Gol

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Homilia Diária

31MAI2018

É o mistério sagrado, sublime e admirável que revela a mais profunda humildade de Deus

“Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, tendo pronunciado a bênção, partiu-o e entregou-lhes, dizendo: ‘Tomai, isto é o meu corpo’” (Marcos 14,22).

A Igreja nos dá a graça de celebrar a Solenidade do Corpo e Sangue de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Trata-se, na verdade, de uma grande dádiva, um presente do Céu: a presença de Deus no meio de nós de forma real e sacramental, que acontece no mistério da Eucaristia.

O que é o mistério da Eucaristia senão um Deus que se doa, que se entrega? O Senhor está sempre se doando. O nascimento de Jesus, o Filho de Deus encarnado no meio de nós, é o Pai que se entrega na forma de um Menino nascido da carne humana.

O Deus, que está pregado na Cruz, entrega-se, doa-se por nós. O belo de contemplar é que esse Corpo pregado na Cruz, esse Sangue que verte na Cruz de Jesus se dá livremente na forma de pão e vinho. É o mistério sagrado, sublime e admirável, que revela a mais profunda humildade de Deus. Com orgulho, arrogância e soberba humana não compreendemos nem penetramos no mistério da Eucaristia.

Quando fazemos o que Jesus fez, quando nos rebaixamos na condição da nossa humildade, contemplamos e somos tomados por essa graça sublime. Queremos nos rebaixar, no dia de hoje, para nos colocar diante de algo sublime e admirável. Tão sublime sacramento, divino e sagrado de um Deus que se faz carne e sangue nas aparências do pão e do vinho. É digno da nossa admiração, da nossa contemplação e adoração. É digno fazermos festas e proclamarmos glórias e louvores, a todo momento, a Deus vivo e presente no Santíssimo Sacramento.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Homilia Diária

30MAI2018

Encaremos a vida com a leveza de que podemos dar o melhor de nós sem precisarmos ser melhores ou mais importantes do que o outro

“Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro seja o escravo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos” (Mc 10,43-45).

A vida humana não pode ser movida pelas pretensões de grandeza e superioridade humana. O coração se eleva, enche-se de orgulho, arrogância e pretensões desmedidas.

Estamos nos medindo pelos outros: quando estamos melhor que o outro, quando podemos mais que o outro, sentimo-nos bem. Quando somos rebaixados ou igualados, nosso coração começa a entrar em confusão, um certo desânimo, e algo negativo acontece dentro de nós. Esse é o parâmetro errado da vida. Se criarmos um parâmetro para a nossa existência, para a nossa vida, a partir da vida do outro, viveremos em constante desgaste emocional.

Quando as nossas emoções estão desgastadas, quando as nossas emoções estão vivendo cada vez mais aquela onda do que o outro pensa, acha, vê, do que temos e o outro não tem, a vida humana se empobrece demais, o nosso espírito desfalece, esgota-se e desgosta-se, perde o gosto e o sabor de viver.

Tornemos a nossa vida leve, encaremos a vida com a leveza necessária, na certeza de que podemos dar o melhor de nós sem precisar ser melhor ou mais importante do que o outro. O segredo da vida em Deus é a leveza e a suavidade. “O meu fardo é suave”, diz Jesus. O que torna o nosso fardo doloroso e pesado é o peso excessivo que damos às coisas, às preocupações e aos excessos de comparações, seja lá com quem for.

Sejamos leves e deixemos que a leveza do Espírito conduza a nossa forma de viver.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 29 de maio de 2018

Homilia Diária

29MAI2018

Deixemo-nos santificar por Deus e que a presença d’Ele santifique tudo aquilo que nós realizamos

“Antes, como é santo Aquele que vos chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder. Pois está na Escritura: ‘Sede santos, porque Eu sou santo’” (1Pd 1, 15).

O Senhor Nosso Deus é santo e não deseja que sejamos menos do que isso, Ele deseja que, também, sejamos santos. A santidade, infelizmente, tornou-se algo ridicularizado, desprezado e concedido apenas a uma casta privilegiada, aqueles que habitam no Céu e que nós os invocamos: os santos da nossa devoção e predileção.

É um engano, uma visão distorcida, pois a santidade é uma obrigação de todos, é um privilégio de nos aproximar de Deus. Vamos nos santificando cada vez mais e levando a vida em Deus.

A santidade não é outra coisa a não ser tornar nossa vida humana digna, justa, honesta e, acima de tudo, uma vida no Espírito. Entretanto, não podemos nos iludir, achar que a vida no Espírito é a vida daquela pessoa que reza o tempo inteiro, sem parar.

A vida no Espírito Santo é fazer todas as coisas na presença do Senhor sem ignorá-Lo em nada do que realizamos. Podemos nos enganar e achar que estamos diante do Senhor quando estamos na Igreja, quando vamos rezar, e lá ganhamos uma carga de santidade e voltamos para viver de qualquer jeito.

É óbvio que, o momento é santificante e especial, é hora de estarmos orantes diante da presença do Senhor, porque Deus, por via da oração, nos santifica, renova e fortalece a nossa disposição interior, mas santidade se faz na vida, se faz vivendo. Se faz com a mãe que carrega o filho no colo, que cuida das enfermidades, das suas obrigações de mãe e esposa. A santidade se faz no homem que leva a sério o casamento, o seu trabalho e as suas responsabilidades.

A santidade não é para ser vivida somente no âmbito daqueles que estão na Igreja rezando, porque, muitas vezes, o excesso das orações pode ser uma fuga da vida presente. E, não se foge da vida presente, dos compromissos e das responsabilidades, pois assim, não nos santificamos e nem santificamos o mundo em que vivemos.

A santidade se faz no dia a dia, por vezes caindo, porém levantando; deixando Deus iluminar-nos, guiar-nos e conduzir-nos, porque Ele nos santifica. Deixemo-nos santificar por Deus e, que a presença d’Ele, santifique tudo aquilo que nós realizamos.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Homilia Diária

28MAI2018

Precisamos orientar a nossa própria imaginação ou a nossa própria sabedoria humana que a vida eterna não é a vida que vem depois da morte

“Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?” (Marcos 10,17).

A pergunta que fizeram para Jesus neste Evangelho, deve ser, também, a pergunta a trilhar a nossa vida, o nosso coração e a nossa existência. É preciso apenas entender e orientar a nossa própria imaginação ou a nossa própria sabedoria humana que a vida eterna não é a vida que vem depois da morte. A vida eterna quer dizer a vida plena, é a vida em Deus.

Os homens estão buscando, cada vez mais, fórmulas para tentar criar uma vida mais duradoura e se puderem gastarão o que for possível para que a vida aqui na Terra torne-se eterna. É um engano e uma ilusão, pois a vida eterna já está no meio de nós. E como ganhar essa vida? Talvez pelas fórmulas de saúde, de cuidados do corpo, e todos esses cuidados são necessários, mas a vida eterna que Jesus nos trouxe é plenificada na presença de Deus. A vida eterna é, justamente, viver na presença de Deus.

O que devemos fazer para viver na presença de Deus? Guardar os Seus mandamentos, vivê-los, colocar em prática a condição mínima para ter a vida em Deus, amá-Lo sobre todas as coisas, respeitar o Seu nome, amar o nosso próximo, amar a nós mesmos, levar uma vida segundo os mandamentos do Senhor.

Podemos responder como esse homem do Evangelho: “Isso eu faço. Eu busco. Eu dou o melhor de mim”. Que bom que já fazemos, mas se não fazemos ou se relaxamos em relação aos mandamentos do Senhor, retomemos e tomemos consciência de que, sem respeitar os mandamentos do Senhor, não existe vida para nós e nem para o outro. Basta ver que, no mundo no qual vivemos, o que menos se respeita são os mandamentos de Deus.

Os homens estão matando uns aos outros, estão roubando, assassinando, cometendo crimes e atrocidades em grau maior e menor, então, os mandamentos são a primeira necessidade que temos para que a vida seja mais plena, saudável e digna de ser vivida.

Se queremos avançar na vivência da nossa intimidade com Deus, precisamos desgarrar, ter um coração livre e não sermos presos aos bens desse mundo. A radicalidade de Jesus ao dizer: "Vai, vende os seus bens”, é para dizer que vida não consiste em acumular bens, tesouros, sendo que, tudo isso vai passar e nos será tirado. Mas se fizermos o bem ao pobre, ao necessitado e aos irmãos, esse bem ninguém pode nos tirar.

Se perguntarmos para alguém que tem vida feliz, que tem vida plena, podemos ter a certeza de que, o que faz bem para a nossa vida é fazer o bem para o outro, é cuidar do outro, nisso consiste a vida em Deus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 27 de maio de 2018

Homilia Diária

27MAI2018

Celebrar a Santíssima Trindade é ter a plena convicção de que somos morada do Espírito Santo

“Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mateus 28,19).

Hoje, celebramos o Deus Uno e Trino, nosso Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo, nosso Deus que nos criou a Sua imagem e semelhança. Eu louvo, bendigo, agradeço, adoro e reverencio ao Deus da nossa vida, que criou cada um de nós, criaturas humanas, para sermos a Sua imagem e o Seu esplendor na face da Terra. Mesmo que essa imagem tenha sido desfigurada, arranhada, quebrada e maltratada pela força do pecado, Jesus, no poder do Espírito Santo, resgatou essa imagem divina em nós.

Os discípulos de Jesus são aqueles que foram resgatados e refeitos na escola de Jesus para serem a imagem do Deus Uno e Trino. O Senhor nos ordena que precisamos trazer discípulos e batizá-los em nome da Santíssima Trindade. Fomos batizados em nome desse Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo, em nome d'Ele devemos viver a nossa vida porque Ele nos conduz.

Celebrar a Santíssima Trindade é engrandecer o nome do Senhor nosso Deus em nossa vida, é tomar a consciência que somos filhos desse Pai amoroso que nos criou. Celebrar a Santíssima Trindade é tomar a consciência de que Jesus, o Filho eterno de Deus, habita em nós e somos Seus discípulos e seguidores, é ter a plena convicção de que somos morada do Espírito Santo, que nossa mente e nosso corpo são direcionados pelo Espírito que habita em nós.

Eis nos aqui, Senhor, queremos ser morada viva da Trindade Santa, queremos ser a morada de Deus, queremos que a nossa vida resplandeça o Deus que cremos, o Deus Uno que é Pai, Filho e Espírito Santo.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 26 de maio de 2018

Homilia Diária

26MAI2018

É preciso ter os valores de uma criança dentro da nossa alma e do nosso coração, se quisermos entrar no Reino dos Céus

“Jesus se aborreceu e disse: ‘Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas’” (Marcos 10,14).

O que nos chama atenção, logo no início da proclamação desse Evangelho de hoje, é saber que Jesus se aborreceu. O que aborrece o coração do Mestre Jesus? Afastar as crianças, colocá-las longe da vida e do sagrado. Aborrece o coração de Jesus porque querem tirar a criança que há dentro de nós, tirar o valor da pureza que elas significam no Reino de Deus.

O Reino dos Céus é de quem é como as crianças, é preciso ter os valores de uma criança dentro da nossa alma e do nosso coração, se quisermos entrar no Reino dos Céus.

A nossa evangelização, o nosso trabalho humano, cada vez mais, deve ser para incluir as crianças, estar perto delas, abraçá-las, respeitá-las, valorizar o sagrado que elas representam para nós.

No mundo em que vivemos é mais do que necessário proteger as nossas crianças. Não podemos, de forma nenhuma, permitir qualquer forma de abuso que se comete contra os pequenos, não me refiro somente ao abuso sexual, porque é uma infâmia, algo inadmissível mas, infelizmente, acontece. Essa preocupação é com todas as crianças que estão ao nosso alcance.

Tenhamos os olhos atentos onde as crianças estão sendo desrespeitadas e abusadas. Os pais têm todo o direito e a obrigação de amar, cuidar, zelar, educar suas crianças e ninguém pode roubar esse direito deles, mas os pais não têm direito de abusar, de exceder, seja por maus tratos ou pela forma de cuidado. Irrita e aborrece o coração de Deus quando ofendemos as nossas crianças, quando não as acolhemos, quando não damos a elas o lugar que é delas: a primazia no Reino de Deus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Homilia Diária

24MAI2018

Quando não temos governo sobre nossas inclinações, tornamo-nos seres humanos desgovernados no comer

“Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga” (Marcos 9,43-44).

A advertência de Jesus, no Evangelho de hoje, parece assustadora para o nosso coração. Como vamos nos mutilar? Cortar as mãos, os braços, os pés? Daqui a pouco, não sobrará nada de nós!

Na verdade, a sabedoria evangélica se resume numa só frase: é preciso cortar o pecado, para que ele não domine os membros do nosso corpo, para que o pecado não domine a nossa vontade e as nossas inclinações interiores.

O pecado é concebido a partir das nossas inclinações, por isso, se as nossas mãos nos conduzem para um caminho de pecado, precisamos ser firmes com ela. É como aquela antiga musiquinha: “Cuidado olhinho com o que vê, porque o Papai do Céu está olhando para você”. Não precisamos arrancar os nossos olhos; na verdade, direcioná-los e cortar aquilo que os conduz ao pecado. Precisamos fazer isso para que tenhamos postura e disciplina interior, senão, daqui a pouco, não teremos controle sobre a nossa vontade, nossa disposição e aquilo que fazemos.

Aquilo que não cortamos cresce, é como uma erva daninha que pode não significar nada, mas a erva daninha não cortada cresce e vira aquele mato que estraga toda a plantação. O mal que entra em nós precisa ser cortado. A grande violência que fazemos não é a de nos violentar, mas a de disciplinar nossas inclinações, é dizer a nós mesmos que podemos governar nossa vontade.

Quando não temos governo sobre nossas inclinações, tornamo-nos seres humanos desgovernados no comer, no beber, falar, agir, proceder e no pensar, porque não colocamos ordem nem disciplina no que fazemos.

A Palavra de Deus nos conduz à saúde no Espírito, e ter saúde espiritual é ter disciplina sobre nossas inclinações, sobre aquilo que realizamos e dizemos.

Que o Espírito Santo de Deus venha em socorro as nossas fraquezas e dificuldades, para que possamos ter disciplina e controle sobre as nossas atitudes e para que nossa vida seja bem governada.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Homilia Diária

23MAI2018

Se vivermos intensamente a cada dia, movidos pelo sentimento de humildade, a vida não nos surpreenderá

“No entanto, não sabeis nem mesmo o que será da vossa vida amanhã! Com efeito, não passais de uma neblina que se vê por um instante e logo desaparece” (Tg 4,14).

A Palavra de Deus, no dia de hoje, adverte-nos a respeito da arrogância humana. Quem está de pé tem que tomar cuidado para não cair. Não nos deixemos iludir pela vaidade, pela ganância da vida, pelo pensamento de que tudo podemos, que tudo vamos conseguir, que vamos fazer o que quisermos da vida. Ninguém pode determinar se estaremos vivos hoje, amanhã ou depois; a única coisa que podemos responder é pelo agora. Enchemo-nos de planos e pretensões humanas; e quando menos esperamos, nossa vida se vai. Se nos deixarmos levar pela vaidade, perderemos a nossa vida.

Se vivermos intensamente a cada dia, movidos pelo sentimento de humildade, a vida não nos surpreenderá de forma negativa. Ela até pode nos surpreender, mas com bênçãos e graças; mesmo a morte chegando de forma repentina, porque nenhum de nós está preparado para receber uma surpresa desagradável. Apliquemo-nos em viver bem.

Viver bem a vida tem um remédio muito importante a ser aplicado: não vivermos “arrotando” arrogância e superioridade, sentindo-nos melhores que os outros, sentindo que somos senhores da vida e fazemos dela o que quisermos. Nossa vida está na mão de Deus e queremos que Ele a abençoe a cada dia, que seja conduzida e iluminada por Ele.

Às vezes, corremos o risco de cair numa armadilha ou ilusão. Muitos pensam: “Eu sou uma pessoa correta. Não faço nada de errado, então, a vida não vai me surpreender. Olha aquele que só apronta, faz o que faz na vida e nada acontece com ele. Por que vai acontecer comigo?”.

Deus não quer que aconteça o mal com ninguém, porque Ele é inacessível ao mal, e o mal jamais virá d’Ele. O correto é fazermos o bem, porque é assim que devemos fazer e viver, cuidando bem da nossa vida, não permitindo que a arrogância direcione os nossos passos, para não sermos surpreendidos pelas coisas desagradáveis.

Quando nos mantemos na humildade, quando não nos colocamos em atitude superior a nada nem a ninguém, podemos ter a certeza de que, venha o que vier, Deus guarda, protege e ilumina nossos passos. Aquele que sabe fazer o bem, mas não o faz, peca.

Todos os dias da nossa vida, o bem tem de estar dentro de nós; ele precisa estar em nossas atitudes, pois assim viveremos bem a nossa vida, não desejando o mal para ninguém nem o praticando, mas fazendo o bem em todas as nossas atitudes.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 22 de maio de 2018

Homilia Diária

22MAI2018

Nunca nos sintamos mais importantes, mais valorizados e prestigiados, porque esses são conceitos mundanos

“Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: ‘Que discutíeis pelo caminho?’ Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior” (Marcos 9,33-34).

Jesus nosso Mestre e Senhor quer nos ensinar a viver bem. E viver bem a nossa vida é fazer com que o nosso caminho, a estrada que percorremos seja a trilha da humildade.

O coração humano está, muitas vezes, pulsando por realizações maiores, e não há problema nenhum em querermos nos superar, em querermos dar o melhor de nós, podermos, realmente, evoluir naquilo que fazemos e realizamos. O problema maior é quando queremos rivalizar com o outro, quando deixamos o nosso coração competir com o outro. Não precisamos competir com ninguém, passar por cima de ninguém, não podemos nos sentir superiores nem mais importantes que ninguém. Também não vale o complexo de inferioridade: “Eu sou coitado. Sou menos importante. Sou sempre o menor”. Somos o que somos e damos o melhor de nós para superarmos nós mesmos.

Os discípulos estavam discutindo no caminho quem era o maior e o mais importante, quem estava à direita do Senhor, quem ocupava o primeiro lugar. São discussões vãs que não levam a nada.

É perigoso levarmos o nosso coração ao desânimo, ao senso da competição, do êxito que nos leva à vaidade ou do fracasso que nos leva à depressão. O mais importante é nos mantermos na presença do Senhor Nosso Deus com serenidade, humildade, fazendo sempre o melhor que devemos fazer.

Se precisarmos ocupar o último lugar, que demos o melhor de nós. Se estivermos na frente, que tenhamos a mesma humildade de quem está no último lugar. Nunca nos sintamos mais importantes, mais valorizados e prestigiados, porque esses são conceitos mundanos, não são conceitos evangélicos. No Evangelho, o que vale, o que faz com que o nosso coração permaneça na bênção de Deus é não buscarmos ser melhores, mais importantes nem superiores a ninguém.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Homilia Diária

21MAI2018

Peçamos a Deus que infunda em nosso coração a sabedoria que vem do Alto, para que o nosso coração caminhe direcionado por Deus

“A sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento” (Tg 3,17).

Todos nós precisamos da sabedoria do Alto, todos nós precisamos da sabedoria de Deus para dirigir, governar, orientar e iluminar os nossos passos. Quando o nosso coração não está mergulhado na sabedoria que vem do Senhor, estamos imersos em nossos problemas e situações humanas complicadas. A sabedoria que vem do Alto ilumina toda a nossa vida.

A astúcia diabólica está confundido o nosso coração, está gerando dentro de nós rivalidade, maldade, inveja, competição e todas as desordens que se apoderam do nosso coração. Colocamo-nos na presença do Senhor Nosso Deus e supliquemos a sabedoria que vem d’Ele, para amansar o nosso coração, para tirar dele aquelas frivolidades, os sentimentos negativos, os impulsos que nos colocam uns contra os outros.

Olhamos para uma pessoa e já achamos que ela é um perigo ou um adversário nosso. Se alguém diz alguma coisa e nos contraria, o nosso coração rapidamente fica ferido, magoado, machucado; então, queremos pagar com a mesma moeda, queremos revidar o mal que vem do outro.

A sabedoria de Deus não se mistura com o mal, não se deixa contaminar pelo mal que vem de fora. A grande sabedoria é manter o coração puro, pacífico e sereno diante da presença do Senhor Nosso Deus.

Teremos mais saúde, vitalidade e paz interior (o bem mais necessário para a nossa vida e para a nossa alma). Queremos pedir a Deus que infunda em nosso coração a sabedoria que vem do Alto, a sabedoria que é dom e fruto do Espírito Santo para que o nosso coração caminhe iluminado e direcionado por Deus. Queremos que o Espírito de Deus venha em socorro à nossa fraqueza para que em tudo possamos fazer a vontade do Senhor.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 20 de maio de 2018

Homilia Diária

20MAI2018

O Espírito sopra onde quer e ninguém pode ser dono dele. Precisamos ser dominados e conduzidos pelo Paráclito

“Ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito Santo. Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito” (1 Cor 3b-4).

Hoje é dia de Pentecostes! Em toda a face da Terra, celebramos o Espírito que foi enviado para renovar esse mundo habitado. Não há renovação de sentimento, de intenções e vontade na face da Terra se não for por aquele Espírito que pairou na criação do mundo e deu vida, vigor e existência a todas as coisas.

Só existimos em Deus pela força e pela direção desse mesmo Espírito, por isso ninguém pode proclamar o senhorio de Jesus se não for pela unção do Paráclito. E na diversidade de dons, carismas e manifestações, cada um pode se achar dono desse dom, mas só há um Espírito que distribui essa diversidade de dons por toda a Igreja, por toda a humanidade. Hoje, celebramos essa riqueza maravilhosa que para alguns é divisão, mas para nós é a riqueza da manifestação de Deus.

Olhando para todos os povos, para todas as pessoas e culturas, celebramos o mesmo Espírito que age nessa diversidade do mundo. O Espírito sopra onde quer e ninguém pode ser dono dele. Precisamos ser dominados e conduzidos pelo Paráclito.

A tentação que há naqueles que vivem da fé é tentar conduzir o Espírito, tentar mandar nele, tentar dizer o que ele tem de fazer quando, na verdade, precisamos nos rebaixar e dizer: “Espírito, conduza-me, ilumina-me, dá-me a direção da minha vida”. Temos de nos deixar guiar pelo Espírito que recebemos em nosso batismo, que é confirmado em nós na Crisma, nos Sacramentos e nas orações que fazemos. O Espírito não deixa de se manifestar e nos enriquecer com seus dons e carismas, mas a nossa pobreza não nos deixa guiar e seduzir pelo Espírito de Deus.

Onde quer que estejamos, hoje, de joelhos, de frente a nossa cama, nas celebrações que participaremos, coloquemo-nos sobre o domínio do Espírito e digamos: “Espírito, conduza-me, pois eu não sou seu dono, mas quero que o Senhor domine e direcione a minha vida. Vinde, Espírito Santo, eis aqui os seus servos, queremos fazer a sua vontade”.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 19 de maio de 2018

Homilia Diária

19MAI2018

Clamemos pelo Espírito Santo de Deus, pois ele vem em socorro da nossa fraqueza, vem em auxílio daquilo que está frágil em nós

Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Aquele que crê em mim, conforme diz a Escritura, rios de água viva jorrarão do seu interior” (João 7,38).

Hoje, toda a Igreja se reúne para celebrar a Vigília de Pentecostes. Queremos nos colocar inteiros no coração do Mestre, para que Ele nos envie aquilo que jorrou do Seu coração. O rio de Água Viva, que brotava do coração de Jesus, está derramando sobre os nossos corações a água que nos revitaliza, lava-nos e purifica-nos, para que levemos a vida em nome de Jesus.

Nossa alma passa por muitas tempestades, e nos encontramos, muitas vezes, atravessando os desertos desta vida. Precisamos nos saciar da fonte de água que jorra para a vida eterna, para que essa água esteja brotando em nós. Precisamos jorrar a água do Espírito onde quer que nós estejamos.

Hoje, a Igreja faz um grande convite para que, em vigília, em oração, clamemos pelo dom do Alto, clamemos pelo Espírito prometido que nos renova, transforma-nos e  santifica-nos. Clamemos pelo Espírito Santo de Deus, pois Ele vem em socorro da nossa fraqueza, vem em auxílio daquilo que está frágil em nós. O Espírito vem temperar nossas intempéries, fortalecer aquilo que está decaído em nós. O Espírito vem nos motivar diante de tantas desmotivações e decepções que enfrentamos nessa vida.

Por mais velha que esteja a nossa vida, por mais cansados e arrasados que estejamos, o Espírito nos traz vida nova. Precisamos desse bálsamo da graça, precisamos dessa unção do Alto, precisamos revitalizar em nós a graça que nos foi dada no nosso batismo.

Hoje, é Pentecostes para nós! Celebramos a grande promessa de Deus na nossa vida. Rezemos: "Vinde, Espírito Santo, vinde doador dos dons. Vinde, Espírito consolador, encha nossas almas e conduza nossas igrejas".

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Homilia Diária

18MAI2018

Nem mesmo nossas fraquezas e pecados podem derrubar o amor de Deus que está em nós

“Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: ‘Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo’. Jesus disse-lhe: ‘Apascenta as minhas ovelhas’” (João 21,16-17).

A condição essencial e fundamental para seguir Jesus é amá-Lo sempre, de todo coração, com toda a vida e convicção. Nem mesmo nossas fraquezas e pecados podem derrubar o amor de Deus que está em nós, mas se dermos voz mais para as nossas quedas, para as nossas fraquezas e debilidades, a força do amor não vence as nossas fraquezas.

Durante quarenta dias que esteve com Seus discípulos, o Ressuscitado não foi perguntar nem "jogar na cara" de nenhum deles suas fraquezas e seus pecados. “Por que vocês me abandonaram? Pedro, por que você me negou três vezes?”. Não, Ele queria saber se Pedro O amava de verdade.

Quem ama busca o amor e não as fraquezas do outro, não busca deixar o outro constrangido com os seus erros e limites, por isso o amor de Deus não é para nos deixar com complexo de inferioridade, não é para nos deixar com complexo de culpa. O amor de Deus em nós é para curar os nossos sentimentos de culpa, de erros e assim por diante.

Quando Jesus pergunta: “Pedro, tu me amas?”, é como se cada um pudesse escutar o seu próprio nome. Jesus perguntou isso para Pedro pelo menos três vezes, e Pedro morreu escutando essa pergunta.

Escutemos, todos os dias, o Mestre dirigir o seu olhar para nós e dizer: “Tu me amas?”. Mesmo nas nossas fraquezas, nos nossos pecados, levantemos e proclamemos, em alto e bom tom, ainda que seja com a voz engasgada: “Senhor, tu sabes que eu te amo”.

Amemos cada dia mais o Senhor, não da boca para fora, mas que o nosso coração grite o tamanho do amor que temos por Deus. O amor tudo cura, tudo liberta e restaura.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Homilia Diária

17MAI2018

Dói, no coração de Jesus, saber que os cristãos que creem no Seu nome não são capazes de se sentar ao redor da mesma mesa para adorá-Lo

“Pai santo, eu não te rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em mim pela sua palavra; para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, e para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17,20-21).

A oração sacerdotal de Jesus entra numa dimensão muito urgente, pois Ele faz um grande clamor por aqueles que hão de crer e por todos aqueles que creem em Seu nome, por causa da Palavra que Ele anunciou.

Se pararmos para pensar quantos creem e levam a vida em nome de Jesus, veremos que não são somente nós católicos. Quantos irmãos cristãos de denominações diferentes tiveram a vida transformada, porque conheceram o nome de Jesus!

O que dói no coração de Jesus, que está à direita do Pai, é saber que os cristãos que creem no Seu nome, creem na Sua Palavra, não são capazes de se sentar ao redor da mesma mesa para adorá-Lo e anunciar o Seu nome. O que dói no coração de Jesus é o escândalo da divisão, porque deveríamos testemunhar a unidade da fé.

Deixamos que prevaleçam as diferenças, deixamos que cresça, no meio de nós, aquilo que, muitas vezes, não é o mais importante, porque o fundamental de quem segue Jesus é o mandamento do amor. Preferimos que os dogmas, as nossas convicções pessoais estejam acima do mandamento do amor de Jesus.

"Amai-vos uns aos outros" está acima de todo conhecimento dogmático, teológico, doutrinário etc. Não podemos negar a nossa divisão, seja ela no campo mais macro ou nas pequenas circunstâncias da vida. Muitas pessoas que frequentam o mesmo grupo de oração ou estão na mesma casa, na mesma família, não conseguem se reunir para orar em nome de Jesus.

Se o mundo não crê em Jesus, é porque anunciar o nome d'Ele dividido, falando mal do irmão, colocando uns contra os outros, criando partidarismos e cada um seguindo as suas próprias ideologias, pensamentos pessoais ou convicções, achando-se mais conhecedor de Jesus do que outros, leva-nos a ser escândalo para os outros.

Há pessoas que não conhecem Jesus e conseguem se unir, conseguem ter mais força para propagar o que creem, porque os que creem em Jesus não conseguem vencer os obstáculos da divisão, da separação, das convicções pessoais, para que o nome d'Ele triunfe e prevaleça acima daquilo que é o nosso pessoal.

Que a oração de Jesus penetre no nosso coração e conduza-nos à graça da unidade com toda a adversidade que possamos ter, para que o Reino de Cristo prevaleça.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Homilia Diária

16MAI2018

É por meio das coisas deste mundo que o maligno vai nos arrebatando

“Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno. Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo” (João 17,15).

Continuamos acompanhando a oração de Jesus, na Liturgia, e a chamamos de “oração sacerdotal”, porque o sacerdote é o Pontífice, aquele que faz a ponte, a intercessão, é aquele que se oferece em sacrifício pelos seus.

Jesus é o sumo sacerdote, é aquele que se oferece a Deus por nós, é aquele que clama e suplica por nós. “Meu Pai, de todo o meu coração, guarda-os em Teu nome”. Jesus está pedindo para que sejamos guardados no nome do Pai, para que sejamos protegidos, abençoados, iluminados e guiados por Ele.

Jesus está pedindo que estejamos sempre no colo, no coração, junto do nosso Pai, e mais ainda: Jesus não quer nos tirar do mundo, porque precisamos estar nele, viemos para testemunhar que o Pai criou.

Às vezes, queremos nos isolar do mundo, queremos nos afastar dele, mas não podemos deixar que o mundo entre em nós. Quando me refiro ao mundo, são as coisas mundanas, as coisas do maligno. "Não te peço que os tires do mundo, mas que os preserves do maligno".

Precisamos ser preservados do mal, não podemos ser contagiados pelas forças malignas que estão rodando o mundo em que nós vivemos. Não pensemos que basta sair no mundo que vamos ficar contaminados, que as forças malignas entrarão em nós. Não é isso. Precisamos viver no mundo na comunhão com o Pai, na comunhão com Jesus, alimentando-nos não das coisas mundanas, mas da Palavra de Deus, das coisas d'Ele, sendo conduzidos pelo Espírito Santo, e não pelo espírito desse mundo.

É por meio das coisas deste mundo que o maligno vai nos arrebatando, vai nos conquistando e seduzindo. Jesus está orando, justamente, para que sejamos preservados do mal, porque nós temos uma missão neste mundo. Se estamos em Jesus, transformamos o mundo que está ao nosso lado, mas se nós, mesmo sendo discípulos de Jesus, deixamo-nos levar pelo espírito desse mundo, o maligno nos usa com muita força.

Senhor, preserva-nos do mal e guarda-nos em Seu nome.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 15 de maio de 2018

Homilia Diária

15MAI2018

Que a nossa oração seja cada vez mais íntima e profunda, que manifeste o quanto queremos ter comunhão com nosso Deus

“Ora, a vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e àquele que tu enviaste, Jesus Cristo” (João 17,3).

A oração que brota do coração de Jesus, a oração que vem da Sua alma glorifica e bendiz o Pai maravilhoso e amoroso que cuida de Seus filhos. Jesus está exaltando e glorificando o Seu Pai amado.

A oração só é verdadeira quando tiramos toda a glória que paira sobre nós, sobre os nossos pensamentos, pois toda a glória que queremos para nós devemos dar somente para Ele. Ao Senhor toda honra, todo o poder e exaltação. Que nossa oração de cada dia seja para exaltar, glorificar e bendizer aquele que é o Senhor Nosso Deus.

Jesus está pedindo que nós, Seus discípulos, conheçamos e saboreemos o sentido do que é, de fato, a vida eterna, pois ela não é morrer e ir para o Céu, mas a consequência da vida que levamos na Terra. A vida eterna é conhecer o Deus verdadeiro. Não precisamos morrer para conhecer o Pai, porque pode ser uma grande decepção não O conhecermos depois de mortos, se não O conhecermos agora na vida.

Como conhecemos o Pai? Quando mergulhamos n’Ele, quando criamos uma relação de comunhão com Ele. A vida de Jesus era de comunhão com Seu Pai. E o que é a comunhão senão o coração na sintonia, palpitando com o coração do Pai? O que é senão nos rendermos daquilo que somos, queremos e pretendemos, para termos a vida n’Ele?

A vida eterna é conhecer o Deus verdadeiro, é abandonar tudo aquilo que temos em nós de deuses ou aquilo que os deuses desse mundo deixaram em nós, para nos rendermos somente ao Senhor; e assim glorificarmos Seu Filho único, Jesus Cristo, que é nosso Senhor e Salvador.

Abandonemo-nos em Deus, levemos a vida n’Ele. Que a nossa oração seja cada vez mais íntima e profunda, que manifeste o quanto queremos ter comunhão com o nosso Deus maravilhoso, poderoso, que é o nosso Pai, e nós somos Seus filhos.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Homilia Diária

14MAI2018

O apóstolo do amor é aquele que tem disposição para viver o amor como condição fundamental da sua vida

“Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor” (João 15,10).

Hoje, celebramos a festa do apóstolo São Matias, o escolhido para substituir o apóstolo Judas. Todos nós sabemos do fim trágico que Judas teve, pois sua tragédia não foi ter traído o Senhor, porque ele poderia ter se arrependido, mas sim ter rejeitado o amor de Deus em sua vida, quando ele mesmo tirou a sua vida.

É óbvio que isso não aconteceu no fim da vida dele, porque Judas foi negando o Senhor a cada dia da sua vida, mesmo estando na convivência com Ele todos os dias. Judas tinha a companhia de Jesus, dos apóstolos e tinha nas suas mãos o dinheiro. Ele preferiu amar o dinheiro sobre todas as coisas, por isso foi se enforcando, perdendo a força do amor e da graça.

Matias foi escolhido para sucedê-lo, pois era um homem cheio do Espírito Santo, da graça e do amor no coração. O apóstolo de Jesus é, acima de tudo, o apóstolo do amor, é aquele que sabe e tem disposição de viver o amor como condição fundamental da sua vida.

O nosso maior apostolado é o do amor vivido, não é o conhecimento do Evangelho, não é a capacidade que temos de amar, de conhecer dogmas. O apóstolo é apóstolo do Senhor, porque é capaz de amar, porque foi transformado pela graça do Evangelho para viver e semear o amor, para amar a Deus sobre todas as coisas; porém, jamais amar o dinheiro, os bens deste mundo, jamais amar a si mesmo como coisa fundamental. Amar a Deus sobre todas as coisas e ter a dimensão profunda do amor de Deus uns com os outros.

O amor é difícil, exigente, exige sacrifícios, renúncias e doação, mas o amor é a maior das vivências evangélicas. Nada é mais exigente para um apóstolo de Jesus do que viver o amor em tudo aquilo que realiza. O dia que não amarmos mais uns aos outros não seremos mais apóstolos e seguidores do Ressuscitado. Quando amamos mais as coisas materiais, o que temos e a nós mesmos, não podemos ser verdadeiros discípulos e apóstolos.

Que São Matias nos ensine a graça de sermos fiéis, de amarmos uns aos outros para que o apostolado de Jesus seja vivo e verdadeiro no meio de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 13 de maio de 2018

Homilia Diária

13MAI2018

Jesus não nos deixou só, Ele nos deixou Seu Espírito

“Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus”(Marcos 16,19).

A Igreja nos dá a alegria de celebrarmos, no dia de hoje, a Ascensão de Jesus aos Céus. Ele ficou quarenta dias no meio de nós após a Sua ressurreição. Durante esses dias, confirmou a fé dos apóstolos, manifestou-se a eles e relembrou todas as coisas pertinentes ao Reino dos Céus. Acima de tudo, fez a grande promessa, que é o Espírito Santo de Deus, que iria nos ensinar muitas coisas.

Vivemos, todos esses dias, em função da grande promessa, do grande dom e do grande enviado de Deus para confirmar a nossa vida em Cristo. O Espírito Santo é o nosso elo com o Ressuscitado e com o nosso Pai amado.

Quando Jesus se elevou aos Céus, Ele não saiu do meio de nós, não nos deixou sozinhos nem órfãos, porque Ele nos deixou o Seu Espírito. 

Jesus está sentando à direita do Pai. Ele rege e governa Sua Igreja, que somos todos nós, que levamos a vida em nome d'Ele.

O Senhor do Céu, vivo e presente no meio de nós, governa os nossos corações, dirige a nossa vida e conduz os nossos passos. É preciso deixar-se governar pelo Senhor Jesus, ter a vida conduzida pelo senhorio d'Ele. Ele está entre nós quando nos reunimos em Seu nome, quando fazemos nossos atos em Seu nome. Ele está conosco, está na nossa igreja. Nós tocamos o Senhor, podemos apalpar Sua graça viva no meio de nós.

Hoje, é dia de aclamarmos, louvarmos, bendizermos e agradecermos a vida nova que o Senhor nos trouxe. Somos convidados e convocados a comunicar a graça de Deus a todos os homens. Essa graça não pode ficar retida a nós, precisamos levar a Palavra viva do Senhor Jesus a todas as criaturas. "Ide pelo mundo inteiro e a todos pregai o Evangelho" (Marcos 16,15).

O Evangelho está impregnado em nós, em nossos pensamentos em nossos sentimentos, naquilo que vivemos e fazemos. O Evangelho é proclamado e anunciado no poder e na autoridade do Espírito, mas toda a criatura, na face da Terra, tem o direito de proclamar, em alto e bom tom, que Jesus é o Senhor, que está vivo e presente no meio de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 12 de maio de 2018

Homilia Diária

12MAI2018

Levar a vida em nome de Jesus é a alegria maior para a nossa vida

“Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que a vossa alegria seja completa”(João 16,24).

O que é a alegria completa? A alegria que não conhece a tristeza? A alegria que não dá razão para a tristeza na nossa vida? Precisamos levar a vida em nome de Jesus, porque, se levarmos a vida em nosso nome, fazemos as coisas para que sejamos reconhecidos e valorizados.

O discípulo de Jesus leva a vida em nome d’Ele, e tudo aquilo que ele faz é por causa de Cristo, pelo Seu nome, e tem a alegria de sofrer por causa d'Ele. O discípulo é capaz de suportar as decepções, mágoas e situações mal compreendidas da vida por causa do nome de Jesus.

O Senhor está nos dizendo: “Até agora nada pedistes em meu nome. Pedi, e recebereis, para que a vossa alegria seja completa”. Para pedirmos algo em nome de alguém, precisamos ter esse alguém na nossa vida, e esse alguém é Jesus, o Senhor da nossa vida.

Levar a vida em nome de Jesus é a alegria maior para nós. Percebemos que as situações do nosso cotidiano, o que passamos e sofremos, o que não entendemos, o que nos arrasa e deixa-nos tristes e preocupados, o que causa confusão dentro do nosso coração, as enfermidades que, muitas vezes, visitam a nossa casa, precisamos colocar tudo isso no nome de Deus, levar a vida em nome d'Ele.

Não basta sermos cristãos, precisamos ter a vida em nome de Cristo, fazer d’Ele a razão maior da nossa existência e da nossa vida. Temos crédito diante do Senhor, porque somos Seus amigos e discípulos; assim, podemos pedir o que quisermos em nome d’Ele.

Alguns podem dizer: “Eu pedi e não recebi”. Por que não recebemos se estamos na bênção do Senhor? Até aquilo que nos é privado, devemos colocar no nome do Senhor. Tudo para a glória do Seu nome, tudo para que o Seu nome seja exaltado, glorificado na vida que levamos.

Que vivamos em nome do Senhor Jesus!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Homilia Diária

11MAI2018

Jesus transforma o nosso pranto em alegria, a nossa tristeza em júbilo, porque Ele é a alegria do nosso coração

“Também vós agora sentis tristeza, mas eu hei de ver-vos novamente e o vosso coração se alegrará, e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria” (João 16,22).

A presença do Ressuscitado no meio de nós é transformadora, pois Ele transforma o nosso pranto em alegria, a nossa tristeza em júbilo, porque Ele é a alegria do nosso coração.

Deixemo-nos ser tomados, contagiados e levados pela certeza de que a vida do Senhor está no meio de nós. Isso sim deve alegrar o nosso coração.

Não podemos negar que, muitas vezes, a tristeza bate à nossa porta, vem visitar o nosso coração. Às vezes, entristecemo-nos com poucas coisas, mas são coisas duras que doem demais no nosso coração; daí, a tristeza vai tomando conta de nós.

Nenhuma tristeza dessa vida deve ser maior do que a alegria que vem do coração do Senhor. Não é a alegria de ficar sorrindo de um lado para o outro, porque nem sempre temos motivos para ficar sorrindo para lá e para cá. Não podemos ser dominados pela tristeza, porque ela vai matando nossa alma, corroendo nosso espírito, tirando o nosso sentido de viver. A tristeza vai se alojando em nossa alma e nos corroendo aos poucos.

Expulsemos a tristeza da nossa vida. Mas como fazer isso? Dando alegria e razão de felicidade para a nossa vida, permitido que Jesus seja o Senhor da nossa existência, colocando cada tristeza nossa no coração de Jesus. Se tal fato entristeceu demais a nossa vida, se tal situação entristeceu a nossa existência, não ficamos com isso para nós, entregamos essas razões ao coração de Jesus.

Não guardemos as tristezas nem as razões que nos deixam tristes, entreguemos todas elas ao coração de Jesus, permitamos que Ele traga razão de viver e alegria para nossa vida. O grande milagre que o Mestre realiza em nós é transformar a nossa tristeza em alegria.

Se algo tem lhe deixado triste, entregue ao coração de Jesus, porque Ele realiza esse milagre em nossa vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Homilia Diária

10MAI2018

Deixemos Deus alegrar o nosso coração, consolar, confortar e transformar todo o nosso pranto, todas as nossas lágrimas

“Em verdade, em verdade vos digo: Vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria” (João 16,20).

Há uma alegria fútil e mundana das pessoas que se alegram por nada, que se alegram pelo vazio da vida, por qualquer coisa ou com o mal dos outros. É como diz a expressão: “Alegram-se até com a desgraça dos outros”.

Há uma alegria no mundo que zomba das pessoas, que é movida pelo álcool e pelos prazeres mundanos e passageiros. Isso, no entanto, não é alegria, mas futilidade, fuga do verdadeiro sentido de ser alegre.

O Pai é o Deus da alegria. Ele não é o Deus da tristeza. O Senhor não nos quer tristes; pelo contrário, a Sua Palavra está dizendo que Ele transforma nossa tristeza na alegria que vem do coração d'Ele; alegria de termos a paz e sabermos sofrer por causa d'Ele e por tantas outras situações. Assim, encontramos um motivo para nos alegrar e exultar, porque pertencemos a Ele.

Ainda que passemos pelo vale tenebroso da sombra da morte, ainda que experimentemos tanta aridez nessa vida, ainda que tenhamos que suportar tantas tribulações, porque é por meio delas que nos purificamos e abrimos as portas do Reino que Deus nos chama.

Não tenhamos medo das dificuldades, das provações, das situações adversas, porque o Senhor nos conduz em todas elas, e mesmo em meio às tristezas ou motivos para ficarmos tristes, a alegria do Senhor é a nossa força, é o nosso alimento e nos conduz no meio em que vivemos. Não nos iludamos, pois a alegria do mundo é uma alegria fugaz, momentânea e hipócrita. A alegria plena é aquela que vem do coração de Deus.

Deixemos o Senhor alegrar nosso coração, consolar, confortar e transformar todo o nosso pranto, todas as nossas lágrimas, naquela que vai ser a alegria sem fim, quando estivermos plenamente na Sua presença. Mas essa alegria não é só para a outra vida, pois estamos experimentando os frutos da ressurreição em nós. O fruto da ressurreição na nossa vida é a paz e a alegria que vem do coração de Deus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Homilia Diária

09MAI2018

O Espírito nos conduz para anunciarmos e proclamarmos Jesus, a fim de que o mundo seja salvo por Ele

“Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará” (João 16,13).

Essa é a grande beleza da graça divina: o Espírito que vem do Pai e do Filho, o Espírito que é a comunhão plena na Trindade Santa, é enviado até nós e está no meio de nós. Ele é o Espírito criador de todas as coisas, não só agindo no mundo, mas em cada um de nós para nos conduzir à verdade plena.

Há tantas discussões, brigas e interesses em cima da verdade! A pergunta que é feita no interrogatório de Jesus – “O que é a verdade?” – cala-se no interior da nossa alma e do nosso coração. Não estou me referindo às verdades científicas, verdades de cada uma das ciências humanas, pois há uma verdade mais sublime e suprema, que diz respeito à vida de cada um de nós, a qual precisamos conhecer, mas não de forma superficial como acabamos nos detendo nela. É a verdade sublime, suprema e plena da qual o Evangelho nos fala.

É Deus e o Espírito quem nos conduzem para o conhecimento, para a vivência e a entrega dessa verdade. Quando nos calamos e desistimos de ser donos da verdade, quando deixamos a Verdade, que se chama Deus, ser dona de nós, anunciamos e vivemos n’Ele, não impomos o que pensamos nem o que queremos para manipular ou instrumentalizar as pessoas.

Permitimo-nos ser conduzidos pelo Senhor da verdade, pois só pela vida no Espírito somos mergulhados nessa verdade, porque ela é Jesus. Ele mesmo nos diz: “Eu sou o caminho e a verdade”. E como a conhecemos? Quando o Espírito nos conduz à intimidade com Jesus, para a relação com Ele, quando não falamos simplesmente o que pensamos ou achamos, e proclamamos isso em alto e bom tom, como se fosse a verdade.

O Espírito nos conduz para anunciarmos e proclamarmos Jesus, e para que o mundo seja salvo por Ele. Permitamos que o Espírito consolador e renovador nos conduza para que vivamos a verdade, porque só ela nos salva.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 8 de maio de 2018

Homilia Diária

08MAI2018

O Espírito Santo é o defensor da nossa alma, da nossa dignidade de filhos de Deus

“E quando vier, ele demonstrará ao mundo em que consistem o pecado, a justiça e o julgamento”(João 16,8).

Jesus nos promete o Espírito da Verdade, o Espírito que advoga em favor do Reino de Deus. Jesus promete que virá nos defender.

O Espírito Santo não é o acusador desse mundo. Na verdade, Ele é o defensor da nossa alma, da nossa dignidade de filhos de Deus. Por isso, precisamos nos permitir ser defendidos, protegidos, iluminados e guiados por Ele. O Espírito nos defende do ataque do maligno.

O espírito adverso é o acusador. O Espírito de Deus é o defensor, e coloca-se ao lado de nossas fraquezas e fragilidades. O espírito acusador puxa-nos para baixo, arranca o pior de nós e faz-nos cair na depressão, no sentimento de culpa, no fracasso; ele nos acusa de nossos pecados o tempo inteiro e faz de nós pessoas acusadoras.

A grande fraqueza das relações humanas é viver no espírito da acusação. Por exemplo: convivemos com uma pessoa há tanto tempo e passamos o resto da vida acusando-a de seus erros e fracassos das coisas que não deram certo. Os amigos acusam uns aos outros, os casais vivem se acusando, os pais acusam os filhos e os filhos acusam os pais.

O espírito da acusação vem de forma demoníaca, porque as pessoas vivem acusando umas as outras. Esse espírito não é de Deus nem é santo. O Espírito que vem de Deus nos defende do mundo, vem em nosso socorro e nos mostra no que consiste o pecado. O pecado é não crer em Jesus nem levar a vida em nome d’Ele ou a justiça de não acolhê-Lo.

Os únicos julgados desse mundo são aqueles que se condenam, porque não acolhem a verdade salvadora de Jesus. Precisamos do Espírito de Deus em nós, Espírito Amigo, Consolador, Defensor que perscruta as nossas fraquezas mais profundas para curar-nos, libertar-nos, restaurar-nos e fortalecer-nos.

“Espírito amigo, venha em nosso socorro, em nosso auxílio, e não nos deixeis à mercê do inimigo, que nos destrói e que nos quer destruindo uns aos outros. Espírito amigo, vinde em nosso socorro, vinde em nosso auxílio”.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Homilia Diária

07MAI2018

O Paráclito, quando está agindo em nós, faz-nos levar as pessoas a procurarem Jesus

“Quando vier o Defensor que eu vos mandarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim” (João 15,216).

Abramos o nosso coração para a grande promessa de Jesus. Ele está prometendo que virá até nós o Defensor, o Advogado, o Paráclito, que é o Senhor que ilumina todas as coisas.

Esse é o Espírito da verdade, é o Espírito Santo de Deus. Há muitos espíritos confusos, mentirosos e enganosos agindo no meio de nós, eles estão nos usando para que vivamos mentiras, confusões, e para que semeemos isso em nosso meio, mas isso não provém do Espírito.

O Espírito do Senhor é a verdade, Ele precede do Pai, age em nós para que testemunhemos, proclamemos e anunciemos Jesus, para que levemos as pessoas ao senhorio d’Ele. O Espírito não age em nós para que criemos culto em torno de nós mesmos. O Espírito não está em nós para que as pessoas venham até nós, para que nos adorem e nos reverenciem. O Paráclito, quando está agindo em nós, faz-nos levar as pessoas a procurar Jesus, a se entregarem para Ele e adorá-Lo como nosso Deus, como Senhor e Salvador. Essa é a verdade que precisa estar em nós.

Há muitos que usam do Espírito em vez de serem usados por Ele. Muitas vezes, queremos instrumentalizar o Espírito em favor dos nossos projetos, aquilo que nós queremos realizar, mas não podemos. É o Espírito que nos usa e faz de nós instrumentos da graça de Deus, é o Espírito em nós que nos leva a testemunharmos, proclamarmos, adorarmos e nos rendermos a Jesus. Não podemos abrir mão dessa verdade, porque, senão, abrimos mão do Espírito da verdade. E a verdade é essa: o Espírito que procede do Pai dá testemunho de Jesus em nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 6 de maio de 2018

Homilia Diária

06MAI2018

Nossas comunidades, igrejas e famílias só serão revitalizadas se o mandamento do amor estiver na ordem da vida

“Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus” (1 João 7).

Não se conhece Deus por meio de teorias e ensinamentos. A via para o conhecimento de Deus chama-se amor; e não é o amor falado, onde temos tantas retóricas para falar dele. O amor é prática e vida.

Há pessoas que não falam nada, olhamos para elas e vemos como expressam e vivem o amor. Podemos ter a capacidade para falar bastante coisas sobre Deus e a Igreja, mas não temos a capacidade para amar, não conhecemos Deus. Podemos ter até conhecimento, notícias e informações maravilhosas a respeito d’Ele, mas o conhecimento de Deus só acontece por via do amor. Podemos até ficar estagnados, porque oramos bastante, fazemos longas meditações, mas não temos a capacidade de amar o próximo com todas as exigências que o amor tem.

O amor é muito exigente, e se, muitas vezes, não somos capazes de morrer para nós mesmos, para o que pensamos e sentimos; se quando nos colocamos em primeiro lugar, o mais importante somos nós, não conseguimos viver o mandamento do amor.

Amar é desdobrar-se, é acolher, aceitar e conviver. Não é conviver com aqueles que são agradáveis a nós, aqueles que fazem parte dos nossos grupos, das nossas “panelinhas”. Assim é muito simples e até os animais vivem, sem nenhuma dificuldade. O amor é exigente, é um mandamento: “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (João 15,12). Cristo amou os Seus inimigos, aquele que O traiu e O abandonou. Ele amou até aqueles que quiseram tirar proveito d’Ele, mas que não O amaram de verdade.

O nosso amor não é o amor do mundo, mas sim o do coração de Cristo. O amor cristão se desdobra e abre; é um amor que não exclui, mas que coloca na ordem e na vigência aqueles que o coração tem até repugnância.

O amor é exigente, mas ele dá a vida, cura e liberta. Nossas comunidades, igrejas e famílias só serão revitalizadas se o mandamento do amor estiver na ordem da vida, das exigências e de tudo aquilo que realizamos.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 5 de maio de 2018

Homilia Diária

05MAI2018

O mundo de Deus é sublime e eterno, não tem comparação com esse mundo sujo

“Se o mundo vos odeia, sabeis que primeiro me odiou a mim. Se fôsseis do mundo, o mundo gostaria daquilo que lhe pertence” (João 15,18-19).

A Palavra de Deus, que vem ao nosso encontro hoje, faz-nos distinguir o mundo que se afastou de Deus, que não aceita as coisas d’Ele, odeia a verdade e opõe-se ao mundo criado por Ele, pois este é bom e tem de ser cuidado, amado e valorizado.

Se somos discípulos de Jesus e procuramos viver como filhos de Deus, é óbvio que esse mundo vai nos odiar, porque não pertencemos a ele. Quando eu digo “pertencer a esse mundo” não quer dizer que somos extraterrestres; pelo contrário, quer dizer que vivemos nele, mas nossa mentalidade é do Céu, é a mentalidade de Cristo.

As concepções do Evangelho são, muitas vezes, rejeitadas, e tornam-se algo abominável para muitos. Há muitas críticas, perseguições, muitas pessoas que escarnecem na fé, na religião e na verdade. Qual é a nossa resposta diante desse quatro?

Se o mundo semeia ódio, não semeemos ódio, não respondamos com ódio, não partamos para o combate como muitos querem fazer, cedendo à discussões tolas, vazias, que não chegam a lugar nenhum. Evangelizemos o mundo, mas não briguemos com ele, porque nem existe rivalidade entre nós e ele. O mundo de Deus é sublime e eterno, mas não tem comparação com esse lugar sujo em que vivemos. Amemos os nossos irmãos, amemos uns aos outros, evangelizemos, anunciemos o Evangelho, mas não podemos ceder às tentações mundanas.

A grande tentação não são os prazeres do mundo, porque este quer nos colocar em brigas e competitividades, mas essas competições não são saudáveis. Anunciemos o Evangelho sem precisar rivalizar, guardemos o Evangelho. O nosso esforço, a nossa briga e determinação é para nos revermos. E quanto mais nos cobram, quanto mais nos atiram pedras, mais precisamos colocar a mão na consciência e dizer: “Preciso me converter. Preciso ser melhor. Preciso ser mais de Deus. Não posso ser mundano, mas sim levar a santidade como compromisso de vida”.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Homilia Diária

04MAI2018

Precisamos mergulhar no coração de Deus para vivermos a dimensão mais profunda do amor

“Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros”(João 15,17).

Queremos permanecer em Deus, e o caminho para não nos desviarmos d’Ele é a via do amor. Não há outro caminho, ainda que busquemos outros modos de permanecermos no Senhor. Ainda que procuremos outras formas de viver o amor, seja ele seletivo, opcional, egocêntrico, erótico etc., todas elas nos dão a expressão mais divina, que se chama amor.

Todo amor sem Deus é simplesmente mundano. O amor sublime e por excelência tem nome: Deus. Como nos recorda São João: “Deus é amor!”. Precisamos mergulhar no coração do Senhor para vivermos a dimensão mais profunda do amor. Não vivemos uma crise de fé ou de identidade, a crise que vivemos, dentro da igreja ou fora dela, na humanidade, na sociedade, é a crise do amor.

Todas as vezes que o amor deixa de ser vivido, cada vez que ele não é renovado nem intensificado, as paredes da casa balançam, a família estremece. Com a casa de Deus acontece a mesma coisa.

Vamos, muitas vezes, atrás de metodologias, pastorais e tantas outras coisas que são necessárias, mas temos de viver a dimensão do amor profundo, verdadeiro e autêntico, o amor que respeitamos e sabemos viver com as diferenças que o outro apresenta, amor que nos faz respeitar o outro, amor que não nos leva a falar mal daquele que é diferente de nós. Quem vive a fé de forma alheia ao que pensamos não entendeu nada do Cristianismo.

A nossa tendência é dogmatizar as coisas, impor o que pensamos. Muitas vezes, o que achamos e cremos é até verdadeiro, mas não é autêntico, pois não está revestido do amor profundo de Deus. O que nos salva não é a vivência da doutrina e dos dogmas. O que nos coloca em comunhão com Deus é a vivência do mandamento do amor.

O capricho tem de ser grande, o esforço tem de ser maior. Jesus está dizendo: “O que vos ordeno”. Não é um pedido nem uma súplica, pelo contrário, é uma exigência fundamental e necessária para ser discípulo do Senhor. “Amai-vos uns aos outros”. De que forma? Da forma como o Senhor nos ama. Se compreendermos isso, estaremos no caminho do Mestre. Agora, se relativizarmos, perdemo-nos e as crises tomam conta da nossa vida, da nossa convivência e fé.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Homilia Diária

03MAI2018

Quem está com Jesus está na comunhão com o Pai, porque Jesus é Aquele que nos apresenta ao Pai

“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (João 14,6).

Celebramos, hoje, a Festa dos Apóstolos Filipe e Tiago. A atitude de Filipe chama nossa atenção, porque ele foi aquele que pediu para Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai. Isso nos basta!”. Filipe queria fazer ligação direta com o Pai, mas não compreendia nada. Jesus respondeu a ele: “Filipe, há tanto tempo estou convosco e não me conheceis ainda?”.

Quem está com Jesus está na comunhão com o Pai, porque Jesus é Aquele que nos apresenta ao Pai, é Aquele que nos coloca em sintonia e comunhão com Deus.

Encontramo-nos, muitas vezes, perdidos nas estradas da vida, sem saber que direção tomar, que caminho seguir no meio de um mundo confuso onde se difundem tantas “verdades”, mentiras que aparecem revestidas de verdades. Um mundo onde a cultura da morte está assumindo o lugar da vida plena, da vida em Deus.

Jesus está nos dizendo: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Caminhar na estrada de Jesus é muito exigente, é preciso persistência, pois o caminho, muitas vezes, não é o mais belo; é um caminho que dói os pés, as pernas e o coração, mas é o caminho que nos conduz à vida.

Somos acostumados a buscar atalhos, meios de chegar mais rápido, cortar o caminho. No entanto, acabamos nos perdendo nesses atalhos desanimados, e as estradas vão nos conduzindo para outras direções. Estamos buscando atalhos para chegar ao coração de Deus, mas não há atalhos, há somente um caminho, e este caminho tem nome: Jesus.

Estamos em busca de verdades para a vida, e cada um tem a sua verdade, cada um quer transformar o seu ponto de vista na verdade absoluta.

Não há verdade absoluta, há uma única verdade, que é Jesus. Queremos dar sentido a nossa vida e buscamos muitas coisas para alimentá-la com paliativos, remédios que procuramos para as dores que sentimos. Mas só há uma vida, aquela que vem de Deus, a vida que Jesus resgatou e plenificou. É nessa vida que temos de permanecer e jamais sair.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Homilia Diária

02MAI2018

Quando estamos em comunhão com Jesus, Ele mesmo nos limpa para que possamos produzir mais frutos

“Todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda” (João 15,12).

O ramo que está enxertado na videira produz frutos, mas o ramo que não está enxertado não produz frutos nem serve para nada. Na verdade, ele não está mais ligado, não está mais na comunhão nem na sintonia do coração e da videira no qual ele deve estar ligado.

Não podemos perder a comunhão e a sintonia com o coração de Jesus, porque Ele cuida de nós, revitaliza-nos e nos conduz. Precisamos nos deixar conduzir por Jesus, sermos iluminados por Ele. Precisamos permanecer em Cristo, não tirar d'Ele nosso olhar em hipótese nenhuma.

Quando passamos por aflições, quando os problemas crescem, as dificuldades aumentam, os tormentos batem à nossa porta e nos desligamos do Senhor, que cuida de nós para cuidarmos dos nossos problemas.

Temos de cuidar de todas as situações da nossa vida sem jamais perder a sintonia com Jesus; pelo contrário, tem de crescer a nossa comunhão com Ele. Precisamos da graça de Deus, precisamos do Seu amor, precisamos estar ligados a Jesus.

Vivemos na era da conexão, todo mundo está conectado às redes sociais, aos Smartphones, computadores e, às vezes, essas coisas todas nos tiram da sintonia, da conexão única e essencial da nossa vida, que é a comunhão, a comunicação e a sintonia com Jesus, nosso Senhor.

Quando estamos em comunhão com Jesus, Ele mesmo nos limpa para que possamos produzir mais frutos. o Senhor nos purifica. Por isso, não tenhamos medo de ser lavados, purificados, renovados na presença do Senhor. Quando não somos purificados, quando as nossas intenções não são lavadas diante do coração misericordioso de Jesus, corremos sérios riscos de não produzir frutos.

Para que os frutos cresçam em nós, é preciso permanecer em Jesus sem jamais sair d’Ele e permitir que Ele nos pode, purifique-nos e renove-nos a cada da.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 1 de maio de 2018

Homilia Diária

01MAI2018

Somos continuadores da missão divina com o nosso trabalho, com a criatividade que colocamos a serviço da humanidade

“Não é ele o filho do carpinteiro?” (Mateus 13,55).

Temos a graça de celebrar, no dia de hoje, São José Operário. O pai de Jesus era um trabalhador. Hoje, lembramos, no mundo inteiro, de todos os trabalhadores. Cada um na sua missão cumpre a sua tarefa, faz do seu trabalho dom e dádiva para a transformação do mundo.

A Primeira Leitura da Missa de hoje fala, justamente, do Pai Criador de todas as coisas, que trabalhou seis dias para criar e cuidar da obra da Sua criação e responsabilizou o homem de cultivar e cuidar da criação que vem das Suas mãos.

Somos continuadores da missão divina com o nosso trabalho, com a criatividade que colocamos a serviço da humanidade e da sociedade. Devemos, por meio do nosso trabalho, transformar o mundo em que vivemos, transformá-lo para melhor, para aprimorar a criação de Deus, tornar as relações humanas mais saudáveis, permitir que todos os avanços científicos e tecnológicos estejam a serviço do bem, da verdade e do progresso do ser humano.

Todo trabalho, realizado com dignidade, é abençoado e santificado. Por meio do nosso trabalho, louvamos, bendizemos, agradecemos e oferecemos a Deus o próprio dom que Ele nos deu. É muito importante termos isso no nosso coração.

Deus abençoa o nosso trabalho, Ele abençoa o nosso esforço humano, a nossa luta, para nos aprimorarmos e buscarmos, a cada dia, o pão para nossa casa e para nossa família. Em hipótese nenhuma, podemos ficar sem trabalhar, pois a ociosidade é inimiga da verdade, da caridade, dos dons e talentos que Deus nos deu. A falta de trabalho nunca pode ser desculpa para não trabalharmos, porque a criatividade humana vai funcionar quando colocarmos nossos dons para realizarmos outros trabalhos, ainda que não seja daquela profissão que temos, ainda que não seja para o específico no qual nos especializamos. É importante saber que não temos apenas um dom; e ainda que tenhamos somente um dom, quando o colocamos a serviço, eles se multiplicam e a capacidade também.

Deus abençoe todos os trabalhadores e coloque, no coração deles, a disposição de aprimorar os dons que Ele nos concedeu para o mundo ser melhor e para que a nossa vida progrida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo