(Portal Acrítica)
Há
20 anos, empresários Mário Jonas Taumaturgo e Rejane de
Oliveira enxergaram nos PETs a oportunidade de negócio para gerar
empregos
Diariamente,
mais de 2,6 toneladas de lixo são retiradas das ruas e dos igarapés de
Manaus e os PETs são um dos principais materiais encontrados nessa
sujeira. Embora o apelo à coleta seletiva esteja ganhando força a cada
dia, menos de 1% desse material é encaminhado para a reciclagem.
Uma realidade que deve demorar a mudar, pois faltam iniciativas para melhorar o aproveitamento do resíduo.
Apesar
disso, atitudes como a dos empresários Mário Jonas Taumaturgo e Rejane
de Oliveira podem fazer a diferença e dá uma “mãozinha” ao meio
ambiente. Há 20 anos, eles enxergaram nos PETs uma oportunidade de
negócio para gerar emprego e renda.
Eles
são donos de uma fábrica de vassouras no bairro Jorge Teixeira, Zona
Leste, e diferente do que estamos acostumados a ver no mercado, os
materiais reciclados são as principais matérias-primas utilizadas por
eles.
No
começo, eles utilizavam os plásticos para fazer apenas a capa que
segura os fios de piaçava ao cabo. Mas o trabalho expandiu e, além das
vassouras, hoje eles também fabricam rodos e pás, tudo com produtos
reciclados. “Nós compramos os plásticos dos catadores de lixo e de
algumas empresas do Distrito Industrial.
São
mais de 20 toneladas de plástico (PET, PE e PP) que são utilizados
mensalmente. "Estamos enviando o material até para outros Estados”,
afirmou o empresário, que ajuda direta ou indiretamente aproximadamente
20 famílias do bairro.
Sem pregos
De
acordo com ele, as vassouras da Amazon Limpa são ecológicas não só pelo
tipo de material empregado na fabricação delas, mas também pela técnica
utilizada. Essas vassouras são montadas sem o uso de pregos e arames
para amarrar os fios de piaçava ou PET.
Isso
é feito por um prendedor de plástico reciclado fixado na capa que
segura os fios. A técnica ajuda a economizar energia e, a cada dois
minutos, uma vassoura ecológica sai do “forno”. Detalhe: o método e o
maquinário necessário também foram criados pelo empresário.
Falta Mercado
O
secretário de Estado de Meio Ambiente, Antônio Ademir Stroski, afirma
que os PETs ainda são um problema para o meio ambiente porque o consumo
desse material é muito alto, principalmente pela indústria alimentícia, e
o desperdício dele segue na mesma proporção.
Ele
também afirma que o Amazonas não possui um mercado aberto para produtos
reciclados, o que impede que os PETs sejam mais valorizados e
encaminhado para a reciclagem.
Garrafas PET são 50% do lixo domiciliar
Segundo
o secretário de Estado de Meio Ambiente, Antônio Ademir Stroski, os
PETs representam mais de 50% do lixo domiciliar na capital. E, para
tentar reduzir a poluição que eles provocam nos igarapés, a Sema está
desenvolvendo o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos e o Plano de Coleta
Seletiva para a Região Metropolitana, para organizar e gerenciar os
problemas causados pelos resíduos sólidos.
“Dentro
do Plano de Coleta Seletiva, também vamos criar um programa para apoiar
os catadores de lixo. Mas precisamos do envolvimento de todos, do setor
público, do privado, da sociedade como um todo, para encontrarmos
alternativas para a destinação desses resíduos e, a partir deles, gerar
renda, porque isso é possível”, explicou Stroski, ao afirmar que o
mercado para produtos reciclados ainda é “tímido” no Amazonas.
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