O
modal de superfície surge como proposta para a capital
amazonense. Seriam necessários R$ 200 milhões para cada quilômetro do
sistema, isso para transportar 100 mil passageiros/dia, segundo estudos
da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU)
A
proposta de um metrô de superfície para Manaus pode ser uma das
alternativas para resolver o problema de mobilidade urbana. A ideia foi
sugerida pelo engenheiro civil e consultor Renato Avelino, que destaca o
projeto como a melhor opção contemporânea de mobilidade para a capital,
aliando inovação e tecnologia.
Entretanto,
a concepção do modal de superfície esbarra no elevado custo para a
implementação. Seriam necessários R$ 200 milhões para cada quilômetro do
sistema, isso para transportar 100 mil passageiros/dia, segundo estudos
da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU).
Pelo
projeto, o novo modal trafegaria numa velocidade de até 80 km por hora.
Segundo Avelino, em média, os benefícios deste tipo de transporte
levaram à redução de 1h e 36min/dia do tempo de deslocamento das pessoas
nas cidades onde foi implantado, a exemplo da cidade do Porto, em
Portugal, com quase a mesma densidade populacional de Manaus, onde o
sistema funciona há dez anos.
Movido
a eletricidade e extremamente silencioso quando comparado com o
transporte convencional, o metrô contribui significativamente para a
redução da poluição, além de proporcionar segurança e pontualidade. A
proposta prevê ainda, a redução de aproximadamente 60 mil veículos dia,
aponta o especialista. “Quanto ao custo dessa mudança, eles serão
traduzidos por uma melhor qualidade de vida da população, redução não
apenas da poluição ambiental em todos os níveis, mas, principalmente, do
“custo Manaus”, o que certamente atrairá novos negócios para cidade”,
avaliou o autor do projeto, Renato Avelino, que também é membro da Ordem
dos Engenheiros de Portugal.
Projetos
Questionado
sobre a demora para implementar o novo sistema de transporte, o
superintendente da SMTU, Pedro Carvalho, destacou que há um projeto
básico do Bus Rapid Transit (BRT) Norte e Leste, mas este precisa ser
adequado. “O BRT que a gente pensa não pode ter muitas obstruções, o
trajeto tem que ser como uma via expressa para que o sistema não venha a
parar nos cruzamentos. Podemos usar tecnologia para priorizar o
transporte, através de sensores”, explicou o gestor.
Sobre
o projeto do monotrilho, antes anunciado pelo governo do Estado,
Carvalho disse que seria um sistema com capacidade de investimento alto,
sem contar a tarifa, que poderia custar entre R$ 8 a 10, e, “portanto,
inviável”.
Quanto
ao BRT, cada quilômetro desse sistema custaria aos cofres públicos R$
15 milhões. Manaus, segundo a SMTU, precisaria de, no mínimo, 60 km do
sistema, cujo investimento pode chegar ao valor de R$ 1,3 bilhão para
toda a extensão do sistema.
Outro
modal que também está sob avaliação é o Veículo Leve sobre Pneus
(VLP), que custaria três vezes mais que o preço do BRT: algo em torno de
R$ 45 milhões por quilômetro.
Estrutura
Com
o modal de superfície, o usuário teria todas as informações inerentes
ao itinerário, zona, preço de bilhetes, além de contar com apoio
presencial e câmeras de controle à distância. Também teria amplas
estações em concreto e vidro, com paredes revestidas em aço.
'PlanMob'
Enquanto
o projeto do novo modal para Manaus não sai do papel, vária audiências
públicas para a construção do Plano de Mobilidade Urbana da cidade
(PlanMob) foram realizadas em todas as zonas da capital.
Além
da população em geral, a comunidade acadêmica e os ciclistas também
participaram com suas propostas. Ao todo, nove audiências foram
realizadas entre os dias 1º a 8 de junho, das 14h às 18h. A última
ocorreu no dia 8 deste mês, no Sest-Senat, na avenida Autaz Mirim,
Zona Leste.
Apesar do atraso para a
entrega do PlanMob, o que deveria ter acontecido em abril, o prefeito
Artur Neto destacou que optou pela elaboração de um “bom projeto que
possa ser posto em prática pelos próximos 40 anos”. Ele também explicou
que, assim que o PlanMob for finalizado, Manaus voltará a estar apta a
receber recursos da União para a implantação de projetos na área de
mobilidade urbana.
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