Gol

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Homilia Diária

31OUT2017

A Palavra é o fermento do Reino de Deus, que chega para dar qualidade e consistência, para transformar

“Ele é como a semente de mostarda, que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore, e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos” (Lucas 13,19).

Podemos pensar num grão de mostarda como uma semente insignificante, pequena, quase invisível aos olhos, sem valor. Só damos valor a ela quando é plantada, quando cresce e dão frutos.

O Reino dos Céus é insignificante para muitos, porque, às vezes, a pessoa tem, na vida, outras coisas de valor, como seus bens e anseios, seu trabalho, sua busca e vaidade, mas, depois, essas coisas desaparecem. E o que floresce, permanece e cria toda uma vida nova é aquela semente desprezada que parece insignificante.

Eu sou testemunha das vidas transformadas, renovadas e mudadas graças à semente do Evangelho.

Quando olhamos para a nossa vida, pode parecer que o Evangelho não significa nada, é mais um livro ou qualquer coisa parecida, mas não é. O Evangelho não é um livro, mas uma vida, uma pessoa, é o próprio Deus, é Jesus por Sua Palavra que nos transforma, que nos renova, que faz a renovação que toda a nossa vida precisa.

Acolhamos, no coração, a Palavra de Deus como uma palavra pequena como tantas outras, mas ela vai se tornar a mais significante, a mais importante, transformadora e renovadora da nossa vida. Ela é como o fermento do Reino de Deus, que chega para dar qualidade, consistência e transformar quando se permite ser transformado, renovado, curado e libertado por essa Palavra.

Que todo o nosso coração seja levado e cuidado por toda força que a Palavra de Deus tem de nos transformar e renovar.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Homilia Diária

30OUT2017

Jesus veio para nos libertar de todo e qualquer espírito que nos escraviza, que nos mantêm cativos e aprisionados

“Mulher, estás livre da tua doença. Jesus pôs as mãos sobre ela, e imediatamente a mulher se endireitou e começou a louvar a Deus". (Lucas 13,12-13).

Essa mulher estava encurvada e incapaz de se endireitar há 18 anos, pois um espírito estava nela, deixando-a encurvada e torta. Esse espírito deixou essa mulher aprisionada por 18 anos.

Há espíritos que entram em nós e nos aprisionam – alguns mais, outros menos –, mantêm-nos presos e cativos a ele. Todo e qualquer espírito que nos aprisiona entorta, curva e inclina a nossa vida, torna-nos incapazes de caminhar na direção correta.

Cada um deve pedir a Deus a graça para reconhecer que espírito o está atormentando e tirando da reta da vida, tornando-a turva.

Às vezes, algumas pessoas se deixam prender por esses espíritos a vida inteira; outras reconhecem que são prisioneiras, mas não buscam a graça de se libertar.

Quem é escravo do espírito do alcoolismo sabe o quanto ele escraviza. Quando falo de alcoolismo, olho para quem é escravo do orgulho, da soberba, do dinheiro, do ressentimento e da mágoa. Há pessoas que levam uma mágoa por 30 anos; às vezes, até para o caixão. Que triste essa vida!

Há quem seja escravo de uma sexualidade desenfreada, de uma vida nas drogas. Poderíamos enumerar tantas situações, tantos espíritos que entram em nós e são mais fortes do que nossa vontade! "Eu não quero ter raiva dessa pessoa. Eu até tento, mas só de lembrar dela, já me dá raiva". Estamos prisioneiros desse espírito da raiva. "Eu não queria beber, mas eu não consigo controlar. Estou escravo do espírito da bebida".

O mal entrou em nós e criou essa má inclinação. Se isso é uma má notícia, não podemos ficar nela, porque há uma Boa Nova chamada Jesus. Ele veio para nos libertar de todo e qualquer espírito que nos escraviza, que nos mantêm cativos e aprisionados.

Precisamos deixar que Jesus Salvador, Jesus libertador, aja em nosso coração, em nossa mente e vontade. Precisamos querer ser livres.

Essa mulher tornou-se livre, e os religiosos da época se escandalizaram, porque era dia de sábado. Mas se sábado é dedicado para o Senhor, Ele quer fazer com que sábado, domingo ou qualquer dia da semana seja o dia da libertação. Deus quer nos ver livres de todo e qualquer espírito que nos mantêm cativos, presos, aprisionados, que tiram a nossa liberdade. Jesus, o Senhor, quer libertar todos nós.

Deus abençoe você!

domingo, 29 de outubro de 2017

Homilia Diária

29OUT2017

Quando amamos Deus sobre todas as coisas, temos a graça d’Ele para amar nosso próximo

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento! Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’” (Mateus 22,37-39).

Todos nós precisamos de instruções para caminhar na vida. Algumas instruções e regras são básicas e fundamentais, e se as cumprirmos, se as colocarmos como fio condutor daquilo que fazemos, as outras coisas serão iluminadas; teremos capacidade, força e luz interior para colocarmos em prática as obrigações da vida.

Muitas pessoas dizem assim: "A vida não tem manual. Temos de descobrir como se vive. É como se Deus tivesse nos jogado no mundo. O que faremos com essa vida?". 

Deus nos chamou e nos deu condições para vivermos no mundo como está, com todas as riquezas que ele tem. Mais do que isso: Ele nos deu também regras para bem vivermos neste mundo. Se não negligenciarmos, mas nos aplicarmos para vivê-las, podemos ter a certeza de que não nos faltará luz.

A primeira delas é amarmos a Deus sobre todas as coisas. Se há desordem na vida, é por falta de amor, pois o amor dá toda ordem para a vida, mas a falta dele cria todas as desordens. Muitos dizem: “Eu amo!”. Não é simplesmente questão de amar, mas o fazer de forma correta, amar o que tem que de ser amado em primeiro lugar.

Se Deus não é o amor primeiro da nossa vida, os outros amores estarão em desordem dentro de nós. Podemos amar Deus, mas se Ele não é o nosso primeiro amor, se não é o amor fundamental e primordial da nossa vida, perdemo-nos. Temos de amar a Deus com todo entendimento, com força, vontade e tudo aquilo que somos. Assumamos essa primazia do amor de Deus na nossa vida.

Quando amamos Deus sobre todas as coisas, temos a graça d’Ele para amar nosso próximo, que não é menos importante, mas tão determinante e sério quanto Seu amor. É com o amor que temos de Deus que vamos também amar nosso próximo. Aí, sim, vamos poder cuidar das outras coisas da nossa vida.

Não deixemos de seguir a Lei da vida, que é justamente amar, acima de tudo, Aquele que nos criou, e depois amar aqueles que Deus colocou ao nosso lado para ser nossos irmãos. Se assim fizermos, abençoados seremos, e a nossa vida caminhará sempre na graça.

Deus abençoe você!

sábado, 28 de outubro de 2017

Homilia Diária

28OUT2017

Temos a graça de ser parte da família de Deus, somos concidadãos d'Ele, porque recebemos como herança a fé apostólica

“Irmãos, já não sois mais estrangeiros nem migrantes, mas concidadãos dos santos. Sois da família de Deus”(Efésios 2,19).

Hoje, temos a graça de celebrar os apóstolos São Simão e São Judas Tadeu. A Palavra de Deus fala justamente disso: o fundamento da nossa fé em Cristo Jesus é edificado sobre os apóstolos. A apostolicidade da nossa fé é fundamental, não temos qualquer fé.

A fé que temos é aquela que foi confiada aos apóstolos mais próximos e mais íntimos, formados por Jesus, na escola d'Ele. Eles foram doutrinados à evangelização, e a doutrina que recebemos vem deles.

Qual é a graça que temos a partir disso? A graça de sermos parte da família de Deus, sermos concidadãos deles, porque recebemos como herança a fé apostólica, e uma vez que aderimos a ela, entregamo-nos a ela, fazemos parte da família de Deus. Por isso precisamos viver como pessoas dignas dessa família.

Não somos estrangeiros no mundo em que vivemos. Pode ser que o mundo nos considere cidadãos estrangeiros, mas, no mundo em que estamos, nós somos concidadãos dos Céus.

Eu sei que, para alguns, é importante saber a sua cidadania: “Eu nasci aqui. Eu nasci ali!”, mas é uma cidadania passageira. A única cidadania eterna é a do Céu, e não podemos perder esse passaporte, não podemos perder essa graça. Não podemos, de forma nenhuma, negligenciar tamanha graça que Deus nos deu: a graça de sermos concidadãos do Céu, de sermos, de fato, herdeiros da graça divina e participantes da vida dos santos.

De que forma vamos fazer isso? Eu também preciso ser santo, eu também preciso corresponder a essa graça que o Céu me dá, porque eu sou um cidadão no Céu. Assuma isso, testemunhe isso, leve outros da sua casa, da sua família, a não se esquecerem dessa verdade sublime: pertencemos aos Céus. E quando temos consciência disso, nossa vida, aqui na Terra, tem mais graça, sentido e valor no sabor da eternidade, que levamos conosco na vida presente aqui na terra.

Deus abençoe você!

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Homilia Diária

27OUT2017

Somos bons para analisar tantas coisas da vida, mas nos tornamos pobres na forma de analisar o que é essencial para a nossa vida

“Hipócritas! Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis interpretar o tempo presente? Por que não julgais por vós mesmos o que é justo?” (Lucas 12,56-57).

Jesus está advertindo, falando com muita seriedade para os Seus, porque todo mundo sabe distinguir os sinais do tempo e da terra, sabemos quando vai chover, quando a tempestade está vindo, quando o tempo fechou e está nublado, quando o sol vai chegar, ou seja, sabemos reconhecer a natureza das coisas, mas não reconhecemos a nossa própria natureza, não sabemos distinguir o que é certo e o que é errado, o que nos convêm do que não convêm.

Não sabemos distinguir o tempo em que vivemos, o tempo em que estamos nem a forma como vivemos. Essa é uma forma de sermos também negligentes com a graça de Deus, de não termos prudência, discernimento naquilo que fazemos ou na forma como levamos a vida.

Sabemos, no mínimo do bom senso, que muitas coisas nos levarão a ficar doentes, mas somos tão negligentes com a vida, que é preciso um médico, um atestado, exames para mostrar que nossa saúde está correndo riscos. Não precisa ninguém falar que o cigarro vai estragar os nossos pulmões, até uma criança sabe disso, nós sabemos, mas fingimos não saber. Dei o exemplo do cigarro, para falar de tantas coisas que nós comemos, de tantas situações da vida que levamos, para depois dizermos: “Senhor, socorra-me!”. No entanto, somos nós quem nos expomos, não fazemos discernimento do que nos convêm e do que não convêm.

Somos bons para analisar tantas coisas da vida, mas nos tornamos pobres – para não dizer que somos miseráveis – na forma de olhar, analisar o que é essencial para nossa vida, as posturas que temos diante dos outros, diante dos acontecimentos e assim por diante.

É fundamental o dom do discernimentos não é só para aquilo que temos como prioridade, mas sim discernir todas as coisas. É discernir se devemos sair dirigindo, porque a estrada não está boa, porque o tempo está fechando. Discernir se devemos comprar ou não tal coisa, se é a hora de falar ou não, se devemos ou não fazer assim. Não levemos a vida de qualquer jeito.

A sabedoria de Deus está no ar. A sabedoria que nos leva a saber os sinais dos tempos é maior e mais sensível para discernir o que devemos ou não fazer. Se não nos aplicamos para buscá-la, ela também não pode nos ajudar. Precisamos nos aplicar em ser dóceis, porque a sabedoria vai guiar os nossos passos.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Homilia Diária

26OUT2017

O fogo do Espírito, essa graça do coração de Jesus, incendeia e transforma em cinzas e brasas todas as más inclinações

“Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso!” (Lucas 12,49).

Jesus está ansioso e desejoso de que o fogo do céu, o fogo do amor, do Espírito e da graça que vem para incendiar e inflamar o nosso coração esteja incendiando toda a face da Terra. Não podemos deixar essa chama apagada ou simplesmente branda dentro de nós. Esse fogo já foi ateado em nosso coração, na graça do batismo que recebemos, dos sacramentos dos quais participamos e na graça da Palavra de Deus que vem ao nosso encontro.

Cada vez que vamos ao encontro de Jesus, o coração d'Ele, que é essa labareda acesa de amor, incendeia-nos. Jesus deseja que esse fogo esteja incendiando a face da Terra, todas as coisas, todas as famílias. Esse fogo é para incendiar nosso trabalho, nossa vida e as convivências sociais.

Primeiro, esse fogo abrasador vem para queimar em nós a força do pecado, que, muitas vezes, está acesa dentro de nós, gerando más inclinações em nosso coração e fazendo com que as sigamos. Se sentimos vontade de falar mal de alguém, nós falamos; se temos vontade de magoar alguém, magoamos; se temos vontade de fazer o que é errado, nós fazemos.

O fogo do Espírito, essa graça do coração de Jesus, incendeia e transforma em cinzas e brasas todas as más inclinações. Precisamos nos deixemos incendiar, deixar que esse fogo se acenda dentro de nós e inflame nosso coração, para que tenhamos, dentro de nós, o desejo, a vontade, o gosto pelas coisas de Deus, o gosto de falar d’Ele, de viver a vida n'Ele e levá-Lo àquilo que vivemos.

O fogo do Espírito nos tira do desânimo, do cansaço e do marasmo em que a nossa vida se encontra. O fogo do Espírito lança um ânimo novo em nossa vida. A graça do Espírito, o fogo do coração de Jesus incendeia-nos, levanta-nos e dá um ânimo, um impulso novo.

Jesus deseja que sejamos incendiados por esse fogo, que o levemos, em todos os lugares, em que estivermos.

Deixe que o fogo do Espírito, a graça do Alto, que a luz do Céu possa iluminar, incendiar e inflamar toda a nossa vida.

Deus abençoe você!

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Homilia Diária

25OUT2017

Deus tem nos dado Sua Palavra, Seus sacramentos, Sua graça e Seu amor. Ele tem nos formado e cuidado de nós

“A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!” (Lucas 12,48).

Se nós temos de ser pessoas prudentes com a nossa própria vida, temos de ser também responsáveis com a graça de Deus que recebemos. É importante lembrarmos que Ele não tem nos dado pouco, mas muito! O Senhor tem nos dado a Sua Palavra, Seus sacramentos, Sua graça e Seu amor. Ele tem nos formado e cuidado de nós.

Podemos dizer que muitos não têm a graça de receber aquilo que recebemos de Deus. Temos de ser muito sinceros com a vida, conosco e com Deus. Quantas pessoas, neste mundo, desejam receber a Palavra, a cada dia, mas não podem. Desejam participar da Eucaristia, a cada semana, mas não tem essa graça! Quantos desejam e querem crescer na fé, mas não tem oportunidades!

Recebemos, comemos, alimentamo-nos e até nos lambuzamos das coisas de Deus, mas não temos o cuidado e a responsabilidade necessária. Muitas vezes, de tanto recebermos de Deus, começamos a tratar as coisas d'Ele de qualquer jeito, como uma coisa qualquer. Isso se chama "negligência" com a graça e com o dom recebido do Senhor.

A advertência de Deus é: "àquele que muito se deu, muito será cobrado", porque a quem muito se deu, mais está sabendo, mais está sendo formado. Muitos não sabem de tantas coisas que nós temos a graça de saber a respeito da Lei de Deus! 

Tudo o que recebemos e sabemos da graça divina é, acima de tudo, para a praticarmos. Seremos negligentes e maus operários, dignos de muitas chicotadas, como diz o Evangelho de hoje, se não aproveitarmos a graça. Primeiro, para nos convertermos, para, a cada dia, tomarmos consciência de que precisamos mudar de vida, precisamos de atitudes concretas, temos de repensar o que fazemos, o que falamos e a forma como agimos. Segundo: temos de nos converter e nos deixar transformar, ser conduzido, iluminados, deixar que a vida transpareça aquilo que nós cremos. Não tratar o que é de Deus ou a nossa própria vida de qualquer jeito, mas do jeito que a graça d'Ele merece.

Deus abençoe você!

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Homilia Diária

24OUT2017

Vigiar é ter responsabilidade sobre a vida e não a expor aos perigos que estão nas situações cotidianas

“Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas”(Lucas 12,35).

Precisamos estar ligados e vigilantes, precisamos, de fato, cuidar da nossa conduta, do nosso comportamento e proceder neste mundo. Não podemos andar por aí como pessoas negligentes, que não estão nem aí.

Uma coisa é ser uma pessoa tranquila, sossegada, calma e serena; outra coisa é ser uma pessoa negligente, desligada e desconectada. “Eu não ligo para nada. Eu não me preocupo com ela”. Isso é muito preocupante! Como não vamos nos preocupar com a nossa própria vida? Preocupar-se não quer dizer se entregar às preocupações, mas quer dizer: "Eu estou atento. Eu estou cuidando. Estou prestando atenção. Estou vigiando a minha conduta. Não estou vivendo a minha vida de qualquer jeito, deixando-a me levar e sendo levado por ela".

Não podemos viver os excessos de preocupações da vida, viver preocupados, também não podemos viver de forma negligente, de qualquer jeito. Temos de, a cada dia, viver a nossa vida como um dia único, como aquele que está se preparando, a cada momento, para prestar contas ao Senhor, que nos deixou aqui para cuidar da nossa vida. A responsabilidade que nós recebemos de Deus é com a nossa vida em primeiro lugar.

Não exponha sua vida ao perigo, de forma nenhuma! É uma negligência terrível nos expormos ao perigo da vida. Eu sei que muitas pessoas se sentem corajosas – "Eu dou conta" –, acham que nunca vai lhes acontece nada, mas, no dia em que acontece, a desgraça é grande.

Não quero peso de culpa em ninguém, mas quantas pessoas estão acidentadas ou perderam muita coisa na vida, porque não foram cuidadosas com ela, arriscaram-se sem necessidade, arriscaram-se por arriscar ou acharam que não tinha perigo nenhum. Isso não é ser prudente.

Vigiar é ter responsabilidade sobre a vida e não a expor aos perigos que estão nas situações cotidianas. A segunda coisa é, justamente, ter bom senso, saber quais são nossas obrigações e responsabilidades, saber quais são as nossas fraquezas e nossos limites, para nos cuidarmos, para não nos deixarmos enganar, para não cairmos nos buracos, nas ciladas, nas artimanhas que a vida tem.

É importante estarmos vigilantes, cuidando da nossa vida, porque é só cuidando dela, com os rins cingidos, ou seja, atentos, com as lâmpadas acesas, caminhando na luz, que não vamos cair nos buracos da vida, que estaremos preparados para receber o Senhor a qualquer hora ou a qualquer momento, e irmos ao Seu encontro.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Homilia Diária

23OUT2017

A ganância tira do nosso coração os verdadeiros valores e o sentido da vida

“Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens” (Lucas 12,15).

A primeira advertência de hoje é justamente nos cuidarmos contra todo tipo de ganância, porque esta é uma tentação, uma gana de ganhar, possuir, de ter; e essa gana, quando age dentro de nós, é uma força que nunca se sacia. Nunca estamos satisfeitos com o que temos, com o que conquistamos nem com o que podemos. A ganância gera uma ambição desmedida dentro do nosso coração e da nossa vida.

A pessoa vive para acumular, para ter, e quanto mais ela ganha, quanto mais ela tem, mais ela quer, mais ela ganha, mais luta para ganhar, para conquistar, porque nunca está satisfeita.

A verdade é que a ganância cega os olhos e obscurece o sentido da vida, centraliza a vida num único objetivo: o lucro, o ter, o poder, o adquirir, o “eu posso”.

A ganância leva-nos a nos rendermos, a nos vendermos e nos entregarmos para o deus deste mundo, que se chama "dinheiro". Devemos ter dinheiro para tudo aquilo que fazemos, ele precisa estar nas relações; mas somos nós quem o devemos ter, e não o dinheiro que tem que nos possuir. Quando somos gananciosos, somos possuídos por ele, entregamo-nos a ele, e ele domina nossos sentidos e aquilo que temos. Juntamos o nosso dinheiro, e ele consiste, na nossa vida, na abundância dos bens.

É tão interessante! Às vezes, vamos visitar a casa de pessoas e elas querem nos apresentar os bens materiais que têm, aquilo que adquiriram, quando, na verdade, o que precisamos conhecer uns dos outros são os valores espirituais, éticos e morais.

Durante a vida, eu lutei muito para adquirir paciência, têmpera, amor e generosidade, pois essa riqueza ninguém nos rouba. Todo resto que nós juntamos, que acumulamos e guardamos no armário, como pares de sapatos e joias, são insignificantes. Mesmo assim, fazemos questão de juntá-las.

O que vamos fazer com tanta coisa que juntamos? Há pessoas que juntam panelas velhas. Para quê? Não levamos nada! Sentiremos muito mais sabor e amor em repartir aquilo que temos com os outros do que acumular e nos preocupar em guardar o que temos.

Não sabemos quando vamos dar conta da nossa vida. Pode ser que, nesta noite, tenhamos de dar conta dela a Deus. O que guardamos, o que adquirimos não vale nada! Diante de Deus temos de dizer: "Senhor, eu lutei a vida inteira para ser mais amoroso e generoso, mais fiel à Sua graça, para amar os meus irmãos".

Esse tesouro ninguém nos tira, mas a ganância tira do nosso coração os verdadeiros valores e o sentido da vida.

Deus abençoe você!

domingo, 22 de outubro de 2017

Homilia Diária

22OUT2017

Quando temos Deus como o primeiro da nossa vida, onde quer que estejamos, vivemos e entregamos a Ele o que nos deu

"Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mateus 22,21).

Aqueles que colocaram Jesus à prova, questionando-O sobre a questão da moeda, na verdade, estavam confusos, assim como muitos de nós nos confundimos. "Quando somos de Deus? Quando somos deste mundo? O que eu devo dar para Ele? O que eu devo dar para este mundo?".

Devemos cumprir nossas obrigações com este mundo e com Deus. Em primeiro lugar, devemos dar a Deus o que é d’Ele. E o que é d'Ele? A nossa vida, a nossa existência, o que somos e temos. Tudo é dom, é graça e vem de Deus, por isso a Ele o louvor, a honra, a glória. No entanto, não podemos também achar que "dar a Deus o que é de Deus" é só quando vamos à igreja rezar. “Estou indo à igreja rezar, porque é lá que eu dou a Deus o que é d’Ele”.

É verdade que a Igreja é um lugar privilegiado e único para o culto que devemos prestar a Deus, mas damos a nossa vida a Ele em todas as circunstâncias. Onde vivemos, testemunhamos que Ele é o primeiro da nossa vida.

Quando temos Deus como o primeiro da nossa vida, onde quer que estejamos, estamos ali vivendo e entregando a Ele o que nos deu. Ele nos deu a vida, a existência, por isso, não temos medo nem receio de viver a vida n'Ele onde quer que estejamos.

“Dai, pois, a César o que é de César”. O que é de César ou dos governantes deste mundo? Devemos ter obediência civil, cumprimento às leis, porque vivemos neste mundo, e ele tem suas regras e leis. Não podemos negligenciar as leis civis, pelo contrário, temos de ser os primeiros a cumpri-las.

Pode ser que nem concordemos com elas, com certos impostos, pedágios e assim por diante, mas isso não nos permite, de forma nenhuma, negligenciar o cumprimento das nossas obrigações civis, nossas obrigações para com o mundo em que vivemos.

Uma forma muito concreta de sermos de Deus é sermos coerentes, éticos e verdadeiros; não nos corrompermos, não fazermos as coisas de qualquer jeito, porque há muitas leis injustas.

As únicas leis que não devemos cumprir são aquelas que atentam contra a fé e a reta consciência. Não podemos, de forma nenhuma, sabendo que amamos a Deus sobre todas as coisas, negligenciar o mandamento do amor. Quando Deus diz: “Não matar”, se alguma lei do Estado permite matar, não a devemos cumprir.

Tenhamos sabedoria, discernimento, mas, acima de tudo, prioridades. Amando a Deus sobre todas as coisas, saberemos cumprir as nossas obrigações e responsabilidades para com o Estado, a nação, a comunidade que participamos e o bairro no qual estamos inseridos.

Amemos a Deus sobre todas as coisas!

Deus abençoe você!

sábado, 21 de outubro de 2017

Homilia Diária

21OUT2017

Não tenhamos medo de amar nem de testemunhar, porque é Jesus quem, diante dos anjos, testemunha a nosso favor todo o tempo

“Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, o Filho do Homem também dará testemunho dele diante dos anjos de Deus”(Lucas 12,8).

Testemunhar é, acima de tudo, amar. Testemunhamos, defendemos e lutamos por aqueles que nós amamos. Testemunhar é uma questão de verdade, porque o contra testemunho, o falso testemunho é uma coisa danosa, perigosa, é um contrassenso em relação à verdade. Testemunhamos quando amamos e quando estamos na verdade.

A verdade para nós é Jesus. Ele é a verdade que nos salva, liberta-nos e tira-nos das trevas da mentira, do erro, do engano e da ilusão. Testemunhamos aquilo que vimos e recebemos. O que vimos? A graça de Deus agindo, libertando-nos, convertendo-nos e trazendo sentido e valor para nossa vida.

O que nós testemunhamos? A ação de Deus no mundo. Não posso negar que sou uma testemunha viva do que Deus fez e faz em mim, e também vejo Ele realizar na vida de tantas pessoas! Não posso negar que muitas vidas são transformadas, renovadas, libertadas e curadas por Jesus. Eu preciso testemunhar isso para o mundo, proclamar para as pessoas que se aproximam de mim o que eu vejo. Eu não posso negar o fato de que Jesus é o Senhor, e Ele tem libertado, transformado e renovado a nossa vida.

Testemunhar é uma condição do amor. O amor que nós temos por Deus nos leva a testemunhá-Lo diante dos homens. Não temos vergonha de falar, de proclamar aquilo que Deus tem feito em nós. Tem vergonha quem, de fato, não é transformado nem ama, por isso não testemunha.

Se eu tenho vergonha de testemunhar o que Deus faz em mim, como Ele pode assumir, diante dos anjos, aquilo que eu sou?

Testemunhar não é somente falar de Jesus para as pessoas que são de Jesus; é, acima de tudo, testemunhar nos ambientes em que estamos, nos lugares onde vivemos, onde passamos essa vida. É não ter vergonha, mas amor à verdade, amor a Deus acima de tudo e dizer: "Eu sou de Cristo, e esse amor me faz levar a vida em nome d’Ele".

Não tenhamos medo de amar nem de testemunhar, porque é Jesus quem, diante dos anjos, testemunha a nosso favor todo o tempo.

Deus abençoe você!

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Homilia Diária

20OUT2017

A graça do Evangelho nos forma e orienta, a cada dia, para lutarmos e combatermos a hipocrisia

“Tomai cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia”(Lucas 12,1).

A primeira coisa necessária é entender a importância do fermento, que leveda e dá consistência à massa. Sem a presença do fermento, a massa fica murcha, não tem o mesmo sabor.

Precisamos ser fermento no mundo, mas, primeiro, precisamos ser fermentados pela graça de Deus, pois é a graça d'Ele que nos dá consistência, que eleva o sentimento da alma e do coração e, acima de tudo, traz o sabor e o valor do Reino de Deus para nós.

Os discípulos de Jesus não podem ser outra coisa no mundo senão o fermento da graça divina, ou seja, levedar, sinalizar e ser a grande presença que faz a diferença.

Fico pensando na mulher que se dedica a fazer o pão, o bolo... Ficam até gostosos, mas não têm fermento! Olhamos para aquele bolo e está murcho, sem consistência, faltou o fermento.

O mundo de hoje está murcho, a vida de muitas pessoas murcharam, perderam a graça e a consistência por falta do bom fermento.

Meus irmãos e irmãs, precisamos ser fermentos na massa, no mundo que está contaminado por tantas maldades e coisas erradas. Resta-nos transformar este mundo pelo exemplo e pelo testemunho. No entanto, tomemos muito cuidado! A advertência de Jesus, no Evangelho de hoje, é: "Tomai cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia". Temos de cuidar para que o nosso fermento não seja contaminado pela hipocrisia, para que não seja um fermento hipócrita no meio do mundo em que vivemos.

É muito fácil ser hipócrita; é muito difícil ser autêntico e verdadeiro. A graça do Evangelho nos forma e orienta, a cada dia, para lutarmos e combatermos a hipocrisia. E o que é a hipocrisia senão aparentar ser o que não é? O que é a hipocrisia senão falar do que não vive? A hipocrisia é dizer uma coisa e viver outra. É verdade que nenhum de nós é perfeitos nem santo, mas é verdade também que precisamos querer ser perfeitos e santos.

Há coisas que não consigo viver como deveria, e não posso ser hipócrita ao dizer que é errado o que é certo. Eu sei que há coisas que eu faço, que estão erradas e eu reconheço meu erro.

Peço a Deus que me ajude, auxilie-me e direcione a minha vida. E não é porque eu estou tendo essa prática errada, que ela é exemplo para os outros. Não! A minha prática errada está errada. Corrija-se. Tome cuidado. Reveja a sua vida. Lute. Combata. Não podemos levantar uma placa e dizer: “Viva isso. É assim mesmo. Eu nasci assim, vou morrer assim”.

Não deixemos que o fermento da hipocrisia conduza nossa vida. Não sejamos para outros exemplos dessa mesma prática. Com a humildade, a graça de Deus nos ajuda, mas com orgulho a hipocrisia só nos incha e faz viver cada vez mais orgulhosos e soberbos. Deus não nos quer orgulhosos nem soberbos, mas quer que vivamos, acima de tudo, a luta pela santidade.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Homilia Diária

19OUT2017

Quando não deixamos Deus nos corrigir, deformamo-nos na ignorância e no orgulho, não crescemos nem amadurecemos na fé

“Quando Jesus saiu daí, os mestres da Lei e os fariseus começaram a tratá-lo mal, e a provocá-lo sobre muitos pontos. Armavam ciladas, para pegá-lo de surpresa, por qualquer palavra que saísse de sua boca”(Lucas 11,53-54).

Os mestres da Lei e os fariseus se opuseram, fecharam-se e armaram contra Jesus. Eles não quiseram acolher aquilo que vinha do coração do Senhor.

O que Jesus falava incomodava, provocava reflexão e uma necessidade de mudança. "Está errado o que eu estou vivendo? Está errado o que eu estou fazendo?". Não gostamos de ser provocados nem incomodados, não gostamos que mexam conosco. Queremos viver na aparência de que está tudo bem e legal.

Quando chega alguém com a melhor das intenções e nos chama à atenção, repreende-nos, educa, forma e evangeliza, ou nos mostra alguma situação, em nossa vida, que está em contradição, nós, se temos humildade, acolhemos; mas, se somos orgulhosos, nos armamos. Muitas vezes, gastamos energia, perdemos noites de sono para dar respostas às pessoas, para brigarmos e defendermos que somos assim.

Se formos humildes, mesmo aquilo que nós achamos que não seja tanto como a pessoa está dizendo, acolhemos, refletimos e pensamos: "Será que eu não preciso rever esse ponto da minha vida? Será que eu não preciso repensar tais atitudes, situações?".

Fariseus e doutores da Lei conheciam demais a Lei de Deus, a ponto de não saber mais acolher a própria correção divina. Às vezes, sabemos muita coisa de Deus, mas não sabemos deixá-Lo cuidar de nós, não O deixamos falar conosco por meio de pessoas, não deixamos que Ele nos corrija nas situações; nós criamos armas, mecanismos de defesa, criamos, inclusive, situações para não sermos corrigidos.

Não existe graça maior do que ser corrigido por Deus! Quando não deixamos que Ele nos corrija, deformamo-nos na ignorância e no orgulho, não crescemos nem amadurecemos na fé. O pior é que nos iludimos, achamos que estamos abafando, que somos os melhores e vivemos na ignorância da fé. E vamos rejeitar, assim como Jesus foi rejeitado pelos grandes conhecedores da religião da Sua época, porque não O acolheram, pelo contrário, rejeitaram-nO.

Não rejeitemos as correções, formações, orientações e direções que Deus nos dá, porque é isso que forma o homem novo e a mulher nova.

Deus abençoe você!

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Homilia Diária

18OUT2017

Seja presença amorosa e fecunda, seja discípulo de Jesus onde você estiver

“Naquele tempo, o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir” (Lucas 10,1).

Hoje, celebramos o evangelista São Lucas. Ele era médico, e tornou-se médico da alma, do coração, um grande discípulo, apóstolo e pregador do Evangelho. Qual é a graça que Lucas teve? A graça de ser enviado para falar e pregar em nome do Senhor e anunciar o Reino d'Ele.

Todo aquele que propõe ser discípulo de Jesus vai onde Ele deveria ir. Vai em nome de Jesus, na autoridade d'Ele, vai falar por causa d'Ele.

Precisamos ser discípulos de Jesus, precisamos ser a boca d’Ele, ser Sua voz e presença onde Ele quer se fazer presente. Sejamos essa presença amorosa e fecunda, sejamos discípulos de Jesus onde estivermos. No nosso trabalho, Jesus precisa estar, pois é para lá que somos enviados. Assim também na escola, na família, onde quer que nos encontremos.

Saiamos para o mundo, saiamos em missão. Somos enviados pelo Senhor! Se pudermos, vamos a dois – tenho certeza que, no seu trabalho, há mais alguém que é de Jesus também. Seja qual for o apostolado, exerça-o com amor.

Tenho a graça de celebrar Missas em muitos departamentos, empresas, órgãos públicos, onde as pessoas se reúnem para celebrar a presença do Senhor. Eu sempre digo: "Não é proselitismo nem espaço para ficar disputando religião. É o lugar de ser fermento, luz e a presença de Deus onde Ele quer estar. Não seja aquele que é cristão apenas quando vai à igreja". "Quando estou na igreja, sou cristão, eu falo de Jesus. Aqui, só trabalho".

Não! Aproveite o tempo, a oportunidade, aquela hora do almoço, da conversa. Em vez de semearem fofocas, discórdias, falar mal do patrão, da colega, falar mal do outro, anuncie Jesus, proclame o amor d’Ele, proclame que entre nós o amor d’Ele tudo vence. Caso contrário,  nosso próprio ambiente de trabalho se torna o lugar mais depressivo do mundo, os lugares onde estamos se tornam um verdadeiro peso para nós.

Se levarmos Jesus para onde estamos, ali Ele se fará presente, porque somos a presença d’Ele.

Deus abençoe você!

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Homilia Diária

17OUT2017

Não podemos deixar de cuidar do essencial, do mais importante, que é nosso interior, nosso coração

“O Senhor disse ao fariseu: ‘Vós fariseus, limpais o copo e o prato por fora, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades. Insensatos!’” (Lucas 11,39-40).

Não há insensatez maior do que cuidarmos das coisas externas, limparmos nossa casa, nossas coisas, cumprirmos nossos compromissos e responsabilidades, mas deixarmos de cuidar do essencial, do mais importante, que é o nosso interior, nosso coração.

Algumas pessoas têm mania de excesso de limpeza. Elas limpam a casa não sei quantas vezes, tomam banho não sei quantas vezes ao dia. Cada um cuida de si como acha que tem de cuidar; e não sou quem tenho de determinar quantos banhos temos que tomar, quantas vezes temos que limpar a nossa casa. Apenas percebo que, às vezes, o zelo com o interior e o coração não são o mesmo.

Você olha para a pessoa limpinha, bonitinha, arrumadinha, fofinha, mas, quando ela abre a boca, o coração está cheio de maldades, porque a boca fala do que o coração está cheio. Quando a pessoa começa a falar mal dos outros, começa a colocar para fora ressentimentos, mágoas e tantas coisas tristes. Ela está cheia de bombas no coração!

Às vezes, eu paro para conversar com indigentes na rua, paro para falar com pessoas que ninguém dá valor. Essas pessoas transmitem tantas coisas boas, passam tanta pureza para o nosso coração! Elas não falam mal de ninguém, estão pedindo apenas uma chance para viver e assim por diante.

Não se deixe enganar, porque as aparências, muitas vezes, enganam. Não é quem está bem vestido, quem usa terno e gravata, quem usa o melhor vestido, que tem o melhor dentro do coração. Não nos enganemos, não gastemos nossas energias, nosso dinheiro, aquilo que podemos para aparentar aos outros.

Somos a sociedade das aparências, e as pessoas gostam de viver de aparências! Elas gastam o que não têm, para ter a melhor roupa, o melhor vestido. Gastam o que não podem, desgastam-se para aparentar bem. Nada contra isso, mas há muitas mulheres que passam horas no salão fazendo tratamento de pele, de rugas, tratamento disso e daquilo, fazem modelagem no corpo... Mas e o coração, como fica? A alma? As maldades que estão dentro de nós? E as fofocas e intrigas? As perversidades? As más inclinações?

Se nos aplicássemos com maior determinação para cuidar do coração, a nossa aparência seria consequência daquilo que cuidamos do nosso interior. Não sejamos insensatos, porque toda aplicação que fazemos no corpo vai depois para debaixo da terra. No entanto, toda aplicação que fazemos no coração vai para a eternidade.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Homilia Diária

16OUT2017

Os sinais de Deus estão em todos os lugares, a Palavra de Deus nos sinaliza a cada dia

“Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração”(Lucas 11,32).

Jonas é usado como um sinal. A vida de Jonas, a sua pregação, o seu exemplo serve para a geração da época dele, para a geração da época de Jesus e para todos nós.

Sabe, num tempo onde vivemos movidos por muitas curiosidades, por uma sede de novidades, inclusive na Igreja as pessoas estão sempre em busca de novidades, querem sinais, querem ver Nossa Senhora aparecendo, querem receber rosas aqui, querem receber um sinal aqui e outro acolá, querem manifestação de Deus.

É pouco caso não entender como o amor de Deus está manifesto, vivo e presente no meio de nós. Ainda não conseguimos entender que a Eucaristia é o sinal mais visível da graça sublime de Deus entre nós, é o corpo de Cristo, é o sangue do Senhor. Ainda precisamos de outros sinais? Precisamos que Jesus apareça para nós para que possamos entender que precisamos mudar de vida, ter atitudes? A resposta de Jesus a eles é a resposta também para nós: "Nenhum outro sinal nos será dado, a não ser o sinal de Jonas".

E qual é o sinal de Jonas? A primeira coisa é a conversão. Todos os dias há uma placa nos convidando a nos converter, nas estradas têm sempre placas para se converter à esquerda ou à direita, vá para lá ou para cá. Os sinais de Deus estão em todos os lugares, a Palavra de Deus nos sinaliza a cada dia. Assim como muitos são desatentos ou não estão nem aí para as placas, para as sinalizações e os desastres, os trânsitos da vida são tantos, não podemos deixar que a nossa vida vire um desastre.

É preciso dar atenção aos sinais de Deus, os sinais estão ai: a Palavra d’Ele, a Eucaristia. A verdade é que conversão é muito difícil, porque conversão é graça de Deus, mas é também empenho pessoal, é dedicação, postura, mudança de atitudes, é ter vontade de fazer aquilo e não fazer. É ter vontade de seguir os impulsos do coração, dos afetos e sentimentos humanos e saber nos contrariar.

Conversão é saber que temos tanta coisa prazerosa para fazer, mas precisamos nos voltar para Deus, rezar, meditar e contemplar. Conversão é uma urgência para a nossa vida, por isso que o sinal de Jonas é penitência. Jonas foi aquele que levou todo o povo de Nínive a se converter pela penitência. Não desprezemos as penitências, coloquemos o nosso coração sempre numa atitude de vigilância para não perdermos o rumo e a direção do Reino de Deus.

Se prestarmos a atenção nesses sinais, porque Jonas teve três dias no ventre da baleia e o Filho do Homem teve também três dias e saiu um homem ressuscitado.

Se tomarmos o caminho da penitência e da conversão diária, um homem novo surge, um homem novo vem sempre para fora, senão ficaremos sempre nessa vida velha, apegados aos pecados e a nós mesmos. Deus não nos quer assim, Ele nos quer convertidos a cada dia.

Deus abençoe você!

domingo, 15 de outubro de 2017

Homilia Diária

15OUT2017

Deus se lembra de nós em primazia e nos coloca como prioridades no banquete eterno que Ele preparou

“Mas os convidados não deram a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios,outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram” (Mateus 22, 5-6).

O Evangelho deste domingo é um convite a uma reflexão sobre acolher ou não o Reino de Deus. Jesus tem contado a nós uma série de parábolas, Ele hoje nos conta uma que compara o Reino dos Céus a um rei que preparou um grande banquete, uma grande festa de casamento para o seu filho.

Fico pensando em nós quando preparamos nossas festas. Quando um pai quer casar sua filha ou qualquer outra coisa, ele prepara tudo, a lista de convidados, tudo é pensado com muito carinho e ternura. Pense em você que prepara uma festa de casamento, manda o convite para os familiares, para os amigos mais próximos e de repente começa a chegar respostas: “Não posso! Não irei! Terei outro compromisso! Gostaria muito! Sejam felizes!”, e todo mundo só manda resposta que não poderá ir.

Que frustração! Imagina, você preparou um banquete para tantas pessoas e não têm convidados para o casamento, para a festa, para o banquete que você preparou.

Cada um tem uma desculpa, cada um arrumando um jeito para não se comprometer. Olha que é festa e tantas pessoas arrumando desculpas para não se comprometer ou comparecer. Com certeza você que preparou a festa, o banquete ficará muito triste, chateado e decepcionado. O que fazer com tudo isso?

Neste caso, o rei muito indignado mandou chamar todos os que estavam nas encruzilhadas: os pobres, aqueles que ninguém dava valor, aqueles que não dão festa nenhuma e convidou todos para o banquete. Deu a festa para eles já que seus convidados fizeram pouco caso, foram indiferentes, não deram o mínimo valor para aquilo que foi preparado para eles.

A riqueza dessa parábola é dirigida a todos nós, é Deus quem nos prepara o banquete das núpcias eternas e nos convida sempre para participarmos, para fazermos parte desse banquete.

Vivemos no mundo das ocupações, todo mundo está ocupado com suas tarefas, obrigações e com suas responsabilidades. Esta é a geração da frieza, da indiferença e do pouco caso. Infelizmente vivemos num tempo onde as pessoas fazem muito pouco caso com as coisas de Deus.

Estamos sempre arrumando desculpas, inclusive até para se converter. “Depois eu vejo!". Quando deixamos alguma coisa para ver depois é porque aquilo não é prioridade para nós, quando deixamos as coisas de Deus para depois, quando as tratamos de qualquer jeito, fazemos pouco caso ou só vamos quando dá é porque isso não é prioridade para nós.

Quando alguma coisa é prioridade assumimos prontamente, damos um jeito, nos organizamos e procuramos fazer o melhor de nós para nos fazer presente, procuramos ter consideração por quem teve consideração conosco, por alguém que se lembrou de nós.

Às vezes me convidam para uma festa de aniversário, um casamento e eu não posso estar presente, mas eu procuro de alguma forma manifestar a boa lembrança que a pessoa teve.

Deus nunca se esquece de nós, pelo contrário, Ele se lembra de nós em primazia e nos coloca como prioridades na festa eterna, no banquete eterno que Ele preparou.

Não façamos pouco caso, não tratemos com indiferença e nem de qualquer jeito as coisas de Deus. Se Deus é prioridade para nós façamos festa, vamos com alegria, demos a melhor resposta do nosso coração para as coisas do Senhor. É assim que assumiremos e teremos as vestes para as núpcias eternas.

Deus abençoe você!

sábado, 14 de outubro de 2017

Homilia Diária

14OUT2017

Gaste seu tempo para ouvir a Palavra do Senhor e, depois, aplique-se para ser um bom discípulo

“Muito mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática” (Lucas 11,28).

Veja que maravilha, no meio daquela multidão, uma voz exalta a felicidade do ventre que trouxe Jesus e dos seios que O amamentaram. Que felicidade e que graça teve a Bem-aventurada Virgem Maria, não só por amamentar, mas por trazer, no seu ventre, Jesus, o Nosso Salvador.

Essa é uma graça, uma felicidade única que nenhuma outra mulher experimentou. Você, que é mãe, sabe a graça que você teve ou tem de amamentar, de trazer, no seu ventre, uma vida nova. Agora, imaginemos a graça que teve a Bem-aventurada sempre Virgem Maria! Ela trouxe Jesus, no seu ventre, amamentou Aquele que é o Salvador. A graça foi maior, porque ela cuidou, fez Ele andar, aprender a falar, e tudo  isso Jesus aprendeu na casa de Nazaré.

Pense em uma coisa: não basta trazer a criança dentro de si, não basta cuidar dela, amamentá-la, fazê-la crescer, andar, porque não se trata somente de uma criança, Ele é Jesus, o Mestre da vida. Se Maria teve a felicidade de trazê-Lo no seu ventre, ela teve uma felicidade ainda maior de ser discípula do Seu próprio filho, de ser seguidora ou a primeira, a mais importante e fiel seguidora de Jesus.

Essa é a felicidade maior dela, a graça maior que Maria encontrou. Por isso, Jesus está exaltando: “Muito mais felizes...”, e ela é muito mais feliz, porque, primeiro, ouviu a Palavra de Deus; segundo, porque colocou essa palavra em prática.

A graça que Deus reservou a Maria estende-se a todos nós, que podemos ser felizes e bem-aventurados se fizermos o que ela fez. Escutemos Jesus, a Sua Palavra, demos atenção a ela, dediquemo-nos a ela! Não percamos tempo em não ouvir a Palavra de Deus, mas gastemos tempo para ouvir a Palavra e depois aplicá-la, para ser um bom discípulo.

Podemos ser discípulos medíocres, que escutam e acham bonito a Palavra do Senhor, mas não colocam essa Palavra em prática. A graça maior, o dom maior, é poder ouvir e praticar; é isso que nos torna família de Jesus, é isso que faz de nós pessoas felizes e realizadas. É isso que nos torna verdadeiros discípulos do Mestre Jesus.

Deus abençoe você!

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Homilia Diária

13OUT2017

Não sejamos semeadores de divisão e discórdia, sejamos construtores da paz e da unidade

“Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra”(Lucas 11,17).

Jesus está, hoje, expulsando um demônio. O que é o demônio senão aquele que é o divisor, aquele que quebra a unidade, que nos divide internamente uns em relação aos outros?

Divisão é, acima de tudo, separação. O demônio é aquele que nos divide e nos separa de Deus. Ele é um dividido, um separado, um apartado que se apartou do Reino de Deus. O seu trabalho, na vida e no mundo, é, justamente, realizar a divisão entre as pessoas, colocar umas contra as outras, colocar-nos contra nós mesmos. Quando deixamos de nos amar, de gostar de nós mesmos, de nos valorizar e ver as coisas positivas, de buscar a unidade interior que precisamos viver, é ele quem está nos colocando contra nós mesmos, para que deixemos de nos amar, de nos querer bem e deixemos de nos valorizar.

Depois, o demônio nos coloca uns divididos contra os outros. Pense que tristeza uma casa onde a família é dividida! Não é uma família. O marido contra a esposa, a esposa contra o marido, os pais contra os filhos, os irmãos contra os irmãos.

A ação diabólica do mundo, desde o princípio, foi essa: um irmão contra outro, a humanidade dividida. Aqui, não se trata de pregar qualquer espírito de igualdade: "Todos temos que ser iguais. Todos temos que pensar igual". Nada disso! A unidade do ser humano é, acima de tudo, a compreensão e o respeito mútuo que se deve ter, a aceitação do diferente, até porque Deus não nos criou iguais; por exemplo, Ele nos criou homem e mulher, com tantas diferenças, mas que se unem para ser uma só carne.

Deus nos criou de diversas formas, até os dedos das mãos são diferentes uns dos outros, mas soma uma unidade: a nossa mão, o nosso corpo e assim por diante.

Irmãos e irmãs, o demônio nos quer divididos, ele nos quer atacando e falando mal uns dos outros, colocando-nos uns contra os outros. Ele cria os piores elementos, semeia no meio de nós e continuamos a semear esses espíritos de discórdia e divisão. O primeiro deles é justamente falar mal uns dos outros, e como cresce essa tendência diabólica e terrível de falarmos mal, de nossas conversas serem alimentadas sempre para dizer alguma fofoca, alguma maledicência, atacar o outro, atacar o que pensa diferente, de se colocar uns contra os outros.

Assim como Jesus está expulsando esse demônio da vida deste homem, Ele quer expulsar o demônio da divisão do meio de nós. O demônio têm vários artifícios para usar, mas o primeiro é justamente esse, ele é o semeador da divisão e da discórdia. Não sejamos semeadores de divisão e discórdia, sejamos construtores da paz e da unidade. Isso é ser de Deus, o contrário é deixarmos que o espírito do maligno conduza as relações humanas.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Homilia Diária

12OUT2017

Maria é a imagem mais perfeita de uma criatura que Deus fez toda santa, pura e imaculada

“Sua mãe disse aos que estavam servindo: ‘Fazei o que ele vos disser!’” (João 2,5).

"Viva a Mãe de Deus e nossa! Viva a Senhora da Conceição Aparecida!" Com muita alegria e amor no coração, celebramos, no dia de hoje, a nossa Padroeira, Maria a Mãe de Deus, a Senhora Aparecida.

Há exatos 300 anos, a imagem  uma senhora foi encontrada no rio Paraíba, a Conceição que se quebrou, despedaçou-se e alguém jogou essa imagem no rio.

Os pescadores, que precisavam de uma boa pescaria, não encontravam mais peixes naquele rio, mas, se faltava peixe, não faltava fé nem confiança. Diante da pressão que sofreram, eles jogaram as redes e pegaram o corpo da imagem, jogaram novamente as redes e pegaram a cabeça da imagem; jogaram novamente as redes e pegaram tantos peixes, que não tinham como levar tamanha quantidade. Foi uma pesca milagrosa, como aquela que os discípulos realizaram com Jesus Ressuscitado. A presença de Deus, no meio de nós, é milagrosa; a presença de Maria, no meio de nós, é um sinal de milagre, da graça e presença do Senhor no meio de nós.

Você, talvez, possa perguntar: "Trata-se de uma simples imagem quebrada?". Não é simplesmente uma imagem como uma escultura, pois imagens são sinais do sagrado, da presença sagrada de Deus no meio de nós por intermédio dos santos, da Mãe de Deus, a Senhora Aparecida.

A imagem é símbolo de uma fé, é símbolo daquilo que nós acreditamos, ou seja, a intercessão e presença da Mãe de Deus no meio de nós. Desde que essa imagem foi encontrada, os sinais de Deus não pararam mais sobre essa terra, a nação da Santa Cruz. É um sinal prodigioso da presença amorosa da Mãe de Deus sobre seu povo.

Aqui, não é o caso de relatar tantas curas, milagres e graças alcançadas, mas a grande graça daquela imagem que foi desprezada, jogada fora, foi encontrada, restaurada e tornou-se o sinal maior da devoção de um povo, o povo mais católico de todo o planeta. A imagem restaurada é o sinal daquilo que Deus quer fazer com cada um de nós: restaurar a nossa imagem, criar-nos à imagem e semelhança d'Ele.

Maria é a imagem mais perfeita de uma criatura que Deus fez toda santa, pura e imaculada. Os méritos dela sobre cada um de nós advoga graças, sinais e a restauração que todos nós precisamos para nossa casa e para nossa família.

Não tenha medo de amar, de invocar e pedir a intercessão e a proteção de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. A imagem dela é um sinal de que Deus restaura sempre a imagem desses filhos que somos nós, criados à imagem e semelhança d'Ele.

Deus abençoe você!

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Homilia Diária

11OUT2017

A oração começa pela vontade e pela decisão de orar, pela atitude de nos colocarmos em oração na presença de Deus

“Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: ‘Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos’” (Lucas 11,1).

A súplica desse discípulo, pedindo ao Mestre Jesus que nos ensine como devemos orar, é a súplica do coração de cada um de nós e da nossa alma. Queremos nos relacionar com Deus, queremos falar com Ele, queremos escutá-Lo, mas, muitas vezes, não sabemos orar como convém e caímos numa prática que se tornou comum, simplesmente repetimos fórmulas, fazemos orações que já estão prontas. É claro que todas elas têm seu valor, sua importância, e são orações que nós aprendemos. Oração é, acima de tudo e antes de tudo, atitude de relação com Deus, é a decisão de um coração de um discípulo que quer falar com o Pai, que quer relacionar-se com Ele.

Os discípulos de Jesus viram como Ele se relacionava e falava com Seu Pai, como entrava em comunhão com Deus. Ele se dirigia ao Pai e o Pai a Ele. Os discípulos queriam aprender a fazer a mesma coisa! Nós, discípulos de Jesus, precisamos também querer buscar essa graça da oração, a graça de ter comunhão com Deus.

Podemos rezar e não fazer comunhão com Deus, porque, se na oração nos deixamos levar ou simplesmente cumprimos o que está escrito, os pensamentos não se elevam a Deus. É preciso, acima de tudo, deixar que o coração se eleve, que o coração saia das excitações do cotidiano, da vida presente, para colocar, diante do Sagrado, essa presença maravilhosa de Deus no meio de nós.

Toda oração começa dessa forma: "Pai, santificado seja o seu nome". Na oração, santificamos Aquele que já é santo; elevamos, glorificamos e exaltamos, na nossa vida, o nome do Senhor Nosso Deus, glorificamos Aquele que é nosso Pai. A oração é, acima de tudo, uma atitude de deixar que Deus seja o primeiro, que Ele seja glorificado e exaltado na nossa vida e no nosso coração.

Chamar Deus de Pai é uma grande graça! Não é um título, mas, na verdade, a relação de um filho que se aproxima do seu pai e fala com Ele.

Irmãos e irmãs, oremos, peçamos ao Senhor a graça de nos dar um espírito orante, de comunhão com Deus, para que toda nossa vida seja direcionada na vontade de Deus, seja direcionada na relação com Ele. Não podemos ter outro caminho para nos relacionar com Deus a não ser pela oração.

A oração começa pela vontade e pela decisão de orar, pela atitude de nos colocar em oração na presença de Deus.

Cada vez que nos empenhamos em orar, mais a nossa comunhão com Deus cresce. Não há problema se não sabemos rezar, precisamos pedir a Jesus que nos ensine e, a cada dia, o Mestre nos coloca no caminho do Pai, no coração d'Ele, para nos relacionarmos com Ele.

Deus abençoe você!

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Homilia Diária

10OUT2017

Estarmos aos pés de Jesus para escutá-Lo, para silenciar o coração e deixar que Ele reine sobre nós

“Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada” (Lucas 10,41-42).

Marta era amiga de Jesus, uma mulher de Deus e serva do Senhor. Marta era uma mulher de proximidade maior com Ele, a grande amiga. Tanto ela, como sua irmã Maria e seu irmão Lázaro, tinham um lugar único no coração de Jesus. Ele fazia questão de estar na casa deles.

Marta tem algo que Jesus chama à atenção, porque, quando amamos nossos amigos, queremos cuidar deles. Como Jesus amava demais Marta, Ele quis chamar a atenção dela, mas, na verdade, foi ela quem chamou a atenção d'Ele primeiro. Ele chegou na casa deles e, acostumado a estar ali tantas vezes, Marta continuou com suas ocupações, com seus afazeres; enquanto Maria foi dar atenção a Jesus.

O que é Marta senão cada um de nós, atarefados, preocupados, ocupados com tantas coisas da correria da vida, da rotina da vida que nos impede, muitas vezes, de nos centrarmos para estar aos pés de Jesus? Estamos com Jesus, somos amigos d'Ele, nós O amamos e servimos, mas nosso coração não centra n'Ele, e nos deixamos levar pela ansiedade da vida, pelas preocupações, inclusive, com as coisas de Deus.

É muita coisa para fazer na igreja! São os trabalhos pastorais, as coisas para resolvermos! A mesma coisa eu digo de uma mãe, de um pai de família que estão sempre muito ocupados e atarefados, têm muita coisa para fazer, mas, às vezes, falta fazer o essencial. E esse essencial direciona tudo mais.

Nada é mais essencial do que estar aos pés de Jesus. E estar aos pés d'Ele não é para dizermos o que temos no coração, mas é para escutá-Lo, para silenciar o coração e deixar que o Mestre reine sobre nós, para que Ele esteja no controle da nossa própria vida.

Quando fazemos essa escolha fundamental e essencial, quando escolhemos deixar as coisas importantes para dar primazia ao amor de Deus, isso jamais nos será tirado, pelo contrário, é isso que vai enriquecer, dar sentido e valor a nossa vida.

Que saibamos fazer escolhas essenciais, e a primeira delas é escolher estar aos pés de Jesus.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Homilia Diária

09OUT2017

Quando Deus é o amor primeiro, os outros amores se ordenam dentro de nós

“Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e a teu próximo como a ti mesmo!”(Lucas 10,27).

No Evangelho de hoje, vemos que um mestre da Lei queria colocar Jesus em situação difícil. Deus, ao contrário, quer nos tirar das situações complicadas da vida, Ele não nos quer vivendo nas situações que nos perdem e nos tiram da direção e do rumo da vida. Para não nos perdermos nas situações complicadas, a resposta dada ao Mestre da Lei é a resposta da vida: "Amarás o Senhor teu Deus com o coração, com a alma, o entendimento, a inteligência e a vontade". Aqui, é todo o nosso ser centrado e direcionado no amor acima de toda e qualquer coisa. É primazia, é escolha fundamental e principal da nossa vida.

Eu creio que todas as pessoas de boa vontade amam a Deus, só não sabemos se O amamos sobre todas as coisas, porque o mais difícil é amá-Lo com todo o coração, com toda a alma e todo entendimento. "Amamos Deus. Como não amá-Lo?" Amá-Lo de verdade, com preferência e primazia, é o desafio da nossa vida.

Se nossa vida, muitas vezes, anda deslocada, sem foco, perdida e sem direção, precisamos direcionar o foco dela. E o que dá foco, direção e sentido a nossa vida é o amor.

Onde está o nosso amor? Onde o colocamos? Não vivemos sem amar, porque amar é o que há de mais profundo dentro de nós. Para onde estamos direcionado o amor do nosso coração? Se ele é centrado, em primeiro lugar, em Deus, se é focado no Senhor – e Ele é o amor primeiro do nosso coração e da nossa alma –, podemos ter certeza que tudo que vamos amar será muito bem amado.

Vamos amar bem nossa família, nossa esposa, nosso marido e filhos, pois, se invertemos a ordem, se amarmos outras coisas para depois amar Deus, perceberemos que os amores dentro de nós ficarão num sufoco, e o nosso coração viverá uma bagunça. Toda essa desordem é por uma só razão: não termos foco no nosso amor.

Quando Deus é o amor primeiro, os outros amores se ordenam dentro de nós.

Deus abençoe você!

domingo, 8 de outubro de 2017

Homilia Diária

08OUT2017

Podemos, de fato, perder o Reino dos Céus se não o acolhermos, se não dermos o devido valor à presença de Deus no meio de nós

“O Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos”(Mateus 21,43).

Tudo aquilo que não é acolhido, que não é cuidado nem amado, nós perdemos. E podemos, de fato, perder o Reino dos Céus se não o acolhermos, se não dermos o devido valor à presença de Deus no meio de nós.

O Senhor jamais nos despreza, jamais nos renega, mas nós desprezamos, renegamos e fazemos pouco caso, agimos com frieza e indiferença para com a presença do Reino de Deus no meio de nós.

Sermos chamados à conversão é, acima de tudo, acender a luz para percebermos o que está apagado dentro de nós, o que está frio e indiferente, onde nós não estamos produzindo os frutos do Reino.

Deus nos dá Sua Palavra, dia e noite, para nos alimentar. Ele nos dá Seu sacramento, dá-nos pregadores da Sua Palavra, Ele nos dá meios e modos para que possamos nos converter. Ele se faz vivo e presente no meio de nós, mas há aqueles que, muitas vezes, não se importam, não se convertem, não se convencem nem se deixam converter pela presença do Reino.

Fico olhando para pessoas que têm dificuldades de acolher a Palavra de Deus, mas a dificuldade não é porque não querem acolher, é porque não semeiam, não têm oportunidades como muitos de nós de participar das coisas d'Ele. E quando recebem as migalhas, fazem festa com elas. Nós, no entanto, recebemos o pão inteiro e temos frieza e indiferença com ele.

Acolhamos o Senhor, o Pão da Vida, que vem ao nosso encontro, e não deixemos que a frieza nem a indiferença nos roubem a graça do Reino de Deus que está no meio de nós.

Deus abençoe você!

sábado, 7 de outubro de 2017

Homilia Diária

07OUT2017

O rosário é a oração mais contemplativa e meditativa, mais cristocêntrica e bíblica que nós podemos conhecer

“O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’” (Lucas 1,28).

Celebramos, hoje, Nossa Senhora do Rosário ou ainda Nossa Senhora da Vitória. O que isso significa para nós? Que Maria é a vitória de Deus em nossa vida, ela é a vitória do Reino de Deus num mundo onde há tantas batalhas, onde o pecado tenta inteirar, mas o Senhor é vitorioso sobre o poder do mal.

A vida de Maria, aquela que é a cheia de graça, expressa justamente isso: a graça primeira por ela recebida, a graça plena do começo ao fim de sua vida. Maria foi aquela que sempre permitiu à graça de Deus vencer, ter primazia na vida dela.

O que é a vitória de Deus em nossa vida, senão o triunfo da graça, do bem? O que é o triunfo d'Ele, em nossa vida, senão sobre a sedução do mal, do pecado e a sedução deste mundo?

Maria quer que sejamos vitoriosos, ela quer nos ajudar a combater o mal. Assim como ela venceu, ela nos quer também vitoriosos.

O rosário é a grande arma no combate espiritual, no combate contra as forças do mal. O rosário não é uma repetição de Ave-Marias, mas a oração mais contemplativa, meditativa, cristocêntrica e bíblica que nós podemos conhecer! Em Maria meditamos e refletimos todos os mistérios ou o mistério da presença de Deus no meio de nós.

Desde o anúncio do Anjo Gabriel até a coroação definitiva da Virgem Maria, passamos pelos acontecimentos principais e centrais da vida de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Rezamos 50 Ave-Marias, mas elas são como que respostas do nosso coração, da nossa boca; são como declarações de amor e convicção de um coração pelas verdades anunciadas no Reino de Deus.

Toda vez que proclamamos uma Ave-Maria, proclamamos a vitória de Deus. Se proclamarmos, todos os dias, as 50 Ave-Marias, diremos 50 vezes: "Deus é vitorioso na minha vida!".

A Virgem Maria caminha conosco. Ela nos mantêm junto dela nesse combate, nessa batalha que travamos rumo ao Reino dos Céus.

Deus abençoe você!

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Homilia Diária

06OUT2017

Não esperemos somente a Quaresma para fazermos alguma penitência

“Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no vosso meio, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas”(Lucas 10,13).

A expressão “ai” é muito dolorosa, é uma expressão de coitado, aquela que Jesus disse para todas estas cidades: Cafarnaum, Betsaida, Tiro e Sidônia.

Que cidades são essas? São as cidades que receberam o anúncio do Evangelho, que receberam a presença de Jesus, a proximidade do Reino. No entanto, em muitas dessas cidades, os habitantes foram frios, indiferentes, não se deixaram converter pela Palavra de Deus.

Outras cidades, que não tiveram o privilégio ou a graça de receber o Senhor, se O tivessem recebido, teriam se vestido do cilício, do flagelo e teriam buscado a penitência e a conversão. Toda vez que a Palavra de Deus vier ao nosso encontro, é um apelo e um chamado, para que o nosso coração se converta e para que façamos penitência.

O que é penitência senão reparar o erro, o pecado e a maldade? Reparar as coisas que estamos fazendo, que não estão de acordo com a vontade de Deus?

Meus irmãos e irmãs, todo tempo é de penitência. Não esperemos somente a Quaresma para fazermos alguma penitência, mortificação. Somos chamados, a cada dia, a mortificarmos nossa carne, nossa vontade naquilo que ela ainda não se converteu para o Reino de Deus.

Não fiquemos esperando a Quaresma do ano que vem para tomarmos uma atitude de mudança. Escutemos a voz do Senhor e não endureçamos o nosso coração, não o deixemos fechado. Ao ouvirmos a voz do Senhor, deixemos que a luz nos toque, que ela nos convença e converta. Tenhamos atitudes de mudança, procuremos não só nos convencer: “Eu sou um pecador. Eu sou uma pessoa errada”, mas é preciso reparar as atitudes, é preciso reparar e consertar aquilo que não está certo, que não está correto, que não está de acordo com a vontade de Deus.

É preciso ter penitência como caminho de conversão cada dia na nossa vida. Penitência concreta, mudanças de atitudes, de gestos e modo de ser, que nos mostre que o Reino de Deus está no meio de nós.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Homilia Diária

05OUT2017

É uma missão urgente levar o Reino de Deus a todos os lugares onde possamos estar presentes

“Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos”(Lucas 10,3).

O Evangelho de hoje nos coloca no centro do envio missionário de Jesus para os Seus discípulos. O discípulo de Jesus tem de ir para o meio do povo, tem de ir para as cidades, as famílias, para os trabalhos e santuários.

É uma missão urgente levar o Reino de Deus a todos os lugares onde possamos estar presentes. É necessário, contudo, que sejamos cordeiros, porque vamos para o mundo, cercado de lobos vorazes; e se não somos, de fato, um cordeiro no Reino de Deus, corremos o risco de nos tornarmos lobos ferozes ou sermos devorados por eles. Não é para nos espantarmos nem ficarmos preocupados ou temermos; é para confiarmos na graça de Deus, convertermo-nos, a cada dia, e nos procurarmos em ser verdadeiras ovelhas, verdadeiros cordeiros do Reino de Deus.

Os lobos deste mundo nos atacam com seduções, com propostas de orgulho e egoísmo, fazendo de nós pessoas focadas em si mesmas. Eles não nos deixam ser as ovelhas que precisamos ser na construção do Reino.

Uma ovelha ou um cordeiro é o mensageiro da paz. Para onde nós estamos levando a paz? Não sejamos mensageiros da discórdia nem provocadores de brigas, disputas e competições. Levemos a paz. Se aquele coração se abre para a paz, a paz ali vai se estabelecer; se ele não se abre, o importante é que sejamos mensageiros dela.

O cordeiro do Reino de Deus é livre de tensões, preocupações, dos excessos deste mundo. Ele não leva nada que não é necessário. Ele leva o essencial para ser cada vez mais livre, para pregar e anunciar o Reino de Deus. Onde o cordeiro vai, ele anuncia a conversão, a proximidade do Reino. Ele leva as pessoas a não viverem no reino deste mundo.

Há uma mentalidade pagã, no mundo de hoje, e essa mentalidade quer ver as coisas somente na óptica mundana, como se o mundo não tivesse mais jeito, como se as coisas não tivessem solução, como se Deus não estivesse no meio de nós.

Somos a presença, a graça, a luz, o ânimo e a fortaleza de Deus no meio de um mundo cansado, desanimado, muitas vezes, sem perspectivas. Somos a presença amorosa de Deus onde o ódio e outros valores estão se sobressaindo.

Levemos o Reino de Deus onde quer que estejamos!

Deus abençoe você!

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Homilia Diária

04OUT2017

Só experimenta as delícias do Reino de Deus quem sabe ser livre do passado, do futuro, do apego às coisas materiais

“Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus” (Lucas 9, 62).

Meus irmãos, a vida caminha para frente, ela não caminha para trás. Não progredimos na vida espiritual e em muitos aspectos da nossa vida porque estamos no tempo presente, mas o coração vive do passado, vive dos abrolhos, das cebolas e daquilo que nós deixamos para trás; dos sentimentos que não foram superados, das situações que não foram resolvidas e por isso nós temos dificuldade de viver o tempo presente.

Quem não vive o tempo presente, não caminha para frente. Ou vivemos o extremo da ansiedade de querer que o futuro venha logo ou vivemos aquela melancolia de um passado que se foi e não foi resolvido.

Veja, quem põe a mão no arado para trabalhar, põe o afinco, a alma, o coração, todo o seu ser para realizar aquilo. Não vive de um futuro que chegou e nem de um passado que já passou.

É verdade que precisamos ter boas lembranças, boas recordações, temos que resolver as coisas que ficaram mal resolvidas dentro de nós. Temos que projetar, ter um planejamento, uma expectativa de um futuro que vem, mas só teremos paz com o passado e o futuro como ele precisa ser, se vivermos bem o tempo presente.

Para ser operário do Reino de Deus é preciso primeiro despojamento. Despojar-se com toda sinceridade do coração de coisas que nos amarram, prendem-nos, sobretudo, de sentimentos negativos, que nos aprisionam e nos escravizam e muitas vezes cultivamos esses sentimentos dentro da nossa casa, da nossa família e assim por diante.

É um apego demasiado ou simplesmente uma indiferença, uma rejeição; é a maturidade dos afetos que nós somos chamados a viver no seguimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o desapego das coisas materiais.

Hoje, contemplamos São Francisco de Assis e, às vezes achamos que Francisco era simplesmente alguém que desprezou os bens materiais, olhamos apenas para o despojamento material dele.

Francisco é para nós um referencial da liberdade e da vida em Deus, do homem livre de toda e qualquer prisão deste mundo. Não é apegado a nada nem a ninguém, é totalmente livre para servir o Reino de Deus. É assim que Deus nos quer, com responsabilidade no uso das coisas materiais, amor, ternura e afeto com as pessoas que nos cercam, mas jamais apego, excessos nos sentimentos, nos afetos para não sermos escravos do nosso próprio coração.

Só experimenta as delícias do Reino de Deus quem sabe ser livre do passado, do futuro, dos medos, das preocupações, das tensões, do apego às coisas materiais, das pessoas e tem um coração centrado no Reino de Deus.

Deus abençoe você!

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Homilia Diária

03OUT2017

Para que tenhamos Deus e possamos viver na graça, repreendamos o fogo do mal e deixemos que o fogo da graça esteja aceso em nós

“Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram: Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los? Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os” (Lucas 9, 54).

A atitude dos discípulos de Jesus, sobretudo Tiago e João, pedindo que descesse fogo do Céu para destruir aquele povoado dos samaritanos, mostra um coração humano sedento de vingança, ressentido, magoado, porque não foram acolhidos, recebidos nem amados como esperavam ser.

Assim é também a atitude do nosso coração humano quando não somos acolhidos nem amados, quando não somos correspondidos naquilo que nós queremos, sobretudo, quando somos desprezados.

Ao longo da nossa história, passamos por tantas situações em que queríamos ser amados, mas não o fomos suficientemente; pelo contrário, muitas vezes, somos até rejeitados, traídos, magoados e machucados onde esperávamos o melhor.

O contrário também acontece, pessoas também ficam magoadas, chateadas conosco quando esperam de nós melhores atitudes, mas não demos o melhor de nós.

O que nasce no coração humano? Um fogo. Primeiro um foguinho, depois, esse fogo cresce, e, assim, a mágoa, o ressentimento e o rancor. À medida que esse fogo é cultivado, ele se torna ódio, um sentimento muito negativo. Sai até fogo da nossa boca quando estamos com raiva de alguém, quando estamos magoados, ressentidos ou odiando alguém! Sai um fogo de destruição da nossa boca; e, muitas vezes, estamos lançando esse fogo uns contra os outros, falando o mal, disseminando o mal, estamos como verdadeiras labaredas de fogo disseminando a nossa vingança, o nosso ressentimento ou a nossa mágoa para com o outro.

Qual é a atitude de Jesus senão repreender Seus discípulos? Na verdade, Ele repreende não os discípulos pelos discípulos, mas a atitude deles, o sentimento de vingança deles, repreende aquilo que eles estão cultivando dentro do coração.

Jesus está nos dizendo: é preciso repreender esse sentimento e esse fogo que temos dentro de nós, que é destruição do próximo. É preciso repreender a mágoa, o ressentimento e o ódio que, muitas vezes, cultivamos dentro de nós, porque não só destruímos o outro, mas destruímos nós mesmos, nossa convivência cristã, nossa relação com Deus e a nossa pureza.

O fogo que precisamos dentro de nós é o fogo do Espírito, e não o fogo do ódio, da mágoa ou do ressentimento. Precisamos repreender esse fogo, porque ele é do inferno, é maldito e, muitas vezes, está aceso dentro de nós, clamando dia e noite, tirando o nosso sono, a nossa paz, alimentando fantasias e devaneios dentro de nós, colocando-nos uns contra os outros.

Para que tenhamos paz, para que tenhamos Deus e possamos viver na graça, repreendamos o fogo do mal e deixemos que o fogo da graça esteja aceso em nós.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Homilia Diária

02OUT2017

Consagremo-nos aos nossos anjos e, sobretudo, procuremos levar uma vida pura, santa, honesta e correta

“Não desprezeis nenhum desses pequeninos, pois eu vos digo que os seus anjos nos céus veem sem cessar a face do meu Pai que está nos céus”(Mateus 18, 10).

Hoje, celebramos a Festa dos Santos Anjos da Guarda. Veja que maravilha, cada um de nós tem um anjo custódio, um anjo guardião, um anjo protetor, uma presença única e personalizada de Deus.

A proteção caminha conosco desde o momento em que somos concebidos no ventre de nossa mãe. Desde o momento da concepção, ganhamos uma alma, uma existência e um protetor eterno, que é nosso Anjo da Guarda.

O Anjo da Guarda é o anjo de Deus, o selo e a presença d'Ele no meio de nós; é a graça do Senhor agindo e atuando em nossa vida.

Precisamos ser como as crianças para entender, contemplar e viver essa dimensão maravilhosa da presença dos anjos no meio de nós. A criança representa a pureza, e os anjos são espíritos puros, que representam toda a pureza de Deus no meio de nós.

Quanto mais puros formos, mais tocamos na presença angelical na nossa vida. Quanto mais procurarmos nos purificar, mais nossos anjos serão nossos companheiros e amigos, mais caminharão ao nosso lado. Podemos desprezá-los, mas eles não nos desprezam; podemos ignorar a presença deles, mas eles estão no meio de nós. Podemos cultuar e orar com eles, contar com eles e invocá-los, para que caminhem conosco.

Duas coisas são importantes quando celebramos a memória dos Anjos da Guarda. Primeiro, é preciso ter a consciência espiritual, a consciência mística da nossa relação com Deus. Se não cultivarmos vida espiritual, vida de oração e relação com Deus, não cultivaremos a amizade com nossos anjos. É no contexto da vida espiritual, da vida de oração que podemos ter relação de proximidade e intimidade com nossos companheiros, que são os nossos Anjos da Guarda.

A segunda coisa é procurar levar uma vida na santidade. Somos pecadores, e os anjos são nossos companheiros, que nos ajudam no combate contra o mal e o pecado. Eles são luzes de Deus, o farol e a graça divina para nos manter na retidão de vida.

Invoquemos os Anjos da Guarda no combate espiritual, no combate às tentações. Consagremo-nos aos nossos anjos e, sobretudo, procuremos levar uma vida pura, santa, honesta e correta. É dessa forma que estabeleceremos comunhão com esses companheiros sagrados, que são presentes de Deus para nossa vida.

Deus abençoe você.

domingo, 1 de outubro de 2017

Homilia Diária

01OUT2017

O Reino de Deus, acontece dentro do coração de cada um de nós, quando as nossas obras testemunham o amor de Deus

“Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus” (Mateus 21, 31).

No Evangelho de hoje, Jesus chama à atenção aqueles que ouvem Sua Palavra, mas não se convertem nem se convencem. Ele conta a parábola do filho que diz: “Estou aqui, vou fazer”, mas no fim não faz. O outro filho do Evangelho de hoje, no primeiro momento, não se coloca à disposição para fazer o que o pai está pedindo, mas, depois, ele repensa sua atitude e muda sua opinião, sua convicção, sua vontade, e vai fazer a vontade do pai.

Não basta termos aparência de fazer e querer fazer o bem, não basta ter a aparência de que estamos na igreja, fazendo as coisas de Deus, mas não realizarmos o Reino de Deus dentro de nós, porque vivemos de aparências e, facilmente, damos respostas que não comprometem a nossa vida, demonstramos ser uma coisa e fazemos outra coisa.

O processo de conversão acontece dentro do nosso coração, por isso nem tudo que aparenta ser, de fato, é; nem tudo que demonstra ser de Deus é d’Ele. Nem todo aquele que fala do Senhor está a serviço d’Ele. Nem todo aquele que está trabalhando para o Reino de Deus, que está fazendo essa ou aquela obra, de fato, está trabalhando para o Reino, porque este acontece dentro do coração de cada um de nós.

Quando nossas obras e nossos trabalhos testemunham o amor de Deus que está em nós, deixamo-nos convencer e converter, pois, de fato, a Palavra de Deus cai em nosso coração e produzimos frutos.

Muitas vezes, olhamos para as pessoas, para as situações e achamos que elas estão perdidas, que não valem nada, estão afastadas de Deus. Mas, na realidade, há nelas, sem que nós conheçamos, um esforço, uma luta por uma conversão e por uma mudança de vida.

"Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus", porque, muitas vezes, quem nós achamos que são pecadores e perdidos, estão muito mais sensíveis à graça de Deus do que nós que estamos no caminho, que nos sentimos convertidos, que "já somos da igreja" e perdemos a sensibilidade para com a graça de Deus e para com Seu Reino.

Precisamos nos converter e converter por Deus a cada dia!

Deus abençoe você!