus próprios interesses ou desejos egoístas e orgulhosos. É, acima de tudo, deixar-se ser incomodado pela verdade. Há coisas pequenas ou, às vezes, grandes em nossa vida, que nós precisamos ser corrigidos, mas não gostamos, porque o orgulho não nos permite, fere-nos. É uma graça a ser corrigida, porque a correção melhora a nossa vida e não nos permite perder a cabeça.

Se não perdemos a cabeça, não perdemos o Céu nem Deus em nosso coração.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Homilia Diária

28AGO2017

A religião de Jesus é a religião da vida, sem desprezar aquilo que é a essência; é cuidar do fundamental e amar a pessoa humana

“Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós fechais o Reino dos Céus aos homens. Vós porém não entrais” (Mateus 23,13).

Jesus é amoroso, eterno e misericordioso, Ele é a expressão mais amorosa de Deus para todos nós. O Senhor é autêntico, verdadeiro e muito duro com a hipocrisia, a qual é, justamente, essa dos mestres da Lei e fariseus, que conhecem as Lei de Deus, conhecem Suas regras, Sua Palavra revelada, mas se fecham para a verdade da Lei, estão apegados às coisas menores, às discussões tolas. Estão apegados a certos aspectos da lei e não a sua essência.

Permita-me dizer, do fundo do meu coração, que não podemos desprezar a Doutrina, a religião, a fé, os valores e dogmas. Os ensinamentos da fé e tudo aquilo que nós aprendemos, desde crianças, como os mandamentos, as leis e tudo que a Igreja nos ensina é, na verdade, uma riqueza de Deus para todos nós.

Há um cuidado que toda religião precisa ter para não ser uma religião de preceitos, regras e muita hipocrisia, para não ser uma religião do peso, da exigência, que apenas exige e pouco ama e vive.

A religião de Jesus é a religião da vida, sem desprezar aquilo que é a essência; é cuidar do fundamental, amar a pessoa humana. Senão, corremos sérios riscos de sermos também uma religião da hipocrisia, que fala demais e prega Deus o tempo inteiro. Os filhos de Deus, no entanto, estão sendo deixados de lado, estão sofrendo, não estão sendo cuidados.

A pessoa diz assim: "Eu fico o tempo inteiro na presença de Jesus". Essa pessoa ora, adora, mas será que tem tempo para o outro? Escuta e se volta para ele? Uma religião que nos deixa fechados em nós mesmos, que nos exalta como se nós fôssemos todos de Deus, mas não nos abre para cuidarmos e amarmos o próximo; é a religião dos fariseus, dos hipócritas e doutores da Lei. Onde se fecha o Reino de Deus ninguém entra, ninguém sai.

O Reino dos Céus é para todos, e o nosso dever não é fechar a porta, porque, quando a fechamos, nem mesmo nós entramos. O nosso dever é abrir as portas, é acolher e trazer para a fé os irmãos, independentemente do que vivem e passam, para serem cuidados e amados; a partir daí, conhecerem a verdade.

Deus abençoe você!

domingo, 27 de agosto de 2017

Homilia Diária

27AGO2017

Para saber quem é Jesus precisamos nos relacionar e ter comunhão com Ele

“Simão Pedro respondeu: 'Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo’” (Mateus 16,16).

Jesus está se dirigindo a Seus discípulos e perguntando: "Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?" (Mateus 16,13). Em outras palavras, é como se dissesse: “O que dizem os homens sobre mim?”. A partir disso, vem as mais variadas respostas: alguns dizem que o Senhor é João Batista; outros afirmam que é Elias, Jeremias ou alguns dos profetas que voltou, que está no meio de nós ou que Ele tem o espírito desses grandes profetas.

Jesus não é uma coisa nem outra, não é um grande profeta, não é Elias que voltou nem é João Batista, que continua vivo no meio dos discípulos. Primeiro, porque cada um é único. Podemos até ter o espírito de Elias, pregar como ele, ser o profeta que ele foi, ou ter a audácia de João Batista. Cada um é único, mas, referindo-se a Jesus Cristo, é importante que saibamos responder, com verdade e autenticidade, quem é Jesus. E nós só saberemos responder essa pergunta a partir da relação que temos com Ele.

Quando não temos uma relação com alguém, quando não o conhecemos na intimidade, na verdade e na sinceridade, temos sempre visões menores ou distorcidas a respeito daquela pessoa.

É tão ruim e tão triste um casal estar junto, mas, depois de muitos anos, um responder para o outro: “Eu não te conheço. Eu não sei, na verdade, quem é você”. Precisamos nos conhecer uns aos outros, dar-nos a conhecer, revelar quem somos. Não é chegar e dizer: “Eu sou fulano”. É uma apresentação que nos introduz na vida de alguém. Agora, quando nós temos proximidade e relação de verdade com alguém, nós o conhecemos.

Para saber quem é Jesus, precisamos nos relacionar e ter comunhão com Ele, aproximarmo-nos e entrar na vida d’Ele, nos Seus ensinamentos, no Seu Evangelho, na Sua intimidade. Precisamos ter comunhão com Jesus, senão, nós O conheceremos de forma errada, enganosa e não autêntica, e Ele deseja se revelar a nós.

Quando Pedro confessa a identidade de Jesus: “Tu és o Cristo. Tu és o filho do Deus vivo”, ele está professando e reconhecendo aquilo que a graça de Deus Pai Lhe revelou, ou seja, quem era Jesus.

Só quem tem comunhão e vive uma vida de relação com Deus pode ser reconhecido autenticamente para si mesmo, pode conhecer quem é o outro e quem é Deus. Não deixemos a vida passar sem conhecermos o Senhor, Sua essência e verdade, Seu amor e Sua graça, que se revelam e se manifestam a nós.

Deus não se esconde, Ele se deixa encontrar. Precisamos buscar, na grandeza do Senhor, a revelação do Seu amor, que se manifesta a nós na pessoa de Jesus. Permitamos que o nosso coração encontre Jesus, e que sejamos encontrados por Ele, para que a vida responda quem Ele é para nós.

Deus abençoe você!

sábado, 26 de agosto de 2017

Homilia Diária

26AGO2017

A hipocrisia é uma tentação para a nossa humanidade em todas as ocasiões

“Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam”(Mateus 23,3).

Eis o princípio da hipocrisia: falar e não fazer; ensinar os outros como deve ser, mas, na própria vida, não viver aquilo que ensina. A hipocrisia é uma tentação para a nossa humanidade em todas as ocasiões.

Todos nós temos sementes de hipocrisia dentro de nós, é a marca do pecado, é a configuração do orgulho e da soberba em nós. Na verdade, é isso que a soberba faz conosco, aparentar que somos uma coisa e até acreditar que, realmente, somos; mas, na verdade, não nos deixa ver o que de fato somos.

Falamos, cobramos, exigimos demais dos outros, exigimos aquilo que não praticamos um décimo sequer. O fermento da corrupção e da hipocrisia ressoam mal e estragam onde se fazem presentes. Não nos deixemos contaminar por eles nem deixemos que levedem a nossa vida.

Pense um pai que quer exigir dos seus filhos aquilo que ele não vive. Ninguém é perfeito, sabemos disso, mas devemos nos esforçar. Aquilo que falamos deve vir daquilo que nos esforçamos para viver. Por que exigir dos outros aquilo que nem nós praticamos?

Podemos ter errado um dia, mas nos corrigimos do erro. Um pai quer que o filho não beba, que não faça isso e aquilo, mas ele continua fazendo; se, um dia, ele fez, mas parou, é um exemplo formidável de vida!

Ninguém deve ser condenado por um passo nem por situação nenhuma, mas deve ser exaltado aquele que soube se corrigir. A melhor aula que alguém pode dar é: “Olha, eu era assim, mas me deixei mudar. Eu me esforcei para mudar”.

Podemos cair num falso moralismo, e foi nesse falso moralismo que caíram, muitas vezes, os líderes da religião judaica; e nós cristãos, muitas vezes, caímos também. Falamos e exigimos demais, queremos muito que os outros façam, mas não damos exemplo.

A primeira lei para a vida é viver e ver aquilo que nós acreditamos, e quando nos esforçarmos para viver, teremos a graça de ensinar e fazer com que o outro viva. Que a nossa religião não seja dos hipócritas, mas da vida que Deus nos trouxe.

Deus abençoe você!

 

 

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Homilia Diária

25AGO2017

O testemunho do amor que temos para com Deus se manifesta quando amamos nosso próximo

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento! Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”(Mateus 22, 37-38).

Os saduceus estão questionando Jesus: "Qual é o maior mandamento?". A pergunta tem um tom de ironia e malícia, porque eles querem colocar Jesus em dificuldade, pois, na visão dos mestres da lei judaica, “amar a Deus sobre todas as coisas” está acima de tudo, e quem faz isso já está no grau máximo da relação com Ele.

Jesus, por Sua vida e ministério, pelo amor às pessoas e o cuidado com o próximo, por estar ao lado dos desvalidos e pecadores, parece que não observa a lei judaica, faz caridade, ama o seu próximo e, no dia de sábado, salva almas e cura doentes. Será que Jesus conhece mesmo os mandamentos divinos? Por isso a pergunta é recheada de uma certa malícia: "Qual é o maior dos mandamentos?".

Jesus, sem titubear, vai no ponto: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com a toda a tua alma, com todo o teu entendimento, mas só quem ama a Deus de todo o coração consegue amar o seu próximo como a si mesmo".

O amor a Deus só é verdadeiro e concretizado quando amamos nosso próximo. Você olha para uma pessoa e diz: "Ela é toda de Deus!". Por que ela é toda de Deus? Porque vive o tempo inteiro falando com Ele, vive o tempo inteiro em adoração, ora o tempo todo. Muito bom! Ela está buscando amar a Deus, mas ela só vai verdadeiramente amá-Lo quando esse amor for revestido de gestos, de verdade e sinceridade na pessoa do próximo.

O próximo é a concretude do amor que manifestamos a Deus. Passamos o tempo inteiro rezando, mas, depois das nossas orações, continuamos grossos, mal educados, fazendo distinção de pessoas, desprezando o pobre, o sofredor; e o próximo é só um próximo para nós. Não entendemos nada ou esse amor de Deus para nós não tem vida.

Nosso Deus é vivo, e eu O amo com todo o meu ser. Estou aos pés d’Ele, adorando, louvando, engrandecendo, porque Ele é tudo para mim, mas se eu O escuto, se meu coração está n’Ele e  tenho comunhão com Ele, o Senhor me leva a amar meu irmão com toda minha alma e todo o meu coração.

Não precisamos dizer para ninguém que amamos a Deus, o testemunho do amor que temos para com Ele se manifesta quando amamos o nosso irmão de todo nosso coração.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Homilia Diária

24AGO2017

A sinceridade vem de uma alma autêntica e verdadeira, capaz de reconhecer a si mesmo, seus próprios limites e dificuldades

“Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade”(João 1,47).

:: Participe do Aprofundamento Estudo da Palavra com padre Roger Araújo

Celebramos, hoje, São Bartolomeu ou Natanael, discípulo de Jesus, apóstolo do Reino, natural de Caná da Galileia. Escutamos Jesus, ainda sem conviver com Natanael, elogiando-o. Mas de que forma Jesus o elogia? Primeiro, dizendo que ele é um verdadeiro israelita. E por que ele é verdadeiro? Porque nele não há falsidade. E por que Jesus o elogia? Jesus o conhecia desde quando ele estava debaixo da árvore, mas o elogia pela sinceridade do seu coração. Filipe foi dizer a Natanael que havia encontrado o Messias, aquele que Moisés tinha descrito na Lei: "Ele é Jesus de Nazaré, é o filho de José", e ele, com toda sinceridade do coração, questionou: "De Nazaré pode vir alguma coisa boa?".

Como precisamos de pessoas sinceras e autênticas! Só não precisamos cair numa falsa visão de sinceridade e autenticidade, como se sinceridade e autenticidade fossem sinônimos de pessoas que falam tudo o que querem e podem.

Pessoas sinceras são autênticas, ou seja, quando gostam, elas expressam que gostam; quando não gostam, sabem expressar que não gostam; quando entendem, sabem manifestar que entendem; quando não entendem, não compreendem; e quando não concordam, sabem dizer que não concordam.

A sinceridade não é sinônimo daquela pessoa que tudo critica, que vê tudo errado. A sinceridade é aquilo que vem da pureza da alma e do coração, vem de uma pessoa que não vive para agradar nem para fazer média com os outros.

A sinceridade vem de uma alma autêntica e verdadeira, capaz de reconhecer a si mesmo, seus próprios limites e suas dificuldades; a sinceridade de reconhecer que não está bem, saber que está bem quando está; mas quando as coisas não estão andando, ela é capaz de dizer.

A sinceridade evangélica é aquela que se confronta com Deus do jeito que é, porque, às vezes, nós queremos fazer média até com Deus. Sincero é aquele que se apresenta diante do Senhor do jeito que está vivendo, passando, sofrendo e enfrentando a vida. A sinceridade é viver a verdade.

"Eis um verdadeiro israelita, porque nele não há falsidade". Jesus quer também nos chamar de verdadeiros cristãos, porque há cristãos e cristãos. Nós somos cristãos pela graça do batismo, mas podemos ser falsos cristãos, viver falsidades na vida, ser aquilo que não somos, procurar ser ou viver de aparências, de cascas. Não há nada mais abominável do que isso.

Sejamos autênticos e sinceros com nós mesmos e não tenhamos medo de assumir aquilo que somos. Deus cura, salva e transforma o que é vivido e assumido. Quando vivemos e assumimos o que somos, Deus pode cuidar melhor de nós.

Deus abençoe você!

 

 

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Homilia Diária

23AGO2017

Um tesouro incomparável, que traz alegria, de forma única, ao coração humano

“O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo” (Mateus 13,44).

:: Participe do Aprofundamento Estudo da Palavra com padre Roger Araújo

Que beleza, que maravilha descobrirmos o tesouro precioso que é o Reino dos Céus! É um tesouro incomparável, que traz alegria, de forma única, ao coração de cada um de nós.

Muitas vezes, estamos vivendo alegrias superficiais. Certa vez, alguém me disse: "Uma pessoa de Deus é sempre alegre". Eu lhe respondi: "Depende da alegria, desde que não seja mundana, superficial nem falsa; não seja uma alegria baseada numa falsa felicidade, num falso contentamento".

Há muitas pessoas sorrindo, mas depois só choram. Há pessoas que carregam em si um certo sorriso, mas este não representa o contentamento da vida, é um sorriso superficial de uma pessoa que não tem juízo, que não encontrou o sentido nem a razão da sua vida.

O sorriso das crianças é sempre puro, inocente e verdadeiro. Há também o sorriso de alguém que encontrou uma razão maior para a sua vida, e isso lhe traz contentamento e alegria.

Se nos encontrarmos, muitas vezes, tristes, desanimados ou desapontados, temos de nos perguntar: "Encontramos, realmente, a razão da nossa vida? O tesouro que, um dia, descobrimos, está encoberto ou perdido? Onde nós colocamos a razão da nossa vida? Quem é a alegria maior da nossa vida? Quem é a razão de tudo o que vivemos e fazemos?".

Se você acha que ser feliz ou ter a alegria da vida é viver uma vida sem problemas, sem dificuldades e assim por diante, a maturidade nos chama a sair da vida de “ilusão”.

Podemos passar por todas as tribulações da vida, mas sem perder a alegria, sem perder o tesouro encontrado ou encontrando o tesouro, que é o Reino dos Céus, pois este traz alegria e sentido único para nossa vida.

Deus abençoe você!

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Homilia Diária

22AGO2017

Quando priorizamos as virtudes, elas nos colocam mais perto do coração de Deus

“Maria, então, disse: ‘Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!’ E o anjo retirou-se” (Lucas 1,38).

:: Participe do Aprofundamento Estudo da Palavra com padre Roger Araújo

Maria é a serva do Senhor. Hoje, celebramos Nossa Senhora Rainha coroada como rainha do Céu e da Terra. Por que Maria se tornou rainha do Céu e da Terra? Por que ela é rainha de todos nós? Porque ela foi a mais humilde serva do Senhor. O grau de humildade dela foi excelente, perfeito, e Deus coroa os humildes, os servos, aqueles que sabem servir ao próximo.

Deus não coroa quem é orgulhoso, prepotente; pelo contrário, ele derruba os poderosos dos seus tronos. Diante de Deus há os títulos humanos, as coroações humanas que nós recebemos dessa terra e não têm valor nem significado. Às vezes, até nos afastam do caminho do Senhor e da vida.

Maria nos aponta a direção e o caminho do Céu, ela nos aponta a coroação do coração de Deus. Seremos coroados com a coroa da vida se vivermos a humildade. Maria é para nós uma escola de vida.

Em primeiro lugar, Deus sempre, em primeiro lugar, espírito de comunhão, de união, de vida mística e relacionamento pessoal com Ele.

Maria se relacionava com Deus, falava com Ele e era toda d'Ele. Maria servia seus irmãos, cuidava deles. Grávida de Jesus, ela saiu ao encontro de Isabel para se fazer serva, não foi lá para ser engrandecida: “Eu estou aqui. Eu sou a mãe de Jesus”. Não! Ela disse: "Eu sou a serva do Senhor. Estou aqui para te servir, minha irmã".

Quem é todo de Deus, é todo dos irmãos; cuida, ama e serve.

Maria nos aponta a direção do Evangelho, das virtudes evangélicas, da lealdade, do amor, daqueles valores evangélicos que, muitas vezes, são deixados de lado. Quando nós priorizamos as virtudes, elas nos colocam mais perto do coração de Deus.

Na coroa de Maria estavam 12 estrelas, o "12" da perfeição e da busca sublime de uma vida entregue a Deus.

Deus quer que busquemos, com todo o ardor da nossa alma, a perfeição evangélica e as virtudes evangélicas. Muitas vezes, reconhecemos nossas fraquezas não para as exaltar, mas para reconhecer que Deus pode transformar nossas fraquezas em virtudes, para reconhecer que, mesmo sendo fracos, a virtude divina nos torna melhores, porque é no Céu, como Maria, que queremos também estar um dia.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Homilia Diária

21AGO2017

Viver o Reino de Deus é morrer a cada dia, é ser livre para cuidar, amar e servir

“Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”(Mateus 19,17).

Nesse Evangelho de hoje, temos a graça de escutar e meditar sobre um jovem que se aproximou de Jesus e perguntou: “Bom Mestre, o que devo fazer para possuir a vida eterna?”.

É uma pergunta interessante, porque, quando escutamos esse Evangelho em outras situações, achamos que esse jovem, por ter ido embora triste, foi excluído do Reino dos Céus, porque ele era muito rico.

Veja bem, duas coisas importantes na riqueza da meditação desse Evangelho de Deus: Ele nos mostra que há graus de vida interior, graus na nossa relação com Deus. Primeiro, nós precisamos entrar no Reino de Deus, e para entrar nele precisamos ser bons. Mas não somos bons, e para nos tornarmos bons, Jesus nos dá a graça. "Se queres entrar na vida", ou seja, na vida que nos qualifica para sermos bons, temos que observar os mandamentos.

Hoje, é mais do que necessário educar, ensinar, mostrar e formar, para viver os mandamentos da Lei de Deus, os quais estão sendo desprezados por pessoas que têm o coração até bom, mas não têm a bondade do Reino, porque a malícia do mundo lhes tirou da graça dos mandamentos da Lei Divina.

A graça para sermos bons e entrarmos na dinâmica do Reino de Deus é observar os mandamentos. Este é o primeiro grau, o mínimo e necessário. Se não estamos observando os mandamentos, não podemos querer subir degraus maiores. Ainda estamos no grau inicial, e é óbvio que, se já entramos no Reino de Deus, porque observamos os Seus mandamentos, podemos galgar graus maiores na vida. O ideal é que busquemos a perfeição.

No Evangelho de hoje, Jesus nos mostra o desprendimento no grau máximo e total, assim como Ele viveu, não foi apegado a nada, aos bens. E mais do que isso, não basta dizer: "Eu sou uma pessoa despojada". É preciso cuidar dos pobres, dos sofridos e necessitados. O que temos não é para nós, é para cuidarmos dos outros.

Aqui, todos nós somos chamados a viver, porque o Céu é dos perfeitos. "É só entra no Céu quem busca a perfeição de vida.

Você pode dizer: "Eu não consigo me despojar da vida, não consigo me despojar dos bens deste mundo. Eu tenho muitas coisas como o jovem do Evangelho". Quando nós temos muitas coisas, ficamos tristes, porque temos que cuidar dessas coisas todas. O que não conseguimos com a vida, a morte nos tira, porque dessa vida nada levamos.

Viver o Reino de Deus é morrer a cada dia, é ser livre para cuidar, amar e servir. Não há problema nenhum em ter uma vida digna e ir melhorando. Mas não se apegue ao que você tem, pelo contrário, quanto mais você é chamado a ter, mais despojado você precisa ser, mais desapego você precisa ter, porque, senão, seu coração não consegue buscar o Reino de Deus em primeiro lugar.

Deus abençoe você!

domingo, 20 de agosto de 2017

Homilia Diária

20AGO2017

O coração de Maria foi todo de Deus, por isso ela nos quer no Céu junto dela e ao lado do Seu filho

“Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor”(Lucas 1,48).

:: Participe do Aprofundamento Estudo da Palavra com padre Roger Araújo

Hoje, celebramos a Festa da Assunção de Maria aos Céus, a grande Solenidade da Igreja onde nós reconhecemos a graça que Deus concedeu a Maria de ser assunta ao Céu de corpo e alma. Por que ela foi assunta ao Céu de corpo e alma? Porque serviu a Deus de corpo e alma.

Desde o momento da sua concepção, ela foi preservada da mancha do pecado; ela também se preservou da contaminação do pecado, pois se fez toda de Deus, assumiu o Céu como prioridade da sua vida. Talvez você pense que quando alguém escolhe o Céu como prioridade, a pessoa fica o tempo inteiro olhando para o céu, fica rezando sem parar. Não! Maria era uma mulher como todas as outras: temente, piedosa, serva do Senhor, a Mãe de Jesus Nosso Deus e Salvador, mas uma mulher que não perdeu a retidão e não se deixou desviar nem para a esquerda nem para a direita. Ela só tinha uma direção na sua vida: servir ao Senhor.

Maria poderia ter pecado? Poderia, porque Eva também pecou, ela também foi concebida sem pecado e assim por diante. Ou seja, Maria foi responsável com a graça que recebeu.

Fomos concebidos sem pecado, carregamos em nós a marca do pecado original, mas, pelo batismo, fomos purificados dela, mas nós recebemos a graça de sermos servos do Senhor. Recebemos a graça do batismo, da Eucaristia, da confissão e a graça de Deus, que é abundante na nossa vida.

Qual é a responsabilidade que nós temos para com a graça que Deus nos dá? Como cuidamos dela? Que direção nós damos a ela? Para onde está voltado o nosso olhar e o nosso coração? O coração de Maria foi todo de Deus, ela foi para o Céu e, por isso, quer nos ver no céu junto dela e ao lado do Seu filho.

Maria, a Mãe de Deus, está no meio de nós, ela é a seta que o Senhor põe na humanidade para nos tirar do caminho errado, que nos conduz à perdição. Ela nos aponta a direção do Céu. Olhemos para ela, para suas virtudes, olhemos para a entrega de corpo e alma que ela tem, e busquemos as coisas do Céu, pois é ao lado do seu filho que ela nos aguarda.

Deus abençoe você!

 

sábado, 19 de agosto de 2017

Homilia Diária

19AGO2017

Josué fez uma escolha: "Eu e minha casa serviremos ao Senhor". A quem sua casa e sua família querem servir?

“Contudo, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se aos deuses a quem vossos pais serviram na Mesopotâmia, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor” (Josué 24,15).

:: Participe do Aprofundamento Estudo da Palavra com padre Roger Araújo

Josué é para nós o referencial de um chefe de família. Ele pegou a sua família nessa terra onde ele agora foi habitar, a terra onde o povo de Deus foi viver, e sabia que, naquela terra, havia deuses pagãos, deuses da Mesopotâmia e assim por diante. Mas ele disse: "Não serviremos a esses deuses, não assumiremos as práticas que eles fazem. Eu e toda a minha família serviremos ao Senhor".

A questão é para cada um de nós: a quem nós serviremos? A quem consagraremos e entregaremos a nossa casa e a nossa família? Todo pai e toda mãe precisam ter a consciência daquilo que a família é, e a quem ela serve.

Não podemos nos curvar diante do paganismo moderno. Há toda uma influência pagã no mundo em que vivemos, a todo um cheiro de modernidade que tem suas vantagens, seus valores, que nos ajudam a nos comunicarmos, trazem para o meio de nós muitas modernidades que são necessárias, mas perigosas ao mesmo tempo, pois nos tornam verdadeiros escravos da mentalidade perversa do mundo atual.

A primeira coisa é que essa modernidade nos tira da presença de Deus. Nossas famílias estão conectadas demais com redes sociais, com televisão, com internet e tantas coisas! Muitas vezes, nossas famílias não têm tempo para ser família, para estar conectado um com o outro, para estar na presença de Deus.

Quanto é difícil tirar uma criança do computador, do celular, do smartphone! Não só as crianças, mas os pais e as mães também! Muitas vezes, estes estão o tempo inteiro conectados e a família não consegue ter mais meia hora por dia para rezar o terço, para meditar a Palavra de Deus, porque estão o tempo inteiro conectados, mesmo que seja com coisas boas, vendo coisas da Igreja. É uma servidão, é uma escravidão, uma mentalidade pagã que nos rouba de nós, da nossa casa e da nossa família.

Precisamos nos libertar e fazer uma escolha: a quem nós serviremos? À mentalidade pagã? À mentalidade mundana? À mentalidade que nos escraviza? Ou a nossa casa servirá ao Senhor? A nossa casa terá tempo para o Senhor?

Não é simplesmente fazer uma escolha da boca para fora: “A minha casa é de Deus. A minha família toda é de Deus”. Como ela é de Deus? Vocês rezam juntos?

Às vezes, uma família cristã não se reúne nem para fazer uma refeição! As famílias de hoje não rezam, estão nos roubando uns dos outros. Sua família lê a Palavra de Deus unida? Os casais rezam um pelo outro?

Josué fez uma escolha: "Eu e minha casa serviremos ao Senhor". A quem você quer servir? A quem sua casa e sua família querem servir?

Deus abençoe você!

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Homilia Diária

18AGO2017

O matrimônio é uma graça, mas essa graça é atacada e pode se tornar uma desgraça quando não for bem vivida

“Por isso, o homem deixará pai e mãe, e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne”(Mateus 19,5).

:: Participe do Aprofundamento Estudo da Palavra com padre Roger Araújo

Precisamos conscientizar nossos jovens, aqueles que são chamados ao sacramento do matrimônio, os que estão casados e os que querem se casar, a abraçarem as exigências da vida a dois. Não podemos negar que o amor é lindo e divino, que o amor da mulher e do homem é sublime, mas também não podemos ser pessoas iludidas, senão, mais tarde, as fragilidades serão grandes e até difíceis de serem superadas ou suportadas.

Fico preocupado, porque os nossos casamentos têm durado tão pouco. Por que os matrimônios estão tão frágeis? Primeiro, é justamente por causa da falta de consciência e de consistência sobre as exigências da vida a dois. “Por isso o homem e a mulher deixarão seu pai e sua mãe”. Deixar pai e mãe não é justamente deixar a casa, mas sim a vida de solteiro, porque não dá para casar e viver como solteiro, frequentar os mesmos lugares, fazer as mesmas coisas, querer ter a mesma liberdade.

A vida a dois é exigente. Você foi chamado para uma vida de união mútua, estável, sobretudo, uma união onde serão uma só carne. Quantas exigências para essas duas realidades se unirem, e para isso é preciso uma oblação de corpo, alma e espírito, para que as exigências do matrimônio aconteçam, de fato, na vida a dois.

Quem vai para o matrimônio precisa estar consciente de que aquela é a família que formou. Não quer dizer que você precisa desprezar o seu pai e a sua mãe, pelo contrário, você vai amá-los para sempre, eles são seus pais, mas você não os pode amar, cuidar deles, estar o tempo todo voltado para eles mais do que para a vida a dois que você assumiu. Muitos casamentos fracassam, porque as pessoas não querem sair da casa do pai ou da mãe. A realidade nova só acontecerá quando sua união com o cônjuge for plena, quando você o assumir com suas fraquezas e limites.

Uma coisa é muito importante: sair do mundo das ilusões e das fantasias. O matrimônio não é para príncipes e princesas encantadas. O matrimônio é para um homem com virtudes, mas também com limites; para uma mulher que tem muitas virtudes, uma beleza, mas tem seus limites. E os dois se unindo precisam saber confrontar-se com essa realidade.

A Igreja chama à atenção para a preparação necessária, fundamental e exigente para com os nossos jovens, com aqueles que receberão esse sacramento e aqueles que já o receberam, a fim de que tomem, cada dia mais, consciência das exigências e responsabilidades da vida a dois.

O matrimônio é uma bênção, mas precisamos nos dispor a vivê-la. O matrimônio é uma graça, mas essa graça é atacada e pode se tornar uma desgraça quando não for bem vivida, com as exigências próprias da vida a dois.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Homilia Diária

17AGO2017

O perdão de Deus é sem limites, é assim que precisamos aprender a perdoar

“Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. (Mateus 18,21-22).

:: Participe do Aprofundamento Estudo da Palavra com padre Roger Araújo

Jesus está nos ensinando como o perdão funciona em nossa vida. Não é um perdão humano, não é perdoar a dívida de alguém, uma situação que ficou mal resolvida. Trata-se do perdão divino, o perdão do coração de Deus, de alguém que pertence ao Reino do Senhor.

Para entrar no Reino de Deus, é necessário seguir Suas exigências, e uma das exigências fundamentais, para permanecer e crescer na adesão ao Reino, é saber perdoar. Isso é muito exigente; não que o perdão em si seja fácil, mas não estamos acostumados a perdoar.

Somos moldados por uma visão mundana, que nos formou para revidarmos e tratarmos as pessoas na mesma medida: se fui ofendido, eu tenho o direito de ofender, mas se fiquei ofendido, fico com minha mágoa, com ressentimento e assim por diante.

Estamos doentes e fraquejamos muito, por isso nossas relações estão contaminadas, azedas e amargas, porque o remédio que salva as relações humanas e o nosso coração, que nos dá a saúde de que tanto precisamos, chama-se perdão.

O perdão é uma medicina de vida, ele está na essência de Deus, que é amor misericordioso, por isso, nosso perdão não é humano, mas divino, e este é revestido de misericórdia.

Como aprendemos a perdoar? Fazendo como Deus faz conosco. Como Ele nos perdoa? De uma forma extremamente misericordiosa. O Senhor não põe limites no Seu perdão, Ele não limita a forma de nos perdoar. Todas as vezes que invocamos a misericórdia de Deus, com sinceridade, com verdade e arrependimento, a misericórdia divina nos perdoa, refaz-nos e levanta-nos.

O perdão de Deus é sem limites, e é assim que precisamos aprender a perdoar. Deus nos perdoa de todo coração; então, se quisermos e precisarmos perdoar alguém, nosso perdão precisa ser também de todo coração.

Precisamos decidir perdoar. Ou decidimos perdoar ou ficamos com a mágoa. Quando eu decido perdoar, decido ser saudável, decido ter um coração bom como o de Deus. Mas quando não decidimos perdoar, ficamos com o coração doente, amargurado, azedo, cheio de traças e ferido por dentro. Nós nos tornamos quem somos, porque, muitas vezes, acumulamos dentro de nós situações não resolvidas, não perdoadas, e fragilizamos a nossa vida.

Deus quer que tenhamos vida em plenitude. O princípio da vida nova, renovada e curada está na força do perdão.

Deus abençoe você!

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Homilia Diária

16AGO2017

Precisamos corrigir uns aos outros, mas corrigir não quer dizer diminuir ou combater o próximo

“Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, à sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão” (Mateus 18, 15).

:: Participe do Aprofundamento Estudo da Palavra com padre Roger Araújo

A correção fraterna é uma das necessidades básicas da vida humana e cristã. Precisamos corrigir uns aos outros, mas corrigir não quer dizer diminuir ou combater o próximo. Pelo contrário, quer dizer "eu amo e quero o bem do meu irmão".

Quem corrige precisa também saber ser corrigido. São duas coisas difíceis: saber corrigir os outros e aceitar a correção. Uma disposição fundamental ou uma virtude essencial para isso é a humildade, pois, sem ela, não podemos corrigir ninguém nem sermos corrigidos. O humilde sabe como falar com sabedoria, sem arrogância, sem querer ser mais importante, sem querer se colocar acima do outro. O humilde sabe acolher, sabe agradecer: “Que bom que você se preocupou comigo!”.

Algumas coisas são fundamentais e não podem faltar numa correção fraterna. Primeiro, é a caridade. Só se corrige quem ama e com amor, porque o amor renova e faz nova todas as coisas.

A mãe corrige o filho, porque o ama, mas a mãe e o pai precisam corrigir o filho de forma amorosa. Às vezes, é preciso ter um pouco de vigor, mas sem jamais perdermos o amor, porque o amor é a graça essencial e fundamental.

Toda e qualquer correção a ser recebida ou a ser dada precisa ser revestida pelo Espírito da caridade. Pode ser que alguém o tenha ofendido, pode ser que aquilo que a pessoa lhe fez o feriu; os ânimos ficaram exaltados, então, há um certo rancor. É preciso acalmar o coração. Nunca corrija ninguém inflamado pela ira, pelo ressentimento, pela mágoa, porque a correção não vai ser boa; pelo contrário, o "caldo vai engrossar" e as coisas vão se tornar muito mais complicadas.

A segunda coisa: a santa prudência. Tenha muita prudência em corrigir alguém, saber o momento certo, a hora certa de dizer as palavras que precisam ser ditas. Nós, muitas vezes, temos mil razões e mil coisas para corrigir alguém, apenas as usamos de forma errada e na hora errada, pois uma correção que poderia ser boa servirá mais para estragar as situações e assim por diante.

Seja discreto, porque a discrição é um elemento essencial e fundamental. Ninguém pode corrigir o outro. Se sairmos falando mal da pessoa, dos defeitos dela, de seus pecados e problemas para os outros, já perdemos o crédito com ele.

Se eu vir alguém errar, preciso guardar o que vi. Só tenho o direito de falar com aquela pessoa. Se preciso de uma pessoa mais sábia, a Igreja por exemplo, para me ajudar e me orientar, eu vou procurar ajuda para que eu me fortaleça. Não para contar uma fofoca ou criar um espírito mais azedo. De forma nenhuma! Então, a discrição é saber falar diretamente com aquela pessoa.

Ganhar o irmão não quer dizer que eu tenha razão ou que ele me dê razão, mas é tirá-lo daquela situação errada, pecaminosa, da ofensa que ele nos fez. Ganhar o outro não é ter razão sobre ele, é não deixar que as coisas azedem, que as relações se percam e eles se afastem do caminho do Senhor.

Se, com tudo isso, ainda não conseguirmos guardar o irmão, as coisas não conseguirem se ajeitar, peçamos a ajuda da Igreja, mas nunca recorramos à fofoca, ao ódio, à difamação e ao ressentimento, porque esses sentimentos não nos ajudam, de forma nenhuma, a ganhar o outro e salvá-lo.

Deus abençoe você!

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Homilia Diária

15AGO2017

Se não recuperarmos em nós a pureza de uma criança, não entraremos no Reino dos Céus

"Em verdade vos digo, se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus"(Mateus 18,2-3).

:: Participe do Aprofundamento Estudo da Palavra com padre Roger Araújo

Essa é a sentença de Jesus para cada um de nós, é uma sentença dita em alto e bom som, é uma verdade. Ninguém entra no Reino de Deus sem a conversão, sem a mudança de vida, de comportamento e atitude. Vida passiva não leva ninguém para o Reino dos Céus.

As crianças nascem puras, ainda com a marca original, que é apagada pelo batismo, mas à medida em que crescemos, deveríamos nos tornar melhores. No entanto, infelizmente, o mundo nos deforma. À medida que vamos crescendo, conhecemos a maldade do mundo e deixamo-nos contaminar, contagiar e nos levar pelos vícios, pelo maus costumes, por coisas erradas que entram em nós, deixamo-nos levar por sentimentos impuros e maldosos.

Pegue uma criança no colo e veja que não há maldade nela. Há uma beleza, uma pureza, não há corrupção do mal, não há uma mente maliciosa nem perversa, por isso, se não nos convertermos nem nos tornarmos como uma criança, se não recuperarmos a pureza, a bondade, a generosidade de uma criança, mas ficarmos com nosso jeito adulto, egoísta, orgulhoso, avarento e todos aqueles males que a vida adulta foi nos dando, não entraremos no Reino dos Céus.

Eu amo pegar crianças no colo, porque elas são para mim o toque da graça e da conversão. Pegar uma criança é tocar na pureza. Digo mais: não podemos permitir que tirem a pureza de nossas crianças. É uma indecência, um escândalo o que, muitas vezes, estamos vendo fazer com nossas crianças na televisão, nas redes sociais! Já estão ensinando para elas, desde pequenas, a depravação do mundo. É um escândalo e uma agressão a Deus e a Sua graça no meio de nós.

Cuidemos de nossas crianças e as amemos,  tornemo-nos como elas, porque o Reino de Deus é de quem se parece com elas.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Homilia Diária

14AGO2017

Na liberdade que temos, damos o exemplo e não seguimos as más inclinações deste mundo

“Jesus perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos? Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse: ‘Logo os filhos são livres’”(Mateus 17, 25-26).

Quando escutamos esse Evangelho do dia de hoje, a conotação pode parecer estranha porque se, de fato, os filhos são livres, eles não devem nada a ninguém. Não devemos nada a este mundo porque nem somos filhos dele, somos filhos do Céu e precisamos viver na liberdade dos filhos de Deus. Entendemos o contrário, achamos que "livres" são aqueles que vivem para o mundo, fazem o que querem e o que podem. É uma ilusão e um engano pois quem faz o que quer e o que não pode, faz o que não deve e depois se estraga, se perde e se corrompe.

Deus não nos priva de nada, pelo contrário, Ele nos dá a graça de termos acesso ao Reino que Ele preparou só para nós, que cremos n’Ele, que somos Seus filhos e queremos viver como Seus filhos.

O Reino de Deus não é privação do mundo, mas é privação da depravação do mundo, do sentimento de maldade e malícia que há no mundo para que sejamos guardados e preservados do mal para vivermos o bem. Então, como filhos não podemos nos comportar como escravos.

Há pessoas que sentem-se aniquiladas: "Eu sou de Deus, que tristeza! Quem é de Deus não pode fazer nada. Quem é de Deus vive privado de tudo. Quem é de Deus não bebe, não fuma". Mas desde quando beber e fumar é liberdade? O que mais temos são pessoas escravas da bebida, do cigarro e de todos os males deste mundo. A liberdade é saber que podemos beber e não vamos beber; podemos fumar, mas não vamos fumar. A liberdade é poder fazer escolhas.

A liberdade não é nos entregar e depois não conseguir mais nos libertar desses males. Somos filhos e os filhos são livres, mas para não escandalizar os filhos fazem até aquilo que não deveriam fazer. Serei claro como a Palavra está sendo quando manda que Pedro lance o anzol e abra a boca do peixe para pegar moedas.

Pagar impostos é uma das coisas mais injustas deste mundo, que nem deveríamos pagar, mas pagamos. E por que pagamos? Para sermos exemplos, para não sermos causa de escândalo para o mundo.

Os discípulos de Jesus não cumprem as ordens da Lei. Temos de ser os primeiros a cumprir as ordens e as leis do mundo, temos de ser os primeiros a dar exemplo, obedecer as leis de trânsito, pagar os impostos, os pedágios da vida, cumprir com as nossas obrigações.

Somos livres e na liberdade que temos, damos o exemplo e não seguimos as más inclinações deste mundo.

Deus abençoe você!

domingo, 13 de agosto de 2017

Homilia Diária

13AGO2017

A fé suprime os medos, manda os fantasmas do temor se calarem

“Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo” (Mateus 14, 26).

:: Participe do Aprofundamento Estudo da Palavra com padre Roger Araújo

O grito dos discípulos, em meio às agitações do mar, não foi um grito de fé, mas de medo, desespero e desconfiança.

Quando não estamos centrados em Deus, quando nosso olhar não está firme na direção de Jesus, olhamos para as agitações da vida, para os problemas e as situações tenebrosas que, muitas vezes, temos de enfrentar, nosso grito é semelhante ao dos discípulos.

Não é esse o grito que nos salva. O que nos salva e nos socorre é o grito da fé e da confiança, é o grito daquele que coloca no Senhor o seu refúgio, o seu amparo, a sua vida, e diz: “Senhor, socorre-me! É em vós que eu confio”. Os discípulos, no entanto, ficaram apavorados e gritaram de medo.

Há um medo dentro do coração de cada um de nós, que grita latentes em nossa vida; é o medo de tantas situações, de tantos fantasmas e ventos contrários, que vêm em nossa direção e nos deixam apavorados nas situações da vida.

A fé que nós nutrimos e colocamos no Senhor nosso Deus vence e supera o medo, a fé ajuda e leva o coração a não escutar o grito de temor. Pelo contrário, é a fé que suprime os medos e manda os fantasmas do temor se calarem: "Quem fala em nosso coração é o Senhor Nosso Deus".

Como os medos serão aniquilados de nossa vida, se nós os alimentarmos e deixarmos de alimentar a nossa fé? Não devemos dar alimento nem voz aos nossos medos. Não os deixemos crescer, tomar forma, porque, quando eles crescem em nós, vão nos apavorando, tomando conta por dentro e por fora, eles criam fantasmas, fantasias, e nos tornamos reféns deles. E tornar-se refém do medo, nos dias de hoje, é algo cada vez mais comum. Surgem tantas síndromes e situações que aniquilam a vida humana, porque o medo tomou forma e corpo.

Queremos, hoje, voltar o nosso olhar para o Senhor e dizer: "Senhor, socorre-nos, socorre nossa fraqueza e falta de fé. Socorre-nos, Senhor, de todo o mal que o medo lançou em nosso coração, porque em Ti está a nossa confiança, o nosso socorro e amparo.

Deus abençoe você!

 

sábado, 12 de agosto de 2017

Homilia Diária

12AGO2017

Quando a fé morre, nossa relação com Deus se torna paralisada, porque sem ela não chegamos ao coração d'Ele

“Em verdade vos digo, se vós tiverdes fé do tamanho de uma semente de mostarda, direis a esta montanha: ‘Vai daqui para lá’ e ela irá. E nada vos será impossível’” (Mateus 17, 20).

:: Participe do Aprofundamento Estudo da Palavra com padre Roger Araújo

Quando escutamos Jesus falando que quem tiver fé vai mover uma montanha para lá e para cá, estamos mais na montanha que nós queremos mover do que naquilo de que nós necessitamos, que é a fé. A comparação de Jesus, nessa dimensão, é porque a nossa fé está quase zero ou até mesmo zero.

Por que a nossa fé fica nesse nível tão baixo, quase que inexistente? Porque vivemos somente das migalhas da nossa fé, porque ela não é abastecida, não é alimentada nem cuidada.

A fé que não é alimentada morre, vai ficando raquítica, passando por fortes abalos; e, depois de tantos abalos, vai morrendo. Perdoe-me dizer: quantos já foram homens e mulheres de fé, mas, hoje, vivem como se não a tivessem mais? Eles continuam crendo em Deus, pelo menos na fala, mas a fé já não existe. Onde ela está? A fé morreu, não foi cultivada, não foi alimentada nem centrada.

Todos nós corremos o risco de sermos abalados, aniquilados na fé; todos nós corremos o risco de perdê-la, até mesmo o Papa. E quando a fé morre, a nossa relação com Deus se torna paralisada, porque sem ela não chegamos ao coração d'Ele nem tocamos na Sua graça.

A primeira montanha que nós precisamos mover é, justamente, essa incredulidade de não crermos naquilo que Deus é capaz de fazer, remover as incredulidades do coração de cada um de nós.

Quando alimentamos nossa fé, ela cresce, torna-se maior do que nossos medos, nossas objeções e tudo aquilo que nós, um dia, desacreditamos e não confiamos. Não precisamos de uma fé grande ou pequena, precisamos de uma fé cuidada, alimentada, sincera, real e confiante em Deus. Precisamos cuidar, porque, se não cuidarmos, corremos o risco de perder a pouca fé que temos.

Deus abençoe você!

 

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Homilia Diária

11AGO2017

Sua cruz será abençoada, Cristo vai carregá-la com você. Abrace-a, assuma-a e não fuja dela

“Jesus disse aos seus discípulos: 'Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga'”(Mateus 16,24).

:: Participe do Aprofundamento Estudo da Palavra com padre Roger Araújo

Primeiro, precisamos querer seguir Jesus, ter uma vontade decidida para segui-Lo, tomar uma decisão. Não basta termos uma simples vontade, precisamos ter uma vontade boa, forte, firme e decidida. "Eu quero ser discípulo de Jesus!"

Permita-me dizer uma coisa muito séria ao seu coração: calcule, veja e pense nas consequências da decisão que quer tomar, porque tudo na vida, toda e qualquer decisão, até a decisão de não se decidir, tem suas consequências. Não fique pensando que, decidindo isso ou aquilo, vamos ver somente o paraíso na nossa frente.

Para chegar até o paraíso é preciso passar pela Via Crucis, pela via dolorosa. Ninguém toma decisões na vida baseado em ilusões e fantasias, somente num caminho florido. É por isso que, no mundo, há pessoas iludidas, decepcionadas ou enganadas, não porque foram enganadas, mas porque se deixaram enganar. Muitas vezes, deixamo-nos enganar até na escola de Jesus.

Não é Jesus quem nos engana. Muito pelo contrário! Ele é aquele que nos liberta do engano, porque nos aponta a direção da vida e da verdade. O Senhor está dizendo a verdade nua e crua: "Se você quer mesmo me seguir, preste atenção: primeiro, renuncie a si mesmo".

Quem quer renunciar a si mesmo? Queremos nos encher de nós mesmos, de vontades e gostos próprios, queremos fazer somente as nossas vontades.

Não conseguimos ser discípulos de Jesus. Podemos ter muita vontade, muito amor por Ele, mas para O seguir ficamos no meio do caminho, porque paramos nas nossas vontades. Não podemos ter muitas vontades quando queremos seguir Jesus, porque nós só seguiremos a vontade d’Ele.

Precisamos decidir: "Queremos fazer a vontade de Deus ou viver segundo nossas vontades?".

Tomemos nossa cruz, e este é um outro ponto crucial, porque alguns acham que seguir Cristo é não ter mais cruzes. Não! Assumir a cruz que temos não é algo desastroso, pois a cruz é a via que nós carregamos na Terra. Carregar a cruz é assumir a vida como ela é, é assumir a família, os filhos, o trabalho e o que temos. Não é uma cruz qualquer, é a nossa cruz, e ela será abençoada. Abracemos nossa cruz e não fujamos dela.

Se calcularmos bem e tivermos disposição para abrir mão da nossa vontade, sermos contrariado e abraçarmos nossa cruz de cada dia, dá para sermos, de fato, discípulos de Jesus; senão, é preciso refazer as contas.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Homilia Diária

10AGO2017

Não podemos ficar somente no grão, mas crescer, amadurecer e produzir muitos frutos

“Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto” (João 12,24).

:: Participe do Aprofundamento Estudo da Palavra com padre Roger Araújo

Somos um grão de trigo, mas Deus quer que esse grão caia e produza frutos. Você não quer um grão, seja lá qual for, apenas para que seja um grão. Você quer que ele caia, cresça e produza muitos frutos. Até um bebezinho, quando nasce, ninguém quer que ele seja um bebê por toda a vida; nós queremos que ele cresça. E por mais “gostosinho” e amado que seja, queremos que ele produza muitos frutos, que saiba caminhar com suas pernas. Assim, ele vai "morrendo" para sua infância e, a cada dia, tornando-se uma criança maior, um adolescente e assim por diante.

Não podemos ficar bebezinhos por toda a vida, precisamos crescer e evoluir. Precisamos morrer muitas infantilidades em nós para que nasça um homem novo, uma mulher nova, para que os frutos da nossa vida aconteçam. Não crescemos na vida, porque não deixamos morrer coisas mínimas que se tornaram velhas em nós, para crescermos e amadurecermos.

O processo de amadurecimento da vida, muitas vezes, é doloroso, mas necessário e importante. É ele que nos faz saborear o que há de melhor na vida. Quando não amadurecemos, nós apodrecemos, estragamos por dentro. Por isso, não podemos ficar somente no grão, mas crescer, amadurecer e produzir muitos frutos.

Deus quer que sejamos cristãos maduros, porque não dá para negar que há muita imaturidade e infantilidade no meio de nós, há muitos comportamentos, pensamentos e sentimentos que não evoluem, e nós ficamos naquela infantilidade da fé quando Deus nos quer maduros. E para sermos maduros, precisamos deixar que o grão caia por terra. Ao cair, que morra comportamentos antiquados, sentimentos que não servem para a edificação do Reino de Deus, morram comportamentos que não são adequados, morra muitos modos de ver e agir, que não condizem com o homem que precisa ser sempre novo.

Não se conforme somente com a graça de hoje, pois Deus tem uma graça para nos renovar a cada dia, para sermos a árvore mais frondosa na produção de frutos para o mundo em que vivemos.

Que a graça de Deus nos amadureça e nos faça crescer na fé e na nossa humanidade.

Deus abençoe você!

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Homilia Diária

09AGO2017

O coração de Jesus é o amparo mais sublime do coração de todas as mães

“Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!” E desde aquele momento sua filha ficou curada” (Mateus 15,28).

:: Participe do Aprofundamento Estudo da Palavra com padre Roger Araújo

Quando eu escuto esse Evangelho, ele comove demais meu coração, pois imagino a cena desses acontecimentos, mas me admira demais essa mulher de fé e confiança, que representa nossas mães, muitas de nossas mulheres sofridas, machucadas, atormentadas, porque deram tudo de si para cuidar dos seus filhos. E quando essa mãe se encontra impotente, porque ela não pode fazer mais nada pelo seu filho, um ar desesperador toma conta dela, mas não é porque ela está desesperada, é porque nenhuma mãe, quando fica impotente para cuidar do seu filho, sabe o que fazer.

Quando a mãe tem em Deus a sua confiança e a sua graça, ela recorre a Ele com toda força da sua alma e do seu coração.

O coração de Jesus é o amparo mais sublime do coração de todas as mães, é o refúgio de todas elas na aflição, na dor que toma conta do seu coração quando ela precisa salvar qualquer um dos seus filhos.

Essa mulher é para nós um retrato, um símbolo de todas as mães que vivem aflições constantes na sua vida por causa dos seus filhos.

Há mães que não têm mais vida própria, porque não vivem mais para si, elas vivem por causa dos seus filhos, que estão passando por doenças, enfermidades, sofrimentos momentâneos ou não, filhos que estão morrendo no mundo das drogas, do álcool e de tantas situações perturbadoras da vida.

Uma mãe buscava socorro e amparo em tudo que podia, mas ela só encontrava nos braços de Jesus o socorro. Essa mãe foi até os braços de Jesus e, com a fé que ela tem, pediu e implorou. Jesus parece estar questionando: "Olha, primeiro eu vim para esses". Ela responde: "Não, meu Senhor! Estou implorando do Seu coração as migalhas, porque, para mim, para a minha dor, para a minha aflição e para o que estou passando, as Suas migalhas me bastam. Como os cachorrinhos que comem as migalhas que caem da mesa, eu tenho direito a elas, eu preciso delas".

Que fé, que confiança, que comovente a fé das nossas mães! E às mães eu digo do fundo da minha alma e do meu coração: que a sua fé continue sendo grande. Se ela está pequena, aumente-a, não perca a sua confiança no Senhor. Implore pelas migalhas que caem da mesa d’Ele, mas não deixe de buscar no Senhor o refúgio para salvar seus filhos, para salvar aqueles que são um pedaço da sua vida, do seu coração e de todo o seu ser. Mãe, o seu refúgio é o coração de Jesus.

Deus abençoe você!

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Homilia Diária

08AGO2017

Nossos medos são maiores que nós mesmosmas em Deus todos eles são vencidos

“Jesus, porém, logo lhes disse: ‘Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!’” (Mateus 14, 27).

Jesus mandou Seus discípulos seguirem na barca, porque Ele foi se ocupar do essencial: retirou-se para estar a sós com o Pai, para abastecer-se da graça do Alto. Ele tinha cuidado de toda uma multidão sofrida e machucada, precisava restabelecer-se na graça.

A graça da oração é o alimento que coloca a alma em pé e na comunhão plena com Deus. Sem ela, perdemos o elo e a direção por onde devemos seguir. Quando nos falta oração, os fantasmas da vida tomam conta de nós. Os fantasmas do medo, da ansiedade, da agitação e da preocupação corroem e consomem o nosso dom mais precioso: a fé.

Nós tememos, apavoramo-nos, porque os mares da vida se agitam, as situações nos tornam pessoas agitadas; e quando o agito é grande demais, começamos a ver fantasmas, começamos a nos apavorar, temos medo, desesperamo-nos, perdemos a fé e a esperança.

Quando Jesus vem ao nosso encontro, nem sempre somos capazes de reconhecê-Lo, porque, quando o medo toma conta da alma humana, ela enxerga todas as coisas de forma distorcida e errada. Temos medo das pessoas, medo de nós, temos medo até de Deus, por isso não nos aproximamos d’Ele com a fé e a confiança de que precisamos.

Não alimentemos nossos medos, pelo contrário, aniquilemos toda força do medo que há em nós. E como aniquilamos a força do medo? Estes, muitas vezes, são maiores do que nós mesmos,mas em Deus todos eles são vencidos; e nós o aniquilamos quando tendo uma relação próxima com o Senhor, quando vivemos uma vida de comunhão com Ele na oração e na Palavra; assim, o medo vai se aniquilando da nossa vida. Ele não desaparece, mas é vencido e fica em seu lugar quando a fé e a graça de Deus ocupam o primeiro lugar em nossa vida e no nosso coração.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Homilia Diária

07AGO2017

Nossos sofrimentos se tornam pequenos, porque a compaixão cura e transforma nossa natureza humana

“Ao sair da barca, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes”(Mateus 14,14).

No Evangelho de hoje, escutamos o milagre da multiplicação dos pães, mas o grande milagre não foi a multiplicação dos cinco pães e dos dois peixes. O grande milagre da vida é a compaixão, é compadecer-se da dor e das lágrimas do outro. Se ficarmos só esperando a multiplicação dos pães, o que acontecerá em nós é o contrário, ou seja, crescerá em nós o egoísmo, e vamos querer que tudo se multiplique para nós, não dividiremos nada do que temos com os outros.

O grande milagre que Deus faz em nós é dar-nos a graça de termos comunhão com os sentimentos. E quais são os sentimentos de Cristo Jesus? Ele se compadece da nossa humanidade sofrida, machucada, empobrecida; Ele se compadece de nossas dores.

Os nossos sofrimentos se compadecem do doente, do enfermo e necessitado, mas se ficarmos insensíveis, não ligaremos mais para essas realidades, deixaremos que nossa humanidade seja desviada, equivocada do seu estado de graça.

A humanidade passa fome, as doenças e enfermidades só crescem no meio de nós, as pessoas estão sofrendo, porque, infelizmente, nossa humanidade foi desconfigurada, perdeu a capacidade da compaixão.

Quando o coração humano é movido pela compaixão, não olhamos para o outro como 'coitadinho': “Tadinho dele. Olha que sofrimento!”. Não! Somos tomados pelos sentimentos de Cristo Jesus. Olhamos n’Ele e enxergamos no irmão o sofrimento de cada um, enxergamos o Cristo sofrido, desprezado e desconfigurado. O sofrimento maior é de quem não sabe se compadecer do sofrimento dos outros, porque perdeu a sensibilidade, o ar da graça e os sentimentos de Cristo Jesus.

Deixemos, irmãos e irmãs, que a graça de Deus toque em nós para que possamos olhar para quem sofre, para quem está ao nosso lado. O sofrimento do outro é cura para nós. Só sofremos e murmuramos demais, porque nossa sensibilidade é egoísta e só se volta para os nossos problemas, para as nossas dificuldades e sofrimentos.

Quando temos sensibilidade para entender o que o outro sofre, nossos sofrimentos se tornam pequenos, porque a compaixão cura e transforma a nossa natureza humana.

Deus abençoe você!

domingo, 6 de agosto de 2017

Homilia Diária

06AGO2017

Permitamo-nos ser transfigurados pela presença de Jesus no meio de nós

“E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz” (Mateus 17,2).

Neste domingo, temos a graça de celebrar a Transfiguração do Senhor. O que é essa festa que nós estamos celebrando, hoje, com tanto amor? É a festa da Ressurreição antecipada, é a manifestação do Ressuscitado em meio ao caminho natural da vida humana, é a semente da ressurreição sendo manifestada a cada um de nós.

Cristo ainda vai passar pela Sua via crucis e pelo Calvário, mas Ele quer nos mostrar que, depois de toda cruz e via-sacra, o que nos espera é a vida nova, transformada e renovada. Do outro lado, a Festa da Transfiguração, onde nós contemplamos o Cristo glorioso e transfigurado na Sua aparência gloriosa acima de Moisés e Elias, n'Ele tudo se resume, completa-se e alcança a plenitude. É para Ele que nós devemos dirigir a nossa vida e o nosso coração.

Caminhando em meio às cruzes da vida, nos sofrimentos, nos desalentos que todos nós enfrentamos no dia a dia, não podemos tirar d’Ele o nosso olhar. Quando nós contemplamos o Cristo, como o Senhor e a razão da nossa vida, Ele mesmo transfigura aquilo que vivemos.

Transfigurar não é viver de aparências, pelo contrário, a transfiguração tira aquilo que é aparente, que nos deixa transfigurados ao mal, ao pecado e nos dá a verdadeira face do homem e da mulher de Deus configurados e semelhantes ao Cristo. Permite-nos, em meio às realidades humanas que nós vivemos e passamos, contemplar a glória que nos espera.

O caminho para sermos transfigurados, a cada dia, é o da contemplação. Contemplar o Cristo nos transfigura e nos transforma; contemplar o Cristo vivo e real no meio de nós transforma os nossos sentidos. Os nossos olhos contemplam a Sua glória, os nossos ouvidos escutam a Sua Palavra, a nossa boca proclama: “Senhor, é bom estarmos aqui, é bom estarmos na Sua presença". O nosso corpo, o nosso ser, a nossa sensibilidade são transfigurados. Já não somos movidos pelos impulsos da carne, da nossa humanidade que, muitas vezes, nos impulsiona para o mal e para o pecado, mas em nós o desejo divino, o gosto pelo Céu, o gosto pela Palavra de Deus, o gosto pelos sacramentos e pela oração tomam conta de todo o nosso ser.

Permitamo-nos ser transfigurados pela presença de Jesus no meio de nós.

Deus abençoe você!

 

sábado, 5 de agosto de 2017

Homilia Diária

05AGO2017

Deixemo-nos incomodar pela Palavra, para que, de fato, ela entre no nosso coração

“Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta”(Mateus 14, 5).

Por que Herodes queria matar João Batista? Ele queria matá-lo, porque João anunciou a verdade e denunciou o pecado, o erro em que Herodes estava vivendo.

Não matemos a verdade. Por mais que ela seja um incômodo na vida de cada um de nós, só ela liberta. Mas nós, muitas vezes, não queremos a aceitar, preferimos viver no mundo da aparência, do erro, do engano, da ilusão; não queremos ser incomodados pela verdade.

Não queremos que a Palavra de Deus seja acomodada ao que nós queremos, pois, quando ela não se acomoda ao que queremos, quando não está a serviço do que pensamos e achamos, ela nos incomoda e nós temos a opção de rejeitá-la, matá-la, não a aceitar, porque ela incomoda nosso coração.

Se a Palavra nos incomoda, é porque está nos fazendo bem; se não nos incomoda, o erro não está nela, o problema está em quem a acolhe, porque não se deixa mover e tocar por ela. Cometemos um erro terrível, deixamos que a Palavra que nós escutamos, incomode a vida dos outros, mas jamais a nossa.

Deixemo-nos incomodar pela Palavra, para que, de fato, ela entre no nosso ouvido, no nosso coração, para remover e tirar de nós aquilo que não é coerente, que não é correto, aquilo que estamos fazendo e está em desacordo com a graça de Deus.

Permitamo-nos ser tocados e transformados, porque, quando assim não o fizermos, temos a certeza de que estaremos nos comportando com frieza, indiferença, estaremos aniquilando a Palavra e tomando a mesma decisão de Herodes: "Para não ser incomodado, é preferível matar, ignorar, dissipar e tirar da minha vida tudo aquilo que quer me transformar".

Que a Palavra de Deus aja com muito incômodo para transformar o nosso coração.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Homilia Diária

03AGO2017

Precisamos nos tornar peixes da qualidade do Reino de Deus, tirando de nós aquilo que nos estraga e coloca-nos longe dele

“O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo” (Mateus 13, 47).

O Reino dos Céus, dentro de nós, é como essa rede da qual o Evangelho fala, hoje, ao coração. Jogamos a rede no mar, no rio, para pegar peixes; vêm, então, peixes de todas as espécies: peixes bons, mortos, estragados... Vem coisas velhas que estavam no fundo do mar. Precisamos ter sabedoria, aplicação e discernimento para separar o que é bom do que não é bom, o ruim daquilo que, de fato,  serve para nós.

Ninguém de bom senso vai comer ou querer peixe estragado, é desse mesmo jeito que Deus quer cuidar do nosso coração.

Não pegue tudo que você vai colhendo no mundo, porque muita coisa não serve. Na nossa casa, há muita coisa que não serve para nada! Há coisas que até parecem boas, legais, mas depois estragam, ficam velhas; pode até ser que tenha sido boas, mas já não são mais boas para nós.

Não precisamos cultivar a prática do "acumular por acumular". Há coisas que não servem para nada, e nós precisamos limpar e purificar para que a nossa casa seja sempre bela. Com o nosso coração não pode ser diferente.

O bom servo, aquele que vai ficar para sempre no Reino de Deus, é aquele que sabe puxar a rede e separar os peixes bons dos estragados. Dentro de nós há bons sentimentos, há amor, ternura, generosidade, mas não podemos negar que o nosso coração assimila e guarda sentimentos que só nos estragam. Deixamos que o rancor, o ressentimento, a mágoa e tantas coisas negativas, que só corrompem a nossa alma e o nosso ser, estejam caminhando lado a lado conosco.

Se no fim dos tempos o bom Senhor vai separar o peixe bom do peixe estragado, no tempo em que nós caminhamos precisamos nos tornar peixes da qualidade do Reino de Deus, tirando de nós aquilo que nos estraga e coloca-nos longe dele.

Apliquemos o coração, cuidemos da alma, da mente e de tudo aquilo que entra em nós.

Escutamos muitas coisas boas, mas escutamos muitas coisas ruins. Precisamos discernir e separar aquilo que não edifica para a vida, para o coração, para que sejamos realmente bons discípulos de Jesus.

Deus abençoe você!

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Homilia Diária

02AGO2017

Deus é o tesouro mais precioso de toda nossa existência; não há riqueza,  preciosidade nem valor maior para a nossa vida

“O Reino do Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo” (Mateus 13,44).

O tesouro é uma pérola preciosa, valiosa e única na vida de quem o encontra. Aprenda uma coisa para toda vida: Deus é o tesouro mais precioso de toda nossa existência; não há riqueza, preciosidade e valor maior para nós.

Quem encontrou Deus encontrou tudo. Não O deixemos ser uma realidade distante de nós, porque Ele se faz próximo daqueles que se deixam encontrar por Ele e descobrem o tesouro, que é o Seu Reino vivo e presente no meio de nós.

As riquezas do Reino de Deus são esplêndidas para toda a nossa vida, transformam-nos por dentro e por fora, e elas nos introduzem na eternidade.

Passamos boa parte da nossa vida buscando adquirir bens, em busca de tesouros dessa terra; desgastamos a nossa saúde física, psíquica, mental para termos e possuirmos, e depois tudo se esvai, nada levamos. Qual é, então, o bem que ninguém pode nos tirar? Esse bem é Deus, o maior tesouro, a maior riqueza da nossa vida.

Encontre essa pérola preciosa e, uma vez encontrada, cuide dela, guarde-a e, realmente, faça dela o bem supremo da sua vida, cultive os valores do Reino de Deus com toda dedicação e força da sua alma e do seu coração. Aplique-se para viver sobre a guarda desse tesouro e para guardá-lo como um bem precioso. Muitos encontraram o Reino de Deus, mas o perderam ou se perderam, porque colocaram outros valores acima dele.

Para não nos perdermos na estrada ou não perdermos o tesouro que trazemos em vasos de barro, é preciso fazermos escolhas, pois estas são fundamentais para nossa vida; e a escolha fundamental, a preferência do nosso coração, sempre, em primeiro lugar, tem de ser o Reino de Deus.

Buscá-Lo, em primeiro lugar, é o grande anseio, a grande ordem e disciplina do discípulo de Jesus. Se buscarmos Deus, sempre, em primeiro lugar, tudo mais nos será acrescentado e todo acréscimo que buscarmos será abençoado por esse tesouro maior, que é o Reino de Deus em nossa vida.

Deus abençoe você!

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Homilia Diária

01AGO2017

Para sermos a boa semente do Reino de Deus, precisamos dissipar toda maldade que há dentro do nosso coração

“O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno” (Mateus 13,38).

A Palavra de Deus dirigida ao nosso coração, hoje, é uma exortação para que deixemos de ser joio e para que tudo o que há de joio em nós seja dissipado do nosso coração, porque o Reino de Deus é para quem é trigo; e as trevas ou o joio são para aqueles que pertencem ao maligno.

Não pertencemos ao maligno e não podemos permitir que o nosso coração seja tomado pelo mal e por aquilo que é maligno, porque, para entrarmos definitivamente e fazermos parte do Reino de Deus, precisamos ser o bom trigo de Cristo. Precisamos, de fato, ser a boa semente, pois não somos a semente velha e estragada; somos a boa semente do Reino de Deus. Se até agora a boa semente e o joio convivem, no Reino definitivo o Senhor há de separá-los, e nós não queremos nem podemos ficar de fora.

A Palavra está nos dizendo que os anjos de Deus retirarão do Reino aqueles que fazem os outros pecarem e praticarem o mal. É justamente essa a característica do joio: ele não só peca, não só vive no pecado, mas também leva os outros a pecarem. Então, não nos acostumemos nem nos tornemos cegos diante das situações pecaminosas. Há pessoas, por exemplo, que gostam de falar palavrão, mas nem percebem, e ainda levam outros a falarem; há pessoas que falam mal da vida dos outros e levam outras pessoas a também falarem mal do próximo, elas não se acostumam a falar mal sozinhas, têm de levar os outros a falarem. Sem contar todo espírito de sedução e maldade que há no mundo, onde a pessoa faz o mal, ensina os outros a fazerem o mal e o disseminam pelo mundo.

Para sermos a boa semente do Reino de Deus, precisamos dissipar toda maldade que há dentro do nosso coração. Pensar e querer o mal dos outros, praticar as ações para que outros se deem mal, falar mal, entregar os outros e assim por diante são os joios que estão presente em nosso coração.

Deus quer nos lavar, Ele quer nos purificar, renovar-nos por mais joios que possamos ser. A graça de Deus transforma o joio obediente a Deus na boa semente da Palavra, e tudo o que Ele quer é que sejamos sementes no Seu Reino.

Deus abençoe você!