Gol

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Homilia Diária

01FEV2019

O Reino de Deus anunciado por Jesus é comparado com alguém que espalha a semente sobre a terra

“O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra” (Marcos 4,26).

Jesus nos conta uma série de parábolas para compreendermos o Reino de Deus. Jesus usa de uma linguagem figurada para entendermos uma realidade que é presente. O Reino de Deus está presente no meio de nós.

O Reino de Deus anunciado por Jesus é comparado com alguém que espalha a semente sobre a terra. Veja o trabalho do semeador, aquele que planta diversas coisas que precisamos para a nossa alimentação, ele "joga" uma pequena semente que para o olhar humano é desprezível, não tem valor algum.

A semente é jogada e, de repente, ela vinga. Então, vem os frutos, o alimento, mas tudo era uma pequena semente. O Reino de Deus também é assim, pode ser que, no primeiro momento, não demos importância e seja irrisório, insignificante. Porém, a semente que é cuidada, vai crescer e, ao seu tempo, dará tantos frutos que outras pessoas virão para estarem debaixo dos frutos, da sombra, da árvore que brotou de uma pequena semente.   

Cuide da semente! Nós fomos, um dia, uma pequena semente. Nós estávamos lá no ventre da nossa mãe e, com a união do espermatozoide com o óvulo, formou-se a vida.  A semente cresceu e deu a vida a nós.

Precisamos tratar do que é pequeno e jamais o tratar como algo sem significado para a vida. Muitas coisas em nossa vida perdem o significado porque não damos valor às pequenas coisas. Uma palavra no meio de tantas confusões faz toda a diferença. Um pequeno detalhe, pequeno carinho, uma pequena atenção que damos para os nossos fazem toda a diferença.  

Não fique apenas buscando as coisas grandes, como se fossem as mais importantes da vida. Nada se torna grande da noite para o dia, por exemplo, hoje estamos com essa estatura, porque nossos pais cuidaram de nós, nos alimentaram, então, crescemos, e na vida também é assim. Cuidemos dos pequenos detalhes, a cada dia peguemos a Palavra de Deus, cuidemos dela e deixemos que ela cresça com o tempo.   

Nós iremos colher os melhores frutos de Deus se dermos atenção aos pequenos detalhes, às coisas que estamos desprezando, então, prestaremos mais atenção nas pequenas coisas da vida, que é onde Deus fala ao nosso coração.

Deus abençoe você!

 

Padre Roger Araújo

Homilia Diária

31JAN2019

Com a medida da paciência tratemos os nossos e desse mesmo modo seremos tratados

“Prestai atenção no que ouvis: com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos; e vos será dado ainda mais” (Marcos 4,24).

O acréscimo da nossa medida será um pouco maior do que a medida convencional que nós temos para medir os outros. Porque nós recebemos muito; recebemos a graça, o Evangelho e as advertências de Deus.

E, se a nossa medida for a misericórdia, com ela seremos medidos; se for a bondade, ou seja, a forma como olhamos, tratamos e julgamos o outro, assim, também, seremos julgados.

Porém, se a nossa medida for a dureza e, muitas vezes, até a maldade, Deus não nos julgará pela maldade, pois, ela nos julgará por si mesma. Em Deus não subsiste o mal, mas esse por si mesmo nos destrói. Por isso, tenhamos a boa medida, isto é, a medida de Deus.

Deixemos que a luz de Deus ilumine o nosso coração, para percebermos as coisas que estão escondidas dentro de nós mesmos, aquelas que precisam de mais luz.

Existem, muitas vezes, tendências, comportamentos, formas de lidar com o outro que nós não prestamos a atenção. Deus é muito paciente conosco, e nós não sabemos ser pacientes uns com os outros. Nós não estamos percebendo o quanto a impaciência tem nos corroído, destruído os nossos relacionamentos mais próximos. Até a nossa convivência familiar e a convivência em casa vão se ruindo por falta da paciência, do amor e da misericórdia.

Sabemos que nos amamos uns aos outros, sabemos que dentro de uma casa os membros se amam. Porém, esse amor vai se ruindo, quando deixamos que a impaciência tome conta das atitudes.

A luz de Deus quer iluminar o que tem causado tamanha impaciência e tamanha falta de misericórdia dentro de nós. Basta ver que, muitas vezes, sabemos ser bons e pacientes com as pessoas de fora, mas não conseguimos ser pacientes com os de dentro da nossa casa. Isso é sinal de que tem uma “lâmpada” que está apagada dentro do nosso coração. A Palavra de Deus quer acendê-la para que, com a medida da paciência, tratemos os nossos, então, desse mesmo modo seremos tratados.

Deus abençoe você!           

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Homilia Diária

30JAN2019

Não desperdicemos a Palavra de Deus semeada em nosso coração

“O semeador saiu a semear. Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram os pássaros e a comeram” (Marcos 4,3-4).

A Palavra de Deus é semeada em nossos corações e vemos o quanto Deus a tem semeado. Ele tem usado de nossa Igreja, das nossas Capelas e nossos Santuários; tem usado de todos os meios: rádio, televisão, redes sociais, para que a Palavra d’Ele chegasse ao seu coração.

Nós precisamos semear muito a Palavra de Deus, precisamos ser incansáveis em semeá-la para que, assim, ela possa chegar aos corações. E, digo mais, não é "só" semear, mas também, deixar que ela seja semeada em nosso coração. Porque, pode ser que você semeie a Palavra, que leve o Evangelho às outras pessoas, porém, pode ser que você não permita que essa Palavra seja semeada em seu coração.

E, se é semeada, talvez, esteja acontecendo da forma negativa, como nos apresentou as três situações do Evangelho. Tem a situação onde a semente [a Palavra] cai no meio do caminho; vieram os pássaros e a "roubaram". Estão roubando a Palavra de Deus do nosso coração? 

Outra situação em que a Palavra cai num coração onde o “terreno” é muito pedregoso, ou seja, a Palavra até chega, começa a brotar, mas ela não frutifica. Porque não temos profundidade, ficamos na berlinda, na superficialidade. 

E, ainda, pode ser que a Palavra chegue ao nosso coração e até caia, mas os espinhos a sufoca, pois somos pessoas muito preocupadas com as coisas da vida, com os prazeres do mundo, então, a Palavra é sufocada.

A começar em mim, em você, em cada um de nós, essa Palavra tem de cair em nosso coração e começar a produzir frutos. E não importa o tamanho desse fruto e nem o compare a outro. É preciso que a Palavra de Deus frutifique a nossa vida.

Não desperdicemos a Palavra de Deus semeada em nosso coração e que ela produza muitos frutos para a nossa salvação.

Deus abençoe você!      

 

 

Padre Roger Araújo

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Homilia Diária

29JAN2019

Os laços que nos prendem a Deus é fazer a vontade d’Ele

“Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Marcos 3, 34).

A graça do Evangelho de hoje é ver que os parentes de Jesus queriam vê-Lo. Nós, também, somos assim. Pois, se chegar um parente nosso nos procurando, queremos logo dar atenção a ele, afinal de contas, é nossa família.  

Mas, Jesus mostra que o conceito de parentesco no Evangelho acontece de outra forma. Porque, não são os laços sanguíneos que mantêm as pessoas em comunhão com Ele. Visto que até essas pessoas colocaram-se contra Jesus, tentaram o eliminar e, inclusive, expulsaram Jesus da Sua cidade natal.   

No Evangelho, não são os laços sanguíneos os mais importantes, já que, os laços que nos prendem a Deus é fazer a vontade d’Ele.

“Aqui estão meus irmãos, aqui estão minhas irmãs, são todos aqueles que fazem a vontade de Deus”. Talvez, você possa pensar que Jesus diminuiu a Sua mãe e Seus parentes mais próximos, de forma nenhuma. Ele apenas reconheceu que não basta ter laços sanguíneos, é preciso ter laços evangélicos, laços no amor, laços em Deus.

Laços sanguíneos se rompem, laços em Deus se eternizam. Os laços sanguíneos se separam com a morte ou com alguma outra circunstância, mas os laços em Deus são eternos. Por isso, Deus nos quer laçados a Ele, quer que tenhamos comunhão com Ele. Mas não por aquilo que faço ou por aquilo que sou, e sim por aquilo que vivo.

Se levam a linguagem para o sentido da vida, as pessoas se acham importantes por conta dos trabalhos que fazem na Igreja. “Olha, Jesus, o ministro da Eucaristia está aí”. “Olha, Jesus, os Seus cantores estão aí”. “Olha, Jesus, aquelas beatas estão aí”. “Mas quem são Meus cantores, quem são Meus beatos, quem são Meus seguidores”? São aqueles que fazem a vontade de Deus, porque, podemos cantar, pregar, celebrar, rezar e, mesmo assim, não fazermos a vontade de Deus. Pois, o que me faz íntimo de Jesus é colocar em prática a vontade do Pai.       

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Homilia Diária

28JAN2019

Se uma família se destrói por causa da divisão, imagina o Reino de Deus, Sua causa e Igreja!

“Como é que satanás pode expulsar a satanás? Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se” (Marcos 3,24-26).

Eu quero pegar a última afirmação de Jesus para torná-la muito concreta no meio de nós. Uma família que se divide contra si mesma não subsiste e, caso subsista, imagina que inferno é essa família: dividida, as pessoas se colocam umas contra as outras, brigam, atacam-se, mordem e acusando-se.

A vida em família é uma beleza e uma graça, e é mais belo quando a família tem diferenças, pensamentos e modos de ver a vida diferentes. As diferenças não são problemas, o problema está na divisão, pois algumas pessoas, em vez de semear a união no meio das diferenças, propõem cada vez mais a divisão.

diabulus é aquele que divide, é aquele que separa. Não é simplesmente separar, um vem para cá e outro para lá. O separar-se é colocar um contra o outro, é realmente criar entre nós aqueles espíritos de brigas, ataques, confusões, onde as pessoas estão acusando umas as outras. Isso é próprio do diabo.

Se uma família se destrói por causa da divisão, imagina o Reino de Deus, Sua causa e Igreja! Não podemos ser causa de divisão no Reino de Deus.

O grande amor que temos à Igreja é por ela ser una, católica e apostólica, aquelas notas que caracterizam a igreja da qual fazemos parte. Essa unidade na diversidade é a riqueza mais bela que conhecemos, é o espírito que faz congregar pensamentos divergentes que se tornam tão convergentes quando se vive no diálogo e na comunhão com Deus.

Não podemos negar que há aqueles que trabalham para dividir, para atacar e colocar uns contra os outros, para colocar as pessoas para falar mal umas das outras. Elas usam as redes sociais e os meios que estão aí para, em vez de semear a concórdia, semear bons reflexos, saber colher o que há de bom em cada um. Estão colocando as pessoas para falar mal dos padres, dos bispos, do Papa.

Esse espírito não é de Deus. O Espírito de Deus é aquele que leva a concórdia, é aquele que leva as pessoas a saberem conviver na unidade da Igreja do Senhor.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 26 de janeiro de 2019

Homilia Diária

27JAN2019

Precisamos, com Jesus e n’Ele, reacender a unção da graça que está sobre nós

Jesus voltou para a Galileia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza” (Lucas 4,14).

Queremos contemplar a ação do Espírito na vida de Jesus, um Homem conduzido pelo Paráclito todos os dias de Sua vida. Foi o Espírito que levou Jesus ao deserto, e lá Ele viveu esse grande retiro de preparação para a Sua vida e missão. Foi o Espírito de Deus que batizou e conduziu Jesus à vida pública, Ele que voltou da Galileia e iniciou a Sua missão por toda aquela região.

Quando Jesus entrou numa sinagoga, era dia de sábado. Ele abriu o livro do profeta Isaías, o livro sagrado, e tomou posse dessa Palavra e dessa verdade: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou”. O Espírito, de fato, estava com Ele, e Ele queria andar sempre conduzido por esse Espírito.

Precisamos tomar posse dessa verdade, porque o Paráclito está sobre nós, Ele repousa sobre nós. Tornamo-nos templo, lugar da morada de Deus, mas deixamos essa graça arrefecer, não tomamos posse dessa verdade, não nos deixamos ser guiados nem conduzidos pelo Espírito que nos ungiu. É na unção que precisamos viver, pregar, anunciar e viver na unção, precisamos que a unção nos dê consciência dos nossos pecados e nos leve para frente.

A unção não nos paralisa, a unção de Deus nos reaviva e nos dá a graça de caminharmos sempre na direção do Senhor. O que fazemos com a chama da graça? O que fazemos com a unção que recebemos de Deus? O que fazemos com a graça do Espírito de Deus que paira sobre nós?

Precisamos com Jesus e n’Ele reacender a unção da graça que está sobre nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Homilia Diária

26JAN2019

Precisamos levantar o dom que foi concebido do Espírito para não ficarmos na timidez

Por este motivo, exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e sobriedade” (2Tm 1,6-7).

Temos a graça de celebrar, hoje, dois discípulos de Paulo: Timóteo e Tito. Conhecemos esses dois apóstolos, esses dois bispos da Igreja Primitiva pelas cartas que Paulo escreveu a eles. Foi Paulo que escreveu a Tito, foi ele que escreveu duas cartas a Timóteo, porque esses dois eram íntimos dele, queridos por ele, foram filhos que Paulo gerou na fé. Por isso, Paulo tem toda essa atenção para com eles.

Paulo está os dizendo hoje: “É preciso que vocês reavivem e reacendam a chama do dom de Deus, a graça do dom de Deus que concedi a vocês pela imposição de minhas mãos”.

Como é bom ajudarmos a reacender as chamas uns dos outros! Se olharmos para a nossa história, vamos ver que tivemos muitos "Paulos" em nossa vida, pessoas que foram muito importantes, que passaram para nós a chama da fé. Desde os nossos pais, que nos levaram para as águas do batismo, onde essa chama foi acesa, até aqueles que nos evangelizaram, nos catequizaram, nos formaram e encaminharam de novo à Igreja, deram-nos o alento da fé, como nós também nos tornamos Paulo na vida de outros.

Hoje, precisamos dessas duas graças: a primeira é ter Paulos que venham reacender, reanimar, revigorar a graça de Deus em nosso coração. Precisamos fazer o mesmo, precisamos ir ao encontro de pessoas, de homens e mulheres que, muitas vezes, estão na berlinda e se conformam com o mais ou menos.

Segundo, precisamos levantar o ânimo, a dinâmica evangélica, o amor ao Cristo, levantar o dom que foi concebido do Espírito para que não fiquemos na timidez, porque não foi esse espírito que recebemos. Recebemos o espírito de fortaleza, de amor e sobriedade. Que Deus fortaleça esse espírito em nós!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Homilia Diária

25JAN2019

Dentro de cada um de nós existe um Saulo, aquele homem velho, que não se deixa converter por Deus e que não aceita ser contradito por ninguém

“’Saulo, Saulo, por que me persegues?’ Eu perguntei: ‘Quem és tu, Senhor?’ Ele me respondeu: ‘Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu estás perseguindo’” (At 22,7-8). 

Um homem religioso como Saulo, formado na melhor escola judaica, conhecedor das leis, dos princípios divinos, cai por terra e toma consciência que ele perseguia o Evangelho em vez de abraçá-lo. 

Quando olho para a conversão de Saulo, peço a Deus a graça de colocar a minha barba de molho, colocar o meu coração em espírito de alerta, colocar a minha mente no estado de exame de consciência, para que eu reveja os meus atos, as minhas atitudes, afinal de contas, eu sou um homem religioso, padre há alguns anos, batizado desde criança, crismado, fiz primeira comunhão.

Se formos olhar para todos os títulos religiosos que temos, vamos ver que somos pessoas religiosas, amamos ou perseguimos o Evangelho. O coração vai sempre nos dizer que amamos o Evangelho, mas nem sempre as atitudes confessam isso. Nós, muitas vezes, massacramos o Evangelho com os nossos contratestemunhos.

Paulo tinha um ímpeto temperamental fortíssimo e esse ímpeto temperamental não permitia que ele enxergasse a verdade, pelo contrário, tornava-o até cego, escurecia a sua visão. Era tão convencido de si mesmo, tão convencido daquilo que ele conhecia e sabia, que ele não se permitia conhecer mais nada. Pelo contrário, ele perseguia, apedrejava e matava quem se opusesse às suas convicções.

Dentro de cada um de nós existe um Saulo, aquele homem velho, que não se deixa converter por Deus e que não aceita ser contradito nem questionado por ninguém. Ele não aceita, de forma nenhuma, quem pensa diferente, quem fala diferente dele. É aquele Saulo, aquele homem fechado nas suas ideias e convicções, sobretudo, as ideias religiosas que o levam a perseguir, a criticar quem pensa ou faz diferente de dele.

Hoje, eu quero olhar para Saulo, o homem velho, para que ele me mostre o Paulo, o homem novo e convertido, o homem que caiu com a sua mente por terra para enxergar a verdade da luz.

Quero pedir a Jesus, que na estrada de Damasco se mostrou a Saulo, mostre-se a nós, que nos mostre onde erramos, onde pecamos, onde estamos fechados no nosso orgulho, na nossa autossuficiência, e não nos convertemos a cada dia.

Na festa da conversão de Saulo, peço a Deus a graça da conversão da minha vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Homilia Diária

24JAN2019

Toquemos em Jesus e deixemos que Ele nos toque

“Jesus tinha curado muitas pessoas, e todos os que sofriam de algum mal jogavam-se sobre Ele para tocá-Lo. Vendo Jesus, os espíritos maus caíam a Seus pés, gritando: ‘Tu és o Filho de Deus!’” (Marcos 3,10-11).

Jesus curava as pessoas; Jesus cura as pessoas. Quando nos jogamos a seus pés, Ele nos cura daquilo que causa o mal em nós. O maligno, com suas obras, vem infiltrar a maldade dentro de nós. E não há enfermidade maior do que essa, onde o mal age em todo o nosso ser, penetra a nossa vontade nos fazendo pessoas rebeldes, inclinadas para o mal, seduzidas pelo pecado, criando todo tipo de tormento em nossa cabeça. Então, só pensamos no que é mal, negativo e destrutivo.

O maligno quer agir em nossa vontade para nos fazer ter má vontade. Má vontade para com os outros, má vontade em fazer até a coisas de Deus. Pois, ele inclina a nossa vontade para o mal, desejamos o mal, queremos o mal, porque o maligno semeia as suas obras em nosso coração e, assim, temos maus sentimentos uns pelos outros e vivemos de ressentimentos, mágoas e rancores.     

Mas, quando nos aproximamos de Jesus, Ele arranca, Ele expulsa o mal de dentro de  nós, e nos restitui àquela primeira imagem na qual Deus nos criou. Onde fomos criados puros e à semelhança de um Deus que é três vezes Santo. Porém, o mal, destrói essa imagem d’Ele em nós.    

Toquemos em Jesus e deixemos que Ele nos toque, que a graça d’Ele nos cure. Deixemos que o espíritos maus caíam a Seus pés e se afastem de nossa vida. Permitamos que a graças de Deus realize a Sua obra nova em nós.       

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Homilia Diária

23JAN2019

Há tristeza no coração de Jesus, quando não temos compaixão pelo sofrimento do outro

“Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: ‘Estende a mão’” (Marcos 3,5).

O que causa tristeza ao coração de Deus, senão a dureza do coração do homem? Um coração duro, coração fechado. E o coração humano se torna duro para a graça de Deus, quando não deixa a graça de Deus penetrar, porque a graça de Deus quer entrar em nós, ela quer penetrar na nossa vida, mas o coração se tornou rígido, pedregoso, de um modo que a graça não penetra, de tão duro que está o nosso coração.

Nós nem saímos da presença de Deus, mas não conseguimos deixar que a graça de Deus mergulhe em nós. Porém, nos tornamos muito secos em relação aos outros. Um homem está ali com a mão seca, todo fragilizado e, Jesus, quer cuidar daquele homem, mas aquelas pessoas com coração delas tão duros, olham a Jesus com desconfiança, porque ele iria fazer aquilo no sábado.  

Isso despertou uma profunda ira e tristeza no coração de Jesus, porque não são capazes de ver mais o sofrimento do outro; e há a perda da sensibilidade humana. Ter um coração fechado é não se abrir à graça de Deus e perder a sensibilidade pelo sofrimento do outro.

Nós não podemos ser aquelas pessoas indiferentes, frias, onde pensamos: “O problema não é meu, o mais importante é que eu sou de Deus e as minhas orações"; não me preocupo com o sofrimento do outro e nem com sofrimento do mundo, apenas digo: “Ele está recebendo o que merece”; não é assim, pois Jesus olhou para todas as realidades humanas e teve compaixão.

Onde está a compaixão do nosso coração? Pois não conseguimos mais nos sensibilizar com o sofrimento do mundo, das pessoas, dos mais pobres, dos doentes, dos enfermos, dos nossos jovens que têm se perdido nas drogas, com o sofrimento das famílias que estão se desfazendo. Não podemos dizer que esses problemas não são nossos, porque seria um sinal de que o nosso coração está enrijecido, está fechado para a graça.

Quando a graça de Deus está em mim, eu tenho sensibilidade pela dor e pelo sofrimento do outro. E peço não só para o outro estender a mão, mas estendo a minha mão para o sofrimento do próximo. Que Deus cure toda a insensibilidade, que não sejamos o motivo nem da ira e nem da tristeza do Seu coração.

Deus abençoe você!

 

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Homilia Diária

22JAN2019

Jesus é Senhor de toda lei; é o Senhor do sábado e, também, é o Senhor da nossa vida

“O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado” (Marcos 2, 27-28).

Para entendermos as afirmações de Jesus no Evangelho de hoje, não podemos olhar para o sábado apenas como mais um dia da semana. Pois, nesse contexto, o sábado, na verdade, quer dizer algo que é muito sagrado, é a Lei Sabática, ou seja, o sábado como dia de repouso, como um dia que foi consagrado ao Senhor na lei judaica.

Os judeus levaram isso tão ao pé da letra, que o sábado ficou maior do que Deus. Eles, muitas vezes, deixaram de amar, de respeitar a Deus em tantas outras coisas, mas o sábado não violaram de forma nenhuma. De modo que, se uma pessoa estivesse doente no dia de sábado, aquela pessoa morreria, não podia fazer nada por ela, porque era dia de sábado. Essa é uma forma radical de se interpretar alguma coisa, por isso, Jesus, no Evangelho, nos diz que o mais importante não é essa lei, esse mandamento, o mais importante é Ele.

Nós podemos ser pessoas assim, que fazem as orações, cumprem os preceitos: “Olha eu não posso falar com ninguém, não posso ver ninguém, porque estou fazendo as minhas orações”. Porém, temos de fazer as nossas orações, mas o mesmo que Jesus diz do sábado, que ele foi feito para o homem, a oração também foi feita para o homem. Isso para que o homem possa, por meio dela, servir a Deus. E, acima de tudo, Jesus é o Senhor de todas as coisas. 

Não basta as práticas, é preciso comunhão, pois podemos ter as práticas sagradas, mas não ter comunhão com  o Sagrado. E, ter comunhão com o Sagrado, ter comunhão com Deus, é deixar que Deus nos conduza, que Ele nos direcione, que Seu Espírito aja em nós. Não é para cair no extremo do relaxo, fazer de qualquer jeito, de qualquer forma; e nem no extremo do rigorismo, onde sou aquela pessoa rigorista, que leva todas as coisas a ferro e fogo.

Pois, a graça de Deus nos leva a ter misericórdia com os outros, conosco mesmo, pois, às vezes, estamos fazendo a nossa oração e estamos muito mal, então, fazemos uma oração mesmo estando mal; não uma má oração, e sim uma oração do jeito que estamos, com o nosso coração árido, e apresentamos a Deus a nossa aridez. Essa nossa oração será até mais fecunda, do que aquela oração onde achamos que estamos cheios de entusiasmo. Porque, nos apresentamos para Deus, com o coração reto e sincero e nos deixamos ser guiados por Ele.

Para não virar um hipócrita da lei, um hipócrita religioso, precisamos nos deixarmos ser guiados pelo Espírito, para saber que Jesus é Senhor de toda lei; é o Senhor do sábado e, também, é o Senhor da nossa vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 20 de janeiro de 2019

Homilia Diária

21JAN2019

 O Evangelho nunca é velho, ele é sempre novo. A Palavra de Deus nunca é a mesma, ela é sempre nova

“Ninguém põe vinho novo em odres velhos, porque o vinho novo arrebenta os odres velhos e o vinho e os odres se perdem. Por isso, vinho novo em odres novos” (Marcos 2,22).

O vinho é uma bebida saborosa e especial, mas não quero nenhuma fazer ligação do vinho apenas como bebida alcoólica. O vinho, que é bebido com moderação, é uma bebida muito importante.

O primeiro milagre de Jesus, que acompanhamos ontem, foi, justamente, transformar água em vinho. O exemplo que nos é dado, hoje, é para entender que não podemos pegar um vinho novo e colocá-lo em um vasilhame velho, porque ele vai perder o sabor e a qualidade. Do mesmo jeito acontece com a Boa Nova, com a novidade do Evangelho: se não tivermos um coração novo para recebê-lo, ele vai se perder.

A verdade é essa: a Boa Nova do Evangelho tem se perdido em corações que não se deixam renovar, que não se abrem, em mentes que ainda estão velhas e atrasadas. Não se trata de sermos aquela pessoa moderna, onde tudo é novidade. Não se trata disso, mas é se deixar renovar por Deus, é deixar-se convencer pelo Evangelho de que aquilo que sempre achamos que foi de uma maneira é ou pode ser de outro jeito. Ter uma mentalidade nova é deixar-se convencer e converter por Deus.

Passamos a vida inteira adquirindo a nossa forma de pensar, assumindo nossas ideologias e filosofias, passamos a pensar dessa maneira, mas é preciso deixar-se convencer e converter por Deus para que tenhamos a mentalidade do Evangelho. A graça d’Ele vai ser nova, vai nos renovar, a Palavra de Deus vai ser sempre nova em nossa vida.

Percebemos que o odre envelheceu, que o coração envelheceu quando a pessoa escuta o Evangelho e diz: “Esse eu já sei o que é. Eu já conheço”. O Evangelho nunca é velho, ele é sempre novo, a Palavra de Deus nunca é a mesma, ela é sempre nova. As letras, as palavras podem até parecer sempre as mesmas, mas a ação é sempre nova.

Podemos escutar o Evangelho mil vezes, e mil vezes de forma diferente Deus fala, age e atua no meio de nós. Que tenhamos um novo coração para saber acolher a novidade de Deus a cada dia.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Homilia Diária

20JAN2019

Muitos casamentos se desencaminharam ou estão se desencaminhando, porque os casais já não fazem mais o que diz Jesus

Sua mãe disse aos que estavam servindo: ‘Fazei o que ele vos disser’”(João 2,5).

A graça do Evangelho de hoje é contemplarmos a manifestação pública de Jesus em uma festa de casamento.

O casamento é uma festa, mas não é aquela festa para os convidados, apenas porque têm bebidas ou servem comida. O casamento é uma alegria, é o lugar da bênção, por isso ele merece ser celebrado e festejado. Jesus é o primeiro a querer celebrar e festejar os matrimônios, a união do homem com a mulher, porque é, ali, que nasce e brota a família, é daquela união conjugal que nascerão os filhos. O homem e a mulher que vivem uma preparação sadia e madura, e decidem, de forma muito equilibrada, assumir a graça do sacramento do matrimônio merecem ser aplaudidos e reconhecidos.

É verdade que nem tudo é festa na vida a dois. Assim como nessa festa de casamento veio a faltar o vinho, muitas vezes, no matrimônio falta a paciência, a misericórdia, o jeito de lidar com os limites e com os erros uns dos outros; assim, o casamento que começou com uma festa acaba em fracasso.

Jesus quer estar presente no seu casamento, e se você O deixar fazer-se presente todos os dias, Ele há de conduzi-lo até quando lhe faltar a humildade, a paciência, quando lhe faltar a força, muitas vezes, física e psicológica para lidar [com os problemas]. Jesus quer se fazer presente, e a maneira de Ele se fazer presente é junto com Sua Mãe.

Maria é Mãe, é a Mulher atenta, que está conectada com as dificuldades. Maria é aquela que percebeu que não havia mais vinho. Ela apresenta, de fato, o que já não se tem mais em uma vida familiar. E a receita é uma só: “Fazei o que Ele (Jesus) vos disser”.

Muitos casamentos se desencaminharam ou estão se desencaminhando, porque os casais já não fazem mais o que diz Jesus. Às vezes, a mulher escuta, mas o marido não escuta mais, os filhos já não escutam mais. Precisamos escutar Jesus! Não basta Ele estar em nossa casa, porque Ele pode estar e ser ignorado. A bênção d’Ele está, pois os noivos a receberam no dia do casamento; a presença d’Ele está lá, mas nós O estamos ouvindo? Estamos deixando Ele falar? Estamos fazendo tudo o que Ele nos diz? Nenhum casamento, nenhuma família que faz tudo o que diz Jesus se perde.

A sintonia de uma vida conjugal precisa acontecer, todos os dias, na presença de Jesus. Depois de um tempo, um casal acha que isso é bitolamento e exagero, mas, lá na frente, vai perceber que falta fez quando deixou de ouvir Jesus em muitas situações da vida conjugal.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 19 de janeiro de 2019

Homilia Diária

19JAN2019

Jesus veio para os pecadores, Ele é o bom médico dos doentes, porque quem precisa do médico é o doente

Não são as pessoas sadias que precisam de médico, mas as doentes. Eu não vim para chamar justos, mas sim pecadores” (Marcos 2,17).

Estamos num mundo doentio e pecador, e foi nesse mundo que Deus se encarnou, que se fez presente e está no meio de nós para sarar e sanar todo mal, para curar nossas doenças e enfermidades, sobretudo, para nos libertar do poder do pecado.

Jesus veio para os pecadores, por isso Ele é o bom médico dos doentes, porque quem precisa do médico é o doente, quem precisa da salvação é aquele que está perdido. Os salvos já estão salvos, os sadios já estão sadios.

Na humildade do coração, reconhecemos, a cada dia, o mal que o pecado causa em nossa vida, porque, quando o reconhecemos, colocamo-nos em Jesus. O que tem acontecido é que, muitas vezes, chegamos a uma autossuficiência espiritual, e essa autossuficiência é muito danosa para alma, para o coração e para a nossa espiritualidade de relação com Deus. “Estou servindo Deus a muito tempo! Conheço todas as coisas de Deus e da Igreja”.

Muitas vezes, ignoramos retiros, não prestamos mais nem atenção na Missa! “Já sei o que o padre vai falar. Aquilo que ele falou, não serviu para mim”. Colocamo-nos num estado de autossuficiência espiritual, e a graça de Deus não nos atinge, porque já não a sentimos. Isso é um mal, e por isso a graça de Deus não chega, de fato, até nós.

O Evangelho é, acima de tudo, um convite à humildade do coração para nos colocarmos à mesa com Jesus.

Jesus foi à casa de Levi, Mateus, o cobrador de impostos, e sentou-se à mesa com ele. Sentando-se à mesa com ele, Jesus se sentou com outros cobradores de impostos que eram tidos como pecadores. A intenção de Jesus era dizer que Ele veio para sentar-se à mesa conosco.

Talvez podemos pensar que só os justos e santos se sentam à mesa com Jesus, mas Ele senta à mesa com os pecadores. Algumas pessoas talvez se sintam discriminadas, distantes de Deus, não podem comungar, porque vivem em pecado. A doutrina da Igreja sobre a Eucaristia não mudou, mas é preciso dizer sempre, de forma muito nova e contundente, que ninguém pode se sentir distante de Deus. Se maior for o pecado, mais próximo de Deus aquela pessoa precisa estar.

Se há algum impedimento canônico para a comunhão sacramental, não há impedimento de aquela alma se aproximar de Jesus, até porque Ele quer estar com ela. Se ela não pode receber da comunhão, ela pode receber da graça, ela pode adorar Jesus, ouvir a Palavra d’Ele, e Jesus pode entrar na vida de cada um de nós.

Podemos até comungar, todos os dias, mas nos falta a graça da humildade; recebemos a Eucaristia, mas não significa que estamos em comunhão com Deus. No entanto, muitas vezes, aquele que julgamos tão pecador, humildemente se abre com tanto amor para receber Deus e para ficar com Jesus, e Ele, com certeza, ceia com ela, fica com ela, como ficou na casa de Levi.

Ele veio para os pecadores, para os doentes. Apresentemos a Ele nossos pecados e nossas enfermidades.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Homilia Diária

18JAN2019

Libertemo-nos de todas as paralisias para que a Palavra de Deus nos deixe de pé

“Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens. Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão, abriram então o teto, bem em cima do lugar onde Ele se encontrava” (Marcos 2, 3-4).

A primeira coisa que nós queremos contemplar é a ação de Jesus. Porque as pessoas se reuniam para ouvir a Jesus, para ouvir a proclamação da Palavra de Deus, pois era o que Jesus fazia: anunciava a Palavra de Deus.

E quando a Palavra de Deus é anunciada, o reino d' Ele acontece, pois, os corações são libertos e as almas são redimidas. A ação de Deus atualiza a presença d'Ele no meio de nós, porque o Reino de Deus acontece pela proclamação da Palavra. E Jesus fazia justamente isto: proclamava a Palavra de Deus.

Aquele paralítico não tinha condição de ouvir a Palavra. Por que? Porque ele estava realmente paralisado, e a paralisia o prendia, ele não conseguia chegar até Jesus para ouvi-Lo. Mas ele queria O ouvir, porém, tinha os limites físicos. E, além da dificuldade, da impossibilidade de andar para chegar onde Jesus estava, também havia uma enorme multidão que o impedia, era uma verdadeira parede. E, muitas vezes, aquela multidão não se abria para que outros mais necessitados pudessem chegar até Jesus.

No entanto, mãos abençoadas são providência para que a Palavra de Deus chegasse naquele homem. E o que fazem? Levam a sua maca por cima do telhado. E aqui está a sabedoria, a busca dos meios necessários para se chegar até a graça Deus. Se não podemos chegar a Deus "por baixo", podemos chegar "por cima"; se não podemos por cima, tentemos "dos lados", mas precisamos chegar até Deus; e fazer com que a Palavra d'Ele, a Sua graça nos encontre.

Desculpa, mas não podemos ficar paralisados nas nossas dificuldades! Porque Jesus enfrentou todas as barreiras para chegar até nós, e Ele está no meio de nós. Não posso permitir que a minha vida fique paralisada. "Ah, mas eu tenho muitos problemas, muitas dificuldades, muita coisa para fazer", desse modo, as barreiras crescem.

Se as barreiras para aquele paralítico era a sua condição física e aquela multidão, hoje, as nossas barreiras são outras: nossos problemas, nossas ocupações e múltiplas tarefas; nossos medos, temores, receios e, muitas vezes, nossa falta de iniciativa.

Vamos por cima do telhado, vamos por baixo e, se não dermos conta, peçamos ajuda. Que alguém nos carregue, nos leve, mas precisamos tomar  a iniciativa para chegar até Jesus e para que a Sua Palavra chegue até nós. Senão, ficaremos prostrados; seremos tomados por uma onda de desânimo, de tristeza, de abatimento que há no mundo em que vivemos. A Palavra de Deus nos liberta. Se palavra d'Ele ainda não chegou, preciso me acorrer e correr atrás dela, onde quer que ela se encontre.

Libertemo-nos de todas as paralisias para que a Palavra de Deus nos deixe de pé.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Homilia Diária

17JAN2019

Deus nos concede a fé e a humildade, virtudes necessárias para andarmos sempre no Seu caminho

“Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero: fica curado!” (Marcos 1,41).

Acompanhamos a esse leproso que se aproxima de Jesus, e duas virtudes tomam conta do coração daquele homem. A primeira delas é a humildade de reconhecer a sua fragilidade, a sua lepra; reconhecer aquilo que estava nele. A segunda virtude é a fé, pois humildemente ele professa a sua fé. Ele exclama “Senhor, se queres, tens o poder de curar-me”. E Jesus disse: “Eu quero: fica curado!”.

Quando somos humildes e quando temos fé, a graça de Deus age em nós e nos liberta, purifica, restaura; a graça de Deus nos renova. Podemos ter fé, mas não temos a humildade. Fé e orgulho; fé e soberba não produzem frutos.

Podemos ter humildade, graça essa mais que necessária, pois o Reino do Céus é dos humildes, mas o humilde precisa ter, também, a fé. Ter confiança e fé em Jesus. Saber que é Ele quem cuida de nós, pois podemos até sermos humildes, mas se somos aqueles humildes negativos, pessimistas, desanimados, sem esperança, sem confiança, nos entregamos à prostração, sem saber que rumo tomar na vida.

Humildemente reconhecemos as nossas situações, misérias, fragilidades; os nossos pecados, erros, limites. Reconhecemos as coisas que não deram certo, mas humildemente tenhamos fé e confiança n’Ele. Não tiremos o nosso olhar d’Ele. Não tiremos de Jesus a nossa confiança, porque sabemos tudo o que Ele pode fazer por nós. É n’Ele que colocamos o nosso coração.

Aconteça o que acontecer não vamos desanimar ou desesperar, pois só tem desespero quem não confia e chega ao limite da desconfiança, por isso se desespera. Aconteça o que acontecer, coloquemos sempre o nosso coração em Jesus.  

Mas, muitas vezes, nós somos pessoas de muita fé, falamos a nós mesmos: “Nossa! Eu confio em Jesus, falo de Jesus”. Porém, somos tomados por uma arrogância, por um orgulho, uma soberba terrível, e não vemos a graça de Deus acontecer em nós, na nossa vida, naquilo que fazemos, porque temos a fé, mas temos a humildade, isto é, se humilhar, não temos a humildade de ver a nossa miséria. Pois humilde é aquele que mergulha na sua miséria humana, toca nela e se coloca totalmente dependente de Deus. O humilde não se faz melhor do que os outros; não se faz o mais importante; não confia em si próprio. Não é não ter autoconfiança, o problema está com o excesso dela; é achar que somos “o senhor” deste mundo. Quando reconhecemos que Jesus é o Senhor e somos o Seus humildes servos, a graça de Deus age em nós.

Que Deus nos conceda a fé e a humildade necessárias para andarmos sempre no Seu caminho.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Homilia Diária

15JAN2019

Deixemos Jesus destruir a força do mal em nosso coração, deixemos Ele destruir o poder do maligno que está agindo em nossa vida

Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: ‘Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus’” (Marcos 1,23-24).

A primeira coisa que precisamos afirmar é: Jesus veio para destruir o mal, porque se Jesus não destrói o mal e os espíritos malignos, eles destroem nossa alma, nossa mente, vontade e comunhão com Deus.

Precisamos permitir que Jesus destrua o poder do mal. Veja que Jesus não só expulsa o maligno, mas destrói a força d’Ele em nossa vida, porque, quando a força do mal entra no nosso coração, ela nos corrompe por dentro. Começamos a ter pensamentos maus, sentimentos maus, convicções malignas, começamos a fazer o mal de forma que pareça natural. A maldade se tornou uma coisa elementar na nossa vida natural, e isso não pode. Por isso precisamos invocar o poderoso nome de Jesus, para destruir a força do mal dentro de nós.

Quando entra um mal pensamento em nós, esse pensamento é alimentado e cresce; então, ficamos maus. Quando levamos esse mau pensamento adiante, ele provoca um mal maior. Quando cultivamos um mau sentimento em relação a alguém, esse sentimento é destrutivo. Vejamos o que o ressentimento faz na nossa vida: a mágoa, o ódio e o rancor destroem a força do amor em nós, depois, os nossos relacionamentos. E, por onde vamos, espelhamos e semeamos o mal.

Quando estamos com raiva ou ressentidos com alguém, levamos esse mal para os outros. Quando lembramos daquela pessoa, azedamo-nos e também azedamos o ambiente em que estamos, porque o mal está em nós. Achamos sempre que o mal é aquela pessoa, e ela pode até ter as maldades dela, mas o problema é a maldade que ela jogou em nós, e nós a compramos.

Deixemos Jesus destruir a força do mal em nosso coração, deixemos Ele destruir o poder do maligno que está agindo em nossa vida, está corroendo, corrompendo as nossas relações e a nossa relação com Deus.

Jesus veio para destruir o mal, para expulsá-lo da nossa vida. O demônio não é o nosso problema, porque ele é um derrotado por Deus, mas é o joio e a força maligna que ele semeia, e nós, muitas vezes, a compramos. Jesus veio para destruir o mal em nossa vida.

Permitamos que o poder de Deus realize aquilo que Jesus veio para realizar entre nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 12 de janeiro de 2019

Homilia Diária

13JAN2019

Estejamos inflamados pelo fogo do Espírito que nos foi conferido pela graça do nosso batismo

Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo” (Lucas 3,16).

Hoje, celebramos a Festa do Batismo de Jesus. Ele se submeteu a ser batizado por João nas águas do rio Jordão. O próprio João está dizendo que Aquele que vem depois dele – e quem vem depois dele é Jesus –, é quem nos batizará no Espírito Santo e no fogo.

Essas duas graças são importantes para meditarmos no dia de hoje, porque, na festa do batismo de Jesus, também celebramos o nosso batismo. Todos nós fomos batizados no Cristo Jesus e por Ele e n’Ele fomos incorporados a Deus. Que graça maravilhosa nos concedeu o nosso batismo!

Qual é o dia que você foi batizado? Procure saber o dia do seu batismo, faça desse dia um momento celebrativo, e mais do que recordar que naquele dia você foi levado à pia batismal, faça o seu batismo acontecer todos os dias da sua vida.

Quando vamos às igrejas e capelas, costumamos frequentar o sacrário e nos colocar diante dele; colocamo-nos também diante das imagens dos santos e da cruz, mas não deixemos de ir ao batistério. Na frente ou no fundo de capelas, há o batistério, foi lá que nascemos para Deus, foi lá que nos tornamos filhos d'Ele. Coloquemos a mão no batistério e renovemos a graça do batismo, e cada vez que assim o fizermos, invoquemos, primeiro, a graça de sermos homens e mulheres do Espírito, porque no Espírito Santo fomos batizados.

O Espírito em nós nos conferiu a unção da graça, a unção divina. Deus está em nós, enviando e ungindo-nos para fazer Sua vontade. Precisamos dessa unção para vivermos em Deus, para proclamarmos a vida n'Ele, para anunciarmos Seu Reino e não sermos tomados pela força deste mundo.

Outra graça que o batismo nos confere é o fogo do Espírito, o fogo que queima e impele, que nos levanta e manda adiante, o fogo que queima os maus pensamentos e sentimentos, o fogo da graça. 

Estejamos inflamados pelo fogo do Espírito, que nos foi conferido pela graça do nosso batismo. Eu renovo, hoje, diante do batistério, a graça do meu batismo. Eu quero viver, neste mundo, como um batizado, porque, naquele dia da graça, fomos ungidos pelo Espírito, e a graça da unção divina caiu sobre nós.

Vivamos, neste mundo, como batizados. Esse é o convite que a festa do batismo de Jesus faz a todos nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Homilia Diária

11JAN2019

A grande vitória da nossa vida é perseverarmos na graça de Deus e vencermos o pecado a cada dia

Quem é o vencedor do mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo” (1João 5,5-6).

Hoje, a Palavra de Deus nos dá uma certeza: Deus nos quer vencedores neste mundo. Ele venceu a morte e o pecado; Ele venceu, na cruz, as artimanhas do maligno e as ações do demônio, e quer que nós também as vençamos.

Precisamos entender que essa vitória não é como a vitória no campo de futebol ou nos campos de batalhas. A vitória é sermos um com Deus, a grande vitória da nossa vida é perseverarmos na graça de Deus, vencermos o pecado a cada dia. 

Na vida, enfrentamos fracassos, dificuldades, passamos por situações de frustrações, podemos até perder essa ou aquela batalha, mas não podemos perder a guerra final, a guerra do combate contra o maligno. Ele não pode vencer em nossa vida, não pode ter a palavra final, não pode mandar em nossa casa, em nossa família, não pode mandar na nossa vontade e no nosso coração.

Quando vencemos o mal em nós, as más inclinações, os maus desejos, aquela vontade de ficarmos uns contra os outros, aquilo que está dentro de nós, que reconhecemos como uma força maligna, quando conseguimos dizer ‘não’ ao mal, experimentamos a vitória de Deus em nossa vida. Precisamos, em cada batalha, estar preparados para a guerra final, que é a perseverança final para estarmos com Jesus Cristo, triunfando com Ele na glória.

Jesus veio pela água e pelo sangue. A água e o sangue de Jesus Cristo são os sinais da vitória de Deus em nossa vida, primeiro a água do batismo, a água que nos lava, purifica-nos, renova e restaura, faz de nós novas criaturas.

Precisamos desse banho de regeneração a cada dia, confessando os nossos pecados, reconhecendo os nossos erros e buscando a água do Espírito. Ele veio pela água e pelo sangue, o sangue da Eucaristia. A força do sangue de Cristo nos dá força para o combate.

Estejamos em Cristo, porque n’Ele a vitória é sempre certa.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Homilia Diária

10JAN2019

O amor, muitas vezes, exige o silêncio meditativo e contemplativo, de quem guarda no coração amor para curar as cicatrizes do desamor

Se alguém disser: ‘Amo a Deus’, mas odeia o seu irmão, é um mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê” (1João 4,20).

Vivemos num mundo de mentiras, de falsidades e hipocrisias. Há um mundo de mentiras na vivência da nossa fé, e talvez a grande mentira que possamos viver em nossa vida é dizer que amamos a Deus. É um amor hipócrita, porque se não amamos o nosso irmão, a quem estamos vendo, como vamos amar a Deus que não vemos?

Deus se faz real no meio de nós nas pessoas que precisamos amar, e aqui não se trata daquela hipocrisia e falsidade, trata-se da verdade, porque, senão, viveremos de muitas mentiras em nossa vida. Não há coisa pior do que uma vida mentirosa, falsa e enganosa.

Eu não me deixo iludir, porque a pessoa está lá adorando Jesus, passa horas adorando e cantando para Ele, exaltando e pregando, mas quando olho para a vida da pessoa, ela não ama o seu irmão e não tem testemunho de amor. Fala-se muito de testemunho: “Fiz isso. Fiz aquilo”, mas o nosso grande testemunho é amarmos, de verdade, uns aos outros, amar aquele que não queremos, não suportamos, mas estamos na presença dele, amar quem nos fez mal, quem nos prejudicou, falou mal de nós e agiu contra nós, amor verdadeiro e autêntico.

Quando amamos, não derrubamos o outro, não falamos mal dele, não fazemos complô, ou seja lá o que for, para nos contrapormos a quem não nos faz bem.

O amor, muitas vezes, exige silêncio, mas não é só o silêncio de falar ou deixar de falar. É o silêncio meditativo, contemplativo, o silêncio de quem guarda no coração amor para curar as cicatrizes do desamor.

Se o outro me prejudicou ou me fez mal, não vou devolver o que ele me deu. Se ele me deu desamor, vou devolver o que ele me deu com amor e oração. "Orai por aqueles que vos persegue".

Como precisamos orar uns pelos outros! Geralmente, nas nossas orações, colocamos aquelas pessoas que queremos bem demais. Na verdade, a oração deveria ser, em primeiro lugar, por aqueles que não queremos bem demais, sem hipocrisia, porque precisamos reconhecer que há pessoas que não queremos tão bem. Então, não estamos orando primeiro por aquelas pessoas, estamos orando por nós e pelo nosso coração, para que ele seja curado e libertado daquele sentimento negativo que temos em relação àquela pessoa.

Não quero viver, na minha vida, nenhuma decisão de desamor. Às vezes, o nosso coração não consegue acompanhar a razão, mas a decisão é amar sempre. Então, o nosso esforço, a nossa oração é para vivermos, porque não podemos viver com Deus uma relação hipócrita.

Não crescemos na intimidade com Deus, porque cultivamos uma mística oracional, focada em Deus e desfocada do mundo em que estamos. Temos situações não resolvidas na vida, de amor e relacionamento, mas achamos que esquecer isso e estar em Deus nos salva.

Não vamos para a presença de Deus até pagarmos o último centavo, até resolvermos todas as situações não resolvidas por falta de amor nessa vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Homilia Diária

09JAN2019

Deus não vai permanecer entre nós se não amarmos uns aos outros com amor verdadeiro, sincero, concreto, amor que nos leva a querer o bem do outro

Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor é plenamente realizado entre nós” (1João 4,12).

Queremos Deus presente no meio de nós, queremos viver na presença d’Ele e queremos que Ele esteja sempre vivo, que seja sempre adorado, glorificado e exaltado no meio de nós.

Deus não vai permanecer entre nós se não amarmos uns aos outros com amor verdadeiro, sincero, concreto, amor que nos leva a querer o bem do outro e jamais o mal. Deus está entre nós quando amamos uns aos outros.

Talvez, achemos que o mais importante seja adorarmos Jesus e nos colocarmos na presença d’Ele, mas, às vezes, vamos adorá-Lo para adorar a nós mesmos; às vezes, vamos adorá-Lo, mas fugimos do irmão que convive conosco, que trabalha conosco e está ao nosso lado, porque não queremos quebrar o nosso orgulho e saber que precisamos amá-lo.

Se nos refugiarmos em Jesus, não poderemos fugir do nosso irmão. O refúgio no coração de Jesus é para curar o nosso coração das decepções, das mágoas, dos rancores e ressentimentos. Precisamos sair da presença de Jesus vacinados pela força do amor. Às vezes, adoramos Jesus o dia inteiro, mas estamos com a mesma cara fechada, com o mesmo coração fechado, não estamos querendo amar.

Não vamos mostrar que Jesus está entre nós falando para as pessoas: “Olha, Ele está ali no sacrário!”. A nossa fé nos ensina que Ele está lá, mas as pessoas só tocarão nesse Jesus quando virem amor em nós.

É escandalosa a forma como vivemos a nossa fé cristã! É irmão falando mal dos outros; são grupos atacando os próprios grupos; as pessoas da igreja falando das outras. Desculpe-me, mas que amor é esse, em que as pessoas se colocam umas contra as outras dentro da própria vivência da fé?

Há pessoas que não suportam estar na presença de outra! Na igreja, até selecionamos a quem damos a paz de Cristo, a quem cumprimentamos, para quem vamos sorrir. Eu poderia chamar esse amor de hipócrita, mas não existe amor hipócrita, amor é somente amor. Na verdade, a hipocrisia quer se disfarçar de amor.

Se há fakes para tudo neste mundo, há falsos amores; e estamos, muitas vezes, recheados dessa falsidade, fingimos que amamos, que gostamos, quando a nossa própria forma de ser contratestemunha para todos que não queremos bem essa ou aquela pessoa.

Não posso negar que, na minha própria vida, há pessoas que me fizeram mal. O que me doí é que são pessoas da própria caminhada. Eu jamais me proponho a falar mal, a querer mal, desejar mal e fazer mal a quem um dia não me quis bem. Talvez, eu não tenha a força de amar aquela pessoa com o amor sublime, até porque, às vezes, ela não queira esse amor, mas eu tenho pedido sempre a Deus o amor caridade, por isso essas pessoas estão em minhas orações, em minhas preces e nos meus melhores sentimentos.

Amemos, porque sem amor não há vivência autêntica de fé.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Homilia Diária

08JAN2019

Está faltando uma verdadeira vida em Deus no meio de nós, e não existe vida em Deus sem amor

“Deus enviou o Seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio d'Ele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o Seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados” (1João 4, 9-10).

Estamos reconhecendo a maneira como Deus nos ama. Esse amor de Deus é concreto e real, Ele não só falou que nos ama, mas demonstrou a forma como nos ama.

Se, o que um pai e uma mãe podem ter de mais precioso são seus filhos, nada pode ser mais precioso para Deus do que o Seu próprio Filho, por isso, Ele nos deu aquilo que Ele tem de mais sagrado. Ele nos deu Seu Filho para provar qual é o tamanho do amor que Ele mesmo tem por nós. Por que Ele manifestou o Seu amor? Para que nós tenhamos a vida conduzida por Ele. Não basta estarmos vivos.

Quando olhamos a vida humana, muitas vezes, sem sentido, sem razão de ser, a vida vai se apagando aos poucos. Doí no coração saber que a cada minuto, neste mundo, alguém está se suicidando, tirando sua própria vida e a grande maioria são jovens.

Nossos adolescentes, tão cedo, estão descobrindo o desgosto pela vida, estão buscando formas suicidas de vida. Por que os nossos estão perdendo o sentido pela vida? Está faltando uma verdadeira vida em Deus no meio de nós, e não existe vida em Deus sem amor.

Alguns acham que a vida em Deus, antes de tudo, seja doutrina. “Vou doutrinar a minha casa. Vou ensinar os dogmas”. Ensine os valores em primeiro lugar, pois o essencial dos valores é o amor. Amor vivenciado, praticado e respeitado.

É por falta de amor que estamos perecendo, por falta de respeito de uns para com os outros, muitas vezes, dentro de nossas próprias casas, famílias, trabalhos. É onde estamos que a crise existencial se instala no meio de nós.

Todas as vezes que o amor é negado, o amor não é vivido na sua intensidade, a vida humana perde o seu sentido de ser. Por isso, a vida que Deus nos deu, foi nos amando; foi por amor que Ele se encarnou, por amor abriu mão de suas condições divinas e sagradas para se tornar humano como nós.

Só seremos (de verdade) humanos, aquela humanidade bem vivida que nos diviniza, se vivermos esse amor de Deus no meio de nós. Precisamos, verdadeiramente, combater aquilo que não representa o amor, toda a forma de termos preconceitos, ódios, de nos colocarmos uns contra os outros. Todas essas brigas, competições, separações, acusações vão minando o amor e, quando mina o amor, a vida humana também vai minando.

É preciso semear o amor e vivê-lo, para que, assim, a vida de Deus esteja em nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Homilia Diária

07JAN2019

Examinar o que é falso é examinar o mundo em que estamos, onde estão todos falando de Deus por aqui e acolá

Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus, pois muitos falsos profetas vieram ao mundo” (1João 4,1).

Vivemos num mundo de falsos e mentirosos. Existem falsidades em todos os contextos da existência humana. Existem falsos elementos, falsos alimentos, falsos produtos, roupas falsas, marcas falsas; e toda falsificação é uma mentira. Existem as falsas notícias que são verdadeiros horrores ou crimes, na boa compreensão da palavra. Não podemos negar que existem falsos evangelhos, falsos profetas, falsos espíritos presentes e recheando o mundo em que estamos.

O que é falso? Aquilo que, aparentemente, é bonito, colorido, é até mais chamativo do que o original e verdadeiro. O que é falso, geralmente, chama mais a atenção do que o verdadeiro, até porque o que é falso faz mais propaganda, ele se divulga mais, apresenta-se mais.

Com certeza, há muitas coisas falsas no mundo religioso em que estamos. No nosso contexto interno, não podemos dizer que tudo o que acontece em nossas igrejas, em nossos grupos de orações seja verdadeiro, porque há pessoas falseando a sua própria experiência com Deus. Alguns dizem: “Olha, Deus falou comigo!”, quando Deus não falou nada. A pessoa transforma a fantasia da sua mente ou o jogo dos seus interesses e vontades, e impõe aquilo como vontade de Deus.

Há pessoas que tem o dom da oratória, do falar, do convencimento, que pinta daquele jeito e passa por outros causando uma impressão. O que a Palavra de Deus está nos dizendo, hoje, é que precisamos examinar com muita seriedade todas as coisas. Não é porque está curando ali e aqui, está oferecendo tal coisa, que aquilo é de Deus.

Como homem religioso que sou, reconheço coisas falsas que estão dentro de mim, e renuncio a todas elas, mas é como homem de Deus que preciso reconhecer que há muitas coisas falsas no meio de nós.

Purifiquemos a nós mesmos para abraçarmos aquilo que é verdadeiro, autêntico e real. Não é para sair julgando esse ou aquele, mas é preciso ter discernimento e examinar os espíritos.

Não é porque aquela pessoa fala bem, fala de Deus, da Igreja, não é porque carrega uma cruz ou uma medalha, que aquilo que é autenticamente de Deus, marcado por Ele, vem da Igreja.

Na Igreja também há enganos? Pode ter enganos de pessoas, mas enganos de verdades jamais. A verdade que Deus confiou a sua Igreja, cabe a ela nos mostrar sempre a verdade. A comunhão que a Igreja nos vive é o caminho de salvação para vivermos a verdade.

Há muitos no meio de nós que falam mal do Papa, não vivem a comunhão com ele e pregam o seu próprio evangelho. Há muitos no meio de nós que se deixam iludir por aqueles que falam dessa ou daquela forma. A nossa união com a verdade está na comunhão com a Igreja de Cristo, a cabeça é o Papa que temos hoje, nosso amado Papa Francisco, e os nossos bispos em nossas dioceses, e assim por diante.

Examinar o que é falso é examinar o mundo em que estamos, onde estão todos falando de Deus por aqui e acolá, mas saber o que é de Deus é só quem se coloca na humildade para obedecer-Lhe.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 6 de janeiro de 2019

Homilia Diária

06JAN2019

Os magos tinham presentes materiais: ouro, incenso e mirra, mas nós temos o nosso coração para dar a Deus

“Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra” (Mateus 2,11).

Hoje, celebramos a Solenidade da Epifania, da manifestação do Senhor ao mundo. Jesus não veio somente para o seu pequeno mundo, Ele veio para o mundo todo, para todas as almas, para todos os corações que se abrem para adorá-Lo, para reconhecê-Lo como Deus e Senhor e para presenteá-Lo com a própria vida.

Os magos que vieram do Oriente, quer dizer, de países distantes, cada um de uma localidade diferente, estavam à procura do Salvador, sabiam pelas profecias onde e quando o Salvador poderia nascer. Eles representam todos os corações humanos, sedentos e com fome de Deus, com vontade de encontrar o Deus único e verdadeiro. Eles estavam atrás do menino e, no meio do caminho, encontraram Herodes, que tentava os desviar da verdade e do encontro com Jesus com mentiras, tentava persuadi-los dizendo: “Olha, quando vocês encontrarem o menino, digam para mim para que eu também vá adorá-Lo".

Na verdade, Herodes queria perseguir e matar Jesus. Há muitos Herodes no meio de nós, hoje, que não querem que adoremos Jesus. Existe todo um mecanismo que move o mundo em que vivemos, que nos tira da presença de Deus para nos deixar distraídos com as coisas do mundo.

É preciso cuidar, refletir sobre o que nos rouba da presença de Deus. Estamos cercados de parafernálias da modernidade, são os smartphones que estão em nossas mãos, as televisões que estão em nossos quartos, são os computadores e todas as coisas que podem ser úteis e têm as suas utilidades, mas o quanto essas coisas nos tiram da presença de Deus, quantas horas gastamos diante de todas essas coisas e não temos tempo para Deus!

O jovem é capaz de virar uma noite em jogos, em coisas ali no seu mundo virtual, e depois não têm mais força para orar, para adorar e voltar-se para Deus. O mesmo se diz que casais, homens, mulheres que vivem o tempo inteiro fechados nas redes do mundo, e o coração é roubado da presença de Deus.

Não deixemos que esses Herodes nos roubem da presença do Senhor, vamos pelo caminho para encontrar Jesus; e ao  encontrá-Lo, prostemo-nos diante d’Ele, O adoremos e nos voltemos para Ele, demos a Ele o melhor presente que é o nosso coração.

Os magos tinham presentes materiais: ouro, incenso e mirra, mas nós temos o nosso coração para dar a Deus, e não o queremos dar a mais ninguém. Ele nasceu para todos, adoremos o Senhor em Espírito e verdade.

Deus abençoe você!

karina

sábado, 5 de janeiro de 2019

Homilia Diária

05JAN2019

Não existe vida em Deus sem amor, somos todos filhos d'Ele, e o que devemos uns para os outros é amor

“Esta é a mensagem que ouvistes desde o início: que nos amemos uns aos outros, não como Caim, que, sendo do Maligno, matou o seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más, ao passo que as do seu irmão eram justas (1João 3,11).

“Amemos uns aos outros”, esse é o princípio da vida em Deus. Não existe vida em Deus sem amor, somos todos filhos d'Ele, e o que devemos uns para com os outros é amor. Não podemos excluir ninguém do nosso amor.

Podemos amar o outro da forma como ele precisa e merece ser amado, mas deixar de o amar, jamais! Quando deixamos de amar alguém preferimos o ódio, o rancor, a indiferença, deixamos que as obras das trevas cresçam no nosso coração. Todos nós temos dentro do nosso coração um Caim e um Abel.

Abel era o homem justo, que colocou Deus em primeiro lugar, que amou Deus; viveu o amor nas suas obras e ações. Do seu lado, Caim, seu irmão que amava a si mesmo em primeiro lugar, era invejoso e ciumento. O ciúmes e a inveja provocam males terríveis, inclusive, matam toda a força do amor em nós, e, por inveja e ciúmes, Caim matou seu irmão Abel.

Primeiro, não matemos o Abel em nós, eliminemos o Caim ou eduquemos o Caim que está em nós. Segundo, não matemos nossos irmãos, porque temos uma capacidade grande e terrível de matarmos uns aos outros. A língua que Deus nos deu para a bênção é o grande canal que usamos para matar uns aos outros, falamos mal uns dos outros, caluniamos, perseguimos, falamos o pior do outro, nunca o melhor.

É incrível como o ser humano tem a capacidade para falar mal e pouquíssima para elogiar e reconhecer os valores. Quando não queremos bem alguém, sabemos a lista de todos os defeitos dela, até mesmo das pessoas que gostamos, estamos sempre encontrando defeitos e problemas naquela pessoa. Mas quem vive o amor encontra os valores na pessoa do outro, exalta a pessoa mesmo nos momentos difíceis que ela esteja enfrentando. Busquemos encontrar o que levanta e não o que derruba ou destrói.

Caim derrubou tanto o seu irmão Abel, que o destruiu e tirou sua vida. Estamos matando uns aos outros, estamos usando o que temos em nossas mãos, em nossa boca, em nosso coração para fazermos mal e falarmos mal uns dos outros.

Nossas redes sociais estão repletas de fofocas, as pessoas usam o WhatsApp e outros mecanismos para falarmos mal uns dos outros. Isso não é de Deus, mas do maligno! E quem é do maligno não faz a vontade de Deus.

Se nos esforçarmos, neste ano que estamos vivendo, para termos 365 dias para não falar mal, não desejar o mal nem amar o outro, teremos vivido, de fato, o Evangelho em nossa vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Homilia Diária

04JAN2019

Precisamos ser promotores, ser aqueles que provêm a justiça para o mundo

Nisto se revela quem é filho de Deus e quem é filho do diabo: todo o que não pratica a justiça não é de Deus, nem aquele que não ama o seu irmão” (1João 3,10).

As sentenças da Palavra de Deus, no dia de hoje, podem parecer duras, mas são verdades que merecem nossa profunda reflexão. Não basta dizer que somos de Deus para sermos d’Ele de fato.

A Palavra nos diz que quem não pratica a justiça nem ama seu irmão não pode se considerar filho de Deus, porque quem é de Deus é justo e ama o seu irmão.

Estamos em um mundo cercado de injustiças, e o grande injusto da humanidade e da existência é o próprio diabo, aquele que foi criado por Deus e se rebelou contra Ele. Não há injustiça maior do que se rebelar contra o seu próprio Senhor e Criador, como não há injustiça maior do que um filho que renega o seu pai, que maltrata a sua mãe. Não há injustiça que doa mais no coração humano do que não ter gratidão por quem, um dia, foi bom e fez algo por nós. A maior injustiça que os seres humanos rebelam no seu coração é não saberem ser gratos.

Somos ingratos, reclamamos e culpamos Deus, dirigimos todo o mal que há no mundo para Deus, mas não reconhecemos a bondade d’Ele em nos criar e ter feito esse mundo com toda a justiça possível. A farra humana aliada ao poder do maligno criou e semeou as injustiças no meio de nós.

Quem é filho de Deus não vive nem comunga com qualquer forma de injustiça. Não podemos nos conformar, porque somos abençoados, porque Deus está conosco, porque Ele nos faz prosperar e fecharmos os olhos para quem está na miséria, para quem não tem o que comer, para quem não tem dignidade e oportunidade e dizer: “Deus vai dar a ele”.

Precisamos ser promotores ou aqueles que provêm a justiça para o mundo em que estamos. Não é discurso ideológico muito menos político ou social achar que vamos reparar as injustiças do mundo. Há instituições que estão muito mais responsáveis por isso, só não podemos, evangelicalmente falando, concordar, abaixar a cabeça e dizer que está tudo bem. Temos de promover o que é justo.

Jesus pregou a Palavra e viu que não era justo aquelas pessoas O ouvirem e não terem o que comer; então, multiplicou os pães.

Não podemos achar que é justo termos o que comer e outros não terem o que comer. Não podemos achar que é justo alguns terem a oportunidade de viver, mas outros morrerem; não é justo acharmos que está tudo bem, que fomos abençoados, e acharmos que quem está vivendo a desgraça, a situação complicada, é um amaldiçoado.

Não vivamos a injustiça, porque quem pratica e semeia a injustiça não nasceu de Deus, mas daquele que é o injusto, como também é aquele que não ama o seu irmão.

Amemos, mas não só os irmãozinhos que estão ao nosso lado. Existem muitos irmãos vivendo profundas injustiças na vida, porque estão precisando do amor do nosso coração.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Homilia Diária

03JAN2019

É tempo de buscarmos o que é justo, de sermos justos uns com os outros, reparar as injustiças que estão ao nosso lado

Já que sabeis que ele é justo, sabei também que todo aquele que pratica a justiça nasceu dele” (1João 2,29).

Estamos vivendo o tempo do Natal! Neste tempo, refletimos a presença de Deus dentro de nós. A Palavra está nos dizendo que Ele é justo, e permanece n’Ele aquele que pratica a justiça, aquele que nasceu d’Ele como Ele nasceu no meio de nós e nos trouxe a justiça. Quem nasce d’Ele se torna também uma pessoa justa.

Se formos refletir, de fato, a vida humana, com toda a beleza que podemos encontrar nela, temos de reconhecer que vivemos num mundo injusto, que a vida humana é cercada de muitas injustiças para todos os lados, sejam as mais conhecidas e descabidas injustiças sociais que levam uns a viverem o extremo de uma vida recheada de conceitos avarentos – em que desperdiçam dinheiro e tudo o que têm, gastam de forma extravagante –, a outros que vivem uma extrema pobreza.

É possível ver, no mundo em que vivemos, uma pessoa gastar, numa noite, o que filhos de Deus, muitas vezes, não conseguem ter a vida inteira. É o extremo da injustiça humana. É possível ver festas, como vimos agora no fim de ano, em que se comia e bebia de tudo, depois, muitas coisas foram para o lixo; enquanto outros filhos de Deus vivendo a extrema pobreza e a profunda miséria.

As injustiças não são só de ordem social, mas nas relações humanas. Há muitas coisas desonestas, há muitas corrupções na forma de agir e falar no meio de nós. Não me volto apenas para as grandes injustiças e corrupções, mas também as que são vividas e praticadas no meio de nós.

Não há nada mais injusto do que falar mal dos outros, difamar o nome do outro, caluniar, perseguir o outro, querer ser mais do que o outro e diminuir a pessoa do outro. Há a grande injustiça dos homens em não reconhecer Deus como Senhor e Salvador. Há grandes injustiças penetradas nos nossos comportamentos e na nossa forma de agir com o outro.

Podemos ter nos decepcionado com alguém, mas isso não nos dá o direito de diminuirmos aquela pessoa para os outros, porque a decepção foi nossa, não significa que todos irão se decepcionar com aquela pessoa.

Quem nasceu de Deus precisa ser justo. Vivemos num mundo onde todos queremos justiça, mas a nossa justiça vem do nosso ser justiceiro, não vem daquela justiça de ser justo, honesto, correto e, ao mesmo tempo, provinda de uma verdade que é alicerçada na humildade que vem do coração de Deus.

É tempo que buscarmos o que é justo, sermos justos uns com os outros, repararmos as injustiças que estão ao nosso lado e fazermos a nossa parte para não tornar o mundo e a vida mais injustiça, mas dar o melhor de nós para dizer: Eu semeie a justiça, pratiquei a justiça e vivi uma vida justa na presença de Deus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Homilia Diária

02JAN2019

A unção está em nós! Precisamos permanecer nela, viver como ungidos, consagrados, marcados de Deus

“A sua unção vos ensina tudo, e ela é verdadeira e não mentirosa. Por isso, conforme a unção de Jesus vos ensinou, permanecei nele. Então, agora, filhinhos, permanecei nele (1 João 2,27).

A graça de iniciarmos um novo ano é importante para revermos as coisas fundamentais da nossa vida, vermos a nossa própria relação com Deus.

O Senhor permanece em nós, porque Ele nos deu Sua unção, e a graça d'Ele está selada em nosso peito, em nossa alma e em nosso coração. Recordo-me da graça do batismo, quando, no peito da criança, imprimimos a unção divina, a marca do óleo sagrado de Deus. 

Essa unção está em nós, mas precisamos permanecer nela, viver como ungidos, consagrados, como marcados e selados de Deus. Não podemos nos perder num mundo tão confuso, tão adverso, num mundo de contravalores, onde as pessoas estão vivendo a religião de forma totalmente descompromissada com o Deus e o Senhor da vida.

Ter compromisso com Deus é levar as coisas d’Ele a sério, é levar a sério o batismo, a confissão, a Eucaristia que comungamos, o casamento, o sacerdócio e todos os compromissos assumidos com a vida; é levar a sério a nossa união e comunhão com Deus, e permanecer n’Ele, porque Ele permanece em nós.

Muitas vezes, ignoramos a presença de Deus no meio de nós. Muitas vezes, nos perdemos nos nossos problemas e prazeres, nas nossas ocupações e preocupações, nós nos perdermos em meio às confusões dos tempos e do mundo em que vivemos.

Onde está a nossa unção? Precisamos de uma meditação profunda, silenciosa e calma, que silencie aqueles barulhos todos das festas, das algazarras, de tudo o que marcou o início de ano da sociedade em que estamos.

No silêncio da alma e do coração, precisamos resgatar a unção de Deus que está em nós para levarmos este mundo à unção que Ele mesmo nos trouxe.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Homilia Diária

01JAN2019

É tempo de vida nova, de nos renovarmos! E é Maria quem nos aponta o caminho e a direção

“Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva”(Gl 4,4-5).

No primeiro dia do ano civil, a Igreja nos dá a graça de celebrarmos Santa Maria, a Mãe de Deus na Oitava do nascimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Celebrar Maria como a Mãe de Deus é reconhecer nela a Mãe do Divino Salvador. O título não se trata apenas de um reconhecimento teológico daquilo que é o papel dela. Trata-se, na verdade, de reconhecer quem foi Jesus, Ele é Deus encarnado. Uma vez que Ele se encarnou no meio de nós, Ele não deixou de ser Deus, aquela que O gerou para esse mundo na condição humana, sem deixar de ser divino, é a Mãe d’Ele. Enquanto pessoa humana, enquanto pessoa divina, encarnada e presente no meio de nós.

Hoje, proclamamos Maria como o lugar escolhido por Deus como habitat de toda a salvação do habitar humano. Maria é o novo paraíso, o ventre novo, a terra nova, bendita, fecunda e abençoada de onde brota a árvore da vida: Jesus Nosso Senhor e Salvador.

A nova humanidade começa em Maria, os homens novos, as mulheres novas. Nasce em Maria a nova mulher, porque ela gera para nós o novo homem, Cristo o novo Adão.

Quando começamos o novo ano, dentro de nós temos propósitos e anseios de sermos novos, de vivermos novas coisas, que a nossa vida seja renovada. Nada se renova a não ser em Cristo Jesus, porque Ele é a única novidade sempre nova. Ele não é a novidade que buscamos aqui e acolá, Ele é a vida nova que se renova em Deus para a vida de cada um de nós.

Deus quis começar, renovar e salvar a humanidade no ventre de Maria. Por isso, hoje, voltamo-nos para ela, dirigimos a ela a nossa prece, a nossa súplica, e pedimos que ela nos ajude a sermos novos de verdade, termos bons, santos e verdadeiros propósitos.

Se formos bons filhos de Deus, se estivermos sempre com ela e nela, rezando e pedindo a intercessão dela, Deus vai sempre nos conduzir para o novo paraíso que Ele criou para nós. É tempo de vida nova, de nos renovar, e Maria nos aponta o caminho e a direção.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo