Gol

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Homilia Diária

30NOV2018

Hoje, queremos pedir a intercessão do apóstolo Santo André, para que nos dê a firmeza e a direção do seguimento

“Jesus disse a eles: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens. Eles imediatamente deixaram as redes e O seguiram (Mateus 4,19-20).

Hoje, temos a graça de celebrar Santo André, irmão de Simão Pedro, aquele que o levou para conhecer Jesus.

A primeira coisa que celebramos é o chamado. É Jesus quem chama; é Ele quem escolhe e vem ao encontro de cada um dos Seus discípulos e diz: “Vinde após mim. Deixai vossas redes e eu farei de vós pescadores de homens”. É preciso segui-Lo, seguir Seu caminhar e ir em direção dos seus passos.

Um dia, Jesus chamou-me e eu decidi segui-Lo. Sigo Jesus com minhas fraquezas, com minhas fragilidades. Eu não quero, jamais, deixar de segui-Lo, não posso perder a perspectiva do seguimento. Um dia, Jesus, também, te chamou, Ele disse a você: "Siga-Me no que você realiza no seu trabalho”.

Às vezes, somos tentados a nos perder pelo caminho; às vezes nos embaraçamos nas redes do trabalho e nos perdemos na caminhada. Eu só posso dizer: “Jesus, encontra-me quando eu estiver perdido. Jesus, direciona-me quando eu perder a direção da vida; mas não posso deixar de segui-Lo. Quero Te seguir até o fim, quero Te seguir até a morte”.

Siga Jesus com todo o seu coração e com toda a sua vida.

André e o irmão dele, Simão Pedro, deixaram tudo para seguir Jesus, tiveram fraquezas e fragilidades. As de Pedro conhecemos tanto, pois Ele negou Jesus. Mas, tanto André quanto Pedro, seguiram Jesus até a morte deles, derramando o sangue deles por causa de Jesus.

Quem segue Jesus até a morte, segue Jesus até a eternidade e, assim, estar para sempre diante da Sua presença. Hoje, queremos pedir a intercessão do apóstolo Santo André, para que nos dê a firmeza e a direção do seguimento. Podemos cair em tantas confusões ao longo do caminho; ao longo da estrada; e nos desviarmos de Jesus, porque aparecem outros convites, outras tentações e provocações que nos desviam da rota de salvação e do seguimento a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Que o Senhor nos encaminhe sempre, para sempre seguirmos os Seus passos.

"Senhor, eu quero ser seu discípulo, que eu permaneça sempre no Seu caminho."

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Homilia Diária

29NOV2018

Não podemos perder a expectativa da eternidade, não podemos perder a perspectiva da parusia

Então eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória. Quando essas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima” (Lucas 21,27-28).

Talvez, você pare nas tragédias, nas coisas negativas, nos medos e pavores que o Evangelho de hoje nos relata. Não pare aí, vá adiante. Porque, quando essas coisas começarem a acontecerem; e essas coisas já acontecem no mundo: pavores, guerras, combates, nações contra nações e, assim por diante, mantenhamos, ainda mais firmes, o nosso olhar em Jesus.

A nossa fé é movida pela esperança, pela certeza de que o Senhor virá. Ele não tardará! Cremos na segunda vinda gloriosa de Jesus. E que Ele venha no Seu tempo, no tempo em que foi designado pelo Pai por toda a eternidade para operar a libertação de toda a humanidade. Por isso, não me apavoro.

Mas algumas pessoas dizem: “O mundo não tem mais jeito. O mundo vai acabar”. Se o mundo não tem mais jeito, se vai se acabar, que encontre o seu jeito, o seu tempo. Eu vivo na esperança, na certeza de que tem um Deus que cuida dos Seus e eu mantenho n’Ele o meu olhar. Mantenho firme a minha esperança, a minha fé; e creio que o Senhor virá para julgar os vivos e os mortos. Eu vivo dessa fé que o Senhor virá para instaurar para sempre o Seu Reino glorioso.

Não podemos perder a expectativa da eternidade, não podemos perder a perspectiva da parusia, que é a segunda vinda gloriosa de Jesus. Mas, não podemos cair nas fantasias que muitos querem lançar no meio de nós, que o Senhor já está vindo.

Ele está vindo, São Paulo já proclamou isso há vinte séculos. Ele está vindo esse ano, pode ser no próximo ano e pode ser daqui a 100 anos. Quem somos nós para determinar quando o Senhor virá. Temos de viver a espiritualidade da vigilância. Pois, o Senhor, vindo hoje ou daqui a cem anos, temos de estar prontos para aguardá-Lo.

Vem, Senhor Jesus, eu Te aguardo e Te espero. É isso que eu preciso viver a cada dia; e não ficar entrando nas pesquisas, juntando os fatos daqui e acolá; e, assim, determinando que o Senhor está vindo, apressando a todos. Lançamos medo em outros, não vivemos a conversão verdadeira e nem semeamos a conversão de coração autêntica.

Muitos esperavam o Senhor no passado e Ele não veio, então, caíram na decepção e no desânimo. O Senhor virá e o dia em que Ele vier, que o nosso coração esteja firme, aguardando a sua chegada. Quando as tais coisas (citadas no Evangelho) começarem a acontecerem, a esperança e a expectativa da vinda do Senhor nunca poderão nos jogar no desânimo e na descrença.

Temos de esperar o Senhor de cabeça erguida, firmes na fé, sem desanimar. Porque a presença do Senhor, a proximidade do Senhor não é pavor, é libertação.

Quanto mais próximos estamos do Senhor e, Ele, mais próximo de vir a nós, maior é a graça da libertação na vida de cada um de nós. Maranathá, vem Senhor Jesus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Homilia Diária

28NOV2018

É permanecendo firmes e perseverantes, permanecendo no caminho e sem dele nos desviarmos, que ganharemos a vida

Todos vos odiarão por causa do meu nome. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” (Lucas 21,17).

O Evangelho de hoje apresenta tantas realidades de perseguições; de divisão em casas, em famílias, mas sobretudo, a realidade da não aceitação de Jesus, do Evangelho e dos seguidores d’Ele.

Ainda que a expressão evangélica seja ódio, o melhor entendimento para ela é a rejeição. Eu rejeito aquilo que não gosto, que não amo, que não acolho e nem aceito. Podemos odiar, sermos indiferentes, mas não aceitarmos.

No mundo de hoje, o modo de odiar é não aceitar o Evangelho. É não aceitar, muitas vezes, a vida de quem se converte, de quem serve a Deus de forma autêntica e verdadeira. Quem está no mundo prefere o que é do mundo, e o mundo odeia aquilo que é de Deus.

Não tenhamos receio, de forma nenhuma, quando não formos aceitos, acolhidos, louvados e engrandecidos por causa do Evangelho que seguimos... Estamos no caminho. Mas, fiquemos tranquilos pois nenhum fio do nosso cabelo cai sem que Deus saiba e sem que Ele cuide de nós. É permanecendo firmes e perseverantes, permanecendo no caminho e sem dele nos desviarmos por causa das tribulações, dificuldades e rejeições das pessoas, que ganharemos a vida.

A vida é para quem persevera na graça, é para quem não desanima diante das dificuldades, tribulações, perseguições e contradições que enfrentamos ao longo dessa vida.

Não é fácil servir a Deus, aliás, não é fácil viver, não é fácil estar nesta vida. Ela é bela e como eu amo viver, existir e ser um homem de Deus. Mas, sabemos de tudo que são as contradições dentro de nós, ao nosso lado. E, quantas vezes sentimos a grande tentação do desânimo? Queremos tudo abandonar e perdermos a perspectiva da vida. Muitas vezes, nos enganamos, nos iludimos, achamos que o mundo por fora é melhor, é mais prazeroso. Outras vezes, é porque vivemos uma religião desencarnada, longe da realidade, vivemos mais pelas alturas, para os anjos do que para a vida real e concreta.

E, quando caímos em si, percebemos que somos pessoas humanas, limitadas; temos fragilidades, temos situações a serem enfrentadas, então, bate aquele desânimo total.

É preciso se manter firme, é preciso se manter na perseverança, porque é só permanecendo com os olhos fixos em Jesus e sem d’Ele desviar o nosso coração, que ganharemos a vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Homilia Diária

27NOV2018

No coração, semeemos a certeza e a confiança de que temos um Deus que cuida de nós, mesmo diante de um mundo cercado de pavores e temeridades

Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim” (Lucas 21,9).

Desde que somos pessoas humanas e fazemos uso da razão, vemos rumores de guerras no passado e no presente. E, já têm guerras até para o futuro. Desde que sou pessoa humana, vejo destruição em toda a face da Terra. E, há aqueles que aproveitam dessas situações e criam a religião do pavor, do desespero, semeiam no coração das pessoas o medo. É a religião que quer converter as pessoas com medo.

Se eu anunciar que Jesus está voltando daqui a cinco dias ou daqui a algum tempo e quem não se converter se perderá, a sua conversão não será verdadeira, porque será a conversão da pressa e do medo.

A conversão autentica é aquela que se converte por amor e não por medo e nem por receio; e não para ser aquilo que vai fugir dessa ou daquela calamidade, pelo contrário, quando esse rumor de coisas negativas acontecerem, não iremos nos apavorar, porque o servo do Senhor não se apavora diante das tribulações, ele sabe a quem está servindo.

Se está tudo em paz, o coração procura viver em paz, mesmo com tantas inquietudes. Se são tempos difíceis e complicados, se estamos vivendo tempos dessas ou daquelas situações, o coração não se apavora. Porque sabe que o Senhor cuida dele e não o deixa desanimar e nem se desesperar diante de qualquer situação.

Não pregamos a religião do pânico, do pavor, do medo e dos escândalos, a religião onde do "quanto pior melhor", para que as pessoas fiquem atemorizadas, com medo e receosas.

Semeamos a esperança, tendo os pés no chão. Sabemos dos conflitos, dos abalos sísmicos, das dificuldades, das guerras entre as nações, não ignoramos esses fatos, mas, também, sabemos do Senhor a quem servimos. Ele é o Rei e Senhor deste mundo e daqueles que se submetem e servem a Ele. O Senhor cuida deles diante de qualquer tribulação.

Ainda que um pavor humano, uma morte humana possa atingir um servo do Senhor, eles atingem a primeira morte ou a primeira prova, mas, jamais a morte eterna, porque Deus cuida daqueles que são seus.

Semeemos esperança, semeemos, no coração humano, a certeza e a confiança de que temos um Deus que cuida de nós, mesmo diante de um mundo cercado de pavores e temeridades. O nosso Deus cuida de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Homilia Diária

26NOV2018

A generosidade evangélica é aquele que dá com o coração e não espera nada em troca

Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos. Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver” (Lucas 21,4).

Essa pobre viúva tornou-se o ser humano mais rico que podemos imaginar e contemplar. Ela se ofereceu inteira para Deus, ela ofereceu tudo o que tinha e era o muito que ela tinha. É pouco para nós, é pouco para quem tem um pouco mais, mas para quem tem pouco, é muito. Ela teve receio do que comeria, viveria, porque ela quis se ofertar para Deus.

Talvez, alguns confundam isso com certos exageros ou práticas imprudentes. “Eu abro mão de tudo o que tenho. Dou tudo para Deus”. Dar tudo para Deus é, em primeiro lugar, dar a vida, o coração, mas dar com generosidade. Não é aquela via onde damos porque esperamos receber. Damos com gratuidade do coração.

“Vou dar isso para Deus porque Ele vai me dar aquilo. Eu vou ser abençoado porque ofertei mais”. Essa não é a generosidade evangélica. A generosidade evangélica é aquele que dá com o coração e não espera nada em troca, materialmente falando, dá porque é amado, porque quer se doar para Deus. Dá como amor a Deus na sua vida.

Eu não posso prometer e nem cair no devaneio de dizer que se você fizer isso para Deus, Ele te dará aquilo, porque Deus não é comerciante e nem negociante, Ele não é matemático. “Porque essa deu tanto, vai receber tanto”.

Quem dá é o coração, quem recebe é o coração. Um coração generoso se torna agraciado pela generosidade, é um coração que se torna cheio do amor, mas vivemos numa sociedade mercantilista, capitalista, onde tudo tem que ter retorno, inclusive, aquilo que oferecemos na Igreja, aquilo que damos de dízimo, de ofertório.

Damos porque amamos, se não for por amor não vale a pena doar, fazer ofertas, contribuir com campanhas. Alguns pensam: “Eu vou fazer tal campanha porque depois vou receber isso”.

Eu não conheço esse Deus negociante, eu não conheço esse Deus que faz negociatas. O Deus que conheço é generoso e amoroso. Ele dá sol para todos, para quem O ama e para quem não O ama. Ele derrama a sua bênção sobre todos. É claro que, quem busca mais, cresce na relação e na intimidade com Deus. Mas, jamais Ele vai um lugar especial no Céu porque aqui na Terra você dava todo o seu dinheiro para Ele.

Deus não se compra e nem se vende, mas Ele conhece a generosidade, a bondade e a liberdade do nosso coração, por isso, damos com o nosso coração e ninguém precisa saber. Damos por amor, porque amamos, nos ofertamos a Deus, e nos entregamos a Ele. Então, a nossa oferta se torna como a dessa viúva, a mais generosa e oblativa possível.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 25 de novembro de 2018

Homilia Diária

25NOV2018

Renunciemos ao reinado do maligno para nos submetermos ao reinado de Cristo

Jesus respondeu: ‘Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz’” (João 18,37).

Encerrando o Ano Litúrgico, celebramos a Solenidade de Cristo, Rei do Universo. Quando nos referimos ao reinado de Cristo, precisamos tirar da cabeça aquilo que compreendemos como os reinos desse mundo, até porque, os reinos desse mundo são temporais, materiais, políticos, ideológicos, são reinos que correspondem à humanidade passível, que logo passa.

Estamos nos referindo ao Reino eterno de Cristo, ao Reino que o Pai concedeu a Ele sobre todo o Universo. Onde Cristo Reina? Onde está o Reino de Cristo? Onde acontece o reinado de Jesus no meio de nós?

O reinado de Jesus acontece naquilo que Ele mesmo está dizendo, Ele não nega, Ele está pregado na Cruz e estão acusando Ele, estão fazendo sarcasmo dizendo: “Tu és Rei”. Ele não nega: “Eu Sou Rei, mas o Meu Reino não é deste mundo”. Quando Ele diz que o seu Reino não é deste mundo, Ele está se referindo ao mundão que não se rendeu a Deus, ao mundo que não O aceitou como Rei e Senhor. O Reino de Jesus é de todos aqueles que ouvem a sua voz, de todos aqueles que amam a verdade divina, a verdade de Deus e se rendem a essa verdade.

O Reino de Cristo não é um reino de mentiras, de fantasias e nem de hipocrisias. O Reino de Cristo é o reino da verdade, daqueles que se submetem à verdade de Deus, à verdade que nos liberta do pecado, do erro, da mentira, da maldade; aquela verdade que nos liberta das trevas e do príncipe deste mundo que é o maligno que, com suas seduções, maldades e enganos, seduz a tantos. Renunciemos ao reinado dele para nos submetermos ao reinado de Cristo.

A primeira coisa para pertencermos ao Reino de Deus é aceitar a verdade, isto é, largar a mentira, assumir Jesus como o nosso único Senhor e Salvador, permitir que Ele reine nos nossos corações, na mente, na vontade de cada um de nós, permitir que Ele governe nossos pensamentos, nossos sentimentos e nossas intenções.

"Senhor, somente a Ti quero render o meu coração, a minha alma e tudo aquilo que sou. Ao Teu reinado quero submeter a minha vida. Reina no meio de nós, reina em nossas casas, em nossas famílias, na sociedade em que estamos."

Não quero ser utópico, preciso ser real. O Reino de Cristo acontece no meio de nós, somente nos corações que se rendem a Ele, somente nas mentes que se rendem a Ele. Até nós que, muitas vezes, estamos na Igreja, não permitimos que Cristo reine entre nós. Ele é Rei e Senhor daqueles que proclamam o Seu Senhorio e rendem a sua vida aos cuidados de Jesus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 24 de novembro de 2018

Homilia Diária

24NOV2018

Vivamos a nossa vida aqui na Terra em função da eternidade

“Mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento. E já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram” (Lucas 20,35-36).

O Evangelho nos aponta a graça da vida eterna, da bem-aventurança eterna, de estarmos para sempre na presença de Deus. Esta é a primeira perspectiva: não podemos perder a expectativa da vida futura. Precisamos viver a vida presente aqui na Terra, trabalharmos e construirmos a vida, porque é ela que constrói a nossa eternidade junto de Deus.

A primeira coisa: viva o tempo presente com toda a intensidade do seu coração, mas não se apegue ao tempo presente como se ele fosse eterno. Porque quando muitas pessoas se deparam com a realidade da morte, da vida pós-morte, eles têm até dúvidas, não sabem o que será.

Se a vida, aqui na Terra, com Deus é uma bênção, a eternidade para sempre é uma bênção sem fim! É essa bênção que nós esperamos e aspiramos para todos nós. Por isso, vivamos a nossa vida aqui na Terra em função da eternidade.

Não podemos nos apegar a nada, temos de amar. O marido e a mulher precisam se amar, mas não podem se apegar um ao outro como se fossem viver eternamente e, é isso que o Evangelho está nos apontando, uma vez que, como prometeu no casamento: “Até que a morte o separe”. O nosso casamento eterno é somente com Deus, a nossa satisfação plena, enquanto pessoa humana, se dá somente com a presença de Deus.

Deus nos satisfaz nesta e nos alimenta nesta vida presente. E precisamos nos alimentar de Deus, precisamos nos alimentar do sagrado, precisamos alimentar nossa vida mística e espiritual, a nossa relação com Deus.

Muitas pessoas não sabem o que é a eternidade, porque, no tempo presente, não se alimentam do alimento espiritual, não alimentam a sua espiritualidade e, por isso, não têm o sabor do Céu e a presença celeste na sua própria vida.

São Paulo exclamava: “Para mim viver é Cristo, e morrer é lucro”. É claro que, vamos viver a nossa vida presente aqui na Terra da forma mais intensa, mas sem jamais perder a perspectiva da eternidade, da vida futura, bem-aventurada na presença eterna de Deus.

Não deixe o materialismo tomar conta da sua cabeça, da sua mente e do seu coração, querendo dar explicações materiais ou sentimentos materiais para a vida que nos espera.

Alguns perguntam: “Padre, como vai ser na eternidade?”. Se eu pudesse explicar já não seria mais eternidade, porque a eternidade foge ao alcance da nossa materialidade. Pois, o que nos espera, a matéria não pode absorver; mas a matéria será absorvida pela presença eterna de Deus no meio de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Homilia Diária

23NOV2018

A Igreja é o lugar do nosso encontro com Deus, é o lugar de Jesus nos ensinar a viver

“Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. E disse: Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões. Jesus ensinava todos os dias no Templo” (Lucas 19,45-47).

O Templo, a Igreja, a Capela, o Santuário é lugar de oração; é o lugar da presença de Deus. É o lugar do nosso encontro com Deus; é o lugar de Jesus nos ensinar a viver.

Eu vou para o Templo para viver duas realidades. A primeira é para falar com Deus e para escutá-Lo; é para que possamos orar e viver a nossa comunhão com o Senhor.

Sabe, meus irmãos, muitas vezes, não fazemos isso porque a dispersão toma conta de nós. Pois, mesmo se a Igreja que vamos não tenha virado uma bagunça, como esse templo citado no Evangelho: cheio de vendedores, cambistas e muito mais; os vendedores e os cambistas do mundo estão dentro da nossa cabeça e do nosso coração. Chegamos à Igreja agitados demais, tensos e ansiosos em demasia, a cabeça fica fervilhando e não nos centramos, não entramos na comunhão com Deus.

Quando vamos à casa do Senhor, precisamos nos esvaziar, precisamos tirar de nós tensões, preocupações e ocupações que não sejam outra coisa a não ser ocupar-nos do Senhor.

Na Igreja nos ocupamos de Deus e Ele ocupa todos os espaços que há dentro de nós. Ele ocupa nossos pensamentos, sentimentos, o nosso coração, tudo aquilo que somos, que estamos vivendo, sentindo e passando. Deixamo-nos ser tomados pela presença de Deus.

É muito importante que, em nossa Igreja, haja uma atmosfera espiritual. Preciso dizer que muitas pessoas tiram esse ambiente espiritual. Quem vai para a Igreja e precisa organizar a música não pode achar que a sua bateria, que o seu instrumento musical é mais importante do que a atmosfera espiritual. A pessoa vai lá e faz aquela agitação, fica meia hora passando o som do microfone.

A Igreja precisa ter ambientes para as pessoas rezarem, mas muitas chegam atrasadas ou em cima da hora e querem cumprimentar todo mundo. A Igreja é o lugar do encontro, mas primeiro do encontro com Deus. Segundo, é o lugar do ensino, é onde Jesus quer nos ensinar. Precisamos ir lá e cada vez que vamos, precisamos deixar que Ele nos ensine a viver, porque caso contrário, vamos para o templo e lá é apenas o lugar de tantas coisas, mas não do essencial. Vamos lá para nos tornar templo e para que o Templo de Deus esteja em nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Homilia Diária

22NOV2018

Acolhamos a presença de Deus na nossa vida como nunca acolhemos a ninguém nesta Terra

Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar” (Lucas 19,41).

Jesus chora pela sua cidade e pelo seu povo. Jesus chora por aquela cidade que Davi construiu como a cidade do grande Rei. O grande Rei era Ele, que não foi acolhido, amado e nem aceito pelos Seus.

Depois, Jesus chora por tudo que há de acontecer em Jerusalém, cidade que vai ser sitiada, tomada e destruída, mas sobretudo, a cidade que não amou e nem acolheu o tempo da visita de Deus.

Deus está nos visitando, Ele está no meio de nós. O fato de estarmos ouvindo o que estamos ouvindo ou lendo o que estamos lendo é para nos dar a certeza de que Deus está nos visitando. Ele está entre nós, nos formando na sua Palavra, no seu amor, mas não deixemos que a agonia da vida, a ansiedade e as ocupações nos levem a desprezarmos ou sermos indiferentes com a graça.

Quando alguém nos visita, podemos o acolher ou não; podemos dar atenção do melhor jeito ou podemos dar atenção e dizer: “Não vejo a hora desta visita ir embora”.

A visita de Deus é para ser acolhida com todo amor do nosso coração, porque Ele veio para cuidar de nós, para nos formar, nos educar, nos salvar e nos libertar. Ele chorou por Jerusalém, assim como chora por nossas casas, por nossas famílias, pelos nossos filhos e, muitas vezes, por nós quando não damos a atenção à Sua presença no meio de nós.

Acolhamos a presença de Deus em nossa vida como nunca acolhemos a ninguém nesta Terra.

Veja a alegria de uma mãe grávida, a expectativa que ela tem com o filho que nascerá: o abraço, a acolhida, o choro e a emoção por aquela vida que chega. É assim mesmo que tem de ser o coração de uma mãe; é assim que tem de ser o coração de um discípulo, de um servo, de um homem e de uma mulher que acolhem Deus em sua vida.

A presença de Deus deve entrar, ser acolhida em nossas entranhas, de modo que essa acolhida dada a Ele, transforme a nossa vida. Não sejamos a Jerusalém de ontem que não O acolheu, que desprezou e matou o Senhor da vida.

Se Deus chora por nós e por nossas casas, é porque não O acolhemos e nem O amamos como precisávamos.

Que, hoje, Ele nos dê a graça de amá-Lo de todo o nosso coração.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Homilia Diária

21NOV2018

Aprendamos com Maria a nos consagrarmos e a entregarmos a nossa vida para Deus

Jesus disse: ‘Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe’” (Mateus 12,49).

A Igreja nos dá a graça de celebrarmos a apresentação de Nossa Senhora no Templo. Aquela menina, praticamente recém-nascida, foi levada pelos seus pais, Ana e Joaquim, para ser apresentada ao Senhor.

Os pais sabiam que aquela menina nasceu para ser toda de Deus, porque eles eram inteiros de Deus. Tanto Ana como Joaquim eram tementes ao Senhor. Era um casal que temia e obedecia ao Senhor Deus e, por isso, geraram esse fruto bendito que é a Virgem Maria, Aquela que seria a Mãe do Salvador.

Maria não empresta apenas o seu ventre para que Jesus entre nele, é mais do que isso, porque o templo em que Ela é apresentada, hoje, é o templo em que Ela tornou-se.

O templo é o lugar do encontro com Deus. Quando entramos no templo, a graça de Deus entra em nós entramos nela também. Quando Maria foi apresentada ao templo, Ela tornou-se um templo, um lugar onde Deus habitava. E, assim, essa menina foi criada, essa jovem cresceu e tornou-se Mulher e Mãe de Jesus. Mas, Ela já era (desde o ventre de sua Mãe) serva do Senhor e, por isso, foi apresentada ainda menina para ser templo e lugar da morada de Deus.

O que Maria foi e, ainda é por toda a eternidade, é o que Deus quer que sejamos. Eu acolho, com muito amor em cada celebração, quando os pais levam a criança recém-nascida para ser apresentada na Igreja. Eu fico feliz de ver que essa prática cresce cada vez mais em todos os lugares. 

E que não seja apenas um ritual: “Eu vou levar na Igreja para não ficar doente, para não acontecer nenhum mal”. Levemos à Igreja para prepará-la para o Batismo, para que logo seja batizada e, mais do que isso, para que a criança cresça consagrada a Deus, aos cuidados d’Ele, mas vamos educá-los para que cresçam no amor a Deus.

Em uma casa que tem o temor de Deus, os filhos são, também, criados neste mesmo temor e crescem no amor a Deus sobre todas as coisas. Por isso, somos chamados de irmãos de Jesus, porque o pai, a mãe e o irmão de Jesus, são aqueles que fazem a vontade de Deus na sua vida.

Maria não fez a vontade de Deus somente porque gerou Jesus, Ela fez a vontade de Deus porque, desde menina, foi toda de Deus. Aprendamos com Ela a nos consagrarmos e a entregarmos a nossa vida para Deus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Homilia Diária

20NOV2018

Precisamos deixar que Jesus, hoje, entre em nossa casa, em nossa vida e em nossa família para iluminar situações que precisam de luz

“Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido” (Lucas 19,10).

Olho para o Zaqueu, esse homem de baixa estatura, mas de boa situação de vida: publicano, cobrador de impostos, rico e com muito dinheiro. Mas, quem se perde em meio aos prazeres e ao dinheiro que tem, não consegue enxergar a vida como ela precisa ser vista.

Zaqueu percebeu que ele estava fora da graça e da vida, por esse motivo, de qualquer forma ele queria ver Jesus. Veja o esforço que esse homem faz quando sobe na árvore para poder vê-Lo.

Antes que Zaqueu quisesse ver Jesus, Ele já tinha enxergado o coração desse homem há muito tempo. Por isso, que assim que o avista diz: “Desce dessa árvore! Porque, hoje, eu quero estar na sua casa”. A resposta de Jesus a Zaqueu é a resposta d’Ele a cada um de nós. Ele nos vê mesmo que nós não O enxerguemos e, mais ainda, Ele quer estar em nossa casa, em nossa vida, em nosso trabalho.

Duas coisas podem acontecer: acharmo-nos muito santos, muito de Deus e da Igreja; acharmos que Ele já está conosco e, de fato, não darmos espaço para que Ele venha. Por outro lado, podemos nos achar muito pecadores e pensar: “Jesus não viria na casa de um pecador”. Os dois pecadores precisam de Jesus: o pecador que se acha muito santo e o pecador que entende que é muito pecador, porém, ambos precisam se libertarem do pecado. Ou seja, eu e você precisamos ver Jesus!

Precisamos deixar que Jesus, hoje, entre em nossa casa, em nossa vida e em nossa família. Para,assim, iluminar situações que precisam de luz, para iluminar a nossa vida com a graça que, muitas vezes, não conseguimos enxergar.

Hoje, o Senhor quer estar conosco, precisamos acolhê-Lo. Não basta dizermos: “Jesus já é da minha casa, é muito bem-vindo”. É preciso parar diante d’Ele; é preciso escutá-Lo mas, sobretudo, rasgar o nosso coração.

Não foi só Zaqueu quem acolheu Jesus, outros pecadores, também, O acolheram, mas Zaqueu foi diferente, ele rasgou o seu coração.

Quando Jesus foi na casa de Simão, esse O acolheu com uma soberba sem igual. A misericórdia não entrou no seu coração. Já, Zaqueu, desprendeu e rasgou o seu coração para Jesus. Então Ele disse: “A salvação, hoje, entrou nessa casa, a salvação entrou nesse coração”.

Quando acolhemos Jesus, quando rasgamos o nosso coração e nos colocamos, humildemente, na presença d'Ele, a salvação entra na nossa vida, na nossa casa e no meio de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Homilia Diária

19NOV2018

Quando a fé nos contagia por inteiro, por dentro e por fora, enxergamos o mundo com o olhar de Deus

“‘Que queres que eu faça por ti?’ O cego respondeu: ‘Senhor, eu quero enxergar de novo’. Jesus disse: ‘Enxerga, pois, de novo. A tua fé te salvou’ (Lucas 18, 41-42).

Impressiona-me muito a cura desse cego. Não se trata de um cego de nascença, trata-se de um homem que, um dia, enxergou. E, por situações desconhecidas da vida, ficou cego.

Para quem um dia enxergou e não enxerga mais, a situação se torna muito mais dramática e complicada. Percebemos que, quando os anos vão passando ,a nossa visão fica mais comprometida, já não enxergamos tão bem como como quando jovens. A situação desse homem é que ele ficou realmente cego, mas ele tinha uma luz da fé dentro dele.

Foi movido por essa luz da fé que disseram a ele que Jesus de Nazaré estava passando por ali. Ele correu ao encontro de Jesus e clamou: “Jesus, Filho de Davi, tenha compaixão de mim”. Jesus disse: “O que você quer de mim, meu filho?” Ele respondeu: “Eu quero enxergar de novo”.

Ao longo da vida, vamos perdendo a visão, mas vamos perdendo também a fé. Ao longo do caminhar da vida, vamos perdendo a visão interior a respeito de nós. Ficamos cegos e, também, nos tornamos pessoas egoístas, individualistas, soberbas, orgulhosas e isso cega a nossa visão de mundo. Por isso, não enxergamos tantas coisas importantes para a vida.

O mais ruim é que, quando vamos melhorando de vida, vamos perdendo a nossa ligação com Deus, a nossa dependência com Ele, vamos nos cegando interiormente.

O grito desse cego precisa ser o nosso grito: “Eu quero enxergar de novo!” O nosso clamor pode até ser diferente: “Eu quero enxergar o que até hoje não enxerguei, eu quero enxergar de verdade aquilo que sou, eu quero enxergar quem é o meu irmão, eu quero enxergar a vida, o mundo, eu quero enxergar o Senhor; porque até agora com a visão que tenho, enxergo pouco e mal, ou quase não enxergo”.

É a graça que precisamos pedir: "Abre os nossos olhos, Senhor".

A fé desse cego fez com que ele recuperasse a vista ou, melhor ainda, que ele tivesse uma vista nova porque ele nunca mais olhou o mundo do mesmo jeito. Parece que quando ele enxergava, não tinha fé, ele enxergava as coisas apenas de forma natural. E, agora, ele pode enxergar o mundo com os olhos de Deus de forma sobrenatural, porque tem fé.

Quando a fé nos contagia por inteiro, por dentro e por fora, enxergamos o mundo com o olhar de Deus.

Que o Senhor abra os nossos olhos e permita-nos enxergar o que até agora não conseguimos enxergar bem, sobretudo, a respeito de nós mesmos.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 18 de novembro de 2018

Homilia Diária

18NOV2018

Todo domingo é o dia do Senhor, ele nos remete ao dia definitivo onde Deus para sempre brilhará no meio de nós

“Então vereis o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória. Ele enviará os anjos aos quatro cantos da terra e reunirá os eleitos de Deus, de uma extremidade à outra da terra” (Marcos 13,26).

A Liturgia nos convida a meditarmos, neste domingo, o Dia do Senhor, o dia em que depois de grandes tribulações dos astros e, assim por diante, a glória de Deus há de se manifestar no meio de nós.

Precisamos entender alguns aspectos importantes sobre a parusia, sobre a vinda definitiva de Jesus. A parusia acontece na nossa vida, todas as vezes que vem a tribulação, vem o consolo para aquele que é o discípulo do Senhor. Jamais aquele que segue Jesus, vive desconsolado. Pode vir grandes tribulações, o sol pode escurecer, a vida pode perder o brilho, mas jamais faltará o consolo, o cuidado e a presença de Deus naquele que Lhe é fiel, naquele que vive na confiança e esperança do Senhor.

Aquele que tem o coração em Deus, não se deixa abalar por pequenas coisas e nem por grandes coisas, nem por acontecimentos na sua vida cotidiana que viram verdadeiros terremotos, abalos e nem pelos grandes acontecimentos no mundo. É claro que dá uma mexida, somos pessoas humanas, ficamos trepidantes, afinal de contas, estamos vivendo em meio a tantos contextos calamitosos. Mas, não se esqueça que depois de qualquer tribulação jamais há de nos faltar o consolo divino.

O dia do Senhor é o dia do consolo definitivo, do encontro definitivo. Quando a humanidade achar que nada mais terá jeito, quando tudo parecer perdido, Deus virá buscar os encontrados, aqueles que têm o coração que encontrou a presença de Deus.

Deus, vai reunir os seus eleitos de uma extremidade à outra da face da Terra, juntamente com aqueles que já estão na glória no Céu. Enquanto que, para aqueles que não esperaram em Deus, começará o tempo trágico que não terá mais fim; E, para nós, será a glória definitiva.

O dia tremendo da vinda do Senhor será horrível somente para quem não O conhece, mas para aqueles que têm em Deus a sua confiança, podem até passar por perseguições, dias difíceis, enfrentar momentos tenebrosos, mas nunca há de faltar o consolo de Deus. O dia do Senhor não é de medo, não é dia de tragédia, pelo contrário, é o dia do socorro, da salvação e da libertação do Senhor, é o dia da glória do Senhor.

Todo domingo é o dia do Senhor,  pois, nos remete ao dia definitivo onde Deus para sempre brilhará no meio de nós. Talvez muitos nem se lembram do Senhor e viveram sua vida, fazendo suas coisas. Mas, aqueles que colocam n’Ele a sua confiança, viverão para sempre na presença do Senhor no dia eterno sem fim, o dia que Deus preparou para nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 17 de novembro de 2018

Homilia Diária

17NOV2018

Quando acumulamos a graça de Deus em nós, permitimos que Ele cure as nossas decepções, cure aquilo que em nós causou desânimo

Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” (Lucas 18,8).

Hoje, no Evangelho, temos o exemplo de uma viúva insistente. Essa viúva temia a Deus, mas o juiz não O temia e nem tinha nenhuma ligação com Ele; até ficava aborrecido com essa viúva que ficava “enchendo o saco” dele. Essa viúva era sempre muito insistente. Até que, um dia, ele disse: “Não temo a Deus, mas para que essa viúva não venha me acusar de nada, vou me livrar dela atendendo ao que ela está me pedindo”.

Se o juiz injusto atendeu ao que essa mulher insistente estava lhe pedindo, quanto mais Deus vai atender as preces daqueles que lhe são justos, fiéis e estão lhe suplicando dia e noite: “Senhor, vinde em nosso socorro. Vinde em nosso auxílio”. A partir disso, Jesus faz um questionamento: “Deus vai atender-nos, mas será que quando o Filho do Homem vier ainda encontrará fé sobre a Terra?”.

Nada mais é abalado em nossa vida do que a nossa fé. Vivemos tempos difíceis, tempos em que somos sacudidos em nossas emoções, em nossas opções de vida mas, sobretudo, somos sacudidos em nossa fé.

Tem um mundo de coisas entrando em nossa casa, em nossa família e dentro do nosso coração. Nossas emoções são agitadas, nossas escolhas são questionadas e, diante de tantas situações calamitosas no mundo em que vivemos, a nossa fé se esmorece.

Não é que perdemos a fé, mas temos uma fé sem vida, sem vigor, sem entusiasmo, sem confiança, sem esperança. Nós nos entregamos ao desânimo, ao desalento. Assumimos um estado depressivo, de desgosto pela vida e, em vez de nos levantarmos, ficamos prostrados. Desistimos, desanimamos, não temos a insistência dessa viúva que tinha um coração confiante em Deus.

Permitamos que Deus, hoje, fale ao nosso coração, precisamos acalentar a nossa fé, precisamos levantá-la. Não podemos nos entregar ao desânimo e, sobretudo, ao desânimo espiritual.

O acúmulo de decepções leva-nos ao esmorecimento na fé, mas quando acumulamos a graça de Deus em nós, permitimos que Ele cure as nossas decepções, cure aquilo que, em nós, causou desânimo, desalento, aquilo que provocou a mágoa, a ruptura por situações de fé na nossa vida.

É preciso buscar em Deus um novo vigor, um novo ânimo, buscar o acalento da nossa fé para caminharmos na direção d’Ele para não ficarmos caídos e prostrados no meio do caminho.

Deus quer que sejamos homens e mulheres de fé e que n’Ele esteja a nossa confiança e esperança.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Homilia Diária

15NOV2018

O Reino de Deus acontece para aquele que entrega a sua vida para viver as práticas do Reino de Deus

O Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: ‘Está aqui’ ou ‘Está ali’, porque o Reino de Deus está entre vós” (Lucas 17,20-21).

Os fariseus se aproximaram de Jesus para perguntar qual era o momento que o Reino de Deus chegaria em nosso meio. Eles entendiam que o Reino de Deus era a chegada triunfal de Deus e, que aqueles que eram de Deus estariam com Ele. A mentalidade não é essa. Primeiro, precisamos compreender o que é o Reino de Deus.

O Reino de Deus é o Rei Jesus no meio de nós; é Jesus sendo o Senhor da nossa vida; é proclamarmos o Senhorio d'Ele naquilo que fazemos. O Reino de Deus não é como os reinos deste mundo. O Reino de Deus acontece na vida daquele que se rende a Jesus. O Reino de Deus acontece para aquele que entrega a sua vida para viver as práticas do Reino de Deus.

Não queiramos imaginar o Reino de Deus fantasioso e mágico, pois ele é a vida transformada e entregue à causa do Reino. O Reino de Deus está no meio de nós quando vivemos Jesus na nossa vida, e sim quando vivemos e levamos a vida em nome d’Ele. O Reino de Deus está no meio de nós quando as nossas práticas e os nossos atos condizem com a verdade do Evangelho.

Caminhamos no meio das trevas, no mundo perdido, pernicioso, maldoso e, no meio deste mundo, fazemos o Reino de Deus acontecer quando somos fermento, sal, luz e quando testemunhamos aquilo que acreditamos.

Ás vezes, as pessoas reclamam: “Padre, no meu trabalho o clima é tão difícil, o clima é tão pesado. Lá não tem lugar para viver bem, porque todas as pessoas são maldosas”. Leve o Reino de Deus para o seu trabalho, não se azede, não se amargue. Seja a presença testemunhal de Deus em meio às trevas. Talvez, as trevas que existe lá no seu trabalho , na sua casa, na sua família, na sua rua e na sua cidade. Não seja uma luz apagada, seja uma luz viva.

Você chega numa Igreja e está lá a luz do Sacrário acesa, ela  representa: "Jesus está aqui!". Onde você estiver, precisa ser como essa luz do Sacrário, não brilhando e nem chamando a atenção para si, mas as pessoas vendo o seu testemunho de vida, a sua simplicidade, sua humildade. Vendo que você não fala mal de ninguém, vendo que você não cai nas fofocas que todo mundo cai, vendo que você não pratica as mazelas, aquelas maldades perniciosas das pessoas colocando umas contra as outras, se entregando e entregando os outros.

Você, não vivendo o que os outros vivem, mas vivendo com simplicidade e discrição, ali o Reino de Deus estará e acontecerá.

Precisamos dessa força evangélica para testemunhar o Reino de Deus, porque, muitas vezes, até quando as pessoas se reúnem para falar de Deus, o Reino de Deus não acontece, pois o coração não se desarma da maldade.

Quando nos armamos da bondade de Deus e das virtudes evangélicas, o Reino de Deus está presente no meio de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Homilia Diária

14NOV2018

Nesta vida, nada mais nos cura do que ter um coração grato, um coração que louva e exalta

Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano” (Lucas 17,15).

Jesus estava aproximando-se de um povoado e, quando se aproximava desse povoado entre a Samaria e a Galileia, dez leprosos saíram ao seu encontro e suplicaram: “Mestre, tenha compaixão de nós”. Esses leprosos queriam ficar curados, queriam ficar limpos daquela condição, queriam estar no meio dos homens. A lepra era considerada uma impureza e afastava essas pessoas do convívio social e, eles, queriam voltar.

Jesus acolhe toda e qualquer impureza, seja ela de ordem física, moral, social. Porque, Jesus é Aquele que, com Seu amor, cura todas as suas realidades; é Aquele quem traz para o coração de Deus aqueles que foram afastados pelos homens ou pelos Seus próprios pecados.

Veja: dos dez leprosos que pediram a graça, um deles que não era judeu, era samaritano, e voltou para glorificar a Deus em alta voz e, mais ainda, ele caiu com o rosto por terra para agradecer aquilo que Jesus fez por ele.

A expressão “agradecer em alta voz” é a expressão de um coração que vive um entusiasmo sem igual, de reconhecimento e gratidão por aquilo que Deus realizou na sua vida.

Somos, muitas vezes, cristãos mal-agradecidos, passamos boa parte do nosso tempo reclamando, murmurando, falando mal da vida dos outros. Não temos um coração agradecido, entramos numa oração e a coisa mais difícil é alguém conseguir levantar as mãos e dizer: “Obrigada, Senhor. Eu Te agradeço por aquilo que o Senhor realizou na minha vida”.

Nesta vida, nada mais nos cura do que ter um coração grato, um coração que louva e exalta, mas não adianta louvar e nem agradecer da boca para fora. O louvor vem do reconhecimento e do engrandecimento de Deus na nossa vida.

Quando rebaixamos o nosso orgulho e a nossa autossuficiência, a humildade que há em nós, leva-nos a louvarmos, agradecermos, bendizermos e glorificarmos o Deus maravilhoso que cuida de nós, nos purifica, nos perdoa e nos renova.

Não podemos ser como aqueles noves leprosos, pois eles não foram salvos. Ser salvo é, acima de tudo, ser liberto daquele coração pernicioso que eles tinham. E, nós, muitas vezes, não nos livramos desse coração pernicioso, porque não sabemos ser agradecidos.

“Eu te louvo, meu Senhor, meu Deus e meu Salvador, porque na minha vida realiza maravilhas. Ao Teu nome o louvor, a ação de graças. Ao Teu nome bendigo e engradeço eternamente. Porque, na minha vida, o Senhor realiza maravilhas a cada dia”.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Homilia Diária

13NOV2018

Que Deus nos dê um coração generoso, desprendido e, acima de tudo, com muita gratuidade para fazermos as nossas obrigações

Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer” (Lucas 17,10).

Vivemos num tempo onde as pessoas querem ser reconhecidas, agraciadas, curtidas, lembradas e aplaudidas por aquilo que realizam. Quando buscamos isso, quando esse espírito mundano entra em nós, perdemos a dimensão evangélica da vida.

“Evangelho” quer dizer gratuidade e amor que são entregues sem esperar nada em troca.

Quando olho para Jesus Crucificado e abandonado na Cruz, fico pensando no bem que Ele realizou para os Seus. Quantas vezes multiplicou os pães, curou os doentes e enfermos; quantos amou e entregou; as vidas que transformou; quantos foram tocados pela graça do Evangelho.

Mas, quando Ele estava vivendo o auge do Seu sofrimento, só e abandonado; Ele não estava cobrando: “Cadê os que me seguiam? Cadê aqueles para os quais eu fiz milagre?”. A mentalidade evangélica não é como a mentalidade mundana. No mundo esperam reconhecimento por tudo que fazem.Ser uma pessoa boa e honesta não merece prêmio.

Esses dias, alguém estava sendo condecorado porque foi bom, honesto e praticou a justiça. Isso é uma obrigação e um dever. Porém, chegamos a tal cúmulo que, ser bom e honesto é algo tão raro que precisamos condecorar as pessoas quando fazem aquilo que era para ser, ou seja, o dever e a obrigação de cada um de nós.

Ser misericordioso, cumprir nossas tarefas é o óbvio que devemos praticar. Precisamos corrigir-nos quando não estamos vivendo; quando não estamos praticando; quando não estamos testemunhando; quando não estamos fazemos aquilo que é o nosso dever e a nossa obrigação.

Não espere e nem busque aplausos quando fizer aquilo que precisa fazer. Não espere e nem busque reconhecimento quando realizar as suas obrigações e a sua missão neste mundo, na sua vida, naquilo que você faz.

É claro que, às vezes, se alguém ajudar, der aquela "força amiga", receba isso com humildade e não com o coração envaidecido ou com aquele sentimento de grandeza, e não com o título de “Eu sou o melhor”. Não com aquilo que são as práticas humanas do “Sou mais. Posso mais”. Que tudo seja feito no coração de Deus, com Ele, para Ele e n’Ele, assim, não sofreremos por não ter o reconhecimento dos homens.

Que Deus nos dê um coração generoso, desprendido e, acima de tudo, com muita gratuidade para fazermos as nossas obrigações.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Homilia Diária

12NOV2018

O que nunca pode faltar na vida de um cristão é o testemunho do perdão

“O Senhor respondeu: ‘Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: Arranca-te daqui e planta-te no mar, e ela vos obedeceria’” (Lucas 17,6).

Hoje, o Evangelho nos apresenta três elementos fundamentais para a vida de um discípulo, de um seguidor de Jesus Cristo, Nosso Senhor e Mestre. O primeiro desses elementos é o testemunho de vida. É só pelo testemunho que evitamos escandalizar os pequenos.

Jesus é muito repressivo e duro àqueles que praticam escândalo. Praticar escândalos quer dizer, justamente, tirar a fé do coração das pessoas, não testemunhar aquilo que nós acreditamos.

O discípulo de Jesus deve, de todas as formas, primeiro, evitar escandalizar e, segundo, testemunhar com a vida aquilo que nós acreditamos.

Uma das melhores formas de testemunharmos é pela força do perdão. Um discípulo de Jesus que não perdoa, não testemunha o amor de Deus no seu coração. O discípulo de Jesus que vive cultivando ódio, ressentimento, mágoa contra o seu irmão e não consegue perdoar, escandaliza. Um casal que vive junto e não se perdoa, não se reconcilia, causa escândalo para os filhos e para outros. Às vezes, a pessoa está testemunhando na Igreja, está rezando, mas não vive o testemunho do perdão e da misericórdia.

Se o irmão pecar contra nós sete vezes num só dia, sete vezes devemos perdoá-lo. Mas, como vamos perdoar? Pela experiência com a Palavra de Deus.

Quando eu digo perdoar, não é ser complacente com o erro do outro. Perdoar quer dizer: não viver com ódio e ressentimento com o erro que o outro fez, porque é o nosso coração que ficará magoado.

O perdão reconstrói e levanta o outro. O perdão exige, com certeza, reconsideração das atitudes, dos fatos, da convivência e assim por diante. Mas, o que nunca pode faltar na vida de um cristão é o testemunho do perdão. Talvez, você possa perguntar: “Como vou conseguir perdoar se nem tamanha fé para isso eu tenho?”. Não é preciso ter muita fé.

Jesus está nos dizendo que se nossa fé for pequena como um grão de mostarda, diremos para esse ressentimento: “Sai daqui, se não consigo pelas minhas forças humanas, que eu consiga pela fé, arrancar as "plantas" que estão dentro do meu coração. Plantas venenosas e perigosas para a minha vida e para a minha saúde”.

Essas plantas são, com certeza, as plantas que temos de perdoar nesta vida. Se não conseguimos perdoar pelas nossas forças, que perdoemos pela fé e pelo amor. Se não conseguimos, é preciso buscar em Deus essa força.

O melhor testemunho que podemos dar ao mundo, é o de testemunhar como perdoamos e amamos uns aos outros.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 11 de novembro de 2018

Homilia Diária

11NOV2018

O coração evangélico dá o melhor de si, ele dá o que tem e, até o que não tem, mas dá com amor e caridade

“Em verdade vos digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas. Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver (Marcos 13,43-44).

A Liturgia, deste domingo, nos mostra dois exemplos maravilhosos de generosidade: são duas pobres viúvas.

Na Primeira Leitura da Missa de hoje, o Livro dos Reis nos mostra, justamente, a viúva de Sarepta. O profeta Elias pediu a ajuda daquela mulher, que vivia com o seu filhinho e tinha apenas um punhado de farinha numa vasilha e um pouco de azeite na jarra. Ela foi tão generosa que, aquele punhadinho de farinha que tinha para sobreviver e ver a morte chegar, ela compartilhou com o profeta Elias e, Deus, fez a farinha dela crescer e multiplicar.

Do mesmo jeito, no Evangelho de hoje, estamos vendo ricos, poderosos, pessoas que possuíam muito dinheiro ofertarem aquilo que tinham, mas cada um dava do que sobrava; cada um dava de uma forma esnobe e assim por diante.

Então, apareceu uma pobre viúva que deu, com todo o seu coração, as moedinhas que ela tinha. Financeiramente falando, o valor era irrisório diante dos grandes que depositaram quantias maiores.

Mas, Jesus disse: “Essa viúva deu mais do que todos”. Primeiro, ela deu com generosidade, ela deu com o coração cheio de desprendimento, ela deu de forma bondosa, deu o melhor que ela tinha. Segundo, ela deu com humildade, não deu para aparecer-se ou fazer-se de importante, mas ela deu, acima de tudo, com muito amor.

São três virtudes que caracterizam o coração evangélico. Um coração evangélico é generoso, humilde e amoroso. Ele dá o melhor de si, ele dá o que tem e, até o que não tem, mas dá com amor e caridade para cuidar do outro e das coisas de Deus. Por isso, nada se compara àquilo que é dividido com generosidade, o sabor da vida é outro!

Quando vamos à casa dos pobres, daqueles que parecem não ter nada; como a comida torna-se saborosa! Porque, ali, está todo o amor, toda a vida da pessoa naquele alimento dividido. E, eles, estão sempre dividindo até mesmo o que eles não têm.

Que Deus, hoje, nos ensine o valor da generosidade, pois, o que vale é a intensidade do coração e do amor. O que vale é a humildade em tudo aquilo que realizarmos.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 10 de novembro de 2018

Homilia Diária

10NOV2018

Ninguém pode servir a Deus e ao dinheiro, se queremos servir a Deus vamos colocar o dinheiro no lugar dele

Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Lucas 16,13).

A grande lógica do mundo no qual vivemos é a de servir ao deus deste mundo. O maior pecado da humanidade ainda consiste na idolatria. E, sabemos que idolatria é, de fato, criar ídolos e eles ocupam o lugar de Deus. Por isso, toda e qualquer idolatria é pecado!

O mundo moderno tem o seu próprio ídolo: o “deus mercado”. O deus mercado é servido pelo deus dinheiro e somos escravos dessa idolatria que se tem pelo dinheiro. Por que o coração se torna escravo e dependente economicamente do dinheiro? Fazemos tudo para consegui-lo e, quando eu digo “tudo”, estou me referindo às situações humilhantes e degradantes que muitos vivem por causa do dinheiro. Há pessoas que se vendem; que se oferecem de diversas maneiras para obterem lucros e vantagens.

Muitas vezes, há lucros exorbitantes em cima da miséria dos outros. O dinheiro é um mau patrão, ele é um deus terrível! Precisamos do dinheiro para que a nossa vida seja melhor cuidada, mas precisamos cuidar do dinheiro e não deixá-lo cuidar de nós. Não podemos deixar o dinheiro mandar naquilo que realizamos.

Para uma família estar ajustada, ela precisa estar, economicamente, ajustada. Mas o problema não é ter ou não o dinheiro. Eu conheço muitas pessoas que têm muito dinheiro, mas o desajuste é total. Também, conheço famílias que com pouquinho dinheiro conseguem fazer as coisas com equilíbrio e bom senso. O problema é a forma como o dinheiro domina.

Quem muito tem, muito é dominado. Mas, se você, mesmo tendo muito, sabe dominar aquilo que tem; você tem, também, a vida justa, sob controle e não se olha a partir de cifrões, e sim a partir dos seus valores.

Ninguém pode servir a Deus e ao dinheiro. Se queremos servir a Deus vamos colocar o dinheiro no lugar dele, mas se queremos servir ao dinheiro, Deus ficará num lugar baixo. Muitas vezes, as pessoas querem comprar até Deus, as pessoas querem ter seus lugares na Igreja a partir do dinheiro que têm ou do que não têm. Não pode o dinheiro mandar nas relações humanas e nem na relação com Deus.

Deus, que sobre todas as coisas, sobre o dinheiro, esteja primeiro o nosso amor.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Homilia Diária

09NOV2018

Que Deus nos dê um espírito zeloso para cuidarmos da casa do Senhor para que ela seja o lugar do nosso encontro com Ele 

E disse aos que vendiam pombas: ‘Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!’” (João 2,16).

Os vendedores, os cambistas, os negociantes aproveitaram a grandeza daquele templo, a afluência de pessoas para fazerem os seus negócios, suas negociatas, seus comércios.

A casa de Deus não é casa de bagunça, não é casa de comércio e nem casas de negociatas. A casa de Deus é a casa de oração, é o lugar do homem, da mulher, de todos nós para nos encontrarmos com Deus. É preciso que o templo, a Igreja, seja o lugar do encontro com Deus.

Hoje, celebramos a dedicação da Basílica de São João de Latrão, é a catedral de Roma, é a catedral do Bispo de Roma, o nosso amado Papa Francisco.

“Cátedra”, catedral, quer dizer a Igreja Mãe. Se temos em cada uma de nossas dioceses, a Igreja Catedral, que é a mãe das outras catedrais, temos uma Igreja: a catedral e mãe de todas as igrejas: a basílica de São João de Latrão em Roma.

O que queremos expressar com isso? Primeiro, a comunhão de todas as igrejas com a Igreja Mãe, com a Igreja cabeça. A comunhão de toda a Igreja com fidelidade à Santa Mãe Igreja.

Queremos, cada vez mais, sermos Igreja, a Igreja de Cristo. Unidos a Pedro e ao Papa Francisco, queremos viver esse espírito de comunhão, isso precisa ser vivido e celebrado em cada uma das nossas igrejas particulares, das nossas capelas, oratórios, santuários, catedrais, basílicas, nossas igrejas grandes ou pequenas. Em cada uma delas é o lugar da morada de Deus, em cada uma delas Ele se faz presente.

Que Deus nos dê um espírito zeloso para cuidarmos da casa do Senhor para que ela seja o lugar do nosso encontro com Ele. 

Às vezes, vamos em nossa Igreja e as pessoas estão o tempo inteiro tirando fotos, conversando umas com as outras, fazem tudo menos uma oração verdadeira e sincera. Como eu quero e desejo que cada vez mais nossas igrejas sejam silenciosas, que sejam realmente o espaço de nos encontrarmos com Deus na Liturgia e em todo o tempo que buscarmos a casa do Senhor.

Eu te peço que vá à sua Igreja, mas não seja um promotor de bagunça. Precisa conversar com alguém? Converse fora da igreja. Precisa resolver alguma coisa? Resolva do lado de fora do templo, mas deixe o templo ser templo, que seja um lugar onde as pessoas possam contemplar e entrar em comunhão com Deus.

Não sejamos empecilhos e nem aqueles que tiram o zelo da casa do Senhor.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Homilia Diária

08NOV2018

No mundo é preciso lançar as redes, é preciso buscar as ovelhas do redil de Jesus

Assim haverá, no Céu, mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão” (Lucas 15,7).

Na parábola da ovelha perdida sempre olhamos pela ótica das noventa e nove e daquela única que estava perdida. Às vezes, é preferível ser aquela única ovelha perdida do que as noventa e nove que parecem salvas. Porque, as noventa e nove que parecem salvas estavam num estado de acomodação.

Eu escuto as pessoas falando: “Já estou salvo. Já estou em Deus. Já estou na graça”, mas não se aplicam em se converter, em viver uma conversão constante e diária. A verdade é que: a conversão é vivida em etapas, existe a grande conversão de quem estava no pecado, deixou o pecado e começou a seguir Deus. "Começou" porque ainda tem um longo caminho que dura toda a vida.

Não nos acomodemos no processo de nossa conversão pessoal, porque aqueles que achamos perdidos e sem jeito, podem alcançar o Reino dos Céus mais rápido do que nós.

Ficamos parados no processo, aquela letargia espiritual toma conta de nós: “Eu já sou da Igreja. Já faço as minhas orações”. Não trabalhamos para combater vícios, práticas erradas e enganosas; não trabalhamos para combater as corrupções que carregamos dentro das nossas entranhas e nos conformamos em ser o que somos quando, na verdade, a ovelha que está na casa do Senhor é a que precisa trabalhar com mais seriedade pela sua conversão de vida.

Do outro lado, nos tempos em que vivemos, precisamos deixar a única ovelha para ir atrás das noventa e nove que estão distantes e longe. Esse é o desafio que o Papa Francisco faz para toda a Igreja nos dias de hoje: ser uma Igreja em saída, que vai em busca de tantas ovelhas que estão distantes da casa do Pai.

Antigamente, tínhamos a Igreja lotada porque as ovelhas lá estavam, hoje, temos de deixar a única ovelha na Igreja para buscar tantas outras que estão distantes. Nos lares, nas praças, nas redes sociais, no mundo é preciso lançar as redes. É preciso buscar as ovelhas do redil de Jesus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Homilia Diária

07NOV2018

O discípulo autêntico e verdadeiro é aquele que ama a Deus sobre todas as coisas, sobre todas as pessoas e situações, sobre tudo o que possa existir

Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!” (Lucas 14,33).

Já deu para ver e ouvir que é muito exigente ser discípulo de Jesus. O Mestre exige a medida certa. Acima de tudo, é essa a verdade que precisamos saber. O Mestre quer que sejamos discípulos autênticos e verdadeiros. Quem é discípulo autêntico e verdadeiro? É aquele que ama a Deus sobre todas as coisas; sobre todas as pessoas e situações; sobre tudo o que possa existir. O amor a Deus está em primeiro lugar para aquele que é discípulo do Senhor.

O amor a Deus exige de nós desapego, porque temos apego as coisas. Por exemplo, eu gosto demais de uma caneta e me apego a ela com tanta força, que não a solto para nada. Eu sou capaz de perder a minha vida, mas não perco essa caneta, porque ela representa tudo para mim.

Essa caneta é importante, ela me ajuda; mas não posso ter um apego demasiado a ela, de modo que nela eu coloque todas as forças do meu coração. Quando falo da caneta, posso me referir a qualquer coisa, como carro ou bens materiais.

Somos apegados demais as pessoas, até naquelas que são próximas a nós. Pais que são apegados em demasia aos seus filhos e vice-versa. Não temos de amar os nossos? É óbvio que sim! E temos de amar com muita força, com amor verdadeiro e autêntico, mas o amor que passa da medida, chama-se apego. É o amor em demasia, é o amor excessivo. Esse amor acaba sendo um amor doentio que gera muitos conflitos interiores dentro de nós.

Quem ama, cuida; e quem ama quer o bem de si e do outro. Podemos viver com ele, mas fisicamente longe.

Os pais não criam seus filhos para si, criam seus filhos para que sigam a vida deles. O homem deixa seu pai e sua mãe; a mulher deixa seu pai e sua mãe e, às vezes, a pessoa não consegue se casar, porque não conseguem "deixar". Os pais não deixam; os filhos também não querem deixar e ,criam uma situação tão dependente, que não conseguem seguir o caminho da própria independência.

Independência não quer dizer falta de amor, pelo contrário, quer dizer amor livre, amor que deixa o coração livre para seguir e progredir. Isso é referente a todas as coisas. Se me é necessário, então, eu valorizo isso hoje; agora já deu tempo, mas preciso ir sempre me desapegando da vida. Quando não fazemos isso, a morte se torna o maior dos dramas da vida, porque somos tão apegados a esse mundo e as coisas dele que, quando a morte nos puxa, ela nos faz morrer para sempre.

Se não somos apegados, se amamos tudo o que temos, se amamos as pessoas que Deus colocou na nossa vida, nunca as perdemos, porque elas estarão sempre no coração de Deus e, no coração d'Ele, sempre estaremos.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Homilia Diária

06NOV2018

O Reino de Deus pertence a quem quer se ocupar com Deus, com as coisas d’Ele e com quem não faz pouco-caso

“Pois eu vos digo: nenhum daqueles que foram convidados provará do meu banquete” (Lucas 14,24).

Jesus concluiu o Evangelho com uma sentença muito dura, mas ao mesmo tempo, muito verdadeira e real: “Nenhum daqueles que foram convidados, provará do meu banquete”.

Muitos convidados simplesmente se comportam com indiferença. Sentem que o convite é um privilégio para fazerem pouco-caso: vão quando podem, quando dá. O privilégio de não terem tempo de ocupar-se com aquele que os convidou.

Somos os primeiros convidados para participarmos do banquete do Senhor, não podemos participar de qualquer jeito, responder de qualquer jeito e nem nos ocupar d’Aquele que nos chamou.

Os que foram convidados para esse banquete fizeram pouco-caso, arrumaram desculpa e estavam ocupados com outras coisas.

O Reino de Deus pertence a quem quer se ocupar com Deus e com as coisas d’Ele, com quem não faz pouco-caso ou tem pouco tempo para dedicar-se a Ele. No mundo em que vivemos, as ocupações, as tarefas, as obrigações são muitas; e ter tempo para Deus é uma questão de prioridade.

Se alguém me convida para um acontecimento, só poderei ir se for prioridade para mim, porque, se tenho outras prioridades preciso, de fato, corresponder a elas.

Só participa do Reino de Deus: quem tem Deus em primeiro lugar; quem O prioriza em sua vida.

“De manhã eu não rezei”, talvez a oração não seja prioridade para você. “Não deu tempo de rezar porque eu tinha muitas coisas”, talvez a oração da noite não seja prioridade para a sua vida. “Domingo não deu para ir à Missa”, talvez a Missa não seja prioridade para você. “Eu não pude adorar o Senhor”, talvez a adoração não seja prioridade para a sua vida.

Não adianta falarmos que amamos a Deus, se não temos tempo para Ele. Quando amamos, damos prioridade e colocamos isso em primeiro lugar.

Quem ama a Deus dá prioridade para Ele e para as coisas d’Ele. Não deixemos as nossas coisas de lado, as nossas obrigações e responsabilidades, pelo contrário, façamos as nossas responsabilidades na graça de Deus. Só não caia naquela desculpa de dizer que faz tudo com Deus, sendo que, de verdade, você não tem tempo para se ocupar de Deus, para silenciar, para rezar, para se colocar na presença d’Ele e, sobretudo, ir à casa d’Ele para participar do banquete.

Amemos a Deus com prioridade e seremos prioridade no coração d’Ele.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Homilia Diária

05NOV2018

Na sua vida, tenha sempre tempo para fazer festa com os pobres, de pegar o que você tem e ir cuidar das pessoas que estão necessitadas

“Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos” (Lucas 14,13-14).

O sentido do Evangelho, de hoje, é o de nos ensinar. Sobretudo, a não esperar recompensa por aquilo que fazemos. Você convida alguém para comer na sua casa esperando que, um dia, a pessoa te convide de volta. Você faz uma festa e convida os seus amigos, mas você fica muito triste se os seus amigos fazem uma festa e não te convidam, você se sente excluído, porque quer ser lembrado por aquilo que você fez ou faz.

O Reino dos Céus é daquele que tem gratuidade no coração, é daqueles que fazem as coisas por amor, por boa vontade e não esperam nada em troca dos homens. Não esperam retribuição, reconhecimento, aplausos, placas, méritos, não esperam parabéns e nem curtidas nas redes sociais. O que fazemos é pelo Reino de Deus e nada mais do que isso. É para Deus tudo aquilo que fazemos; é por causa do Reino de Deus que trabalhamos!

Não há mérito maior na vida do que fazer as obras em segredo, sem ninguém precisar saber, sem precisar de aplausos e daquelas plaquinhas de governantes ou prefeitos, dizendo “Eu inaugurei tal obra”. Não precisamos disso, porque, a recompensa que receberemos é aquela do Reino dos Céus.

Na sinceridade de coração, na sua vida, tenha sempre tempo para fazer festa com os pobres, de pegar o que você tem de roupas, de bens e ir cuidar das pessoas que estão necessitadas. Surpreenda você mesmo e os mais pobres, vá aos lugares mais paupérrimos dessa vida, visite vilas, favelas, povoados, pessoas que passam necessidades. Seja em qualquer lugar que você viva ou que esteja, isso é evangélico, é do Evangelho, isso é do discípulo de Jesus Cristo: fazer festa com os mais pobres.

Eu sei que, daqui a pouco, estamos nos preparando para os festins de Natal e de Ano Novo. E a festa é sempre a mesma, é bom estar rodeados de amigos, da família. Qual é o Natal que traz sentido à sua vida? Tire um tempo para refletir. Será que não vale a pena tirarmos sempre um dia da nossa vida, do nosso mês, da nossa semana para celebrar e festejar com os mais pobres, dar a eles a alegria de saber que o Reino dos Céus é deles em primeiro lugar? Faça isso e o seu coração vai experimentar a paz que ainda não experimentou!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 4 de novembro de 2018

Homilia Diária

04NOV2018

Precisamos lutar para viver a graça da pureza batismal que nos foi concedida pelo Senhor. Ele é santo e deseja que nós todos sejamos santos

Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mateus 5,3).

Hoje, temos a grande alegria de celebrarmos a Solenidade de todos os santos. Veja aqui uma particularidade, "todos os santos" quer dizer até mesmo aqueles que não conhecemos, que não são canonizados, que não foram oficialmente dados pela Igreja como santos, mas são. 

A santidade não é mérito nosso, mas é mérito de Deus, e é Ele quem chama para junto de si aqueles que levaram, aqui na Terra, uma vida bem-aventurada, são dignos de participar da glória celeste. É o destino de todos nós, é o que devemos almejar com toda a força da nossa alma e do nosso coração!

Não podemos querer ser outra coisa a não ser santos. Podemos até dizer: “Eu sou pecador. Tenho os meus pecados”. Todos os santos, com exceção da bem-aventurada Virgem Maria, que também lutou pela sua santidade para permanecer imaculada, nasceram pecadores, mas não deixaram o pecado prevalecer, porque santo é aquele que deixa prevalecer a graça, a luta pela santidade, o combate para viver a vida em Deus.

O dia de hoje nos faz lembrar os santos que temos devoção e amor, os santos que nós conhecemos a sua história, a sua vida. Hoje, especialmente, essa festa é dedicada para lembrar os santos que fazem ou fizeram parte do nosso cotidiano: os nossos avós, algum dos nossos pais que já partiram para a eternidade, pessoas de nossa comunidade, próximas a nós que dizemos: “Que pessoa santa que nos edificou com a sua vida, que viveu essas bem-aventuranças, o espírito da pobreza, da aflição, da mansidão, da paz, da pureza”. Foram perseguidos, injustiçados, mas permaneceram fiéis a Deus e a Sua Palavra.

São essas pessoas que estamos celebrando no dia de hoje, essa enorme multidão que ocupa lugar no coração de Deus e participam da felicidade sem fim que ninguém mais poderá roubar. Que mérito esses homens e essas mulheres têm! Da nossa parte, a nossa luta, porque a nossa meta é o Céu, é ir morar junto com eles na eternidade feliz, junto com Deus.

Precisamos, no dia de hoje, assumir um compromisso de viver a graça do batismo com seriedade, serenidade e empenho. Que graça é essa? O batismo nos conferiu a santidade original quando nos lavou dos nossos pecados. Precisamos lutar para viver a graça da pureza batismal, que nos foi concedida pelo Senhor. Ele é santo e deseja que nós todos sejamos santos.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 3 de novembro de 2018

Homilia Diária

03NOV2018

Busquemos o lugar dos últimos, busquemos estar com os últimos, porque é lá que Deus está e estará

Quando fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu” (Lucas 14,8).

A parábola que Jesus nos conta, hoje, é a respeito da festa de casamento onde era importante quem ocupava os primeiros lugares, porque significava que era mais amigo e mais próximo dos noivos. A pessoa chegava e ocupava aquele lugar, mas, de repente, tinha alguém que era mais importante, alguém que era de mais consideração. Que constrangimento, pois a pessoa tinha de se levantar para ceder lugar a outra.

É muito mais simples ocuparmos o último lugar e os noivos nos convidarem para irmos mais próximos deles, mas só faz isso quem tem humildade e discernimento no coração.

Quem é movido pela arrogância e pela soberba quer sempre os primeiros lugares, quer estar na frente em tudo, quer saber mais, ter mais importância, chegar e, como diz a expressão popular, “abafar”.

Precisamos abafar o nosso orgulho, a nossa soberba, a nossa autossuficiência, o nosso sentimento de grandeza e sabermos buscar o nosso lugar. Esse lugar é o último, lugar que ninguém quer, que ninguém deseja ocupar, é para esses que Deus se volta em primeiro lugar. Enquanto, dentro de nós, travarmos esse combate, onde o orgulho está espezinhando, está sempre nos atormentando por causa das honras que merecemos, por causa das lembranças que os outros precisam ter de nós, viveremos um eterno combate na nossa alma.

O exemplo que Jesus nos dá – quem se eleva será humilhado e quem se humilha será exaltado – é para nos mostrar que não precisamos buscar nada que represente grandeza ou reconhecimento para nós, aplauso das pessoas ou merecimento por aquilo que fazemos. O nosso reconhecimento, o nosso merecimento vem de Deus, que reconhece, de fato, quem somos e o que fazemos. Ele reconhece, de fato, quando o coração faz as coisas com sentimento de humildade e não de grandeza.

No mundo, onde estão sempre buscando os primeiros lugares, busquemos o lugar dos últimos, busquemos estar com eles, porque é lá que Deus está e estará.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Homilia Diária

02NOV2018

Que a esperança da eternidade seja o motor a motivar o nosso coração a ter sempre mais confiança e esperança no Senhor

“Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia” (João 6,40).

Hoje, celebramos o Dia dos Fiéis Defuntos, de todos aqueles que já partiram para a eternidade. Alguns já triunfam na glória celeste, onde celebraremos o Dia de Todos os Santos, mas muitos padecem no purgatório, esperando a purificação para também fazerem parte do festim celeste. Celebramos a nossa comunhão com essa igreja padecente, celebramos a comunhão com os nossos que já partiram para a outra vida.

A esperança é importante neste dia. Sabemos em quem colocamos a nossa esperança, é no Cristo Jesus, nosso Senhor. O nosso Deus é o Deus da vida e não o Deus da morte, Ele transforma a nossa morte em vida eterna, vida que ninguém mais poderá nos roubar. É essa esperança que deve sempre mover o nosso coração!

O dia de hoje não é um dia de tristeza; pode ser um dia de saudade, porque as pessoas que amamos estão dentro de nós, deixaram uma marca em nossa alma e coração. Podemos e devemos sentir saudade dessas pessoas amadas e queridas, são parentes, familiares, amigos, pessoas que fazem parte da nossa história e da nossa vida, porém, eles já foram para onde nós também iremos.

Em Deus todos nós nos encontramos, Ele reúne toda a família em um só lugar. Eles foram primeiro que nós, já estão participando daquilo que Deus preparou para quem O ama, e também estamos nos preparando para ir.

O dia de hoje precisa ser de reflexão sobre a nossa própria vida. Como estamos conduzindo a nossa vida? Como estamos nos preparando para participar da eternidade? Estamos guardando o nosso lugar no Céu? Estamos cuidando da casa que o Pai nos preparou na eternidade?

É Jesus quem nos disse, quem nos deu essa certeza e esperança: “Na casa do meu Pai há muitas moradas!”. Então, lá tem uma morada para cada um de nós, e precisamos cuidar dela. Como vamos cuidar dessa morada no Céu? Vivendo bem a nossa vida aqui na Terra, sendo honestos, justos e fiéis a Deus, vivendo a nossa fé com intensidade e confiança sem jamais nos deixar desanimar por tudo que enfrentamos de contrariedades e dificuldades nesta vida.

Que a esperança da eternidade seja o motor a motivar o nosso coração a ter sempre mais confiança e esperança no Senhor.

Deus abençoe!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Homilia Diária

01NOV2018

Precisamos nos revestir da armadura de Deus, tomar a nossa fé como escudo para que possamos combater o inimigo da nossa fé

“Revesti-vos da armadura de Deus, para estardes em condições de enfrentar as manobras do diabo. Pois não é a homens que enfrentamos, mas as autoridades, os poderes, as dominações deste mundo de trevas, os espíritos do mal que estão nos céus” (Ef 6,11-12).

Este é o convite que Deus faz, hoje, ao nosso coração: revestir-nos da Sua graça e da Sua armadura, porque estamos em um combate espiritual. Quando falamos em combate, as primeiras palavras que vêm a nossa mente são guerra e conflito, então, começamos a entrar em conflito conosco e com os outros.

Não é deste conflito que a Palavra de Deus se refere. A Palavra de Deus combate o conflito dos homens contra os homens. 

O nosso grande erro é nos colocarmos contra os outros. Eu fico impressionado como os cristãos estão contra os cristãos, estão brigando uns com os outros, discutindo e desmerecendo o valor do outro, criando guerras e combates nas conversas e nas redes sociais. O nosso combate não é contra os homens de carne e sangue, pelo contrário, o nosso combate é contra o maligno, contra aquele que nos seduz e inspira o mal, é contra aquele que, de fato, coloca, em nosso coração, acusações contra os nossos irmãos. É ele que precisamos combater, ele é o nosso inimigo comum!

O nosso irmão não é nosso inimigo, o nosso irmão deve ser nosso irmão. Ele pode ter valores diferentes, opiniões diferentes das nossas, escolhas que até divergem das nossas, mas ele é nosso irmão, é tão filho de Deus quanto nós. Podemos estar sentidos, ressentidos e magoados, mas não podemos combater a pessoa que nos deixou ressentidos ou magoados. Precisamos combater o ressentimento e a mágoa, não os podemos deixar se avolumar dentro do nosso coração nem tomar conta de nós.

Precisamos nos revestir da armadura de Deus, tomar a nossa fé como escudo, para que possamos, com a fé robustecida, mais forte e firme combater o inimigo da nossa fé.

A Palavra nos diz que são os espíritos espalhados pelos ares, porque eles são muitos. Eles semeiam discórdia, inimizade, orgulho e tudo quanto é tipo de coisas malignas em nosso meio. Por isso, na graça de Deus, combatemos o mal e nos revestimos da fortaleza divina.

O silêncio, a humildade de coração, a sobriedade da alma são elementos essenciais para o combate espiritual que se trava na mente, como maus pensamentos e sentimentos malignos. A batalha espiritual que se instala dentro do nosso coração está recheada de coisas negativas.

Combatamos o maligno que deseja nos ver enfraquecidos e brigados com os irmãos.

Que a paz esteja em nosso coração!

Deus abençoe você

Padre Roger Araújo

Homilia Diária

31OUT2018

Se não nos convertermos nem buscarmos em Jesus um coração manso e humilde, nunca seremos justos

“Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!’ Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça! Ali haverá choro e ranger de dentes’”(Lucas 13,26-28).

Talvez possamos nos gloriar de pertencermos à Igreja, de sermos cristãos e seguidores de Jesus. Você pode até dizer: “Eu sou batizado. Eu tenho a cruz. Eu trago a medalha, porque sou consagrado a Nossa Senhora. Trago símbolos em mim”. Isso não quer dizer nada, ao mesmo tempo, pode sinalizar alguma coisa. Pode sinalizar que estamos no caminho de conversão ou na hipocrisia.

As vestes não traduzem o que, de fato, a pessoa é; como eu afirmo, elas podem sinalizar sim, que você vive um caminho de adesão a Deus e assim por diante. O que sinaliza se alguém é de Deus mesmo é aquilo que o Evangelho está dizendo, é aquele que nas suas ações, nas suas obras, naquilo que ele faz, testemunha o amor de Deus na sua vida. E, acima de tudo, ele é justo nas suas obras e nas suas ações, jamais comunga com as injustiças da vida, do mundo e com o seu próximo; não acusa ninguém nem se coloca acima dos outros.

Uma pessoa justa é primeiro humilde. Quando vemos uma pessoa orgulhosa e soberba, a justiça de Deus não está nela, porque o orgulho cega toda a visão, ele faz justiça segundo a sua visão justiceira, mas nunca segundo a justiça de Deus. O que ele acha que é certo é segundo a sua visão fechada, e não segundo a visão humilde que vem do Evangelho.

Se não nos convertermos nem buscarmos em Jesus um coração manso e humilde, nunca seremos justos, e se não formos justos nunca seremos reconhecidos por Deus como da família d’Ele.

Alguns dizem: “Senhor, eu estava nas praças pregando o teu nome. Eu estava nas redes sociais brigando por causa de você, mas eu estava defendendo a sua causa, a sua Igreja”. Será duro ouvir: “Não vos conheço”.

Não basta falar em nome de Jesus, pregar em nome d’Ele ou defender a causa d’Ele. Se praticamos a injustiça naquilo que fazemos, o preço que pagaremos acima de qualquer coisa é muito duro.

É tempo de nos corrigirmos, queremos muito corrigir os outros, perdemos muito tempo com discussões tolas que não levam a nada. Aliás, levam a provocar a discórdia, as divisões e assim por diante. O nosso chamado é para revermos onde estamos sendo injustos na vida.

Você pode dizer: “Eu sou sempre justo”, mas você está sendo injusto com você mesmo, porque não é nem capaz de reconhecer a maior das injustiças que é o pecado.

Qualquer pecado é um atentado contra o Deus justo, soberano e misericordioso que nos deu a vida.

Voltemo-nos neste tempo que Deus nos dá para nos olharmos, para reconhecermos onde falhamos e erramos para que a injustiça não cresça e domine as nossas ações.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo