Gol

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Homilia Diária

26ABR2019

Jesus se aproximou, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos”(João 21,13-14).

É uma alegria imensa para o nosso coração podermos, a cada dia da Oitava da Páscoa, testemunharmos a manifestação do Ressuscitado aos Seus discípulos. Assim como Jesus se manifestou aos Seus discípulos de outrora, Ele quer se manifestar também a nós. É preciso reconhecê-Lo nos sinais da Sua presença no meio de nós. O Ressuscitado se manifesta no cotidiano da vida, nas situações ordinárias da vida de cada um.

Os discípulos também não O reconheceram. A cada aparição do Ressuscitado, mesmo sabendo que Ele estava vivo, não foram capazes de reconhecê-Lo. Quando Jesus estava no meio deles – eram pescadores, e boa parte deles estava trabalhando –, Ele os chamou e se manifestou a eles onde eles estavam pescando. Onde quer que você se encontre, o Ressuscitado deseja se manifestar a você.

Vamos nos encontrar com Ele na igreja, no sacrário, na comunhão. O Senhor quer estar conosco onde quer que estejamos. Quando chegarmos no trabalho, que para muitos é um lugar penoso, de muitos atritos e dificuldades, encontremos o Ressuscitado. Na hora do almoço, quando nos reunimos, o ambiente está repleto pelas tensões do trabalho, por isso é um ótimo lugar, com seus amigos ou comendo no seu pratinho, para se encontrar com o Ressuscitado.

O Ressuscitado se manifesta no cotidiano da vida, nas situações ordinárias da nossa vida

Se estamos encontrando muitas dificuldades para as situações da nossa vida, seja o estudo, o trabalho, sejam situações familiares, o Ressuscitado quer nos ensinar a pescar, Ele quer nos ensinar a direção que precisamos dar para a vida.

Precisamos escutá-Lo, ainda que não tenhamos compreendido bem, ainda que não tenhamos O reconhecido bem, mas procuremos escutá-Lo, permitamos que Ele direcione a nossa vida. Assim como Ele pegou o pão e o peixe e os distribuiu, Ele mesmo quer pegar a nossa refeição, abençoar e multiplicar, a cada dia, o pão, o peixe, a carne, aquilo que temos para nos alimentar.

Muitas vezes, não experimentamos Jesus, porque, até na hora da nossa refeição, na hora de estarmos juntos como família e amigos, somos tomamos pelas tensões, pelas discussões e pelas brigas. Somos tomados até pela presença dos nossos smartphones e tantas outras coisas, que não comungamos com Ele no meio de nós. Não comungamos, muitas vezes, nem com os que estão entre nós! Então, como o Ressuscitado estará na nossa casa se, na hora da refeição sagrada de uma família, cada um vai para o seu quarto comer? O prato fica numa mão, o celular na outra e televisão na frente.

Precisamos recuperar a alegria de estarmos juntos, fazer de cada experiência do encontro familiar o lugar da experiência e do encontro com o Ressuscitado. Ele quer estar em nossas refeições, em nossos encontros, naquilo que fazemos e realizamos, Ele quer estar no meio de nós. Não deixemos para experimentar Jesus somente quando vamos à igreja rezar, porque Ele quer estar presente em tudo aquilo que vivemos e fazemos, porque o Ressuscitado está no meio de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Homilia Diária

25ABR2019

Então, Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras” (Lucas 24,45).

O Ressuscitado se manifesta aos Seus, que ainda estão assustados, cheios de medo; e quando viram Jesus, pensaram que fosse um fantasma.

As nossas limitações humanas, o nosso próprio coração endurecido não consegue, de uma vez só, captar, compreender e experimentar a dimensão da presença de Deus na nossa vida, da presença de Jesus ressuscitado entre nós. É preciso que a pedagogia de Deus aconteça nos diversos acontecimentos da nossa vida.

Os discípulos de Emaús reconheceram Jesus por dois passos: primeiro, pelo Senhor caminhando com eles, porque, enquanto Jesus caminhava, Ele falava das Escrituras, e o coração deles começava a se abrir. Segundo, quando Jesus partiu o pão, e eles reconheceram que era o Senhor.

Jesus está presente quando partimos o pão. Primeiro, Ele está presente de forma viva e sacramental, quando partimos o pão da Eucaristia, porque é o próprio Corpo e Sangue do Senhor.

Talvez, muitos olhem para a Eucaristia e não consigam distinguir ou reconhecer a presença de Jesus, mas não é por causa d'Ele, ma sim da experiência de fé. Não é a nossa experiência de fé que vai determinar se Jesus está ou não, mas a nossa fé, que precisa O alcançar. Ele está ali, Ele se reparte e se dá a nós, e nós nos alimentamos d’Ele.

Todas as vezes que nos colocamos diante da Palavra e nela encontramos o Ressuscitado, a paz vem ao nosso coração

Os discípulos não compreenderam, mas estavam fazendo a experiência da presença eucarística de Jesus, por isso, o Ressuscitado, Aquele que, na Última Ceia, deu Seu Corpo e Seu Sangue, agora reparte o pão, e eles vão aos poucos reconhecendo que no pão repartido, no pão fracionado o próprio Senhor está presente.

Jesus está presente e vivo no meio de nós quando também partimos o nosso pão, partimos o nosso alimento, quando repartimos o que temos com o outro, porque, em todo gesto de amor e caridade, o Senhor se faz presente.

Quando abrimos o nosso coração para o outro, quando abrimos o nosso coração para que Jesus entre, de fato, Ele se faz presente. O mais importante é deixar que Jesus abra a nossa inteligência para que possamos compreender a Sua Palavra.

Jesus Ressuscitado abre a nossa capacidade de compreensão quando nos colocamos com atenção diante da Sua presença. A maravilha que experimento é que o Ressuscitado que age nas Escrituras, vai curando os nossos medos, vai depurando e curando a nossa ansiedade, porque todas as vezes que nos colocamos diante da Palavra e nela encontramos o Ressuscitado, a paz vem ao nosso coração. Se nos falta a paz, o Ressuscitado é o Senhor da paz e O encontramos no Pão sagrado e repartido, encontramos o Ressuscitado na Palavra celebrada, ruminada e meditada onde Ele vem ao nosso coração.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Homilia Diária

24ABR2019

Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles” (Lucas 24,15).

Essa linda passagem bíblica dos discípulos de Emaús é uma verdadeira catequese pascal para cada um de nós. Os discípulos estavam descrentes, desanimados, vivendo um desalento. E mesmo sabendo, porque ouviram falar que Jesus havia ressuscitado, não tinham convicção.

Esses dois discípulos representam cada um de nós que caminha em meio aos desalentos, às incertezas, aos medos, aos temores e receios. Somos nós que trabalhamos na igreja, que vamos à Missa, mas não fomos impactados, não criamos a convicção profunda em nós da experiência com Jesus ressuscitado.

Assim como Jesus caminhou com esses dois discípulos, Ele também caminha conosco, apesar de O ignorarmos, não O reconhecermos, Ele está ao nosso lado, Ele está à nossa frente, Ele está atrás de nós.

Quando chego na igreja para procurar Jesus, Ele já está lá me esperando. Quando me levanto a cada manhã para rezar e colocar-me diante da Sua presença, Ele já estava velando o meu sono. Quando penso em fazer as minhas orações, Ele já está há muito tempo me esperando. Quando caminho nas estradas da vida, dirigindo para lá e para cá, Ele caminha comigo.

Façamos uma experiência com o Ressuscitado por meio da Sua Palavra, mergulhemos nas Sagradas Escrituras

É verdade que nós, muitas vezes, O ignoramos e não O reconhecemos. É verdade que não somos tomados pelas certezas, pelas convicções e não somos capazes de discernir e distinguir a Sua voz nos direcionando, por isso a pedagogia de Jesus é nos levar às Sagradas Escrituras. Por meio da Escritura, Ele vai falando ao nosso coração, vai nos dando a capacidade de compreender aquilo que não nos abrimos para compreender, porque a nossa mente, a nossa cabeça e o nosso coração, muitas vezes, estão fechados.

A nossa experiência com o Ressuscitado se faz a cada dia nas Sagradas Escrituras. Assim como os discípulos ficaram com o coração ardendo quando Jesus falou com eles, experimentamos o nosso coração arder quando nos abrimos para deixar Jesus falar conosco pelas Escrituras, porque elas falam d’Ele, trazem a presença d’Ele, e a Palavra Sagrada nos levam até Ele.

Discípulos de Jesus, façam uma experiência com o Ressuscitado por meio da Sua Palavra, mergulhe nas Sagradas Escrituras para que o seu coração possa arder, possa se abrir, para que a sua mente possa fazer a experiência com Jesus vivo e ressuscitado. A certeza que tenho, a cada dia, é que em cada página das Sagradas Escrituras eu não encontro apenas letras, eu encontro Jesus vivo e ressuscitado.

Faça a experiência de deixar a sua vida ressurgir e se encontrar com o Ressuscitado por meio da Palavra d'Ele.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 23 de abril de 2019

Homilia Diária

23ABR2019

Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: ‘Eu vi o Senhor!’, e contou o que Jesus lhe tinha dito”(João 20,18).

Maria chorava muito, porque Jesus era o Senhor da sua vida, Ele transformou a sua vida, Ele deu sentido para sua existência. Quando O mataram na cruz, levaram também a vida de Maria, porque a vida dela era o Senhor, por isso ela ia ao túmulo para cuidar do corpo d’Ele, pois no corpo d’Ele estava a razão de ela viver.

Quando ela chega ao túmulo e não O encontra, leva um susto! Os anjos perguntam: “Mulher, por que choras?". Maria estava tão atônita, que imaginou que fosse o jardineiro: “Foste tu que levastes o meu Senhor? Diga-me onde O colocaste, para que eu possa buscá-Lo”. É o amor, a delicadeza e a ternura de um coração que foi transformado pela presença do Senhor.

Quando ela, de fato, viu que não era o jardineiro, mas era Jesus, imagine a alegria do coração dela! Imagine quanto o coração dela se envolveu de amor, o quanto o coração dela explodiu de emoção! Quando Jesus disse: “Não me retenhas, porque a hora de subir ainda não chegou, Maria, mas é preciso anunciar, dizer aos outros que eu estou vivo, é preciso anunciar aos corações que se dirijam à Galileia, para que eles também experimentem o Ressuscitado".

Aquela que viu o Senhor é a mesma que vai anunciá-Lo para os outros. Precisamos ver o Senhor vivo e ressuscitado em tantos sinais da nossa vida. Ele está vivo na Eucaristia e na Palavra, Ele está vivo quando nos amamos, Ele está vivo no nosso processo de conversão e transformação. O Senhor está vivo em todas as famílias que são renovadas pelo Seu amor, pelos jovens que deixam os vícios e os males deste mundo para segui-Lo.

Precisamos ver o Senhor vivo e ressuscitado em tantos sinais da nossa vida

Em cada situação, experimentamos a presença do Ressuscitado no meio de nós. Então, não basta O contemplarmos, não basta O vermos agindo, é preciso anunciar, é preciso proclamar aquilo que estamos vendo e testemunhando.

O mundo precisa saber que Jesus está vivo com todas as provas e evidências confirmadas de experiências que fazemos com Ele. Precisamos proclamar em alto e bom tom que Ele está vivo, porque as pessoas estão morrendo, porque o mundo está matando muitas pessoas e elas estão perdendo a esperança e o sentido de viver. Não podemos deixar isso acontecer, precisamos levar Aquele que dá a vida e dá sentido a ela.

Aquele que transformou Madalena, aquele que se transformou no Mestre dela, Ele é o nosso Mestre, é a razão da nossa vida. Se, por algum motivo, nossa vida está sem razão de viver, encontremo-nos com o Ressuscitado, Ele há de nos dar todas as razões para vivermos e levarmos a vida aos outros.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Homilia Diária

22ABR2019

“Então, Jesus disse a elas: ‘Não tenhais medo. Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão’” (Mateus 28,10).

As mulheres foram as companheiras de Jesus durante a vida e a morte, e elas são as primeiras que podem proclamar para o mundo que Jesus está vivo. No primeiro momento, o Senhor nos diz: “Não tenhais medo”, porque o medo invade o nosso coração diante das incertezas, diante dos impactos e das coisas negativas pelas quais passamos. O sentimento de medo toma conta do nosso coração.

Quando não desenterramos o medo de dentro de nós, ele vai nos aniquilando, tirando a nossa alegria de viver. O medo vai nos matando aos poucos. Por isso, o Ressuscitado está vivo para vencer o medo que carregamos dentro de nós.

Muitos de nós temos medo de viver, de morrer, temos medo de ficar doentes, de passar por dificuldades ou tribulações, mas aquele que está com o Senhor vivo e ressuscitado pode passar por todas as dificuldades da vida, mas por todas elas ele sobrevive, porque tem olhos fixos em Jesus.

Entregue ao Ressuscitado seus medos e seus temores 

Entregue ao Ressuscitado seus medos, seus temores, seus receios e tudo aquilo que tem aniquilado e tirado o seu sabor de viver, porque Jesus veio e trouxe a Boa Nova. Tiraram a vida do Senhor, mas Ele vive para sempre, Ele está no meio de nós.

Quando temos a experiência do Ressuscitado em nós e permitimos que Ele vença os medos da nossa vida, experimentamos a alegria que só vem d’Ele, a alegria de experimentá-Lo, que está presente em nossa vida.

Podemos ter muitos motivos para estar tristes, porque você passa por essas dificuldades, por essas aflições, mas a presença do Ressuscitado cura as nossas tristezas, a presença d’Ele ressurge em nossa vida, tira-nos da sombra da morte, tira-nos de tudo aquilo que, de fato, tem tirado o nosso sabor de viver.

Ide anunciar para o mundo, para as pessoas, ide anunciar com quem trabalha, com quem convive, com quem mora com você que não podemos ser vencidos pelo medo, pela tristeza nem pela morte, porque o Senhor vive e está no meio de nós, e Ele veio trazer ao nosso coração a alegria de viver.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 21 de abril de 2019

Homilia Diária

21ABR2019

De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos”(João 20,9).

É verdade que todos nós ficamos eufóricos com uma Boa Nova, com uma boa notícia, e a melhor das notícias que alguém pode receber é que o Senhor está vivo.

Maria Madalena, Pedro, João e todos aqueles que foram ao túmulo não encontraram o corpo do Senhor. Num primeiro momento, a surpresa, o medo e o temor tomaram conta do coração deles. O problema não era o túmulo estar vazio, mas é a cabeça não estar aberta para compreender o que a Sagrada Escritura já havia anunciado, predito, e que, agora, estava acontecendo. A verdade é uma só: Ele está vivo.

Celebrando a Páscoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Ele vem para abrir a nossa mente, o nosso coração, para que em nós entre a Palavra d’Ele e façamos a experiência com o Ressuscitado.

Precisamos proclamar aquilo que conhecemos, precisamos anunciar aquilo que experimentamos. Hoje, precisamos experimentar Jesus vivo e ressuscitado. Precisamos deixar no túmulo tudo aquilo que causa morte em nós, tudo aquilo que tira a nossa esperança, abala a nossa fé e nos deixa desanimados, porque o Senhor está vivo, Ele está no meio de nós.

Precisamos deixar, no túmulo, tudo aquilo que tira a nossa esperança, porque o Senhor está vivo

Queremos adorá-Lo, queremos amá-Lo e servi-Lo, queremos que a força do Ressuscitado esteja agindo na vida de cada um de nós. Onde quer que você ande, hoje e por todos os dias da sua vida, vença a morte com a vida, a desesperança e o desespero que toma conta do coração de todos com essa certeza única de que Ele está vivo e quem está com Ele viverá com Ele para sempre.

Proclamemos, em alto e bom tom, onde quer que estejamos, a ressurreição do Senhor: "Ele vive, Ele é o Senhor!". Que tenhamos uma feliz e santa Páscoa!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 20 de abril de 2019

Homilia Diária

20ABR2019

“Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui. Ressuscitou! Lembrai-vos do que ele vos falou, quando ainda estava na Galileia’” (Lucas 24,5).

Hoje, vivemos a feliz expectativa da Vigília Pascal, da celebração da ressurreição e da vida. Jesus não está morto, mas ressuscitou para a glória de Deus. Hoje, não vamos procurar um morto, vamos procurar Aquele que está vivo, vamos encher o nosso coração, os nossos sentimentos e todo o nosso ser da certeza da ressurreição e da vida.

Infelizmente, os sentimentos de morte, os sentimentos do fracasso, do desespero ainda tomam conta dos sentimentos de muitos de nós cristãos e seguidores do Crucificado e Ressuscitado.

Adoramos o Cristo na Sua Paixão, mas temos consciência de que Ele vive para sempre. Essa é a nossa fé, é a razão do nosso viver, é a alegria da nossa vida, essa é a esperança que temos para anunciar e gritar ao mundo: o nosso Senhor está vivo! E vamos encontrá-Lo a cada dia de nossa vida e levar aos outros a Boa Nova, essa grande verdade.

Não vivamos como se Cristo ainda estivesse morto, mas vivamos com a certeza e a convicção de que Ele está vivo. Levemos a vida nova que Ele nos trouxe, levemos as sementes da Ressurreição para todos os ambientes onde estamos, a começar pela nossa casa, pelo nosso lar, pois ali tem de ser a expressão mais viva de que Cristo está vivo.

Levemos as sementes da Ressurreição para todos os ambientes onde estamos, a começar pela nossa casa

O Cristo vivo renova todas as coisas, Ele tira a dor que, muitas vezes, nos visita e não sai mais de nós. Ele vem para arrancar a tristeza que deixa as almas e os corações em desalento, muitas vezes, sucumbindo como se estivesse à beira da morte. O olhar de quem se encontrou com o Ressuscitado é o olhar que vê todas as coisas sobre uma nova luz e uma nova perspectiva.

Deixemos que a luz de Cristo invada todo o nosso ser no dia de hoje! Começamos celebrando Jesus com um fogo novo, esse fogo da graça, a luz nova.

Que a luz da ressurreição ilumine as trevas do nosso coração, ilumine as nossas relações, nossa vida e tudo aquilo que fazemos.

Cristo está vivo, está ressuscitado, e Ele abençoa cada um de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Homilia Diária

19ABR2019

A verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores; e nós pensávamos fosse um chagado, golpeado por Deus e humilhado!” (Is 52,4).

Hoje, celebramos a Paixão de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Nosso olhar se volta para o Cristo crucificado, Aquele que morreu na cruz abandonado pelos homens e socorrido por Deus. É hora de contemplarmos o sofrimento de Cristo, e o sofrimento d’Ele na cruz tem até forma de representação humana, porque foi demasiadamente humilhante.

Jesus foi desprezado, pisoteado e humilhado até o extremo. Quando a Palavra nos diz que nem aparência humana Ele tinha, é o melhor retrato para nos descrever a condição de sofrimento humano que se configurou em Cristo Jesus. Ele foi mesmo desprezado, humilhado, não tiveram dó, piedade e nenhuma misericórdia d'Ele. Ninguém tinha coragem de olhar para Ele.

Às vezes, temos em nossa casa um crucifixo bonito, retocado e muito bem feito pelos artistas, mas ele não representa o Cristo pregado na cruz. O Cristo pregado na cruz era horroroso de se ver, era humilhante demais para olhos contemplarem o que se passava sobre Ele. O Cristo crucificado, que hoje olhamos na cruz, continua sendo crucificado no rosto de todos os sofredores. 

O Cristo crucificado é o rosto dos pobres, dos doentes, enfermos, desprezados e humilhados de nossos dias

Vamos a um hospital e vemos tantos enfermos, muitas vezes, jogados nos corredores de uma forma muito humilhante, porque há muitas doenças que humilham a pessoa humana. A comunhão com o Cristo crucificado é com todos os doentes e sofredores em todas as épocas da história da humanidade. Ele veio para pegar o mais sofredor e levar sobre si as dores e sofrimentos de todos.

Façamos, hoje, a nossa comunhão com Cristo crucificado. Ele não precisa da nossa compaixão, porque foi Homem de Deus para abraçar Sua cruz, viver a humilhação e dela ressurgir glorioso.

Hoje, Cristo precisa ser socorrido, amado, contemplado no rosto e na vida de todos aqueles que sofrem, pois eles são para nós a expressão do Cristo crucificado em nossos dias.

Meditemos, hoje, sem tirar o nosso olhar da cruz e sem nos esquecermos dos crucificados de nossos dias. Uma Sexta-feira Santa abençoada para todos nós!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Homilia Diária

18ABR2019

Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido” (João 13,5).

O início da Páscoa de Jesus, o Tríduo Pascal, mistério da Paixão, Morte e Ressurreição gloriosa de Jesus começa com Ele lavando os pés dos Seus apóstolos.

A riqueza do significado disso é o amor. A Palavra nos diz que Jesus amou os Seus até o fim, e só quem ama é capaz de doar-se de verdade. Jesus não amou só com palavras, Ele não amou com poucas atitudes. Jesus amou dando Sua própria vida por nós, porque quer nos mostrar que amar quer dizer "rebaixar-se", colocar-se aos pés do outro para servi-lo.

Quando entramos numa igreja, ajoelhamo-nos aos pés de Jesus, ajoelhamo-nos aos pés de Deus, para honrá-Lo. Não basta, no entanto, só nos colocarmos aos pés d'Ele, pois quem ama Jesus na Eucaristia, quem O adora na Eucaristia, coloca-se também aos pés dos irmãos para servi-los, para lavar os pés uns dos outros.

Precisamos nos tratar uns aos outros como servos e senhores. Só Deus é nosso Senhor, mas nós O servimos não só quando nos colocamos aos Seus pés na Eucaristia, mas quando nos tornamos servos uns dos outros.

A verdade é que o orgulho, a soberba e o fato de nos sentirmos grandes até servindo a Deus nos impedem de termos atitudes concretas.

Jesus quer nos mostrar que amar quer dizer rebaixar-se, colocar-se aos pés do outro para servi-lo

Não permitamos que a Missa de hoje seja apenas um teatro emocionante, onde o padre, ao exemplo de Jesus, lava os pés de doze pessoas que simbolizam a comunidade. Trata-se de um gesto sacramental e de vida.

O amor é mandamento, o maior dos sacramentos! Precisamos lavar os pés dos pobres e doentes, precisamos cuidar uns dos outros, precisamos nos colocar à disposição dos outros. A nossa religião está fadada ao fracasso quando não é movida pelo amor.

Amar quer dizer servir, cuidar e colocar-se aos pés do outro. Não basta adorarmos Jesus, precisamos amá-Lo amando os nossos irmãos e nos colocando aos pés uns dos outros.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Homilia Diária

17ABR2019

“’Que me dareis se vos entregar Jesus?’ Combinaram, então, trinta moedas de prata. E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus” (Mateus 26,15).

A pergunta que Judas faz aos sumos sacerdotes representa o que está no coração dele, os valores que guiam a sua existência: “Quanto é que vocês me darão”. Estamos sempre preocupados com o quanto ganharemos, o que  receberemos ou o que levaremos de vantagem com alguma coisa.

Um pai de família precisa ganhar um salário suficiente para sustentar a sua casa. Você, como trabalhador, e cada um de nós precisa buscar aquilo que é justo. O problema não é buscar o que é justo, o problema é deixar que o justo se disfarce da justiça e tome conta do nosso coração disfarçado na insensatez da cobiça e da avareza, que leva-nos, muitas vezes, a nos vendermos e a comprarmos uns aos outros.

É sempre preciso dizer que o “deus” deste mundo é o dinheiro, ele manda nas pessoas, ele faz as pessoas serem mais ou menos importantes, ele faz com que bajulemos as pessoas porque que têm dinheiro e desprezemos ou nos equivoquemos com as pessoas que nada têm. Ele faz com que tenhamos comportamentos dúbios para sermos compensados financeiramente ou reconhecidos por aquilo que fazemos.

O dinheiro impulsiona o coração do homem. Quem tem quer ter mais, quem não tem se angustia pelo fato de não ter. Esse desequilíbrio que ele gera em nossa vida nos torna pessoas cobiçosas.

Qual é o valor da nossa vida? Incomparável e sem valor financeiro nenhum. Qual é o valor do nosso caráter? Qual é o valor das nossas escolhas?

Não deixemos que nada roube o nosso coração de Deus, quanto menos o dinheiro

Combinaram trinta moedas de prata para que Judas pudesse entregar Jesus. É o preço que Ele pagou da sua fidelidade, do seu seguimento, da sua convivência com Jesus. Na verdade, o dinheiro roubou o coração de Judas.

Não deixemos que nada roube o nosso coração de Deus, quanto menos o dinheiro. Mas muitas outras coisas que o mundo dá valor, na verdade, tira o valor que Deus tem para nós.

A Liturgia de hoje é um convite para refletirmos e questionarmos o nosso coração: "Qual é o valor que Deus tem para mim?". Aquilo que tem valor, colocamos em primeiro lugar. Eu sei que Deus tem muito valor para nós, mas não basta ter muito valor, porque o valor d’Ele é único e incomparável a nada neste mundo.

De uma forma mesquinha, Judas comparou o sangue de Jesus com trinta moedas de prata. Hoje, por bem menos ou mais, não entramos em nada quantitativo, mas estamos deixando que roubem nossa fé, nossos valores e o seguimento de Jesus.

Que o nosso coração se ordene para aquilo que, de fato, é o valor mais precioso da nossa vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 16 de abril de 2019

Homilia Diária

16ABR2019

Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes” (João 13,37).

A liturgia de hoje nos coloca diante da fraqueza dos seguidores de Jesus. Nela, cada um de nós pode também se espelhar. Seguimos Jesus com aquilo que somos e não com aquilo que queremos ser; as nossas fraquezas nos acompanham durante toda a nossa vida. Ou permitimos que Ele transforme e cuide de nossas fraquezas ou elas se dilatam nas nossas opções de vida nos momentos cruciais da nossa existência.

O primeiro que esbarramos é Judas Iscariotes. Ele era um discípulo, um apóstolo de Jesus, mas um homem muito ganancioso e avarento. Judas foi convidado para cuidar das finanças do grupo para aprender a lidar com o dinheiro, mas aconteceu o contrário, o dinheiro tomou conta do seu coração.

Uma vez que o dinheiro toma conta do coração da pessoa, ela se torna não só mesquinha, mas cobiçosa e avarenta, e o demônio toma conta do coração que é movido pelo dinheiro, ele faz dessa pessoa uma pessoa gananciosa em tudo aquilo que faz.

Mesmo Judas tendo recebido o Pão eucarístico, o Pão que Jesus deu, naquele mesmo momento satanás entrou no coração dele, e sabemos quais foram os sentimentos que tomaram conta do seu coração.

Coloquemos nossas fraquezas diante do Mestre. Não permitamos as seduções deste mundo aniquilem o nosso coração

O coração de Judas não estava em Jesus, o coração dele estava no dinheiro. "Onde estiver o seu tesouro, ali estará o seu coração" (Mateus 6,21). Hoje, pensemos muito onde nós, de fato, colocamos o nosso coração, até mesmo quando estamos na Igreja.

Do outro lado, a figura de Pedro, o mais impetuoso, líder daquele grupo, disposto a derramar o seu sangue e a dar a  vida por causa de Jesus. Na forma de falar, Pedro era sempre o primeiro que se manifestava. Quando Jesus profetizou que ele O negaria antes que o galo cantasse, é porque Jesus conhecia as fraquezas daquele homem.

Quem muita fala, quem é muito impetuoso, quem muito diz, às vezes, pouco faz; por isso, Pedro O negou. Porque o coração dele não estava firme e nem alicerçado no Senhor. Os outros discípulos O abandonaram, fugiram e assim por diante.

Coloquemos nossas fraquezas diante do Mestre a quem seguimos. Não permitamos que o dinheiro, o prazer, o poder, o medo ou as seduções deste mundo aniquilem o nosso coração de discípulo, mas nos purifiquemos pela verdade para que nos tornemos discípulos autênticos do Mestre Jesus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Homilia Diária

15ABR2019

Maria, tomando quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos” (João 12,3).

Muito próximo da Sua Páscoa, Jesus está na casa de Seus amigos Lázaro e Marta. Maria se coloca aos pés de Jesus para ungi-Lo com meio litro de perfume caro, do mais alto valor. Aqui, não se trata de um valor financeiro, mas sim o tamanho do amor, a intensidade do amor que essa mulher tem para com o Senhor.

Quando o nosso amor é verdadeiro e intenso, tornamo-nos generosos e intensos na forma de amarmos a Deus, mas, infelizmente, fechamo-nos na mesquinhez espiritual. E o que é a mesquinhez espiritual senão darmos a Deus aquilo que é a nossa sobra? E, às vezes, não sobra nada!

Eu nem me reviro somente à questão financeira, é até a questão do nosso próprio tempo. Como somos mesquinhos para com Deus! Damos a Ele aquele tempo que sobra, e como o tempo que sobra é um tempo onde já estamos cansados e acabados, mal damos tempo para Deus.

Quando vamos participar das coisas do Senhor, procuramos aquilo que será o mais curto, o que vai ser mais rápido e menos vai nos incomodar ou que menos vai roubar o nosso tempo. Quando queremos dar alguma coisa para alguém, vamos escolher o que está sobrando, o que não estamos usando, o que não é tão importante. E assim a mesquinhez vai tomando conta de nós.

Quando o nosso amor é verdadeiro e intenso, tornamo-nos generosos e intensos na forma de amarmos a Deus

A Liturgia de hoje nos apresenta dois exemplos de coração: um coração intenso no amor a Deus, como Maria que se despoja toda. Talvez ela nem tivesse condição de ter um perfume daquela qualidade, mas o importante é como ela inteira se joga com tudo que tem; e do outro lado, o mesquinho Judas Iscariotes, que viu, naquela atitude, uma oportunidade para mostrar o quanto o seu coração era avarento, era só preocupado com os bens e com as coisas materiais: “Mas isso que ela jogou nos pés de Jesus daria trezentas moedas de prata para dar aos pobres!”, como se ele, de verdade, se preocupasse com os pobres! Na verdade, ele estava preocupado com o dinheiro que estava guardado e que poderia reter.

Não permitamos que o mundo, o tempo presente e tudo que passamos façam de nós pessoas mesquinhas. A experiência com Jesus faz de nós pessoas generosas primeiro em amá-Lo de todo o coração, sem reservas, jogando-nos inteiro a Seus pés, servindo-O de todo o coração, sendo generosos em cuidarmos uns dos outros, inclusive, das coisas de Deus.

Judas conviveu com Jesus, mas de forma superficial; ele ficou apenas na superfície, por isso se tornou o discípulo mesquinho, preocupado com uma moeda e não com o coração, preocupado com o que se gastou aos pés de Jesus e não preocupado em O amar.

Às vezes, estamos preocupados com dois ou três minutos que vamos gastar rezando, meditando e nos colocando aos pés de Jesus e não em O amar, como se O amar não fosse a coisa mais importante da nossa vida.

Que essa semana da graça nos ajude a refletir nossos conceitos, escolhas, e como estamos conduzindo a nossa vida. Qual é o peso do nosso coração? É a generosidade e a intensidade do amor ou a mesquinhez espiritual?

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 14 de abril de 2019

Homilia Diária

14ABR2019

“E levaram o jumentinho a Jesus. Então puseram seus mantos sobre o animal e ajudaram Jesus a montar. E enquanto Jesus passava, o povo ia estendendo suas roupas no caminho” (Lucas 19, 35-36).

Hoje, começamos a celebração da nossa Semana Santa, a semana da Paixão e Ressurreição gloriosa de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. O Domingo de Ramos ou o Domingo da Paixão de Jesus nos introduz neste mistério profundo do amor de Deus por todos nós.

Aquele que é o Rei está entrando na sua cidade. Jerusalém, com todo sentido simbólico, é a cidade do grande Rei, é na visão judaica o lugar do triunfo do Messias, e Jesus, o Messias, entra para triunfar na sua cidade. Entretanto, o triunfo d'Ele não é de acordo com as expectativas humanas que jogaram sobre ele. Não se trata de um triunfo de acordo com o calor humano, mas o Messias triunfa na humildade e na simplicidade. Ele não entra na cidade montado num cavalo especial, mas entra montado em um jumentinho.

Aquele que nasceu em meio a um presépio, onde os animais se alimentavam, agora usa de um animal bem simples, um jumentinho para entrar na sua santidade.

Jesus reina e triunfa nos corações que se revestem da humildade

O Reino de Jesus não se manifesta de forma esplendorosa, o Reino é dos simples, dos humildes, e Jesus reina e triunfa nos corações que se revestem da humildade, da simplicidade, e são capazes de se despirem de todo orgulho e soberba.

Permitamos que Jesus triunfe em nós, em nossa vida e em nosso coração. Permitamos que, como seus verdadeiros discípulos, possamos louvá-Lo, engradecê-Lo e bendizê-Lo por tudo aquilo que Ele realiza no meio de nós.

A Paixão de Jesus não é a derrota de Deus, mas Seu triunfo, apenas que o triunfo e a vitória d’Ele não se manifestam no esplendor do mundo, mas na humildade do coração de Nosso Deus e de todos os que se fazem humildes.

Jesus é o servo humilde e sofredor, somente os humildes conseguem acolhê-Lo no seu coração.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 13 de abril de 2019

Homilia Diária

13ABR2019

Se deixamos que ele continue assim, todos vão acreditar nele, e virão os romanos e destruirão o nosso Lugar Santo e a nossa nação” (João 11,48).

A verdade é que os líderes religiosos da época de Jesus perceberam o quanto Ele incomodava. O incômodo por Jesus é porque Ele veio, de fato, libertar a religião daquilo que não era religioso de verdade, Ele veio tirar as amarras e a corrupção que, muitas vezes, invade o pensamento religioso e a direção daqueles que cuidam das coisas religiosas. Os líderes religiosos resolveram que era preciso se livrar de Jesus.

O medo não era que os romanos destruíssem ou assim por diante, o fato é que ninguém gosta de ser incomodado, o fato é que queremos ou necessitamos manter os status que nós mesmos criamos.

A religião verdadeira é aquela que nos incomoda, tira-nos da nossa situação cômoda de vida e nos leva a refletir, pensar e escolher os verdadeiros valores. Os líderes religiosos preferiram se colocar contra Jesus, de modo que decidiram que era preciso matá-Lo, e que Ele morresse pelo povo.

A narração do Evangelho de hoje diz que Jesus não andava mais em público no meio dos judeus. Não era por medo de morrer nem porque Ele tinha recuado em pregar e anunciar a Boa Nova, mas porque era preciso precaução, era necessário saber o momento de viver cada coisa, e mais ainda, era importante pregar, anunciar, cuidar e amar até onde se pudesse.

O mundo está triste e indo para a ruína, porque não se deixa incomodar pela Palavra que salva e transforma

Jesus não se entregou para morrer, porque, simplesmente, queria morrer; Ele morreu, porque se dispôs a viver até a morte, até as últimas consequências o valor do Evangelho, da vida e de tudo aquilo que Ele pregava e ensinava. Eles decidiram matar Jesus, eles queriam eliminá-Lo.

Quando algo nos incomoda de forma negativa, precisamos eliminar da vida, mas não quando algo nos leva a refletir e repensar as nossas próprias escolhas.

Muitas vezes, deparo-me com a Palavra de Deus, e ela é um incômodo, é uma pedra no meu sapato. Eu louvo e bendigo a Deus, porque as minhas escolhas se baseiam, a cada dia, no Evangelho. Eu sei o quanto preciso ainda me tornar mais coerente, preciso me converter, mas peço todos dias: “Senhor, incomode-me, não me deixe cair na minha acomodação religiosa, não me deixe, simplesmente, cair no dogmatismo sem me deixar incomodar pelos valores que o Senhor veio ensinar a todos nós”.

A religião de Jesus é a religião que incomoda os que O seguem e os que não O seguem, porque o mundo está do jeito em que está, o mundo está triste e indo para a ruína porque não se deixa incomodar pela Palavra que salva e transforma.

É preferível que um só morra, preferiram matar Jesus e, hoje, muitas vezes, preferem matar e eliminar a Sua Palavra do que acolhê-la para serem transformados.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Homilia Diária

12ABR2019

Os judeus pegaram pedras para apedrejar Jesus. E ele lhes disse: ‘Por ordem do Pai, mostrei-vos muitas obras boas. Por qual delas me quereis apedrejar?’” (João 10,31).

Pegar pedras nas mãos para jogar em alguém significa que nós rejeitamos aquela pessoa, queremos nos ver livres dela, daquela situação, daquilo que ela fala, porque nos incomoda.

A prática antiga ou a prática da lei judaica mandava apedrejar quem blasfemasse, quem trouxesse uma ofensa grave à vida, sobretudo, na relação com Deus. Hoje, graças a Deus, não pegamos mais em pedras para jogar nas pessoas, mas é verdade que estamos vivendo numa sociedade muito agressiva, e as pedras que usamos, muitas vezes, são mais pesadas do que as pedras físicas e materiais.

A forma como as pessoas se dirigem umas às outras para apedrejar, para atentar uma contra às outras, a violência moral e verbal que vemos nas redes sociais! Muitas vezes, vemos nas ruas que as pessoas se tornam mais intolerantes umas com as outras. O que certo grupo religioso da época perdeu foi a tolerância para com Jesus. A tolerância não é porque o outro está errado, é porque não toleramos ser contrariados, não aceitamos que o outro fale o que não está de acordo com o que queremos, pensamos e achamos.

A intolerância levou Jesus à morte e, muitas vezes, nós que também seguimos Jesus temos as mesmas práticas religiosas, tornamo-nos também intolerantes dentro da nossa própria casa, da nossa igreja, dos nossos grupos e trabalhos. Não aceitamos ser contrariados, contraditados nem questionados; queremos todo mundo pensando da mesma forma que nós.

A tolerância não é porque o outro está errado, mas porque não toleramos ser contrariados

Se há guerras ideológicas no mundo, muitas vezes, transformamos a nossa religião em ideologia para combatermos outros, para criarmos guerras religiosas, para, novamente, chamarmos cruzadas e tantas coisas em nome de uma pretensa fé.

Não apedrejemos novamente Jesus, não permitamos que Ele seja apedrejado em nome das nossas convicções religiosas. Não temos o direito de agredir ninguém, de bater em ninguém, de combater ninguém, a não ser testemunhando a nossa fé. Nada, entretanto, justifica agressão física, moral, verbal e psicológica. Nada justifica entrarmos na pilha do mundo e trazermos o pior do mundo para dentro da nossa vivência de fé.

Jesus morreu, quiseram apedrejá-Lo porque não O aceitaram, porque se tornaram intolerantes e não toleraram a presença d'Ele. 

Irmãos, seguidores de Jesus Cristo, aprendamos a conviver, a respeitar e a lidar com o diferente, é a resposta mais cristã e amorosa que podemos dar. Éla é muito mais importante que os nossos dogmas e ensinamentos religiosos.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Homilia Diária

11ABR2019

Em verdade, em verdade, eu vos digo: se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte” (João 8,51).

Jesus nos trouxe a vida em plenitude, Ele nos ensinou como viver eternamente. A ciência procura, de todas as formas, encontrar uma chave e uma luz para o problema da morte.

A morte para Deus não é problema, porque Ele é o Senhor e Autor da vida, e só Ele pode nos dar a vida eterna. Tememos a morte, pois ela nos agita, preocupa-nos, tira, muitas vezes, nossas perspectivas de planos, esperança e assim por diante. Perdoe-me, mas só se preocupa com a morte quem, de fato, não tem a vida, porque a vida de Deus está em nós, a Palavra d’Ele nos garante que jamais veremos a morte, mas a transformação da nossa vida; nós a veremos tomar posse daquilo para o que Deus nos preparou.

Se, de alguma forma, a morte nos incomoda, causa-nos medo, incerteza e preocupação, é preciso encontrar-se com Jesus e deixar que a Palavra d’Ele permaneça em nós.

Cada vez que nos aproximamos da Palavra de Jesus, ela nos dá vida, alento, acalento, sustento, direção e luz, dá-nos cada vez mais razão de viver. Não estou, contudo, apenas pensando na morte, enquanto um dia que passarei dessa vida para a eternidade, mas eu penso da morte de cada dia, onde nós precisamos encontrar sempre uma razão maior para viver.

Só Jesus tem palavras de vida eterna, só Ele vence tudo aquilo que o temor e a morte causaram em nosso coração

Essa razão maior para a nossa vida se chama Jesus, o Senhor, autor e consumador da nossa fé. Precisamos mergulhar a nossa vida n'Ele, encontrar e saborear Sua Palavra, deixar que ela conduza, ilumine e direcione todo o nosso viver.

Estamos buscando Jesus em gurus, pensadores aqui e acolá. Eles podem até trazer esclarecimentos, palavras belas para a nossa vida, mas quem traz vida para a nossa vida é Jesus. Só Ele tem palavras de vida eterna, só Ele vence tudo aquilo que o temor e a morte causaram em nosso coração.

Coloquemos em Jesus o nosso coração, para que tenhamos vida plena.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Homilia Diária

10ABR2019

Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8,31-32).

Permanecer em Jesus é permanecer na Sua Palavra, ouvindo, guardando e praticando a Palavra de Jesus. Um bom discípulo é aquele que escuta seu Mestre; um bom filho é aquele que escuta seus pais; um bom paciente é aquele que escuta o seu médico. O bom médico, o bom pai, aquele que, de verdade, nos conduz para a salvação é Jesus.

Deixemo-nos ser guiados por Jesus ouvindo Sua Palavra, permanecendo n’Ele, porque podemos ficar um tempo com Ele, ouvindo-O de vez em quando, mas isso não nos salva. O que nos salva é permanecermos n'Ele sem sair d’Ele, permanecermos na Palavra d’Ele sem a abandonar.

Precisamos ouvir a Palavra de Jesus mesmo quando não estamos com ela na mão. Em todas as circunstâncias que vivemos nesta vida, o quanto precisamos dar atenção à Palavra de Jesus, porque é palavra que salva, liberta e nos dá sabedoria.

Se permanecermos na Palavra, seremos, de verdade, discípulos de Jesus. Se não permanecermos na Palavra, seremos maus discípulos ou nem seremos Seus discípulos. Permanecendo n’Ele, conhecemos a verdade. O que é a verdade? Não é a verdade que achamos que é verdade nem a verdade que os outros nos ensinam.

É Jesus que, verdadeiramente, nos salva e nos liberta

Existe uma única verdade: a que vem de Deus, que ilumina e liberta, a verdade que nos arranca da escuridão do mal e nos coloca na presença do verdadeiro bem, que é Deus. Deixemo-nos ser libertos e salvos por Jesus, libertos no verdadeiro e bom sentido da libertação, não mais na escravidão de nada nem de ninguém, nem de coisa nem de situação nenhuma.

Que beleza esse tempo da graça que se chama Quaresma! Fico olhando para todos nós, que nos propusemos a viver penitências, renúncias e mortificações... Que tudo isso seja proclamação da nossa liberdade! Se fizermos todas as coisas, mas não ouvirmos Jesus, não seremos libertos. Voltaremos até a comer mais do que comíamos, a fazer mais mal do que fazíamos, porque só quem nos liberta do mal é Jesus.

Que a Palavra d'Ele permaneça em nós e nós permaneçamos n’Ele, porque é Jesus quem, verdadeiramente, nos salva e liberta.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 9 de abril de 2019

Homilia Diária

09ABR2019

“Vós sois daqui debaixo, eu sou do alto. Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. Disse-vos que morrereis nos vossos pecados, porque, se não acreditais que eu sou, morrereis nos vossos pecados” (João 8,23-24).

A primeira verdade é essa: Jesus não é daqui debaixo; e “debaixo” quer dizer do mundo em que estamos, o mundo que já é sobre o maligno, sobre o pecado e as trevas.

Jesus é do Alto, Ele é da luz e da graça, mas desceu à nossa baixeza, desceu à nossa condição humana para nos iluminar, resgatar-nos, e para que não fiquemos embaixo, mas para que busquemos as coisas do Alto.

Para que Jesus nos resgate do mal desse mundo é preciso que morramos para o pecado para nascermos na graça, porque morreremos nos nossos pecados se não acreditarmos em Jesus, se não colocarmos n’Ele nossa confiança, nossa esperança e o sentido da nossa salvação. 

Vivemos no mundo, mas não podemos deixar que ele esteja dentro de nós. Viver no mundo é responsabilidade, entregar-se para o mundo é pecado e perdição. Iluminar o mundo é nossa missão, deixar-se conduzir pelo mundo é a nossa perdição.

Tenhamos convicção de que nascemos do Alto e para as coisas do Alto

Estar em Jesus é viver no mundo sem ser do mundo, é estar no mundo sem se deixar escravizar por ele. Estar em Jesus é cumprir a nossa obrigação e a nossa missão sem nos prendermos a esse mundo, porque não somos dele. Estamos aqui de passagem. Não tenhamos dúvidas sobre isso, mas convicção de que nascemos do Alto e para as coisas do Alto. E o Alto é o Céu, é o lugar da morada de Deus.

Nascemos para ser de Deus, mas, às vezes, podemos desviar a rota, perdermos o caminho, mas para nós, que andávamos perdidos como aqueles escoteiros que se perderam em meio à expedição, Ele desceu para vir nos encaminhar ao caminho que nos salva, à estrada que nos leva à vida.

Jesus é a estrada, Ele é a verdade e a vida. Deixemo-nos ser conduzidos por Cristo, para não morrermos nos nossos pecados, para não sermos escravos do pecado, para que não sejamos escravizados por este mundo, mas salvos e resgatados pelo amor misericordioso do Senhor.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Homilia Diária

08ABR2019

Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (João 8,12). 

O que somos na escuridão? O que é a nossa vida na profunda penumbra? A penumbra da alma, a escuridão do espírito, a escuridão do sentido nos levam a cometer erros, enganos, pecados, e a cometer o mal. Quando não enxergamos, cometemos atrocidades por não enxergarmos.

Andando no mundo como estamos, tão escuro e obscuro pelo mal, Jesus veio trazer a luz, porque Ele mesmo é a luz que ilumina, que salva e resgata o mundo. E para ter essa luz, Ele mesmo nos indica o que fazer: “Quem me segue não andará nas trevas”.

Se quisermos sair das trevas, se quisermos sair do pecado e daquelas coisas obscuras, confusas e maldosas que tomam conta de nós, precisamos seguir Jesus. “Seguir” é ir atrás de Jesus, é ouvir a Sua voz, é fazer a Sua vontade, é viver iluminado por Deus.

Muitas vezes, temos dúvidas, sombras e questões que parecem não ter soluções, mas se nos colocarmos diante do amor misericordioso de Jesus e quisermos realmente ser guiados por Ele, Ele vai nos guiar, vai nos iluminar e direcionar. O grande problema é que nós queremos guiar Jesus ou queremos que Ele esteja a serviço do que nós concebemos.

Não permaneçamos na ignorância, pois a luz de Deus é a nossa salvação

Uma verdade é certa: Jesus não está a serviço do orgulho, da soberba, do egoismo, das vaidades nem das pretensões humanas. Muitas vezes, ficamos engrenados ou perdidos nesta vida, porque queremos monopolizar até Jesus. Mas Ele não se deixa monopolizar nem se dominar quando, na verdade, é Ele quem vem nos conduzir e iluminar. Portanto, precisamos nos deixar guiar por Ele, precisamos, a partir dos nossos pensamentos, da nossa mentalidade e concepção que temos na vida, submetermo-nos à luz e à graça de Jesus.

Nenhum de nós precisa caminhar nas trevas. Mas se caminhamos, é porque não damos a direção da vida a Jesus nem seguimos Seus passos indo atrás d’Ele.

Os homens de Israel questionaram mais do que se deixaram questionar; perderam-se, porque não se deixaram salvar; ficaram cegos, porque não se deixaram iluminar por Jesus.

Não fiquemos cegos, não caminhemos em meio às trevas nem às escuridões da vida. Não permaneçamos na ignorância, pois a luz de Deus é a nossa salvação.

Sigamos os passos de Jesus para caminharmos na Sua luz.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 7 de abril de 2019

Homilia Diária

07ABR2019

“Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”(João 8,7).

A Liturgia deste domingo nos apresenta os homens pecadores que levaram uma mulher pecadora à presença de Jesus. Ressalto, em primeiro lugar, a hipocrisia desses homens: eles a pegaram em flagrante adultério.

Ninguém adultera sozinho! A mulher não adulterou sozinha. Se ela foi pega em adultério, onde está o homem que foi também surpreendido com ela?

Há aquela coisa de acusarmos quem queremos; sobretudo, há algo maior, pois muitos fizeram o que essa mulher fez na sua fraqueza, mas quem acusa é porque não se conhece, não quer se conhecer nem quer esconder o que de fato é. Por isso, esses homens não estão ali para fazer justiça, porque a primeira justiça fazemos com nós mesmos. Estão ali para acusá-la e condená-la.

Jesus, ao ver, inclusive, por que os homens invocaram a Lei de Moisés, a atitude d’Ele é surpreendente. Ele não diz sim e nem não, Ele não rejeita, mas também não acolhe o que os homens trazem; em um gesto Ele desce, inclina-se e começa a escrever no chão com o dedo. 

Alguns padres da Igreja disseram que Jesus escreveu os pecados da humanidade naquele chão, mas, a verdade é que o chão é de onde nós viemos. O chão é onde está o pó da terra e todos nós viemos do pó, todos nós precisamos nos inclinar para o chão, para a terra para reconhecer, de fato, o pecador que somos, a miséria humana que somos.

Somos chamados por Jesus a sermos como Ele: promotores da misericórdia

Depois que Jesus desceu ao chão, Ele se ergueu e disse a sentença: “É simples, quem de vocês não tiver pecado, pode atirar pedras sobre essa mulher”. No fundo, como está a consciência de cada um? Quem já examinou a sua consciência hoje? Quem já parou na verdade e sinceridade da sua própria vida para dizer quem é melhor ou pior do que essa mulher?

Jesus não está absolvendo essa mulher no primeiro momento, quanto menos condenando, Ele está colocando cada um, inclusive ela, para que reveja a sua própria vida. É o que precisamos fazer, precisamos nos rever acima de tudo.

Quando fizermos um exame de consciência de verdade e formos sinceros em nos conhecer como de fato nós somos, nuca mais julgaremos nem condenaremos ninguém neste mundo.

Ouvindo o que Jesus falou, os homens foram saindo um por um. Quem estava sem pecado naquele lugar? Jesus se levantou e disse: “Ninguém te condenou, eu também não te condeno, mulher. Apenas não peques mais para você mesmo não se julgar e condenar, para que os homens não te julgam nem te condenem, para que a sua vida não volte mais a ser deplorável".

Jesus resgatou, levantou e amou profundamente aquela mulher, e perdoou todos os seus pecados. Foi a misericórdia que a salvou e a libertou. Foi a misericórdia que conduziu a vida daquela mulher.

Somos chamados por Jesus a sermos como Ele: promotores da misericórdia e não de julgamentos de um para com os outros.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 6 de abril de 2019

Homilia Diária

06ABR2019

“Ao ouvirem as palavras de Jesus, algumas pessoas da multidão diziam: ‘Este é, verdadeiramente, o Profeta’. Outros diziam: ‘Ele é o Messias’. Mas alguns objetavam: ‘Porventura o Messias virá da Galileia?’” (João 7,40-41).

A Palavra de Deus, hoje, mostra-nos que alguns acolhem Jesus, outros têm dúvidas a respeito d’Ele, e outros ainda, na verdade, rejeitam o Senhor. Os homens só acolhem aquilo que lhes convêm e faz bem, a não ser que o coração humano seja tomado e dominado pelo sentimento de humildade para poder acolher o que vem do outro.

Gostamos demais quando os outros nos elogiam, exaltam-nos, e colocam flores em nossa vida. Não gostamos de ser corrigidos e contraditados. Não gostamos, muitas vezes, da verdade, porque ela incomoda.

A verdade de Jesus incomodou muito, os que se rebaixaram e se humilharam acolheram a verdade que transforma. Quem, o entanto,  quer permanecer de pé no orgulho e na soberba se coloca contra Jesus ou duvida de muita coisa que Ele fez, e fala por que contradiz o que queremos, acreditamos e pensamos que deve ser.

Jesus foi rejeitado. Rejeitá-Lo quer dizer, sobretudo, rejeitar Sua Palavra, porque Ele é a Palavra de Deus, e a Palavra que Ele traz é do Alto. 

O Alto desceu para a baixeza humana para purificar, corrigir e orientar aquilo que a natureza humana deixou se perder por causa do pecado.

Que o nosso coração se abra para amarmos Jesus em Espírito e verdade

Jesus está entre nós e no meio de nós. Muitos de nós acolhemos, duvidamos, outros até aceitam Jesus, mas Suas Palavras e correções não. Vivemos num mundo onde Jesus ainda é criticado e rejeitado.

Cristo não foi unanimidade nunca, nem mesmo quando esteve entre nós, nem no agora que está entre nós. Ele não buscava ser unânime como muitos de nós achamos que é importante, quanto menos em popularidade. O que importa para Jesus é a verdade que salva, cura, liberta e incomoda. Essa é essa verdade que Ele veio nos trazer.

Os que preferiram a mentira ou os que preferem se manter nas aparências da vida e em sutis mentiras preferem rejeitá-Lo a amá-Lo, preferem desconsiderá-Lo a acolhê-Lo. Que o nosso coração se abra para amarmos Jesus em Espírito e verdade.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Homilia Diária

05ABR2019

Não apaguemos a luz de Deus, não deixemos que o nosso coração continue andando nas trevas

“Então, queriam prendê-lo, mas ninguém pôs a mão nele, porque ainda não tinha chegado a sua hora” (João 7,10).

Jesus percorria a Galileia e evitava andar na Judeia, porque os judeus tentavam matá-Lo. Jesus incomodava e ainda incomoda, e tudo aquilo que é incômodo queremos tirar da nossa vida, porque ninguém quer ser incomodado.

Se não formos incomodados por Deus, permaneceremos no comodismo espiritual, no comodismo da fé, de não nos preocuparmos uns com os outros. Nada de religião soft, aquela religião onde só queremos viver a leveza e o afago da alma.

Jesus veio para nos sacudir e nos mostrar onde estamos errando e pecando, mas não é para nos acusar; pelo contrário, é para nos libertar. Aquele que vive na retaguarda, no sentimento de defesa, toda e qualquer mínima coisa que se fale a respeito dele o coração já dispara o ataque. Não aceitamos ser corrigidos, não aceitamos ser cuidados, preferimos deixar que a vida percorra o seu caminho e achamos que temos sempre a razão.

Essa é a razão pela qual querem matar o Senhor, colocar as mãos n'Ele e prendê-Lo, pois Sua presença incomoda. A luz incomoda quem está na escuridão.

Às vezes, levantamos de manhã e alguém acende a luz, e essa luz causa impacto em nós, incomoda-nos tanto, mas não é esse incomodo o problema. O problema é o incômodo da luz de Deus, que ilumina aquilo que não queremos ver nem queremos que os outros vejam. A luz de Jesus não é para acusar, mas é para iluminar e libertar. 

Os homens preferiram as trevas do que a luz, por isso querem apagar a luz de Deus de qualquer maneira; e o jeito de apagá-la é eliminá-la.

Não apaguemos a luz de Deus, não deixemos que o nosso coração continue andando nas trevas, mas O acolhamos, amemos acima de todas as coisas, porque a Sua luz, por mais incômoda que seja, é necessária que incomode mais.

Preocupo-me quando Deus não me incomoda, quando a Sua Palavra não mexe comigo, quando ela não me tira do meu comodismo, quando ela não me leva a refletir a minha própria vida, as minhas próprias escolhas. Preocupo-me quando me vejo no meu comodismo, egoísmo e não me permito ser confrontado por Deus.

Um homem e uma mulher são verdadeiramente de Deus quando se deixam incomodar por Deus e não permanecem no comodismo espiritual, mas se deixam levantar e iluminar, para que a vida não caminhe nas trevas, mas na luz de Deus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Homilia Diária

04ABR2019

A melhor forma de amarmos é cuidarmos uns dos outros, porque a corrupção é uma tentação para todos nós

“O Senhor falou a Moisés: ‘Vai, desce, pois se corrompeu o teu povo, que tiraste da terra do Egito’” (Êx 32,7).

Moisés está na montanha sagrada diante da presença de Deus. É o próprio Senhor que ordena que ele desça para ver a situação que se encontra o povo corrompido por causa dos pecados.

O povo que Deus conduziu pela mão e tirou da escravidão, deixou-se corromper pelo mal e pelo pecado, afastando-se das leis e mandamentos divinos. Eles fizeram um bezerro de metal fundido, inclinaram-se diante dele e o adoraram. Cometeram o pecado mais abominável aos olhos de Deus, que é a idolatria, criar ídolos de humanos, ídolos de metal, criar ídolos sobre todas as formas. Ídolo é, justamente, aquele que vem ocupar o lugar de Deus no coração do homem.

Como Moisés, nós também nos colocamos na presença de Deus, porque a presença d’Ele nos ilumina e traz às claras aquilo que, muitas vezes, está escondido sobre as trevas.

Precisamos da luz divina do Senhor iluminando e clareando o nosso coração para enxergarmos, para vermos onde a corrupção do mal nos atingiu, para ver onde estamos nos afastando dos caminhos do Senhor.

Deus chamou Moisés e ordenou que ele descesse para mostrar ao povo que estava se afundando na escuridão da corrupção, do pecado e da morte, para que ele pudesse ser um farol para iluminar aquele povo. Quando Moisés desceu, ele ficou decepcionado, porque era um povo de cabeça dura. O Senhor mesmo disse: “Vejo que este é um povo de cabeça dura”. Moisés foi suplicar e interceder pelo seu povo.

Precisamos descer às profundezas do nosso coração, do nosso interior e do nosso ser para conhecermos o que está obscuro, para expulsarmos as idolatrias, para sarar e sanar o nosso coração das inclinações pecaminosas, daquilo que nos corrompeu, mas é preciso também descer até o povo e suas realidades.

Muitos pais se fecham em seus quartos, rezam pelos seus filhos, pedem por eles, mas não descem, não vão ao quarto dos próprios filhos, muitas vezes, ali estão vivendo situações de pecados, estão se corrompendo dentro da própria casa e muitos pais não estão enxergando.

Precisamos descer onde se encontram os nossos, não é para vigiar, mas, sobretudo, para cuidar. A melhor forma de amarmos é cuidarmos uns dos outros, porque a corrupção é uma tentação para todos nós. Por isso, desça, vá ao encontro dos seus, vá ao encontro dos irmãos.

Quando vemos que uma pessoa está afastada, quando a pessoa era do Senhor e se afasta, precisamos ter a preocupação de olhar, porque quando não cuidamos, os irmãos se afastam e se corrompem pelo mal.

Quando não cuidamos de nós, cada um não cuida de si, a alma também se corrompe, porque faltou o cuidado. É preciso descer a alma, mas é preciso também descer ao encontro dos filhos, dos irmãos e de todos os que Deus nos mandar, porque a corrupção tem corroído as nossas almas.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Homilia Diária

03ABR2019

Permitamo-nos ser amados e cuidados por esse amor divino, permitamos que ele nos cure de todo mal

“O Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que ele mesmo faz. E lhe mostrará obras maiores ainda, de modo que ficareis admirados” (João 5,20).

A verdade é que o Pai ama seu Filho, e o Filho ama unicamente, de forma singular, o seu Pai. Aqui está um relato de amor maravilhoso e divino: o amor de Deus é um Pai que ama o Seu Filho e o Filho que ama Seu Pai; essa força maravilhosa de amor do Pai e do Filho é que cria todas as coisas.

Por isso Jesus está dizendo: “Meu Pai trabalha sempre, portanto, também eu trabalho”. Se o Pai trabalhou para criar todas as coisas, ali estava o Filho criando; agora, o Pai estava salvando o que se perdera da sua própria criação, e o Filho veio para ser o protagonista do Pai, está no meio de nós salvando aquilo que ele mesmo fez junto com o Pai no poder do Espírito.

Exemplo de amor e comunhão em tudo aquilo que realiza. O Pai não faz nada sem o Filho, e o Filho não faz nada sem o Pai. A comunhão de amor entre eles faz com que a natureza seja única.

Aprendemos, na catequese, que o Pai é Deus, que o Filho é Deus, que o Espírito Santo é Deus, um único Deus e três pessoas distintas que se amam de uma forma singular, um amor que se expande na criação de todas as coisas.

Viemos do amor de Deus, a natureza nasceu do amor de Deus, o mundo criado que contemplamos e admiramos é fruto do amor divino. Quando o amor d'Ele está em nós, somos recriados, refeitos e reestruturados.

Quando o amor de Deus se perde ou não é acolhido, não é aceito, a criação geme e padece. Estamos padecendo, gemendo, é um parto doloroso, porque nos afastamos do amor de Deus que cria e faz nova todas as coisas.

O Filho veio nos trazer esse amor, veio nos apresentar um único remédio e caminho que nos salva: o amor de Deus em nós, que faz nova todas as coisas.

Permitamo-nos ser amados e cuidados por esse amor divino, permitamos que o amor de Deus, ao agir em nós, cure-nos de todo mal.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 2 de abril de 2019

Homilia Diária

02ABR2019

Jesus é aquele que vê o que ninguém vê ou não se propõe a ver. Ele vê a dor, a aflição e o sofrimento do outro

“Jesus viu o homem deitado e sabendo que estava doente há tanto tempo, disse-lhe: ‘Queres ficar curado?’ O doente respondeu: ‘Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina, quando a água é agitada. Quando estou chegando, outro entra na minha frente’” (João 5,6-8).

Esse homem padecia de uma enfermidade há 38 anos, mas ninguém fazia nada por ele, ninguém olhava para ele, porque cada um estava olhando para si, cada um só se importava com seus próprios problemas, com sua enfermidade e suas dificuldades; e quando a água daquela piscina era agitada, quem chegava na frente tocava nela, era lavado e banhado por ela.

Aquele homem tentava há tanto tempo! Ele se esforçava, dava o seu salto com dificuldade, mas quando ele estava para chegar na água, outro passava na frente e o deixava para trás.

Jesus é Aquele que vê o que ninguém vê ou não se propõe a ver. Ele vê a dor, a aflição e o sofrimento do outro. Quantos estão ao nosso lado sofrendo mais do que nós, passando por necessidades grandes e terríveis na vida, mas nós não temos o olhar de Jesus, não temos o olhar da misericórdia para ver a dor nem o sofrimento do outro.

Jesus se move de compaixão por esse homem, por isso pergunta a ele se desejava ficar curado, em outras palavras, se ele desejava ser ajudado, e ele prontamente respondeu: "Senhor, eu não tenho quem faça por mim. Eu tento, mas chegam na minha frente”.

Quando o mundo gira em torno de nós, buscamos estar sempre à frente do outro, e, muitas vezes, ocupamo-nos daquilo que é nosso e deixamos para trás o outro. Lamentamos, choramos e nos compadecemos, mas não nos movemos pela compaixão de cuidar, ajudar, estender a mão e carregar no colo.

Não deixemos que aquilo que a Quaresma nos chama a viver continue fechado e amarrado em nós. Não continuemos sendo aquelas pessoas egoístas, para as quais o mais importante somos nós mesmos, a nossa vida, que o mais importante é cuidar de nós. 

Aquele que encontra Jesus torna-se servidor do outro, não coloca seus sofrimentos e dores na frente da dor e dos sofrimentos dos outros.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Homilia Diária

01ABR2019

Precisamos abraçar a fé, viver da fé e deixar que ela nos guie e nos salve

“Ouviu dizer que Jesus tinha vindo da Judeia para a Galileia. Ele saiu ao seu encontro e pediu-lhe que fosse a Cafarnaum curar seu filho, que estava morrendo” (João 4,47).

Quero chamar à atenção para o fato de que Jesus está voltando para Caná da Galileia. Foi nesse lugar que Jesus realizou o Seu primeiro sinal público, quando transformou água em vinho.

Jesus é o Senhor da natureza, e ela é submissa a Deus, porque tudo veio das mãos d’Ele. Quando Ele transforma água em vinho, Ele não está fazendo uma mágica, Ele está mostrando para quê Ele veio: para transformar a nossa natureza humana tão pecadora e corrompida pelo mal do pecado. Ele veio para renová-la, santificá-la e curá-la.

Esse funcionário do rei tinha seu filho doente e enfermo, já quase morrendo, e foi suplicar para Jesus em favor do seu filho.

Eu queria chamar bastante atenção sobre o papel desse pai. Ele não está indo como funcionário do rei, ele não está indo a partir da influência política e social que possa ter, pelo contrário, ele está indo com toda a humildade de coração e com toda a humilhação da sua alma.

Mesmo com todo poder que ele possuía, não podia fazer nada pelo seu filho, a não ser suplicar a Jesus que fizesse algo por ele, que agisse na natureza dele que está enferma, doente, padecendo e quase morrendo.

Queremos suplicar a Jesus pela nossa natureza humana pecadora, nossa natureza humana enferma e decaída. Precisamos de Jesus, precisamos buscá-Lo com todo ardor e fé do nosso coração, para que Ele intervenha e socorra a nossa fraqueza. Muitas vezes, não O buscamos somente para nós; o pai que busca pelo seu filho percebe claramente a sua limitação humana.

Tomamos consciência dos limites que temos, prostramo-nos diante da presença de Jesus, porque Ele tudo pode. Quando o Senhor concedeu a graça a esse homem, ele e toda a sua família abraçaram a fé, abraçaram Jesus, o Evangelho e o Reino de Deus.

Precisamos, com toda a nossa casa, abraçar o Evangelho e o Reino de Deus para que Deus faça a Sua graça acontecer na nossa casa e na nossa família.

Nossa casa e nossa família não precisam mais de algo tão importante como precisamos da fé. Precisamos abraçar a fé, viver da fé e deixar que ela nos guie e nos salve; deixar que nossa casa, nossa família e nossos filhos sejam salvos pela fé em Jesus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 31 de março de 2019

Homilia Diária

31MAR2019

Tamanha é a misericórdia de Deus por nós, que nos leva a abraçar o ser humano seja lá qual for a sua situação

Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado” (Lucas 15,32).

Cada vez que medito a parábola do filho pródigo, que nos é proposta neste quarto domingo da Quaresma, volto-me, em primeiro lugar, para este Pai maravilhoso e pródigo, que esbanja amor e misericórdia de forma única e singular, no qual somos incapazes de chegar a tamanha dimensão.

O filho que estava na casa do pai foi embora e gastou tudo, até a si próprio; quando voltou esquartejado, machucado e triturado pelo mundo, o pai estava de braços abertos para acolhê-lo, para amá-lo, perdoá-lo, curá-lo e refazê-lo.

Precisamos primeiro pedir ao pai que nos dê um coração como o dele, para podermos acolher e nos abrir para buscar cada filho que está perdido no meio dos prazeres e pecados deste mundo. Não pensemos somente nos grandes pecadores, porque, muitas vezes, somos como o pai, mas somos também como esse filho pródigo.

Deixamo-nos levar pelo orgulho, pelas tentações do mundo, pelas tentações do nosso interior, do nosso ser orgulhoso, e vamos nos desviando e nos afastando. Cada vez que vamos no sacramento da confissão para confessar os nossos pecados, vamos como o filho pródigo, e há um pai de braços abertos nos acolhendo e purificando; então, levantamo-nos dali com a disposição de sermos, cada vez mais, pais que acolhem o outro no seu pecado.

Eu não me escandalizo mais com pecado nenhum no mundo, pois tamanha é a misericórdia de Deus em nós, que nos lança a abraçar o ser humano seja lá qual for a sua situação.

Precisamos reconhecer que, muitas vezes, somos aquele irmão mais velho, estamos fechados em nós mesmos, na nossa fé, nas nossas orações, nos nossos compromissos. Estamos julgando, condenando, não estamos acolhendo, não estamos amando, não entramos nas profundezas do coração do pai e nos sentimos melhores que o filho esbanjador, quando, na verdade, estamos esbanjando orgulho, soberba, falta de misericórdia e atenção para com o outro.

Hoje é dia de todos nós nos convertermos, sobretudo, diante de tantas atitudes soberbas e orgulhosas que nos impedem de acolher o irmão que precisa voltar, de acolher a miséria que o outro vive ou a situação um pouco embaraçosa que outros possam se encontrar quando em nós assumimos que precisamos ter o coração do pai, ser cada vez menos esse irmão mais velho e nos tornarmos como o pai pródigo no amor e na misericórdia. Experimentamos em nós esse filho esbanjador, que um dia esbanjou o pecado, mas agora está necessitado profundamente do amor desse pai.

Façamos festa, façamos da Palavra de Deus o júbilo da alma e do coração para acolhermos os irmãos, para nos acolhermos no coração de Deus. 

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 30 de março de 2019

Homilia Diária

30MAR2019

A soberba é um veneno que vai nos colocando diante de atitudes cada vez mais orgulhosas na vida

O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’” (Lucas 18,13).

Jesus nos coloca, hoje, diante de dois modos de oração ou diante de duas posturas de vida. Um fariseu apresenta a Deus a oração do orgulho espiritual, a oração da soberba.

A oração é aquilo que nós, muitas vezes, fazemos quando deixamos que o orgulho conduza a nossa vida, justificamo-nos, achamo-nos melhores que os outros, colocamo-nos engrandecendo até com as orações que nós fazemos. Fazemos propagandas das nossas orações, das nossas virtudes e assim por diante, e falta aquela postura da humildade do publicano que nem se atrevia a olhar para Deus.

O soberbo se acha dono de Deus e das coisas d'Ele, o soberbo acha que tem o dom e pode falar em nome de Deus em toda e qualquer situação. Já o publicano é aquele que reconhece o tamanho do seu pecado e vai atrás de Deus, em primeiro lugar, para implorar a Sua misericórdia e o Seu perdão.

Cada vez mais, eu tenho me convencido do quão pobre pecador eu sou. Sem ter mérito da graça de Deus, porque ela é grande demais em minha vida! A Ele o meu louvor, a honra, a glória e a ação de graças.

A cada dia, eu tenho duas coisas para fazer na minha oração: louvar a Deus, porque Ele é grande, é poderoso, e só Ele é digno de louvor, glória e adoração; adorá-Lo em Espírito e verdade, mas preciso colocar, e tenho colocado cada vez os meus joelhos no chão, porque quanto mais me aproximo de Deus, mais reconheço que sou pecador, miserável, que tenho as minhas falhas e não são poucas. Por todas elas, eu busco a infinita misericórdia de Deus, porque eu sei que dentro de mim há também a soberba.

A soberba é um veneno que vai entrando, vai nos penetrando, vai nos colocando diante de atitudes cada vez mais orgulhosas na vida. Queremos ser mais que o outro, queremos saber mais que o outro, queremos ser donos de Deus e dos outros.

Essa atitude vai nos cegando, vai nos colocando numa postura farisaica diante da vida. Por isso, eu peço a Deus que me ensine, cada vez mais, a reconhecer as minhas misérias; e que me faça uma pessoa humilde e me dê uma alma que se humilha diante da Sua presença a cada dia da minha vida. Sem ilusões, sem fantasias nem enganos, mas que eu não viva uma religião enganosa nem para os outros nem para mim mesmo. Se eu tomar consciência das minhas misérias, isso já faz de mim um ser humano melhor a cada dia, me faz mais humilde e me faz ter mais compaixão daquilo que o outro é.

Eu rezo a cada dia da minha vida: “Senhor, dá-me a graça de amá-Lo cada vez mais, e assim poder me conhecer cada vez mais, porque quanto mais eu O amo, conheço-O e penetro a minha realidade interior. Que eu jamais seja capaz de julgar e condenar ninguém, pois já bastam meus pecados e misérias”.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 29 de março de 2019

Homilia Diária

29MAR2019

Quando amamos Deus, amamos o próximo com o amor que ele precisa ser amado, sem mágoas nem ressentimentos

“O primeiro é este: Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo!” (Marcos 12,29-31).

O amor deve mover toda a nossa existência. Precisamos ser renovados e purificados no amor, porque, muitas vezes, o amor que está em nós foi corrompido e contaminado por este mundo.

O primeiro mandamento começa com esta intervenção de Deus: “Ouve, ó Israel”. Só vamos amar a Deus sobre todas as coisas quando formos capazes de escutá-Lo.

Neste tempo quaresmal, todos nós somos chamados a viver um verdadeiro retiro. Muitas vezes, vamos para retiros e encontros, mas não retiramos nada. “Retiro” é retirar-se para retirar aquilo que não é de Deus, sobretudo, os barulhos que estão gritando dentro de nós e nos impedindo de escutar Deus. É o barulho dos desejos, das inclinações, das coisas negativas que acumulamos dentro de nós. São mágoas, ressentimentos e rancores.

Precisamos nos purificar de tudo isso para que o nosso coração escute o Senhor, seja direcionado, guiado, e que, com toda a nossa força e entendimento, com todo o nosso ser, possamos amar o nosso Deus de todo o coração.

Quando amamos Deus acima de tudo e de todos, amamos a nós mesmos, cuidamos de nós como precisamos cuidar, sem nenhum egoísmo, soberba  nem orgulho nos direcionando, mas sim com a graça divina nos ensinando como devemos cuidar de nós.

Quando amamos Deus, amamos o próximo com o amor que ele precisa ser amado, sem mágoas, ressentimentos nem rancores. Amamos o outro com o respeito que ele merece. Não ofendemos nem causamos confusões, porque o outro é presença de Deus para nós.

A graça de Deus quer nos ensinar a amar, porque, quando nos perdemos do amor, caímos nas confusões da alma, do sentimento e da vontade. Deus quer direcionar as inclinações do nosso coração! Escutemos Ele acima de tudo e permitamos que Seu amor nos cure e direcione toda a nossa vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 28 de março de 2019

Homilia Diária

28MAR2019

Busquemos Deus onde Ele se encontre! No profundo silêncio, Ele quer falar ao nosso coração, e nós precisamos ouvir a Sua voz

Ouvi a minha voz, assim serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; e segui adiante por todo o caminho que eu vos indicar para serdes felizes” (Jeremias 7,23).

A graça que precisamos buscar, neste tempo que se chama Quaresma, é ouvir Deus. Não pense que ouvir seja uma coisa simples – de forma nenhuma! –, porque estamos perdendo, cada vez mais, a audição espiritual, ou seja, a capacidade de ouvir Deus.

Escutamos muito a nós mesmos, escutamos muito os outros, escutamos os barulhos de onde estamos, até porque os barulhos aumentaram. Redes socais e tantas outras coisas, às vezes, são necessárias, mas barulhentas demais, a ponto de não escutarmos a voz do Senhor nosso Deus que quer falar ao nosso coração.

Há muito barulho dentro de nós, estamos muito ansiosos e agitados com as inquietações e preocupações da vida presente. O nosso coração e o nosso ouvido interior se entregam a todas essas agitações, e, no meio da confusão, escutamos uma voz aqui e acolá, e achamos que é a voz de Deus.

A voz do Senhor está no silêncio da alma, no coração que se liberta das excitações da vida para se colocar debaixo da mão poderosa do Senhor para escutá-Lo. Se ouvirmos a Sua voz, Ele será o nosso Deus e seremos o Seu povo, e Ele há de nos conduzir pelo caminho da felicidade.

Estamos lutando e, muitas vezes, gladiando-nos uns com os outros em nome de uma dita felicidade. Estamos nos maltratando, atacando-nos, estamos cada um buscando o seu jeito de ser feliz.

Não há caminho para a felicidade, a não ser um coração que silencia, uma alma que se torna humilde, que se coloca verdadeiramente na presença de Deus para escutá-Lo em verdade.

Há muitas coisas que, por aí, está se falando que é Deus que está dizendo, e Ele é aquele que silencia para falar ao coração que sabe silenciar para escutá-Lo.

O Evangelho de hoje mostra-nos justamente o mudo que é curado por Jesus; e quando o demônio da mudez sai desse homem, expulso por Jesus, ele começa, de fato, a falar.

Só podemos falar de Deus se tivermos a capacidade de escutá-Lo verdadeiramente.

Nossas igrejas estão muito barulhentas, não sabemos nem fazer silêncio depois da comunhão. Há barulhos, agitações terríveis onde estamos. Na nossa casa, nem se fala! O tempo inteiro estamos escutamos a nós, ao mundo e as vibrações que estão ao nosso redor.

Busquemos Deus onde Ele se encontra. No profundo silêncio, Ele quer falar ao nosso coração, e precisamos ouvir a Sua voz. “Eles não ouviram nem prestaram atenção; deixaram-se guiar pelas más inclinações e andaram para trás em vez de andar para a frente” (cf. Jeremias 7,24).

Queremos caminhar na direção de Deus, por isso, queremos deixar de ouvir as más inclinações da alma para podermos ouvir o Senhor nosso Deus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 27 de março de 2019

Homilia Diária

27MAR2019

O espelho para a revisão de toda a vida são os mandamentos divinos do amor a Deus acima de todas as coisas

Quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus” (Mateus 5,19).

Temos a graça de conhecer os mandamentos, as Leis do Senhor Nosso Deus. Os mandamentos divinos são a aliança d'Ele conosco, uma aliança gravada e cravada no nosso coração.

Não existe sociedade, não existem relacionamentos sem leis nem mandamentos. Precisamos levar a sério as leis, inclusive, as leis da sociedade em que estamos. Existem as leis de trânsito – e sabemos todas as tragédias que acontecem em nosso meio, porque, muitas vezes, e não são poucas vezes, não respeitamos as leis que regem o tráfego nosso de um canto ao outro.

Precisamos respeitar as normas e leis da sociedade em que estamos, para que haja ordenamento. Uma coisa é descordarmos desse ou daquele ponto, essa é uma outra discussão, mas todos nós somos submissos às leis e constituições do nosso país.

Estamos submissos à Lei de Deus, aos Seus mandamentos. Vivemos numa sociedade de cultura que tudo quer dar um jeito; e esse jeito de burlar as leis é o que chamamos de “corrupção moral”, damos um jeito e fazemos a lei do nosso jeito, e estamos fazendo isso muitas vezes com a Lei de Deus quando ignoramos a nossa própria lei, ignoramos os mandamentos e criamos os nossos próprios mandamentos ou condicionamos os mandamentos divinos a nossa percepção, sobretudo, manipulando do jeito que queremos fazer as coisas. “Esse mandamento é pequeno”. Não existe mandamento pequeno, Lei de Deus é Lei de Deus.

Deus sabe o que é preciso para que a nossa vida seja ordenada. E se estamos num mundo de desordem, e nossa vida, muitas vezes, encontra-se em desordem, é porque ignoramos as Leis do Senhor Nosso Deus.

Este tempo da graça em que estamos, o tempo quaresmal, é uma oportunidade para revisarmos a nossa vida. O espelho para a revisão de toda a vida são os mandamentos divinos do amor a Deus acima de todas as coisas, ao amor ao próximo, que não nos permite querer eliminar o outro, desejar o que é do outro, cobiçar o que é do outro ou faltar a verdade contra o outro.

Devemos examinar a nossa consciência diante de uma verdade, e essa não é a nossa verdade, não é uma verdade subjetiva, mas é a verdade da Lei de Deus. Devemos examinar a nossa consciência, os nossos atos, as nossas atitudes e posturas diante de Deus, diante de nós e do próximo. Não ignoremos, não desobedeçamos nem ensinemos, porque o pior é isso. Muitas vezes, fazemos errado e, na cultura do mau exemplo, levamos o outro a fazer coisas erradas em nome de Deus.

Se uma pessoa não gosta da outra, odeia alguém, coloca esse sentimento também. “Você também pode, ninguém gosta dele”, e assim se cria essa cultura, começamos a falar mal do outro e o ensinamos a fazer isso também; e assim se repete a cultura do mal que nos leva a diminuir a graça e a vivência da Lei de Deus em nossa vida.

Que a Palavra de Deus nos ajude a rever nossas próprias posturas.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 26 de março de 2019

Homilia Diária

26MAR2019

Deus nos coloca no prumo do perdão, e experimentamos um revigorar da alma e do coração

“'Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?’ Jesus respondeu: 'Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete'”(Mateus 18, 21-22).

A pergunta que Pedro dirigiu a Jesus é a pergunta do íntimo da nossa alma: “Quantas vezes eu devo perdoar o meu irmão?”. Se levarmos em conta a nossa natureza frágil, pecadora, magoada, ressentida e ofendida, nem sete vezes conseguiremos perdoar o próximo.

Estamos nos tornando, cada vez mais, seres feridos e machucados; e isso também condiciona a nossa capacidade de amar e perdoar. O perdão é fruto do amor, e só quem ama perdoa. No entanto, não é quem ama com aquele amor egoísta, aquele amor focado em si, mas sim quem ama com o amor que vem de Deus e do coração d’Ele, porque é esse amor que primeiro nos perdoa, é esse amor de forma infinita, sem ter conta.

Você consegue contar quantas vezes Deus lhe perdoa? Você consegue ter a dimensão de quantas vezes o perdão de Deus está o socorrendo e libertando?

Se experimentarmos esse perdão, se formos conduzidos por essa misericórdia, se esse amor divino em nós agir plenamente, é com ele que perdoaremos o nosso irmão quando ele pecar contra nós.

Se fomos ofendidos uma vez, duas vezes, três vezes, faço conta de querer crescer no amor, de querer ser um homem saudável, de ser uma pessoa sadia.

A vida sadia está no amor e no perdão. Queremos cuidar de nós e tomamos remédio, cuidamos da nossa alimentação, fazemos exercícios. Isso é muito bom e necessário para o nosso físico e interior! Mas tudo isso, sem amor e perdão, nos deixam cada vez mais feridos e machucados.

Deus quer cuidar das nossas feridas, Ele quer cuidar daquilo que, dentro de nós, está tão machucado por tudo que vivemos neste mundo. Perdoe com perdão de Deus, perdoe com a graça divina, e se parecer difícil perdoar, é sinal de que está difícil a relação com Deus.

Cresçamos na relação e na intimidade com Deus e não ignoremos a condução e a direção que Ele dá para a nossa vida.

Quando paramos para orar em espírito e verdade, não vamos lá só para pedir isso e aquilo. Paramos para escutar Deus, e Ele fala no nosso coração, Ele fala na intimidade que precisamos perdoar. Às vezes, o nosso coração quer desviar o foco, não quer pensar naquele assunto, mas nos deixamos conduzir por Deus, e Ele diz: “É essa pessoa. Comece orando por ela, comece aceitando-a”. Então, vamos aceitando, e quando vemos, com a graça de Deus e não simplesmente com as nossas forças humanas, Ele nos coloca no prumo do perdão, e experimentamos um revigorar da alma e do coração.

Experimente viver o perdão autêntico na sua vida! O Céu se aproxima de nós e nos aproximamos do Céu. Quando nos fechamos nas nossas mágoas e em nossos ressentimentos, distanciamo-nos do Céu.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo