Gol

sábado, 30 de junho de 2018

Homilia Diária

30JUN2018

A fé desse oficial romano nos mostra que a Palavra nos liberta de toda e qualquer paralisia

“Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado” (Mateus 8,8).

Tenho uma profunda admiração pela fé desse oficial romano, porque ele se aproxima de Jesus para pedir pelo seu empregado que está paralisado e não consegue andar. Se é uma máquina, conseguimos arrumar, levamos para consertar e ela começa a funcionar. Os seres humanos, no entanto, não são máquinas. Quando, de alguma forma, a paralisia toma conta da nossa vida, podemos tomar esse ou aquele remédio, mas se a paralisia é lá dentro, o que pode nos levantar?

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

A fé desse oficial romano nos mostra que a Palavra nos liberta de toda e qualquer paralisia. “Basta uma palavra tua para que o meu servo saia da vida paralisada em que ele se encontra”. Precisamos que a Palavra de Deus nos liberte de tudo aquilo que está nos parando, que está paralisando a nossa vida.

O mundo em que vivemos, hoje, é tão veloz, é o mundo da correria, da pressa, onde não temos tempo nem para parar. As pessoas estão engolindo a comida, porque não têm tempo para fazer uma refeição da forma sóbria como precisa ser feita. As pessoas engolem a comida com o prato na mão, com o celular na outra, com a conta na frente para resolver, e a vida torna essas coisas juntas numa só, porque a vida é muito veloz.

Eu sei que muitas pessoas gostam de escutar a Palavra de Deus, mas elas não se debruçam mais sobre ela, não têm mais tempo. Essa parafernália de vida agitada, de vida corrida e exigente, vai aos poucos nos paralisando. Basta constatar de um lado e de outro a quantidade de exames médicos, sobretudo, de pessoas que precisam se afastar para fazer tratamentos médicos seríssimos.

O problema não é apenas a saúde física, mas também a saúde emocional, porque as nossas emoções estão se paralisando diante do mundo agitado em que vivemos. Estamos virando paralíticos da alma e do espírito. A nossa mente está paralisando, ela não consegue mais funcionar como precisa, porque são muitas coisas dentro dela.

A Palavra de Deus nos liberta de toda paralisia, mas muitas pessoas querem uma palavra mágica. Jesus não fez mágica para esse homem, Ele lançou a Palavra para que aquele coração se abrisse e, a partir dali, muitas paralisias foram curados na vida daquele servo.

Não esperemos mágica de Deus, deixemos que a Palavra d’Ele entre em nós e nos liberte de tantas coisas que têm paralisado a vida de cada um de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Homilia Diária

29JUN2018

Aquilo que está dentro do nosso coração, da nossa alma, mente e vontade precisa ser purificado por Deus

“Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar. Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: ‘Eu quero, fica limpo’” (Mateus 8,2-3).

A vontade de Deus é que fiquemos limpos e puros. Se uma mãe quer o seu filho bem limpo, a criança quando nasce, aquele banho que se dá a cada dia, que capricho que dá!, pois aquela pele linda e maravilhosa de uma criança, como é cuidada para que fique bem limpa!

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Conforme vamos crescendo e os poros vão se abrindo, mais sujeiras vão entrando em nós. Assim, o trabalho e a aplicação para ficar limpo tem que ser maior, até os banhos têm que aumentar para que a limpeza aconteça em nós. Há uma limpeza mais profunda e necessária, não descartando a limpeza corporal. Nós, que somos limpos, tomamos até dez banhos por dia, mas a alma está recheada de sujeiras, maldades e coisas impuras. Se fôssemos abrir a nossa cabeça, o que tem de coisa velha, estragada, mundana, pornográfica aqui dentro de nós!

Esse leproso que se aproxima de Jesus diz: “Tu tens o poder de me purificar”. Jesus respondeu aquilo que, de fato, Ele deseja para nós. O mais difícil não é aquele leproso que estava com a carne suja, fedorenta por causa de toda a situação que era a lepra naquela época. Existe uma lepra maior na humanidade, que a cura só vem do Céu. Aquilo que está dentro da nossa alma, do nosso coração, da nossa mente, da nossa vontade precisa ser purificado por Deus.

A purificação só acontece quando a queremos, quando a permitimos, quando a buscamos e nos deixamos ser purificados por Deus.

Quando somos crianças, nossa mãe tem de nos levar para dar banho, mas, depois que nos tornamos adultos, nem nos amarrando podemos fazer a higiene de que precisamos.

Deus não pode forçar nenhum de nós, mas precisamos expressar para Ele e para o coração d’Ele o quanto queremos e necessitamos ficar limpos, tirar de dentro de nós essas coisas velhas, essas tranqueiras que fazem de nós essa pessoa impura. A boca fala do que o coração está cheio. Está saindo muita coisa velha de nós, porque há muita coisa velha no nosso interior.

Permitamos que Deus nos purifique com Seu amor e Sua bondade.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Homilia Diária

28JUN2018

O que nos faz entrar no Reino dos Céus é colocar em prática a vontade do Pai

“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus”(Mateus 7,21).

Esse é um dos Evangelhos mais duros que eu conheço, pois entra na raiz do que é a vida de cada um de nós que pregamos, falamos, profetizamos, que levamos o nome de cristãos e o nome de pessoas da Igreja. Falar o nome do Senhor, invocar o nome d’Ele, curar, fazer milagres e expulsar demônios em nome de Deus não quer dizer muita coisa. O problema é que nós gostamos de espetáculo.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Faz-se muito espetáculo em nome de Deus, faz-se muitos shows e apresentações em nome d’Ele. O nome de Deus não é para ser usado como show, mas como vida. O show é aquilo que se apresenta, por isso Deus tem que ser apresentado na vida que nós levamos.

Não é porque colocamos o terço na mão, não é porque aparecemos com uma Bíblia na mão para cima e para baixo, não é porque ficamos mandando nas redes sociais, o tempo inteiro, mensagens de Deus, mensagens bonitas, o Evangelho desse e daquele, que isso quer dizer muita coisa. Pelo contrário, isso apenas demonstra para nós quão exigente será o juízo de Deus a respeito da nossa vida.

Precisamos buscar o cerne daquilo que Jesus está nos dizendo hoje: o que nos faz entrar no Reino dos Céus é colocar em prática a vontade do Pai.

Quem disse que tudo o que fazemos é a vontade do Pai? Mesmo as coisas que fazemos em nome d’Ele, fazemos porque queremos, porque temos muitos compromissos e responsabilidades em nome de Deus, e o essencial é a nossa relação com Ele, a nossa conversão verdadeira, diária e autêntica. Isso, de fato, está acontecendo? O nosso testemunho de vida, nosso compromisso de amor para com o próximo, o amor autêntico, verdadeiro e concreto, de fato, acontece na nossa vida?

Será uma tremenda decepção o encontro de muitos de nós com Deus, porque, quando formos nos apresentar diante de alguém, levaremos o que nós fazemos. Alguns vão dizer: "Pois é, Senhor, eu evangelizei vinte mil pessoas, eu mandava Sua Palavra, todos os dias, pelas redes sociais. Eu gravava o Evangelho, eu rezava Ave-Marias, eu tinha muitos terços na minha mão, eu distribuía Bíblias para todo mundo”, mas isso não significa nada para Deus.

O que significa para Deus é se estamos nos convertendo de verdade, se estamos deixando a nossa vida se transformar, moldar-se segundo a vida d'Ele. Procuramos fazer a nossa vontade ou a vontade de Deus? O nosso maior engano é querer fazer com que Deus realize a nossa vontade e colocamos as nossas vontades como se fossem a vontade de Deus, mas o que nos salva é, de verdade, colocar a vontade de Deus na nossa vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Homilia Diária

27JUN2018

A Palavra de Deus tem o poder de depurar e purificar tudo aquilo que tomou conta deste mundo, que não é autêntico

“Cuidado com os falsos profetas: Eles vêm até vós vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes” (Mateus 7,15).

A grande advertência de Jesus para nós, no Evangelho de hoje, é cuidarmos daquilo que é falso. Existe falsificação em tudo, há falsos profetas, falsas profecias, falsas palavras, ensinamentos e ditados. Estamos em um mundo falseado e falsificado.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Precisamos ter cuidado com aquilo que não é autêntico nem verdadeiro, com aquilo que não edifica nem constrói. A questão é que, num primeiro momento, não temos a sabedoria, porque nos deixamos levar por coisas falsas, acostumamo-nos a comprar coisas que pareciam boas, mas não eram, a comprarmos coisas enganosas como se fossem certas. Acostumamo-nos a falar coisas erradas para as pessoas, ensinar coisas erradas como se fossem certas. No mundo em que vivemos, parece muito comum usar o errado e o falso como se fossem corretos e verdadeiros.

A Palavra de Deus tem o poder de depurar e purificar tudo aquilo que tomou conta desse mundo que é falso, que não é autêntico. Precisamos deixar que a Palavra de Deus realize isso na nossa vida e no nosso coração.

O Evangelho de hoje não é para ficarmos dizendo: “Olha aquele profeta, aquele pregador, aquele de outra religião, é um falso profeta”. O Evangelho de hoje é um apontamento para termos cuidado com tudo que é falso no nosso meio, na igreja em que frequentamos, no mundo em que estamos, nas relações que estabelecemos e para além de nós.

Papa Francisco tem me chamado bastante a atenção sobre a realidade das Fake News, e aqui não quero me referir somente às Fake News do mundo político, que é uma preocupação do mundo em que estamos. Existem muitas Fake News no mundo cristão, e no mundo católico, nem se diga! São pessoas de igreja, de grupos que não têm muita moderação, muita reflexão no que fazem, e simplesmente pegam as coisas e vão repassando. Se recebe uma coisa que parece bonita, bombástica ou profunda demais, você não reflete, não sabe de onde vem, quem mandou, quem fez.

Não é só porque a pintura é bonita ou porque o desenho está bem feito, porque tem o nome do padre tal, do fulano tal, que significa que aquilo é autêntico.

O mundo de hoje é o mundo da velocidade, e hoje a velocidade do que é falso é, mais do que nunca, espalhado. O mundo vai dar conta do mundo, mas o problema é que nós cristãos estamos tendo atitudes mundanas quando permitimos que, por meio de nós – seja pela nossa boca, pelo uso das nossas redes sociais – espalhe o que é falso, o que não é correto e mentiroso.

Cuidado com os falsos profetas, cuidado com as falsas profecias, cuidado com as coisas falsas que nós recebemos e espalhamos como se fossem verdade, pois para recolhermos não damos conta!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 26 de junho de 2018

Homilia Diária

26JUN2018

Tudo o que é santo e sagrado merece todo respeito, cuidado e delicadeza da nossa alma e do nosso coração

“Não deis aos cães as coisas santas, nem atireis vossas pérolas aos porcos” (Mateus 7,6).

Tudo o que é santo e sagrado merece todo respeito, cuidado e delicadeza da nossa alma e do nosso coração. Muito cuidado para não depreciar o que é santo nem o que é sagrado, para não depreciar o nome de Deus, as coisas d’Ele, tudo o que diz respeito a Ele.

.:Participe do Aprofundamento ‘Estudo Orante da Bíblia’ com padre Roger Araújo

Muitas pessoas querem defender as coisas de Deus, mas, infelizmente, caem em discussões tolas, vãs, que não valem nada. Há pessoas que querem somente provocar, não querem conhecer a verdade.

Fico olhando nossas redes sociais, grupos de discussões que se criam aqui e acolá, onde há verdadeiros provocadores, não no sentido daqueles que causam reflexão, mas provocadores de acusações, guerras e conflitos. A melhor resposta é o silêncio, é retirar-se, não ter comunhão ou perder tempo com quem não busca o respeito para com aquilo que é sagrado?

Estou vendo pessoas debochando das coisas de Deus, ridicularizando para falar d'Ele, das pessoas d'Ele, usando do princípio de ridicularizar os outros, seja lá quem for. Mesmo quem pensa diferente de nós, quem crê diferente de nós, quem é de outra religião... Não temos o direito de ridicularizá-los, não temos o direito de usar daofensa com as palavras nem da ironia para nos referirmos àqueles que têm uma crença diferente, nem dos que façam parte da mesma igreja que nós, mas tenham princípios e concepções diferentes das nossas.

Não debochemos do que é sagrado, não percamos tempo com pessoas que querem somente ir para oescárnio, para a discussão ou que Deus é sua razão e aquilo que ele acha que é certo.

Não demos aos cães aquilo que são as nossas coisas santas. Há um lugar certo e um tempo certo para cada coisa, há um lugar para rezar, porque aquele lugar é sagrado e lá se respeita o sagrado. Há um lugar onde o sagrado não é respeitado, onde ele é debochado e visto de qualquer jeito. Ali, não vamos levar o sagrado, ali é o lugar do deboche e do escárnio.

O sagrado é sagrado, o mundano é mundano. O sagrado purifica o mundano? Óbvio que sim, mas apenas quando deixamos que Deus entre naquilo que se profanou, que somos nós, e nos abrimos para a graça. Não vamos nos misturar com aquilo que não é falso nem é verdadeiro!

Façamos para o próximo aquilo que queremos que os outros nos façam. Se não queremos que os outros façam mal a nós, não façamos mal a ninguém.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Homilia Diária

25JUN2018

Se quisermos que a luz de Deus entre no nosso coração, precisamos parar de olhar no retrovisor da vida dos outros

“Não julgueis, e não sereis julgados. Pois, vós sereis julgados com o mesmo julgamento com que julgardes; e sereis medidos, com a mesma medida com que medirdes” (Mateus 7,1-2).

Deus é bom, misericordioso, bondoso e amoroso, mas Ele também é justo. A justiça de Deus vem para nos tornar justos, e a primeira coisa, se quisermos realmente que a justiça de Deus aconteça na nossa vida, é não julgarmos uns aos outros. Não julgar é, justamente, o que o verbo está nos dizendo, é pararmos de fazer juízo a respeito da vida dos outros. E fazer juízo da vida dos outros é como um tribunal que se reúne e lança uma sentença sobre a vida das pessoas.

A nossa cabeça está carregada, pesada, os nossos pensamentos não param, porque vivemos, constantemente, julgando uns aos outros. Nós julgamos as atitudes dos outros, as suas ações. Quanto mais nos tornamos juízes dos outros, mais incapazes somos de nos julgarmos, de nos conhecermos, de voltarmos para nós.

O Evangelho está nos dizendo: Por que você vê o cisco no olho do teu irmão, mas não vê a trave grande no teu olho?” (cf. Mateus 7,5). Em outras palavras: “Por que você não se enxerga? Por que você vive preocupado com a vida dos outros? Por que você só sabe falar da vida de todo mundo e não sabe falar da sua própria vida?".

Às vezes, vamos conversar com essa ou aquela pessoa, e ela sabe falar da vida do marido, do filho, do vizinho; mas quando é para falar de si mesma, não sai pouca coisa, não sai o essencial ou não se conhece como precisa ser conhecida.

Quando nos conhecermos de verdade, quando entrarmos com profundidade dentro de nós e do nosso coração, quando conhecermos as coisas asquerosas que guardamos, vivemos, pensamos e sentimos, nunca mais seremos capazes de julgar ninguém. Quando julgamos os outros, esse é o primeiro sinal de que não nos conhecemos, de verdade, e vivemos nessa escuridão de vida, vivemos na penumbra, porque somos focados na vida dos outros e não na nossa própria vida.

Se quisermos que a luz de Deus entre no nosso coração, precisamos parar de olhar no retrovisor da vida dos outros, e olhar para o visor da graça que entra com a luz do Céu no nosso coração.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 24 de junho de 2018

Homilia Diária

24JUN2018

João é uma seta, não é o caminho. Ele é aquele que está sempre apontando para Jesus

“E todos os que ouviam a notícia, ficavam pensando: ‘O que virá a ser este menino?’ De fato, a mão do Senhor estava com ele. E o menino crescia e se fortalecia em espírito. Ele vivia nos lugares desertos, até o dia em que se apresentou publicamente a Israel (Lucas 1,66.80).

Celebramos, hoje, o nascimento deste menino abençoado: São João Batista. Toda vida humana, quando nasce, é uma bênção de Deus, mas há aqueles que são escolhidos, desde o ventre de sua mãe, como nos lembra o profeta Jeremias.

João Batista foi assinalado, foi marcado no ventre de sua mãe para ser o profeta do Deus Altíssimo. Por isso, neste domingo solene, celebramos a graça do nascimento dessa criança.

Geralmente, celebramos a festa dos santos quando eles nascem para o Céu, no aniversário de sua morte. No entanto, celebramos o nascimento de Nossa Senhora e de São João Batista, porque eles representam o nascimento para uma vida nova. Maria foi concebida sem pecado, e João Batista foi santificado no ventre de sua mãe.

Quem é esse menino que, desde pequeno, tem a graça de Deus sobre ele, tem o olhar de Deus voltado para ele? João Batista é o precursor de Jesus, é aquele que vai preparar os caminhos para que o Senhor passe. Em João, há três coisas importantes que chamam demais a minha atenção: primeiro, esse menino é grande aos olhos de Deus, o anjo mesmo disse quando anunciou a Zacarias o seu nascimento: “Ele será grande aos olhos do Senhor”(Lucas 1,15).

A grandeza de João não está na sua importância ou naquilo que ele fala, mas na sua humildade. Quando João diz: “Eu não sou nem digno de desamarrar as suas sandálias, convém que ele cresça e eu diminua” (João 1,27). João é uma seta, não o caminho, ele é aquele que está sempre apontando para Jesus e nunca deixa que as luzes pairem sobre ele, nem deixa que seu brilho apareça. João é o homem do escondimento, é aquele que está sempre escondido, é o homem do deserto e da sobriedade. João é para nós um exemplo de sobriedade.

É interessante, porque as festas de São João, no Brasil, são regadas à bebidas, alcoolismo, têm pessoas bebendo para lá e para cá. Penso que isso não tem muito haver com São João. O São João que celebramos, hoje, é o homem da sobriedade, podemos acender a fogueira, ter as comidas típicas, mas tudo o que represente excesso e o mundanismo mais do que a Deus não tem muito haver com João Batista.

O João que, hoje, rendemos veneração não era um homem que se embriagava; pelo contrário, era um homem que se recolhia para a vida sóbria, era cheio do Espírito Santo.

Se quisermos celebrar João Batista de verdade e em Espírito, enchamo-nos daquilo que ele se encheu: do Espírito Santo de Deus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 23 de junho de 2018

Homilia Diária

23JUN2018

Uma grande injustiça é deixar de servir a Deus para servir ao deus deste mundo, que é o dinheiro

“Ninguém pode servir a dois senhores: pois, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Mateus 6,24).

As palavras de Jesus podem parecer duras, mas são verdadeiras. Precisamos delas para que a nossa vida ande na medida correta, é a justa medida para o nosso coração.

Não podemos servir a dois senhores. Deus é Deus, e o deus deste mundo é o dinheiro. Não precisamos ter dúvida nenhuma a respeito disso. É o mercado financeiro com tudo aquilo que ele tem de desdobramentos que manda na vida, nos negócios e nas relações. O deus dinheiro, muitas vezes, manda até dentro da igreja, manda nas pessoas da igreja, nas relações que elas estabelecem umas com as outras.

Não podemos ser dominados pelo Deus deste mundo, pelo contrário, temos de nos servir do dinheiro, para que ele promova paz, justiça e o bem comum. O dinheiro, muitas vezes, é a mercadoria e o mecanismo para o enriquecimento de alguns e o empobrecimento da grande maioria. O dinheiro é o grande promotor das injustiças no mundo.

Estão perguntando por que Deus permite tantas injustiças, mas Ele não permite nenhuma injustiça, Ele chora com as coisas injustas deste mundo; e a grande injustiça é deixar de servi-Lo para servir ao deus deste mundo, que é o dinheiro.

Se os corações servissem a Deus, o dinheiro não seria utilizado para alguns enriquecerem, para juntarem só para si, mas repartiriam o que Deus deu para todos com todos. A prática perversa de uns terem mais e outros não terem nada nunca é abençoada por Deus.

O dinheiro conseguido com suor no bolso, com o trabalho, é mais do que justo, mais do que honesto e necessário, mas escravizar-se pelo dinheiro e deixar que ele mande em nossas relações é a grande perversidade do mundo em que nós vivemos.

“Não vos preocupeis com a vossa vida” (Mateus 6,25). O dinheiro nos leva a ter uma vida excessivamente preocupada com os acúmulos: O que vou ter? O que vou comer. Nunca estamos satisfeitos com a roupa que temos, com a comida que comemos, com aquilo que podemos. Estamos sempre preocupados em ter mais.

Quanto mais nos preocupamos com as coisas do mundo, menos o nosso coração se ocupa de Deus, e Ele pode se ocupar de nós para nos ajudar a ter uma vida justa, correta e sóbria.

Não sirvamos ao deus desse mundo, sirvamos unicamente àquele que é o nosso Deus e Senhor.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Homilia Diária

22JUN2018

O tesouro que acumulamos no Céu é o amor que depositamos no coração de Deus

“Não junteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e os ladrões assaltam e roubam” (Mateus 6,19).

Não podemos deixar que o tesouro do nosso coração esteja preso às coisas da Terra, porque essa é a tendência da vida, é olharmos para ela como se fosse aqui e agora. A qualidade de vida para algumas pessoas é o dinheiro que elas acumulam, são os bens que elas têm e a rentabilidade financeira que move a sua vida, de modo que, quando uma dessas três coisas não estão bem, muitas vezes, o coração não está bem, a vida não está bem. É um tremendo engano e uma tremenda ilusão.

A verdade é que se olharmos para as pessoas que têm muito dinheiro, elas estão sofrendo para ter o muito dinheiro que têm, para guardar o muito dinheiro que acumularam. É a preocupação com segurança e em fazer render mais o que têm.

É bom trabalhar honestamente para conseguir melhorar de vida, para ter o que é preciso para uma vida digna, saudável, que é bom para todos. O problema é onde está o seu coração, pois onde ele estiver, ali estará o seu tesouro. Se o seu coração está preso aos bens deste mundo, aos tesouros que você acumula, ali seu coração vai estar preso, e o coração preso a este mundo não consegue absorver as coisas do Céu.

Com os pés no chão, trabalhando para ter uma vida digna, correta, ajustada, pagando as contas, podendo ter só o que precisa, mas com o coração em Deus, no Alto, acumulando o verdadeiro tesouro que traça, ferrugem nem ladrão poderão nos roubar.

Nenhum ladrão pode tirar a alegria do coração de quem é de Deus, nenhuma perda desse mundo tem comparação com o tesouro que acumulamos no Céu. Acumular tesouros no Céu não é transpor realidades materiais nem mundanas para lá. Às vezes, alguém diz: “O dinheiro que eu deposito na igreja é ponto que vou acumular no Céu". Não nos deixemos iludir nem nos enganar por essa retórica pervertida!

O tesouro que nós acumulamos no Céu é o amor que depositamos no coração de Deus, é o amor que temos para as coisas d’Ele e para com o nosso próximo, é o bem que praticamos, a generosidade do nosso coração, a caridade da nossa alma, a misericórdia nas nossas atitudes. O tesouro que acumulamos no Céu é o perdão que oferecemos, sem medida, ao próximo.

Acumular tesouros no Céu é viver a reconciliação com os nossos irmãos, com o mundo em que vivemos. Onde promovemos a paz e o bem não promovemos a guerra, a disputa nem a competição por causa dos bens materiais.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Homilia Diária

21JUN2018

A oração acontece na simplicidade do coração, a oração é uma relação amorosa com Deus

“Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos” (Mateus 6,7).

Jesus está nos ensinando como devemos orar. A oração é a expressão maior da nossa relação com Deus; é a expressão da nossa comunhão com Ele. Só temos comunhão com o Pai quando temos vida de oração, e vida de oração exige dedicação e esforço. A vida de oração é muito exigente, mas é ela que nos coloca na sintonia de amor com Deus, Nosso Pai.

Três coisas são importantes para que a nossa oração seja eficaz: a primeira é não multiplicar as palavras, é o imperativo que Jesus está nos dando hoje. Muitas pessoas acham que serão ouvidas orando muito, falando muitas palavras, falando mais alto, gritando e esperneando. Mas a oração acontece na simplicidade do coração, a oração é uma relação amorosa com Deus.

Quando se quer conseguir algo de alguma pessoa, não se grita com ela ou fica na repetição. Com Deus a nossa oração tem de ser de confiança e não de exasperação; não exasperar as palavras, os atos e nem as atitudes. É claro que, há situações onde não estamos tão bem; situações que parecem que o desespero toma conta de nós, mas é, principalmente, nessa hora que a nossa confiança em Deus tem de ser maior, a oração que vai na serenidade das palavras e das atitudes. É assim que nos dirigimos a Deus.

A nossa oração tem de ser uma mistura de fala serena com as palavras que precisamos dizer, mas não precisamos achar palavras bonitas, pois Deus não vai nos ouvir pela força das palavras que sabemos dizer. Muitas vezes as orações tornam-se até teatrais e, às vezes, oramos mais para os outros do que para Deus. Com Deus se fala na simplicidade porque Ele é simples.

A segunda coisa importante é não deixar de colocar o silêncio. Nossas orações têm ficado muito barulhentas, cheias de coisas e não mergulhamos na força do silêncio. A oração eficaz é aquela que nos dirigimos a Deus como Nosso Pai, temos confiança que Ele é o Pai, que Ele cuida de nós, que Ele nos pega pela mão e conduz o nosso coração.

A terceira coisa que na oração jamais pode faltar é o perdão sincero que buscamos de Deus e, o perdão sincero que concedemos ao irmão. Todos os dias precisamos pedir perdão a Deus e todos os dias precisamos perdoar o nosso irmão. O bálsamo da oração é a força do perdão.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Homilia Diária

20JUN2018

Tudo aquilo que propagamos, não é para propagar a nós, mas é para propagar Cristo Jesus

“Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens” (Mateus 6,5).

Vivemos na era midiática, na era da propaganda, da publicidade, onde tudo que é feito tem que ser propagado, divulgado e anunciado. Isso não é somente coisas de grandes empresas ou de quem tem empreendimentos comerciais. Hoje, temos de colocar tudo nas redes sociais, todo mundo tem que saber o que fazemos.

.:Participe do Aprofundamento 'Estudo Orante da Bíblia' com padre Roger Araújo

Que perigo, sobretudo para a nossa fé! Pois uma coisa é testemunharmos, darmos bons exemplos cada vez mais necessários e importantes no mundo em que vivemos, inclusive estimular isso nos outros corações. No entanto, ficar o tempo inteiro fazendo propaganda de si não tem nada de evangélico, nada de cristão; não é testemunho, mas contratestemunho.

Tudo aquilo que propagamos não é para nos promover, mas sim para propagarmos Cristo Jesus. Vivemos em um mundo onde todos querem curtidas e seguidores, mas nós só curtimos e amamos Jesus, só seguimos o Cristo.

É uma ilusão esse mundo em que vivemos, pois queremos ser aplaudidos por aquilo que realizamos. Queremos ser mais amados e queridos. Se vamos orar, a nossa oração não é para chamar à atenção ninguém; a oração é a expressão da nossa comunhão com Deus. Não é chamar atenção: “Olha o quanto eu rezo! Olha as minhas orações aqui!”. Se vamos fazer a caridade para com o outro, a nossa caridade não é para fazermos propaganda.

Obras governamentais, quando inauguram uma creche ou outra coisa, que é mais do que a obrigação deles, têm de colocar lá uma placa. Não podemos colocar placas nas caridades que são nossas obrigações, senão, não há efeito cristão nenhum. Tudo o que fizermos é para o Pai, mas há aqueles que fazem sacrifícios, jejuns ou qualquer outra forma de sacrifício, e pensamos: “Eu tenho que divulgar que hoje estou de jejum”.

Há discrição em fazer as boas obras em segredo; e em segredo quer dizer em comunhão com o Pai, na intimidade com Ele. É para o Senhor o melhor de tudo que fazemos. Não podemos, todas as vezes que formos à capela, tirar uma foto nossa para que todos vejam que estamos na capela. Eu não posso realizar uma Missa, participar de alguma coisa religiosa em em tudo, propagar o que estou fazendo.

Cuidemos, porque, muitas vezes, o que realizamos é mais para propagar ao mundo e criar culto para nós do que levar para o verdadeiro culto a Deus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 19 de junho de 2018

Homilia Diária

19JUN2018

A perfeição do amor cristão é saber amar quem não nos quer bem, é saber fazer o bem para quem nos fez o mal

“Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem!” (Mateus 5,44).

No mundo, há uma busca de perfeição. O atleta quer ser perfeito, quer bater todos os recordes, o cientista quer fazer com perfeição as suas descobertas e pesquisas científicas. Ser “perfeito”, no entanto, não quer dizer sem defeito, pois perfeito quer dizer fazer bem feito aquilo que sabemos fazer. Precisamos ser cristãos que buscam a perfeição ou procuram fazer o melhor que podemos naquilo que realizamos.

O que é específico de um ser cristão? Ele é um ser que vive o Cristo na sua vida, pois o Senhor é para nós amor divino, é amor de Deus, por isso o amor é a prática primeira e fundamental da vida cristã.

O que torna um cristão perfeito não é a quantidade de orações que ele faz. O que o torna semelhante a Cristo não são as penitências que ele realiza. Tudo isso ajuda, aperfeiçoa, estimula, molda o nosso coração para vivermos a prática do amor, mas sem amor não somos nada! Por isso, se existe a busca da perfeição em tudo que os homens realizam, existe a perfeição do amor, e é a perfeição do amor que estamos buscando. É isso que o Pai nos diz: "Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mateus 5,48).

A perfeição do amor consiste em aprender a amar os nossos inimigos. Não temos inimigos, mas há pessoas que não nos querem bem, que nos querem mal, que nos têm em conta de inimizade. Temos uma resposta para dar a elas: o nosso amor evangélico, amor cristão; o querer bem a elas, rezar por elas. “Rezai por aqueles que vos perseguem, por aqueles que vos fazem o mal, por aqueles que não vos querem bem”, é a resposta cristã. A nossa resposta não pode ser vingança mental, não podemos querer o mal daquela pessoa, desejar o mal para ninguém, isso não é perfeição do amor; pelo contrário, é o desvirtuamento da força do Evangelho em nós.

Busquemos a perfeição, busquemos aperfeiçoar o amor de Deus em nós. Caprichamos em amar quem já é próximo de nós, quem já tem muita afeição por nós. Isso todos fazem, até os pagãos realizam melhor do que nós.

A perfeição do amor cristão é saber amar quem não nos quer bem, é saber fazer o bem para quem nos fez o mal, é rezar por aqueles que não nos têm em conta e nos levam em conta de inimigos. Esse é o amor cristão, não é o amor do mundo.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Homilia Diária

18JUN2018

O que está em nós não é o mal, o que está em nós é o bem, a graça, o perdão e a misericórdia

“Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda!” (Mateus 5,39).

“Olho por olho. Dente por dente” é um preceito tão antigo quanto a humanidade, colocado em prática nas relações humanas até os dias de hoje e com mais evidência. Se me fez um mal, eu retribuo com o mal, fechou-me a cara, eu fecho a cara também, não me valoriza eu também não valorizo e vivemos em um mundo de disputas, de inimizades, de conflitos e vingança. Há várias formas de se vingar: a vingança da frieza, da indiferença, dos maus tratos, da briga, das guerras, das competições e disputas. Todas elas destroem o mundo, o nosso coração, a nossa saúde, as relações e convivências humanas.

A ordem de Jesus para nós é: "Não enfrenteis quem é malvado. Não compartilhe com o mal. Não se contamine com o mal do mundo". O mal que o mundo quer injetar em nós é: “Fez-me o mal, eu também faço o mal”. Ora, o que está em nós não é o mal, o que está em nós é o bem, a graça, o perdão, a misericórdia; ou não trazemos Deus em nós, não O recebemos em nós ou não temos a vida d'Ele na nossa vida. Essas questões são fundamentais, é isso que define se somos de Deus ou se somos mundanos, é a mentalidade que temos, é a cabeça que temos. Talvez, você diga: “Ainda não cheguei a esse ponto”. Então, chegue e lute, para que a nossa mentalidade não seja a do mundo, porque essa mentalidade mundana destrói todas essas coisas.

Não nos contaminemos pelo mal, mas transformemos o mundo pelo bem de Deus que está em nós. Não é ser ingênuo, bobo como muitos querem entender que devemos ser, é não se contaminar pelo mal, é não deixar que nos tornemos maus, porque o outro nos fez mal. É mostrar que o que está em nós é maior do que está no mundo.

No mundo está o mal, mas em mim eu quero que esteja sempre o bem, a graça e o Reino de Deus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 17 de junho de 2018

Homilia Diária

17JUN2018

O Reino de Deus, que é desprezado por muitos, é o que transforma a vida e a mentalidade deste mundo

“O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra” (Marcos 4,31).

Sabemos que o que é menor é sem significância, sem importância, é desprezível. Queremos sempre o que é maior, o que é mais importante, o que realmente dá valor e consistência. Para muitos, a Palavra de Deus, as coisas d'Ele são menores, alguns até a desprezam, outros a colocam em segundo ou terceiro lugar, porque não é tão importante. Cada um tem a sua escala de valores. Você prioriza isso, valoriza isso, porque para você é o mais importante. Mas a Palavra de Deus, o Reino de Deus, as coisas d'Ele, não são prioridade na vida de muitas pessoas.

Quando nos encontramos numa situação difícil, aquilo que desprezamos ou não damos valor é o que se torna o fermento transformador da vida. A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se a pedra fundamental; a semente que foi desprezada tornou-se a maior hortaliça de todas. O Reino de Deus, que é desprezado por muitos, é o que transforma a vida e a mentalidade desse mundo.

Não deixe que o Reino de Deus seja apenas uma semente insignificante, guardada em um canto. Não deixe que ela fique apenas como um grão de mostarda em sua vida. Cultive e valorize o Reino de Deus, e você verá que a semente vai se tornar a maior de todas as hortaliças, a maior de todas as graças e bênçãos, a grande prioridade que transforma a nossa vida.

Quando deixamos uma semente de lado, ela seca, fica desprezada, mas se cultivarmos essa semente, ela crescerá, produzirá tantos frutos, que ficaremos, depois, contemplando as maravilhas que acontecem.

O Reino de Deus precisa ser cultivado, não basta tê-lo em nós, é preciso que ele cresça, floresça e venha para fora. É a menor, parece a mais insignificante, mas não se esqueça de que é a mais importante, essencial para que a nossa vida seja transformada. Acolhamos a semente pequena da Palavra, e ela vai tornar a nossa vida grande e importante, como deve ser aos olhos do Senhor.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 16 de junho de 2018

Homilia Diária

16JUN2018

Somos frágeis, mas não podemos deixar que cresça em nós a corrupção da palavra, da autenticidade nem da consciência

“Dizei somente: ‘Sim’, se é sim; 'não, se é não. Tudo o que passa além disto vem do Maligno” (Mateus 5,37).

Não precisamos jurar nem nos exaltar para prometer algo a alguém, porque a força da palavra vem pela autenticidade da vida da pessoa. Quando nos acostumamos a contar uma mentira aqui, outra acolá; quando nós temos duas palavras diante de uma mesma realidade; quando, de frente para uma pessoa, dizemos uma coisa, mas na frente de outra pessoa dizemos algo diferente, isso significa que não somos autênticos.

É difícil ou quase impossível confiar em pessoas que não são autênticas. Somos frágeis, temos fragilidades, mas não podemos deixar que cresça em nós a corrupção da palavra, da autenticidade nem da consciência.

O grande mal do mundo em que vivemos são as mentes que se corrompem por qualquer coisa, são pessoas dúbias nas palavras, que se movem por jogo de interesses, e ora dizem uma coisa, ora dizem outra; ora têm esse comportamento, mas, naquela outra realidade, vão ter outro comportamento.

Pessoas corruptas são falsas, e a falsidade é a falta de autenticidade. Nem sempre é fácil [ser autêntico], mas é porque vamos nos acostumando com pequenas mentiras e transformando coisas pequenas, como se elas não tivessem importância. Uma pequena “mentirinha” é uma mentira de qualquer forma; uma coisa que é dita de forma contraditória, enganosa e ilusória, transforma-nos em pessoas falsas.

Comungar com o Senhor é comungar com a verdade. Não podemos ser, nunca, pessoas de duas caras, de duas palavras e dois corações. Que o nosso ‘sim’ seja sim, e que o nosso ‘não’ seja não. Não podemos ser 'sim' para alguém conforme as conveniências, conforme as vantagens que queremos obter aqui e acolá.

Toda a falta de autenticidade, tudo o que é mentiroso é do maligno. Que o nosso 'sim' seja sim, que o nosso 'não' seja não; o que passa disso é diabólico, maldoso, não é do Céu.

Que a Palavra de Deus nos conceda autenticidade de vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Homilia Diária

15JUN2018

É um verdadeiro combate espiritual, é um combate mental e psicológico para encontrar, de fato, a brisa, a suavidade de Deus em nós

“Passado o terremoto, veio um fogo. Mas o Senhor não estava no fogo. E depois do fogo ouviu-se um murmúrio de uma leve brisa” (1Rs 19,12).

Elias está na montanha sagrada para se encontrar com o Senhor. Como nós precisamos nos encontrar com o Senhor, apenas precisamos saber onde Deus passa, onde Ele está e onde Ele permanece na vida e no coração de cada um de nós. O Senhor não estava naquele vento impetuoso, naquele vento forte, naquela ventania.

Na nossa vida existem muitos ventos, aquilo que vai e que vem, provocando agitações por onde passa. O nosso coração, muitas vezes, está tomado pelas agitações da vida, e Deus não se encontra em um coração agitado nem numa vida agitada. Do mesmo modo, depois do vento há um terremoto, onde as coisas se abalam. O terremoto é aquilo que provoca grandes desastres e abalos.

O terremoto é símbolo do desespero. Às vezes, achamos que vamos encontrar Deus quanto mais desesperados nós ficarmos. Acontece uma coisa pequena e a pessoa transforma aquilo num grande desespero, numa grande calamidade. Não é ignorando que existe calamidade e situações, realmente, desastrosas, mas mesmo assim isso não implica que o coração tem que se entregar ao desespero.

Quando nos desesperamos, perdemos a estabilidade da esperança e da confiança que temos no Senhor. Passado o que foi o terremoto, vem o fogo, símbolo das paixões, as quais são tantas, e muitas delas violentíssimas! Elas vêm e arrasam nossa alma e nosso coração. O fogo das paixões mundanas, dos sentimentos à flor da pele, o fogo pelas paixões das coisas do mundo. Essas paixões nos consomem por dentro.

A paixão é como um fogo aceso que vai incendiando por onde passa, por isso o Senhor não está nas ventanias da vida, Ele não está nas tempestades, nas calamidades, nos desesperos da vida nem nas paixões. Quando passou uma brisa leve, foi ali que se ouviu o murmúrio da presença divina. Precisamos aprender a acalmar o coração, equilibrar a alma e encontrar a serenidade dentro de nós.

As coisas estão muito agitadas e violentas dentro de nós, podemos até parecer pessoas calmas e tranquilas, mas dentro de nós está aquela agitação, aquela bagunça. Acalme as tempestades, os terremotos, os desesperos, combata o fogo das paixões e busque a serenidade, o silêncio da alma e a sobriedade de espírito. É ali que nos encontramos com o Senhor.

É um verdadeiro combate espiritual, mental e psicológico para encontrar, de fato, a brisa, a suavidade de Deus em nós. Muitas vezes, até as nossas celebrações são agitadas. Enquanto não encontramos a profundidade do silêncio, Deus não perfaz, não entra com profundidade em nossa alma e em nosso coração.

É na brisa leve, suave e serena que Deus se encontra conosco, e nós nos encontramos com o Senhor.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Homilia Diária

14JUN2018

O que podemos dar, de verdade, a Deus é a busca de um coração pacificado e reconciliado uns com os outros

“Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão” (Mateus 5,23).

A melhor, a grande oferenda que podemos apresentar a Deus é um coração reconciliado. Essa é a oferta verdadeira que Ele deseja de nós. Peço perdão se, muitas vezes, em nossas igrejas e comunidades, priorizam a oferta material, o dinheiro, a ajuda disso e daquilo. São ajudas, são ofertas mais do que necessárias, mas, antes da oferta material, Deus quer o nosso coração verdadeiro, sincero, um processo de conversão autêntico.

A conversão autêntica acontece quando o nosso coração se reconcilia com quem não conseguimos conviver, com quem está magoado e ressentido conosco. Não relativizemos, não ignoremos as coisas mal resolvidas dentro do coração. Não fiquemos pensando que, porque trabalhamos muito para Deus, participamos da pastoral, cantamos, dançamos, ajudamos na igreja, fazemos a nossa oferta, fazemos muitas caridades. Tudo isso é digno da nossa vida cristã, mas não podemos negligenciar o coração, enganar e distorcer aquilo que está embrulhado. E fica embrulhado, porque, quando ignoramos situações mal resolvidas na vida, criamos um embrulho, empacotamos esse embrulho e o jogamos no canto, não mexemos mais com isso.

Acontece que ficamos doentes de tantos embrulhos e coisas velhas que estão guardadas dentro de nós, situações mal resolvidas, lixos que são acumulados, raivas, ressentimentos, mágoas, coisas que não fazem bem à nossa saúde.

Muitas vezes, vamos às Missas, celebrações e cultos, e pedimos: “Senhor, cura-me. Traga a cura para mim”. Muitas vezes, são curas profundas que nós precisamos, mas a grande cura não deixamos acontecer. Um coração verdadeiramente curado é reconciliado com o seu irmão, com toda a força da sua alma e do seu coração. Não é ficar como se nada tivesse acontecido. Um coração acende alerta quando não estamos bem, quando as coisas não estão resolvidas com o outro. O pior é quando o coração nem alerta acende mais, ficou naquele estado de estagnação com tantos ressentimentos e inimizades, que nem com a reconciliação ele se importa mais.

Lembre-se que a grande oferta a Deus não é simplesmente o que damos a Ele,pois o que podemos dar de verdade a Deus é a busca de um coração pacificado e reconciliado uns com os outros, é a oferta que Deus espera de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Homilia Diária

13JUN2018

Precisamos nos aprofundar mais na Palavra, conhecê-la com mais intensidade e deixar que ela caia em nosso coração

Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus” (Mateus 5,19).

Há uma tendência no mundo e na sociedade de vivermos o relativismo das coisas: “Não é bem assim. Não é desse jeito”. Se há aqueles que têm a tendência de exagerar, de levar as coisas para além da medida, há aqueles que, realmente, querem levar as coisas de qualquer forma, até interpretando de forma errada a Lei de Deus, a Palavra d'Ele e Seus ensinamentos.

Podemos ter dificuldades para colocar em prática a Palavra do Senhor, pois nós temos uma luta dentro de nós: há um homem novo, que brotou do Evangelho, e há um homem velho lutando dentro de nós. Não podemos deixar prevalecer o homem velho, mandando e orientando a nossa vida, para, dessa forma, também ensinarmos os outros.

Tratamos o relativismo como se fosse sinônimo de misericórdia. No entanto, ser misericordioso é compadecer-se da fraqueza e da dificuldade do outro, misericórdia não é transformar o errado em coisa certa, não é simplesmente olhar para o mundo e ver tudo de errado que está acontecendo e dizer: “É assim mesmo. Todos somos filhos de Deus”.

Os filhos de Deus precisam conhecer o caminho reto que salva, cura, liberta e transforma; e não relativizar a Palavra do Senhor, as coisas d'Ele e Seus mandamentos de forma nenhuma! Pelo contrário, precisamos nos aprofundar mais na Palavra, conhecê-la com mais intensidade e seriedade, deixar que ela caia em nosso coração, realize a obra de Deus em nós e vá nos convencendo daquilo que o mundo não quer se convencer, de que só a Palavra transforma a nossa vida.

Não vivamos errado os mandamentos nem a Palavra de Deus. E se algo em nossa vida estiver no erro, permitamo-nos ser corrigidos por Deus, permitamo-nos ser corrigidos por uma consciência reta, serena, verdadeira. Não aplaudamos, ensinemos nem conduzamos ninguém para a prática do erro, para aquilo que não está de acordo com a vontade de Deus.

A misericórdia do Senhor socorre todas as nossas fraquezas e nos conduz para a verdade; ela não nos deixa atolados no erro. Levantemo-nos de uma consciência frouxa, para termos a consciência reta e direcionada de acordo com a Palavra do Senhor.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 12 de junho de 2018

Homilia Diária

12JUN2018

A caridade profunda é a daquele que tem um coração desprendido e doado para saciar a fome do outro

“Ela respondeu: ‘Pela vida do Senhor, teu Deus, não tenho pão. Só tenho um punhado de farinha numa vasilha e um pouco de azeite na jarra. Eu estava apanhando dois pedaços de lenha, a fim de preparar esse resto para mim e meu filho, para comermos e depois esperar a morte’”(1Rs 17,12).

A beleza da Palavra de Deus que vem ao nosso coração, hoje, é de nos colocarmos diante deste drama: um profeta, como é Elias, um homem dócil, submisso a Deus, que se deixa levar por Ele. Elias entra em Sarepta, e essa é a condição em que elese encontra, passando fome, sede, necessidade; e ele vai ao encontro de uma viúva que mal tinha com o que se alimentar, que mal tinha alimento para ela e para o seu filho. Um pouco de farinha e água que ela possuía, era para alimentar ela e ofilho, e depois esperar a morte. Mas o profeta pede a ela que alimente a sua sede, que ela sacie a sua fome. O pouco ou o nada que aquela mulher tem, reparte com Elias, com seu filho e com ela. A viúva sacia a fome daquele homem de Deus.

Para nós, é um exemplo do que é, de fato, a caridade, que precisa ser vivida na vida de cada um de nós. Basta ver que os mais pobres são aqueles que mais sabem repartir o que têm, eles repartem o que nada têm com quem não tem realmente nada.

Andamos em tantos lugares desse mundo de meu Deus e vemos como os pobres repartem o que têm, como eles partilham o pouco do arroz e do feijão que têm. É escandaloso para nós quando sobra comida em nossa despensa, quando vemos crianças deixar comida no prato, escandaloso quando vemos tantos desperdícios acontecendo no mundo, mais escandaloso ainda é a nossa pouca capacidade de partilha. Falamos de caridade, fazemos uma prática aqui e acolá, mas a caridade profunda e verdadeira é a daquele que sempre partilha o que tem, sem medo tem um coração desprendido e doado para saciar a fome do outro; a fome de amor, de presença. Partilhar e compartilhar a vida com intensidade de coração é a caridade que deve estar sempre ardendo dentro da nossa alma.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Homilia Diária

11JUN2018

Um homem cheio do Espírito Santo não realiza mágicas, mas ele faz o poder de Deus acontecer à submissão da vontade divina

“Quando Barnabé chegou e viu a graça que Deus havia concedido, ficou muito alegre e exortou a todos para que permanecessem fiéis ao Senhor, com firmeza de coração” (At 11,23).

Celebramos, hoje, o apóstolo São Barnabé, companheiro de Paulo e importante na viagem que este realizou para evangelizar parte da Ásia, sobretudo, na missão evangelizadora que ele realizou na Antioquia.

O que chama à atenção na figura de Barnabé? Ele era um homem cheio do Espírito Santo, intrépido, audacioso, corajoso, um homem de muita fé. O apostolado de Barnabé aconteceu na submissão ao Espírito Santo. Ele era um homem cheio do Espírito.

Para realizarmos o apostolado divino, para sermos apóstolos de Jesus Cristo, no mundo em que vivemos, não podemos abrir mão, de forma nenhuma, em ação nenhuma que realizamos, da força do Espírito Santo. É ele quem nos inspira, dirige-nos e ilumina. Um homem cheio do Espírito Santo não realiza mágicas, mas faz o poder de Deus acontecer à submissão da vontade divina.

Barnabé passou por muitas provações, privações e dificuldades, por momentos de muitas tempestades. Em todas elas, no entanto, ele foi um homem submisso a Deus no poder do Espírito Santo.

Precisamos, nos dias de hoje, de apóstolos, homens e mulheres que sejam submissos ao Espírito Santo de Deus. Olhamos para nós e, muitas vezes, somos submissos à nossa própria vontade, ao que queremos realizar. Queremos que as coisas andem da nossa forma, do nosso jeito, não estamos preparados para enfrentar as contrariedades quanto mais as grandes adversidades que nos advém na vida, na evangelização, no trabalho apostólico e missionário. Ou nos tornamos apóstolos submissos ao Espírito, dóceis ao Espírito para enfrentarmos as amarguras, as tempestades, adversidades da vida ou seremos apóstolos tristes, amargurados, frustrados e derrotados.

O êxito na evangelização não está na quantidade de pessoas que evangelizamos, não está nos resultados que nos advêm. O êxito na evangelização está na submissão ao Espírito Santo. Ele é a alma da Igreja, é Ele que inspira, traz, dirige e coordena os tempos em que vivemos.

Precisamos da audácia de Barnabé, audácia de submeter-se ao Espírito para que ele conduza, dirija, ilumine, coordene aquilo que nós devemos fazer. Mandar não é tão difícil, mas obedecer é a grande obra de Deus em nossa vida. Aqui se trata, sobretudo, de obedecer a Deus, de ouvi-Lo e ser dócil com Ele.

Um homem audacioso no Espírito só se torna, realmente, intrépido quando sabe submeter e obedecer à voz do Espírito.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 10 de junho de 2018

Homilia Diária

10JUN2018

Estamos pisando em cima do amor que aprendamos da luz da fé, para vivermos as nossas preferências religiosas

“Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se. Assim, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído” (Marcos 3,24-26).

O maligno é o destruidor, ele é o destruído, porque é aquele que provoca a separação, é aquele que se separa de Deus e quer também nos separar do Senhor. É aquele que quer ver famílias divididas, pessoas divididas, igreja dividida, ele quer nos colocar uns contra os outros.

O Evangelho de hoje é um alerta para todos nós, porque não adianta só colocar a culpa no maligno quando nós, de livre e espontânea vontade, deixamo-nos seduzir por suas artimanhas. De uma vez por todas, aprendamos que o diabulus é aquele que divide, é aquele que separa, é aquele que se afasta de Deus e quer também que outros se separem d'Ele. Ele não semeia o amor, mas semeia a discórdia; não semeia a união, mas a desunião e a briga; ele não coloca as pessoas para se unirem, mas coloca as pessoas umas contra as outras.

Não precisamos ilustrar, porque é só olhar o mundo em que vivemos, não é um mundo distante, mas há algo mais triste do que uma família dividida? Do que uma família que só tem brigas, separações, divisões? Em uma família pode haver desentendimentos e dificuldades de relacionamentos, mas não uns se colocarem contra os outros, os pais contra os filhos, os filhos contra os pais, os irmãos uns contra os outros, irmãos que não se falam, que não se entendem.

E não é só em uma família, é em nossas famílias, em nossas comunidades, irmãos de fé que não se falam, irmãos que estão se colocando uns contra os outros, atacando uns aos outros, falando mal uns dos outros. Desculpe-me, mas o mais importante não é a nossa pregação, a bandeira religiosa que carregamos ou a música que cantamos, o que mais importa é o amor que nos une.

Estamos pisando em cima do amor que aprendamos da luz da fé, para vivermos as nossas preferências religiosas, familiares ou cuidarmos das nossas feridas e não cuidarmos do amor que precisamos ter uns para com os outros.

O reino dividido contra si mesmo não pode subsistir, o Reino de Deus não subsiste em nós, ele vai desaparecendo do meio de nós, começamos a viver em um reino de confusão, mentiras, intrigas, embates, combates ou, na verdade, somos chamados a implantar o Reino de Deus.

Não devemos nos colocar uns contra os outros, devemos saber viver e conviver com as diferenças, com os pontos de vistas que não se batem. Mas existe algo muito mais profundo do que qualquer ponto de vista, do que qualquer desentendimento, mágoa ou ressentimento: é o amor que Deus tem por nós, o amor que O levou a derramar Seu Sangue na Cruz, para fazer de dois povos ou, de quantos povos forem, somente um povo, o povo de Deus, e assim construir o Reino que não é dividido, mas um Reino de amor, de paz e união.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 9 de junho de 2018

Homilia Diária

09JUN2018

O Coração Imaculado de Maria irradiava o poder do Céu por onde ela passava 

“Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas” (Lucas 2,51).

Temos a graça de celebrar, no dia de hoje, o Imaculado Coração de Maria, um coração puro, santo, intacto, que não se manchou, que não se misturou com o mal nem com as mazelas desse mundo e desta vida. Assim é o coração de Maria, assim é o coração de uma Mãe toda cheia do amor divino. Quando o Anjo a saldou: “Ave, cheia de graça”, ele estava direcionado para aquele coração contemplativo, místico, cheio de Deus e pleno da presença divina.

Um coração que está cheio de Deus transborda amor, misericórdia, bondade e ternura. Onde ele passa, Deus se faz presente; e assim é a presença de Maria. O Coração Imaculado dessa Mãe irradiava o poder do Céu por onde ela passava, irradiava a presença divina, o Filho que ela carregou dentro de si, no seu corpo, no seu coração e em todo o seu ser.

Hoje, queremos olhar para o Imaculado Coração de Maria e pedir: “Mãezinha, amada e querida, suplica e intercede pelo coração de cada um de nós manchados e marcados pelo drama do pecado e pelos desamores deste mundo. Dai-nos um coração puro e amoroso como o seu; e se nos maculamos, nos sujamos com o mal do mundo, a sua intercessão bondosa e materna nos lava e nos purifica. Suplico a Jesus que nos dê um coração puro, purificado, renovado pelos méritos do Imaculado Coração de Maria”.

Hoje, colocamos, no coração de Maria, o coração das famílias, de homens e mulheres, de crianças, filhos, para que ela conserve e guarde, para que ela interceda, suplique e peça por todas as famílias que sejam reservadas e preservadas do mal desse mundo, para que triunfe junto com o coração de Jesus e com o Imaculado Coração de Maria.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Homilia Diária

08JUN2018

Mergulhemos no coração misericordioso de Jesus, para que tenhamos um coração manso, humilde, curado e cheio de amor como Ele

“Mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água” (João 19,30).

Hoje, na alegria de celebrarmos a Festa Solene do Sagrado Coração de Jesus, olhamos para Jesus pendente na Cruz e para o Seu lado aberto, onde brota sangue e água. O sangue de Jesus foi derramado por amor a nós, é o sangue d'Ele que nos alimenta, renova-nos e coloca-nos em comunhão com o Pai, o Filho, o Espírito Santo e toda Trindade.

É o sangue de Jesus que nos dá a vida em Deus, o sangue eucarístico e amoroso do Senhor. Do lado aberto do coração de Jesus brota a água que nos lavou no batismo, água que nos renova no sacramento da penitência, água que nos dá vida nova, revitalizada, água que nos dá vida em Deus. Assim é o coração de Jesus: um coração que nos ama profundamente.

Queremos contemplar o coração apaixonado e amoroso de Jesus. Não se trata apenas de um coração físico, é o coração na dimensão psíquica e psicológica mais profunda, que corresponde a todo sentimento da alma e da vontade. Deus tem sentimentos, e o mais profundo, o único sentimento que há n'Ele, é o amor.

Deus sente amor, compaixão e ternura por nós! E a expressão do coração de Jesus é de um coração apaixonado por salvar almas, por resgatar os filhos de Deus. É um coração inquieto, enquanto uma só alma estiver perdida e distante do Seu amor misericordioso.

O coração de Jesus se dilacera, rasga-se para acolher o nosso coração. O nosso coração fica inchado, machucado, ferido e dilacerado. É o coração de Jesus que cura as mágoas do nosso coração, cura todas as fendas abertas da nossa alma.

Mergulhemos no coração misericordioso de Jesus, para que tenhamos, como Ele, um coração manso, humilde, curado e cheio de amor. Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Homilia Diária

07JUN2018

Quando amamos Deus sobre todas as coisas, o amor divino nos ensina a amar o próximo

Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força!” (Marcos 12,29-30).

Deus está dizendo a cada um de nós: “Ouve, padre Roger. Ouve, José. Ouve, Maria. Ouve, Pedro. Ouve, Paulo”. Deus está nos chamando pelo próprio nome, mas escutemos com bastante atenção, porque o que mais precisamos na vida é saber ouvi-Lo.

O filho é ligado com seu pai e com sua mãe pela capacidade de ouvir, pois o que ele vai falar aprende escutando.

Quem não desenvolve a audição não é capaz de desenvolver a fala. Para falar de Deus é preciso, acima de tudo, escutar o Senhor. Precisamos deixar que os nossos ouvidos (ouvido interior, ouvido da alma e do coração), todo o nosso entendimento vibre para escutar o Senhor.

Deus é o único Senhor, precisamos amá-Lo de todo o coração, de toda a alma e entendimento, com toda inteligência e vontade, ou seja, de forma inteira amarmos o Senhor, e assim estaremos cumprindo todo e qualquer mandamento.

A vida humana provém da desordem da vivência da Lei Divina. Quando amamos o Senhor, o coração anda em ordem, porque o amor a Deus coloca ordem dentro do nosso coração.

Há amores que entram em nós e provocam verdadeiras revoluções. Só o amor a Deus pode colocar ordem nas desordens da nossa alma, só amando a Deus podemos fazer escolhas acertadas na vida.

Quando o amor de Deus é relativizado, colocado em segundo ou terceiro lugar, não fazemos escolhas acertadas e iluminadas. Aqui, não é somente fanatismo religioso, pelo contrário, é amor religioso, é amor divino, é amor correspondência, quando correspondemos ao amor que Deus tem por nós. Quando amamos a Deus sobre todas as coisas, o amor divino nos ensina a amar o próximo, porque o segundo mandamento é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

O segundo mandamento tem duas faces, não é separado, amamos a nós mesmos, queremo-nos bem, cuidamos de nós, mas amamos o nosso próximo com o mesmo amor e a mesma intensidade.

Quem não ama a si mesmo, não pode amar ninguém.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Homilia Diária

06JUN2018

A verdade fundamental da nossa fé é que Cristo ressuscitou

Com efeito, quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu” (Marcos 12,25).

A grande questão do Evangelho de hoje são os saduceus, pois eles afirmaram que não existiu a Ressurreição. Aquilo que os saduceus afirmaram é também a afirmação do século em que vivemos. Há aqueles que negam a Ressurreição e vivem como se ela não fosse um fato.

Existem duas formas de negar a Ressurreição. A primeira é a forma de vida materialista. O materialismo não se resume ao consumo de coisas materiais, mas é como se a vida fosse somente a partir da matéria e da carne, e tudo o que fazemos se projeta para essa vida carnal.

Quando não cultivamos a vida espiritual, quando não cultivamos a fé na Ressurreição e na vida futura, colocamos toda a nossa esperança, tudo aquilo que cremos, tudo aquilo que é a nossaexistência somente neste mundo; então, levamos uma vida materialista e, realmente, mantemos em nós as sementes da Ressurreição. É uma dureza e uma frustração viver assim; é, acima de tudo, uma agonia, porque a morte nos aterroriza. Quando morre alguém, entramos no desespero e as luzes se apagam.

A luz da Ressurreição ilumina todas as realidades da existência humana, porque cremos no Ressuscitado. A luz d’Ele, Seu brilho e o fogo de Sua Ressurreição iluminam o que pensamos, sentimos e fazemos. A luz ilumina a nossa esperança.

A segunda forma de negar a Ressurreição é, de fato, a mentalidade reencarnacionista, doutrinas, ceitas que pregam o ato da reencarnação, creem que as pessoas passarão por estágios de purificação e renovação.

Não dá para crer no mesmo espaço com a Ressurreição e a reencarnação. A verdade fundamental da nossa fé é que Cristo ressuscitou, nos diz a Carta de São Paulo aos Coríntios. Porque, se Ele não ressuscitou, é vã a nossa fé; e todos que vêm de Cristo também ressuscitam com Ele. Essa é a nossa verdade, por isso não vivemos com preocupações materialistas a respeito da vida depois da morte.

Temos uma única esperança no nosso coração: aquele que vive em Cristo viverá com Ele para sempre. Como será depois? Os olhos não viram nem a capacidade humana é capaz de compreender, entender e penetrar naquilo que Deus tem preparado para nós.

Se foi Deus quem preparou, só pode ser muito bom! Aguardemos e vivamos na fé d'Aquele que amou, morreu e ressuscitou por nós!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 5 de junho de 2018

Homilia Diária

05JUN2018

O coração de Deus alcança qualquer situação humana, mas a hipocrisia religiosa é um perigo

Jesus percebeu a hipocrisia deles, e respondeu: ‘Por que me tentais? Trazei-me uma moeda para que eu a veja’” (Marcos 12,15).

Hoje, Jesus está entrando nos corações hipócritas. O Evangelho nos mostra Jesus entrando, sobretudo, na hipocrisia religiosa reinante no meio em que Ele vivia. A hipocrisia religiosa faz parte de todas as religiões em todos os tempos e épocas, é aquilo que chamamos de “religião na casca”. A casca parece bonita, divina e maravilhosa, ela é aquilo que todo mundo vê, mas o que está dentro da casca é só Deus que conhece com profundidade. Por causa disso, alguns preferem pintar a casca, deixá-la bonita, querem deixar a face resplandecer bela, mas não cuidam do essencial.

Precisamos vigiar, constantemente, a nossa alma, o nosso coração e as nossas atitudes para que a hipocrisia religiosa não tome conta de nós. Foram os fariseus e os herodianos que se aproximaram de Jesus para pegá-Lo em alguma palavra. Eles não se aproximaram para pegar a Palavra de Jesus nem para abraçar a mensagem d’Ele, mas para O colocar em contradição.

Muitas pessoas dentro da Igreja e dos movimentos religiosos, estão lá só para provocar e questionar. Não quer dizer que questionar seja um problema, mas errado é quem só questiona, mas não se questiona, não se deixa converter e corre um profundo risco de viver a dureza da hipocrisia religiosa.

A coisa mais difícil de se converter é o hipócrita, os outros pecados: quem rouba, quem mata pode se converter de verdade. O coração de Deus alcança qualquer situação humana, mas a hipocrisia religiosa é um perigo, porque a pessoa se sente religiosa, conhecedora de Deus, das coisas d'Ele, sabe tudo d'Ele, ocupa e prega em nome do Senhor, mas Ele não atinge a profundidade coração dela, porque ela escolheu viver na superfície cômoda de não ser atingida, tocada, questionada nem se deixar converter. Preferiu viver na atitude cômoda, “É assim que eu sou. É assim que Deus me quer”, na atitude cômoda de dizer “Eu prego. Conheço Deus há tanto tempo". Que dureza, pois neste tempo todo não permitiu Deus converter o coração dela.

Precisamos de conversão todos os dias da nossa vida, porque um hipócrita religioso é, na verdade, o mais duro dos corações. A hipocrisia religiosa corresponde ao mal do mundo em que vivemos, é o que chamamos de corrupção religiosa, como opção moral, como opção da fé. Que Deus nos livre dela para que o nosso coração seja verdadeiramente convertido.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Homilia Diária

04JUN2018

Saber acolher o que vem de Deus não é, simplesmente, ouvir o que queremos, mas é deixá-Lo nos formar e falar conosco

“Por último, ele mandou o filho até aos agricultores, pensando: ‘Eles respeitarão meu filho’. Mas aqueles agricultores disseram uns aos outros: ‘Esse é o herdeiro. Vamos matá-lo, e a herança será nossa”(Marcos 12,6-7).

O Evangelho de hoje aponta-nos o drama da rejeição. É uma parábola que seguimos com bastante atenção e percebemos que os agricultores rejeitaram os empregados, os outros enviados e, por último, o filho do dono daquela vinha.

O egoísmo humano, fechado em si mesmo, só acolhe aquilo que lhe convém. Quando o coração humano é egoísta, ele só acolhe aquilo que está de acordo com o que ele pensa, acha e quer. Se não está de acordo com as suas conveniências, ele rejeita e não acolhe. E assim cada um vai formando a sua fé ou a sua consciência de fé, de acordo com as suas subjetividades.

Deus nos fala, muitas vezes, ou deixa de nos falar pela boca daqueles que nós rejeitamos, a começar pelas crianças. Deus fala pela boca dospequeninos, pela boca das pessoas mais simples, pelos mais pobres, por aqueles aos quais não damos valor.

Criamos um protótipo de Deus e, por causa disso, criamos o protótipo de quem fala em nome d'Ele e de quem não fala. Só podemos acolher o que é do Senhor se o coração se desarmar, tirar as cercas que colocamos nele, para que não entre o que não queremos. O coração precisa desarmar pela via da humildade, para que Deus fale à profundeza do nosso coração, para que Ele fale no mais íntimo de nós.

Saber acolher o que vem de Deus não é, simplesmente, ouvir o que queremos, mas é deixá-Lo nos formar e falar conosco, deixá-Lo nosdirecionar e nos consertar, é  acolher aquilo que não queremos ouvir, para que Ele vá nos formando e quebrando as raízes do nosso orgulho e da nossa soberba.

Deus fala muito, mas, muitas vezes, nós O escutamos pouco, porque escutamos somente o que queremos.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 3 de junho de 2018

Homilia Diária

03JUN2018

O amor deve romper todas as barreiras secas que existem dentro de nós, para que amemos o outro, cuidemos d'Ele e possamos dar-lhe atenção

“Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. Jesus disse ao homem da mão seca: ‘Levanta-te e fica aqui no meio!’” (Marcos 3,2).

Os judeus questionaram Jesus se Ele respeitavaou não o dia de sábado, se Ele guardava esse dia. Na Lei Antiga, Lei Veterotestamentária, no Antigo Testamento, o sábado era um dia sagrado. Sabemos que, pela luz da Ressurreição de Cristo, independente do dia da semana, a vida nova é a ressurreição de Jesus. Por isso, o domingo é para nós o dia por excelência, o dia do Senhor.

O problema é o que fazer no dia do Senhor, como guardá-lo. O amor a Deus sobre todas as coisas nos obriga a guardar o dia do Senhor para o culto, para o louvor e adoração a Deus, mas há algo que não podemos esquecer dia nenhum, inclusive, no dia do Senhor: o amor e a misericórdia para com o próximo.

O Evangelho nos aponta um homem que tinha a mão seca, mas o problema não era a mão seca, o problema era os homens que tinham o coração seco. Quando o coração está seco, não nutrimos amor, misericórdia nem cuidado. Podemos ter zelo pelas coisas de Deus, pela Igreja, zelo em participar das Missas, mas o zelo que não enche com o óleo da misericórdia o nosso coração é um zelo inútil e não produz bons frutos. O zelo se confunde com amor, é amar a Deus e também ao próximo.

Esse homem estava sendo deixado de lado, ninguém ligava para ele, por isso, num dia sagrado, um dia de zelo para os judeus, Jesus colocou o homem no centro, porque ele estava à margem, estava sendo esquecido e renegado, não lembrado e não amado. Jesus colocou aquele homem no meio e, para o escândalo de alguns, ele foi curado. O amor acaba provocando escândalos dentro do coração humano, entretanto, além de provocar escândalos, o amor deve romper todas as barreiras secas que existem dentro de nós para que cuidemos, amemos e possamos dar atenção ao outro.

Às vezes, vamos no nosso caminho para a Missa, para a igreja, e pouco nos importa quem sofre, quem passa por dificuldades, quem está morrendo por tantas situações da vida. Parece que estamos nos enchendo de Deus, mas nos secando de amor e misericórdia. Para ser cheio de Deus é preciso ser cheio de amor e misericórdia para com o nosso irmão.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 2 de junho de 2018

Homilia Diária

02JUN2018

Para agirmos na autoridade de Deus, precisamos ter comunhão e sintonia com Ele

“'Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu autoridade para fazer isso?' Jesus respondeu: Vou fazer-vos uma só pergunta. Se me responderdes, eu vos direi com que autoridade faço isso. O batismo de João vinha do céu ou dos homens?” (Marcos 11,28-30).

No Evangelho de hoje, vemos que os sumos sacerdotes, mestres da Lei e anciãos se aproximaram de Jesus para colocá-Lo em dificuldade, pois queriam saber de onde vinha a autoridade de Jesus, queriam saber quem autorizava tudo aquilo que Ele realizava.

Quem tem comunhão com Deus faz tudo na autoridade d'Ele. Não basta sermos religiosos, frequentarmos a igreja e dizermos que somos batizados, precisamos ter a autoridade divina, por isso Jesus falava com autoridade.

Confundimos demais autoridade com títulos, com autoritarismo, figuras imponentes e importantes. Estamos falando da autoridade que só Deus exerce sobre a face da Terra e sobre a nossa vida, a autoridade de nos salvar, de nos renovar, resgatar e tornar-nos Seus filhos. Para agirmos na autoridade divina, precisamos ter comunhão e sintonia com Ele.

Não basta ter títulos, cargos, não basta os sacramentos que recebemos, porque, muitas vezes, o sacramento não corresponde à graça de vida. Pode ser que você tenha recebido a graça de estar casado, mas não vive a tranquilidade do sacramento do matrimônio, do batismo, da ordenação e do que for na graça divina.

São homens religiosos que estão questionando Jesus, são mestres e doutores da Lei que querem saber de onde vem a autoridade d'Ele. Jesus responde com outra questão: “Basta vocês me dizerem com que autoridade João batizava”. Eles sabiam que João realizava o divino, que era do Céu, mas não ouviram o apelo de João e o rejeitaram. Jesus foi da mesma forma falar com eles, mas não foi acolhido. Sabe por que não acolhemos João, Jesus, aqueles que vem falar em nome do Senhor? O problema não é quem fala, o problema é a comunhão com o Senhor, é a nossa vida que corresponde ou não com a vontade d'Ele.

Estejamos em comunhão com o Senhor, para que tenhamos autoridade para viver em nome d’Ele, para falarmos em nome d’Ele e proclamarmos o nome d’Ele em tudo o que realizarmos.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Homilia Diária

01JUN2018

A oração alcança primeiro o coração, que entra na comunhão e na sintonia com Deus

“Por isso vos digo, tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes, e assim será. Quando estiverdes rezando, perdoai tudo o que tiverdes contra alguém” (Marcos 11,25).

Jesus, no Evangelho de hoje, dá conselhos fundamentais e importantes para a nossa vida. Quero me deter em dois deles. O primeiro é a confiança na oração, a fé que precisamos ter quando nos dirigimos a Deus, quando elevamos o nosso coração a Ele.

A oração acontece, primeiro, dentro do nosso coração, mas esperamos sempre resultados externos da oração. Nessa ocasião está o verdadeiro engano, pois a oração alcança, primeiro, o coração, que entra na comunhão e na sintonia com Deus.

Muitas vezes, rezamos, porque estamos passando por aflições, medos, receios, dúvidas e intranquilidades, as quais invadem a nossa alma. Quando nos colocamos, verdadeiramente, em espírito de oração, Deus tira as trevas que estão dentro de nós. Essa é a confiança que devemos ter, porque o coração está tenso, perturbado, inquieto, com medo do fracasso, da derrota, medo de não dar conta e não acontecer.

Na oração, vem a convicção mais profunda que precisamos: tudo está nas mãos de Deus, já não somos mais nós que cuidamos, é Deus que cuida daquilo que confiamos a Ele. Por isso, tudo o que pedirmos, na oração, tenhamos a convicção de que assim será cuidado por Deus, estará nas mãos d’Ele.

Muita coisa não muda em nossa vida, porque não deixamos Deus cuidar. Queremos orações mágicas, mas esta é a elevação da alma aocoração de Deus, é o encontro de corações, é o encontro do Deus amor, Deus bondade e ternura, que cuida do nosso coração aflito, tenso, preocupado e perturbado. Na oração, confiamos que o Senhor está cuidando de nós!

A segunda coisa importantíssima quando estivermos rezando é perdoar tudo que temos contra alguém. Essa é a segunda grande graça da oração, porque nós sempre temos alguma coisa contra o outro, sempre ficamos chateados, revoltados, magoados, aflitos, porque alguém nos machucou, feriu.

Quando o bálsamo do perdão invade nossa alma, experimentamos a paz mais profunda que nada neste mundo pode nos dar ou fazer alcançar. Por isso, a oração é verdadeira quando experimentamos a confiança e o abandono em Deus, quando tiramos as amarras do ressentimento, da mágoa e do ódio que estão em nós pela força do perdão.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo