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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Iniciativa ajuda a limpar igarapés de Manaus transformando garrafas PETs em vassouras



(Portal Acrítica)

Há 20 anos, empresários Mário Jonas Taumaturgo e Rejane de Oliveira enxergaram nos PETs a oportunidade de negócio para gerar empregos

Empresa Amazon limpa e produz vassouras com material reciclado
Empresa Amazon limpa e produz vassouras com material reciclado (Lucas Silva/Acrítica)
Diariamente, mais de 2,6 toneladas de lixo são retiradas das ruas e dos igarapés de Manaus e os PETs são um dos principais materiais encontrados nessa sujeira. Embora o apelo à coleta seletiva esteja ganhando força a cada dia, menos de 1% desse material é encaminhado para a reciclagem.
Uma realidade que deve demorar a mudar, pois faltam iniciativas para melhorar o aproveitamento do resíduo.
Apesar disso, atitudes como a dos empresários Mário Jonas Taumaturgo e Rejane de Oliveira podem fazer a diferença e dá uma “mãozinha” ao meio ambiente.  Há 20 anos, eles enxergaram nos PETs uma oportunidade de negócio para gerar emprego e renda.
Eles são donos de uma fábrica de vassouras no bairro Jorge Teixeira,  Zona Leste, e diferente do que estamos acostumados a ver no mercado, os materiais reciclados são as principais matérias-primas utilizadas por eles.
No começo, eles utilizavam os plásticos para fazer apenas a capa que segura os fios de piaçava ao cabo. Mas o trabalho expandiu e, além das vassouras, hoje eles também fabricam  rodos e pás, tudo com produtos reciclados. “Nós compramos os plásticos dos catadores de lixo e de algumas empresas do Distrito Industrial.
São mais de 20 toneladas de plástico (PET, PE e PP) que são utilizados mensalmente. "Estamos enviando o material até para outros Estados”, afirmou o empresário, que ajuda direta ou indiretamente aproximadamente 20 famílias do bairro.
Sem pregos
De acordo com ele, as vassouras da Amazon Limpa são ecológicas não só pelo tipo de material empregado na fabricação delas, mas também pela técnica utilizada. Essas vassouras são montadas sem o uso de pregos e arames para amarrar os fios de piaçava ou PET.
Isso é feito por um prendedor de plástico reciclado fixado na capa que segura os fios. A técnica ajuda a economizar energia e, a cada dois minutos, uma vassoura ecológica sai do “forno”. Detalhe: o método e o maquinário necessário também foram criados pelo empresário.
Falta Mercado
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Antônio Ademir Stroski, afirma que os PETs ainda são um problema para o meio ambiente porque o consumo desse material é muito alto, principalmente pela indústria alimentícia, e o desperdício dele segue na mesma proporção.
Ele também afirma que o Amazonas não possui um mercado aberto para produtos reciclados, o que impede que os PETs sejam mais valorizados e encaminhado para a reciclagem.
Garrafas PET são 50% do lixo domiciliar
Segundo o secretário de Estado de Meio Ambiente, Antônio Ademir Stroski, os PETs representam mais de 50% do lixo domiciliar na capital. E, para tentar reduzir a poluição  que eles provocam nos igarapés, a Sema está desenvolvendo o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos e o Plano de Coleta Seletiva para a Região Metropolitana, para organizar e gerenciar os problemas causados pelos resíduos sólidos.
“Dentro do Plano de Coleta Seletiva, também vamos criar um programa para apoiar os catadores de lixo. Mas precisamos do envolvimento de todos, do setor público, do privado, da sociedade como um todo, para encontrarmos alternativas para a destinação desses resíduos e, a partir deles, gerar renda, porque isso é possível”, explicou Stroski, ao afirmar que o mercado para produtos reciclados ainda é “tímido” no Amazonas.

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