O
acúmulo de lixo, que reúne garrafa plástica, animais mortos, cama,
geladeira, sofá etc, acabou represando o igarapé na ponte que cruza a
avenida Silves, uma das principais vias da Zona Sul
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Igarapés de Manaus são poluídos pela própria populaçãoFOTO: Antonio Menezes
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Equipes da Prefeitura de Manaus recolhem toneladas de lixo, diariamenteFOTO: Antonio Menezes
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O acúmulo de lixo, de toda espécie, represou o Igarapé do 40 na avenida SilvesFOTO: Antonio Menezes
Infelizmente,
a cena acima não é mais nenhuma novidade nos córregos que cortam
Manaus. O Igarapé do 40, trecho que fica no bairro Raiz, Zona Sul, mesmo
depois da ação do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus
(Prosamim) retrata o mesmo cenário mostrado por ACRITICA, no último dia
17. Embora a Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp),
semanalmente, mais de dez toneladas de lixo, o problema parece piorar
cada dia.
O
acúmulo de lixo, que reúne garrafa plástica, animais mortos, cama,
geladeira, sofá etc, acabou represando o igarapé na ponte que cruza a
avenida Silves, uma das principais vias que ligam a Zona Sul ao Centro
da capital.
Não
há quem passe pelo local que não reclame. “O fedor é insuportável. Se
cada um colocasse seu lixo no lugar certo, que é na lixeira ou na frente
de casa, não tínhamos que passar por essa situação. Todo dia, quando
passo aqui, os carros me dão ‘banho’ com essa água pode”, desabafou a
auxiliar de serviços gerais Elisângela Marques de Oliveira, 37.
Imagine
quem é obrigado a permanecer durante todo o dia bem próximo da
“lixeira”, como é o caso da vendedora Iracema Castro Maia, 25, que
trabalha num lanche na margem da rua Paranavaí, que margeia o Igarapé do
40. “Esse mau cheiro é insuportável. Atrapalha as vendas, vem muita
mosca e as pessoas quase não param mais para lanchar por causa disso. A
gente tem que deixar os alimentos todos em vasilhas muito bem tampadas”,
revela a vendedora.
Aluno
da Escola Estadual Nelson Alves Ferreira, Michael Coelho de Menezes,
14, todos os dias respira o cheiro desagradável exalado pelo igarapé.
“Incomoda muito. Ainda bem que é só durante o período da enchente. Um
dia desses apareceu um jacaré aqui. Se pudesse, dizia aos moradores para
não jogarem lixo no igarapé”, desabafa o estudante.
Moradora
da rua que cerca o Igarapé do 40, a doméstica Ivanilde Souza, 35, disse
que já não suporta tanto fedor. “Quando o vento bate na direção da
minha casa, fica insuportável. Quando chove, descem toneladas de lixo e
tudo fica represado na ponte da Silves (avenida). Pior é que, depois que
chegou o Prosamim as pessoas se acomodaram e ninguém reclama disso”,
denuncia Ivanilde.
Operação
Uma
equipe da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) recolhe o
lixo que flutua nos igarapés, utilizando dois botes motorizados e uma
tela que flutua com a ajuda de garrafas pets vazias. O lixo é arrastado
para um ponto, onde é retirado da água e colocado em carretas.
Semulsp
De
acordo com o titular da Semulsp, Paulo Farias, nos primeiros quatro
meses deste ano, são recolhidas 30 toneladas de lixo, por dia, nos
igarapés de Manaus. “Esse é um problema que se agrava no Brasil inteiro.
O descarte em via publica é muito sério. Não só na frente das casas,
mas na janela do ônibus, todo mundo acha que não tem responsabilidade
com o lixo”, reclama o secretário.