Gol

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

28FEV2018

A Igreja precisa de pessoas com espírito de serviço e doação

“Quem quiser tornar-se grande, torna-se vosso servidor; quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos" (Mt 20, 17-28).

Nós gostamos dos primeiros lugares, da exaltação, gostamos de que as pessoas nos sirvam, mas, a lógica evangélica de quem é seguidor de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo não é ser servido, ser exaltado, ser curtido, ser o mais importante e sempre lembrado, a lógica de quem segue Jesus Cristo é a de seguir os Seus passos.

Jesus Cristo lavou os pés dos Seus discípulos, cuidou dos doentes e dos enfermos, dos últimos, dos desprezados e dos humilhados. Ele colocou-se aos pés dos homens e desceu ao pó da terra, para dela (misturada a sua saliva) retirar a cura para tantas enfermidades e doenças da humanidade.

Se nós queremos salvar a humanidade não é nos engrandecendo, exaltando ou nos elevando, porque a salvação está em quem abaixa-se, humilha-se, a salvação está em quem sabe descer, servir, em que se coloca aos pés dos outros.

A salvação não vem pela cabeça. É muita cabeça pensando e muita gente querendo ser mais do que o outro. A salvação vem pelos pés, depois ela sobe. Então, para salvar coração e cabeça, é preciso descer para servir e se colocar a serviço dos outros. E, muitas vezes, em nossas comunidades o que mais faltam são seguidores - pessoas que tem o espírito de serviço e doação.

Temos que começar pela nossa própria casa, a obrigação de cuidar da casa não é da mãe, da empregada e seja lá de quem for. Acho uma tremenda humilhação e falta de consideração, ter alguém em nossa casa, seja a mãe ou seja a pessoa que está lá para fazer o serviço da casa, e muitos de nós não serem capazes de colocar nem a louça que comeu na pia. A pessoa levantar da cama e não ser capaz de dobrar a sua coberta. Ninguém tem escravo e nem empregado e as pessoas que nos "servem" têm de ser bem tratadas, amadas e cuidadas, e não não querer colocar essas pessoas abaixo de nós.

Não podemos servir resto de comida para as pessoas, ninguém tem direito a resto; não podemos dar para as pessoas as coisas que não nos servem mais, isso é próprio de gente que tem nariz empinado, que se sente mais importante do que os outros. Não podemos admitir que um filho dentro de uma casa, não seja capaz de pegar a sua roupa e a colocar na máquina ou no local em que se recolhe para poder lavar. Não podemos pensar que, em uma casa, mesmo que trabalhemos fora, não possamos colaborar com o cuidado da nossa própria casa.

Servir é atitude de quem serve a Jesus. Servir não é na Igreja: fazer uma leitura bonita, mostrar minha voz de cantor, ou que, sou isso ou aquilo. Servir é, acima de tudo, ter atitude de humildade em todas as situações de vida. Humildade nos salva, porque o veneno do orgulho nos perde e nos perde muito.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Homilia Diária

27FEV2018

Jesus nos ensina que devemos ser humildes e não humilhar uns aos outros

“Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado” (Mt 23, 1-12).

A palavra humilhação até dói dentro de nós, ninguém quer ser humilhado e qualquer humilhação que sofremos machuca muito, e deixa marcas indeléveis que parecem ser eternas dentro do nosso coração, mas, por vezes, não percebemos que as nossas atitudes humilham os outros.

Aquilo que não queremos para nós, muitas vezes, é aquilo que damos para o outro. E, é um remédio amargo que aplicamos na vida do outro: somos duros, grossos, julgamos, condenamos (...). A humilhação, por vezes, acontece de forma consciente: é alguém que sente-se mais importante e coloca-se acima dos outros, é aquele que parece "grande" e despreza, menospreza, coloca o outro como "pequeno".

Ainda há aqueles que são movidos pelo sentimento da soberba, e esse é o grande veneno da humilhação, porque, com a soberba somos e estamos sempre acima dos outros. Há aqueles que querem humilhar o outro pois se sentem melhores por conta das coisas que têm. A avareza, a cobiça e o apego as coisas materiais, enfim, a avareza da alma levam as pessoas sentirem-se mais importantes.

Uma coisa muito importante é que os humilhados são os que serão exaltados, ou seja, todos os humilhados estão em primeiro lugar no coração de Deus.

A pobreza material também humilha as pessoas. São milhões de filhos de Deus pela face da terra (para não dizer bilhões), que são humilhados pela via da miséria e da pobreza. Não é de se estranhar, nem se escandalizar em saber que esses pobres ocuparão o lugar que pensaríamos que seria nosso no Reino de Deus, porque esses são os preferidos de Deus, como também, aqueles que são humilhados pelas doenças, enfermidades, sofrimentos e assim por diante.

O que é importante? Que não fiquemos ao lado dos humilhadores, dos opressores e daqueles que na atitudes humilham as pessoas. O melhor é colocar-se ao lado dos humilhados. Antes ser humilhado do que humilhar qualquer ser humano, filho de Deus. Há na sociedade uma falta de acolhimento porque a pessoa fez "opções" diferentes, porque ela tem comportamentos diferentes, mas nada justifica qualquer espécie de humilhação.

Humilhar um filho de Deus é humilhar o próprio Deus. O Senhor fica do lado dos humildes e dos humilhados.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

26FEV2018

“Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados” (Lc 6, 36-38).

A graça desse evangelho é Deus inverter a ordem das coisas, porque o mundo está em desordem, e a desordem do mundo é justamente porque quebrou-se a ordem natural da graça. Deus nos criou para o amor, para o perdão e para a misericórdia e nós aprendemos ao contrário no mundo em que vivemos: olho por olho, dente por dente, a vingança, o ressentimento, a mágoa; aprendemos a não perdoar quem nos fez o mal. São essas coisas que estão por aí, soltas neste mundo no qual vivemos, mas, o bom médico Jesus, quer o nosso coração curado e, a primeira via para a cura da alma, é a via da misericórdia.

Misericórdia é o nome de Deus, o nosso Pai é todo e plenamente misericórdia. Nós mergulhamos na Sua misericórdia e nela somos curados e, só sabemos se uma pessoa é curada ou experimentou a misericórdia de Deus, quando ela sabe exerce-lá com o próximo.

Talvez para alguns é fácil ir diante do padre suplicar o perdão, confessar os pecados, e Deus os perdoa. Então, agora, façamos o mesmo com os irmãos, porque misericórdia é compadecer-se das fraquezas humanas e essas não são poucas, mas Deus compadece-se delas e nós precisamos aprender a nos compadecermos das fraquezas uns dos outros.

Nós estamos nos tornando juízes, julgando, condenando e querendo o mal e não acolhemos a fraqueza do outro. Isso não é divino, é diabólico. O que é divino é a misericórdia, é não julgar, porque o que é divino é não condenar.

O que é mais e sublinearmente divino é perdoar e não viver na mágoa e no rancor, porque o que nós queremos é ser filho de Deus e, sendo assim, aprendamos com o nosso Pai a ter um coração como é o d’Ele.

Pode até ser que tentemos e não consigamos, mas mergulhe em Deus. Entregue-se para ser transfigurado e transformado pela presença do Senhor, porque a cada dia, Ele vai nos ensinar a não viver no rancor, no ressentimento, a não pagar na mesma moeda, não falar mal, não julgar e não condenar, e sim, abraçar e acolher ao outro da forma que ele é.

Tenho comigo uma verdade: se queremos que alguém mude, eu preciso mudar primeiro as coisas dentro de mim e acolher a pessoa do jeito que ela é. Quando acolhemos a pessoa do jeitinho que ela é, e, é assim também, que queremos ser acolhidos, desse modo damos espaço para a graça de Deus chegar e mudar o que precisa ser mudado, mas, a grande mudança acontece em nós quando começamos a acolher quem não gostamos, quando acolhemos aqueles com os quais não concordamos ou nos machucaram.

Deus faz nova todas as coisas pela força da misericórdia e do perdão!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

25FEV2018

Jesus nos quer diante da Sua presença divina e transformadora

“Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos há um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles” (Mc 9, 2-10).

Neste segundo domingo da Quaresma contemplando Jesus no Monte Tabor. A passagem da transfiguração tem um valor muito profundo para a nossa vida prática: subir ao "monte" não significa que estamos fugindo da realidade ou do mundo, ao contrário, as realidades visíveis e mundanas que nós vivemos, nós as transformamos e as transfiguramos pelo poder da oração. "Transfiguramos" pela graça de Deus a nossa realidade humana.

Nós somos seres humanos, mas viemos de Deus que é puro Espírito e, quando nos transfiguramos pela via espiritual, podemos ter a certeza de que olhamos e transformamos o mundo que está ao nosso lado.

Podemos dizer que as coisas não mudam, e elas podem até não mudar "lá fora", porém, quando mudamos o "mundo" dentro de nós, passamos a  olhá-lo de uma forma totalmente diferente: um olhar da fé. Transformados e transfigurados, as coisas mudam dentro de nós.

O convite de Jesus a nós, é o mesmo que Ele fez a Pedro, Tiago e a João. Ele quer nos pegar pela mão e nos levar para o monte, e assim, ficarmos diante da presença de Deus, e diante dela, o Senhor, transfigura e transforma os nossos sentidos. Diante da presença do Senhor, nós O enxergamos dentro de nós e O ouvimos falar ao nosso coração. Diante dela proclamamos a glória de d'Ele entre nós e podemos dizer: "Como é bom, Senhor, estar contigo, estar ao Teu lado".

Por isso, é importante a cada dia da nossa vida, "subirmos ao monte", ou seja, deixarmos de lado o que fazemos, a rotina da vida e as ações cotidianas, para nos colocarmos na presença do Senhor. Assim, o nosso ser é transformado, os nossos sentidos são iluminados pela graça e pela presença divina. O poder sagrado da oração transforma e muda aquilo que nós não mudamos só com a força humana.

Não podemos abrir mão de estarmos no monte e a sós com Jesus, para que a nossa vida seja, a cada dia, transfigurada pela Sua presença.

Deus abençoe você!

 

Padre Roger Araújo

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

24FEV2018

Jesus nos ensina que a oração é o caminho para aprendermos a amar os nossos inimigos

“Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem!” (Mt 5, 43-48).

A melhor resposta que podemos dar à saúde da nossa alma e ao nosso coração é o amor.

O amor é o remédio e o bálsamo os quais precisamos para sermos pessoas plenamente saudáveis, porque a saúde começa na alma, no espírito. Se cultivarmos o ódio, o rancor, o ressentimento e a raiva, podemos ter a certeza que vamos acumular dentro de nós, muitos males para a nossa saúde psíquica, psicológica, espiritual e para a nossa própria saúde física.

Por isso, o mestre Jesus, o médico Jesus, nos dá a receita do amor e Ele é muito direto: “Amai os vossos inimigos”, e podemos até dizer que não temos inimigos, mas há pessoas que nos consideram inimigos e há, também, pessoas que não nos querem bem; há aquelas que nos machucaram e nos fizeram mal, ou que ainda fazem mal a nós.

Nós temos uma resposta na fé para dar a elas. Essa resposta é o amor, mas humanamente, nós não conseguimos amar "só" com a nossa própria força, não conseguimos querer bem a quem nos fez o mal, ou querer bem a quem não nos quer bem. Então, na força da oração precisamos colocar como atitude de oração aquelas pessoas que nós não queremos bem, mas não é simplesmente fazer uma prece “abençoai aquele meu irmão e aquela pessoa que não me quer bem”. Não! É preciso entrar no combate da oração. Do contrário, o nosso amor se esvazia, torna-se pobre e enfraquecido, se não for bombardeado pelo poder e pela força da oração.

Pode o mundo inteiro virar-se contra nós e não nos querer bem, mas, quando nós amamos e oramos de verdade, nada de mal que fizerem contra nós, terá influência. Porque a oração somada com amor é a melhor resposta; ela transforma e torna-se um escudo. Ela não permite que o mal penetre em nós. A oração cicatriza e remove o mal do nosso coração.

A oração cura os nossos ressentimentos e a nossas mágoas. Não vale a pena ficar remoendo, ter o coração todo "triturado" por aqueles que nos fazem ou falam mal de nós. Nossa resposta é o amor concreto por via da oração.

Deus abençoe você!

 

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

23FEV2018

Nessa quaresma faça a experiência de ofertar o seu coração e a sua vida para Deus

“Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta” (Mt 5, 20-26).

Quando nos apresentarmos diante de Deus vamos inteiros, com aquilo que somos e com o que temos. Nós não vamos a Deus fracionado, ou seja, pela metade. Desse modo, achamos que agradamos a Deus, pois, estamos levando a nossa oferta; "dando" a minha casa e meus bens; fazemos nosso ofertório na missa; pagamos o dízimo, etc., essas coisas são boas e as precisamos fazer, isso é ter compromisso com as coisas de Deus e  diante dessas coisas não podemos ser omissos. Mas, o mais importante que a nossa oferta "material" é a oferta do nosso coração e da nossa vida para Deus.

Podemos passar a vida inteira ajudando, fazendo coisas boas e participando das coisas da Igreja, porém, se não nos reconciliamos com Deus e com os irmãos, serão em vão todas as ofertas e dons que oferecemos a Deus.

O dom que devemos, por excelência, oferecer ao Senhor é o nosso coração reconciliado. Esse tempo de graça no qual vivemos, é um tempo de revisão de vida, de revermos as atitudes, os relacionamentos e sempre temos algo para resolvermos com o nosso irmão.

Se ficaram situações mal resolvidas, não as ignoremos, pois, essas ficarão pesadas e "embrulhando" dentro de nós, e assim, nos acostumamos a sermos pessoas que hora estamos mal aqui, e outra acolá, porque, nos acostumamos com situações não resolvidas dentro de casa, com nossos irmãos, a começar por aqueles mais próximos. Não deixemos mais situações mal resolvidas.

Temos pessoas com as quais sempre precisamos nos reconciliar. Casais que estão há anos juntos, vivem até em intimidade, mas não são reconciliados; há irmãos que se machucaram, viveram situações complicadas, mas conversam por conversar, e não se reconciliaram; há irmão de fé, que falam de Deus, cantam bonito, pregam, emocionam-se, porém, não vivem a reconciliação.

Não sejamos hipócritas! Deus não quer nosso canto ou que falemos bonito d’Ele, Ele quer, acima de tudo, que estejamos reconciliados com Ele e com os outros. Essa é a oferta que agrada ao coração de Deus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

22FEV2018

Rezemos pelo Papa Francisco para que conduza a nossa Igreja pelos caminhos de Cristo

“Por isso eu te digo: - 'Tu es é Pedro, e sobre essa pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la'” (Mt 16, 13-19).

Hoje, temos a alegria de celebrarmos a cátedra de Pedro. A cátedra relembra ou faz memória a Igreja catedral, mas ela é a "cadeira", a cadeira da presidência, do governo e da direção.

A Igreja de Cristo é governada por Ele, porque Cristo é a única cabeça que nós temos. É Aquele que está sentado à direita do Pai, e conduz o Seu rebanho. Mas é verdade que, ao longo da história humana, Cristo constitui homens para que estejam em comunhão com Ele, na condução da Sua Igreja.

Cristo formou, cuidou e instruiu Seus apóstolos e sobre eles não tinha a primazia. Pedro não foi o primeiro a ser chamado, mas era sempre o primeiro da lista, ele era aquele que estava à frente da Igreja Católica primitiva e, por isso, o Senhor disse a ele que "tu és Pedro, e sobre essa pedra a minha Igreja será edificada".

Meus irmãos, a Igreja do Senhor precisa de "Pedro" em todos os tempos, e Pedro é a certeza de que caminhamos com o coração e a cabeça de Cristo, ele é sinal maior da unidade do corpo de Cristo. E, saibamos que, nada é pior do que um corpo esfacelado, dividido e quebrado; o corpo pode ter sintomas ruins; uma doença aqui e uma ferida ali; mas é a cabeça que cuida e governa todo o corpo.

Quanto é velho e bonito a unidade que prevalece na Igreja ao longo desses dois mil anos de caminhada. Não é a pessoa do "Papa A" ou do "Papa B". Hoje, amamos o nosso Papa Francisco; ontem: era Bento, João Paulo II, Paulo VI e, amanhã, Deus nos providenciará outro.

O Papa para nós é a figura da unidade, do pastor, e hoje, as nossas orações são pelo Papa Francisco, porque ele é "Pedro"para nós. As nossas orações são para que, ele continue conduzindo a Igreja na unidade, e a governando para que ela não saia dos passos do pastor que é Cristo Jesus.

Façamos, hoje, nossa oração de comunhão e de amor para com o nosso pastor Francisco. Ele é, para nós, Pedro nos dias de hoje.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

21FEV2018

Através da conversão ficamos mais próximos do amor, ternura e dos cuidados de Deus

“Vendo Deus as suas obras de conversão e que os ninivitas se afastavam do mau caminho, compadeceu-se e suspendeu o mal, que tinha ameaçado fazer-lhes, e não o fez” (Jn 3, 1-10).

O livro de Jonas, lá no Antigo Testamento, traz para nós uma visão de um Deus que parece fazer ameaça, que castiga, mas não é nada disso. Ainda que seja uma linguagem muito simbólica, ela nos ajuda a compreender o que vivemos na vida e que, talvez, por causa de uma linguagem como essa, muitos acreditam que os males do mundo são castigos de Deus. Não! É ao contrário, Deus é Aquele que cuida de nós. Os castigos são consequências naturais dos erros, das escolhas erradas e dos caminhos que tomamos nessa vida.

Óbvio que, quem toma veneno vai morrer; Deus não o condena por ter tomado veneno, não! A pessoa morreu porque ela optou em tomar o veneno. Óbvio que, se nos colocarmos em perigo, esse nos deixa frágeis, e se nos colocarmos em situação que podemos nos acidentar, e acabamos nos acidentando, não foi porque Deus quis que sofrêssemos aquele acidente ou aquela tragédia, nós quem "os procuramos". Muitas coisas trágicas que acontecem na nossa vida, fazem o coração de Deus chorar, porque nós não prestamos atenção nas escolhas que fazemos na vida.

Precisamos nos converter para que o mal não recaia sobre nós, assim como recaiu sobre aquela cidade. Foi ela que puxou o mal sobre ela, Nínive estava vivendo uma vida totalmente errada, pecaminosa e, assim é conosco, tudo o que vivemos de mal, o atrai para nós e sobre nossa vida.

A conversão abre os nossos olhos e traz para perto de nós o amor, proteção, cuidado e ternura de Deus. O sinal de Jonas para todos nós é um sinal muito claro de que todos nós precisamos nos converter e não é uma conversão superficial, e sim a de rever a nossa vida, ver que muitas coisas estão erradas, que não estão em um bom caminho e isso nos conduz para o caminho da morte. Por isso, devemos nos afastar desse caminho, dessa conduta do mal e "pegarmos" a conduta do bem, do Caminho, da Verdade e da Vida, porque é lá que Deus cuida de nós, nos protege e livra de tantas coisas trágicas que enfrentamos nessa vida.

Você quer coisa mais trágica do que o pecado nos destruindo e acabando com a nossa vida, juventude, casamentos, relacionamentos humanos, comunidades e paróquias? Ou passamos por um processo de conversão sincera ou o pecado vai entrando, arruinando, disseminando e cria situações de discórdia, divisão e assim por diante.

A salvação está na conversão. Trilhemos sempre o caminho da conversão e a graça de Deus irá nos acompanhar e abençoar.

Deus abençoe você!

 

 

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

20FEV2018

A oração é a forma de diálogo dos homens com Deus

“De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vós perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes” (Mt 6, 7-15).

A comunhão com Jesus, com o Pai, com o nosso Deus acontece pela via da oração, porque ela não é repetição de palavras e as fórmulas oracionais que nós conhecemos, todas elas têm um sentido pedagógico bonito, maravilhoso e coloca em nossos lábios e no coração palavras santificadas e benditas, as quais, nos ajudam a crescer na relação com Deus. Essa comunhão com Deus acontece quando o meu coração e minha boca falam em conjunto. Muitas vezes nós "repetimos" palavras, mas o coração não segue o que falamos, por isso, a nossa oração e comunhão com Deus não pode acontecer só por orações, repetindo fórmulas oracionais.

Quero frisar que elas são importantes, mas são pedagógica, pois, nos conduzem a uma oração verdadeira e a uma comunhão com Deus. Muitas vezes não saímos da forma primária de oração e só sabemos repetir as palavras, e assim, não expressamos a Deus aquilo que sentimos.

Não podemos rezar o Pai-Nosso e dizer -“perdoai as nossas ofensas”- se não nos comprometermos em perdoar o irmão; ou não viver a misericórdia; e ainda não dizer “Senhor não me deixeis cair em tentação”, e quando a tentação vem nos entregamos a ela.

Oração é comprometimento, comunhão e relação com Deus. Oramos e entramos em comunhão com Deus, porque estamos nos relacionando com Ele. É falar com Deus como falamos como nossos irmãos e amigos, mas naquela sintonia de alma e de coração, e não como se o Senhor estivesse distante e nós aqui embaixo.

Meu Deus é tão próximo de mim, o nosso Deus é tão próximo de nós, e está muito perto de mim e de você. O que nós precisamos é fazer comunhão com Ele, permitir que a nossa a oração seja respaldo daquilo que é a nossa vida.

Tenho fraquezas e pecados; confesso e reconheço; mas quero louvar e louvo a Deus. Faço das orações a expressão da minha vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Homilia Diária

19FEV2018

Jesus está sempre olhando para as nossas necessidades e dando de comer, beber e vestir

“Pois, Eu estava com fome e Me destes de comer; Eu estava com sede e Me destes de beber; Eu era estrangeiro e Me recebestes em casa; Eu estava nu e Me vestistes; Eu estava doente e cuidastes de Mim; Eu estava na prisão e fostes Me visitar” (Mt 25, 31-46).

Onde está Jesus? Ele está no meio de nós; Ele está entre nós. Todos nós queremos encontrar, recepcionar e estar em comunhão com Jesus. Nós Precisamos ter uma comunhão profunda com Jesus, nada de comunhão superficial ou de comunhão com Jesus apenas no sentido espiritual.

A presença de Jesus no meio de nós é real e concreta. Onde está Jesus? Jesus está lá no Sacrário, na Eucaristia que recebemos, e na Palavra que nos alimenta. Contudo, não podemos negar e nem deixar passar despercebido que, Jesus, está na pessoa do próximo, principalmente, daquele próximo mais sofrido.

Quanto mais sofrida é a pessoa, mas ela configura-se com a pessoa de Cristo. E, não é que Jesus esteja nela, e sim, que ela seja Jesus para nós.

Aquele pobre que não tem o que comer, não tem o que beber, aquela pessoa que não tem roupa para vestir; o preso que está julgado e condenado e que, muitas vezes,  zombamos ou fazemos pouco caso dele, esses são Jesus para mim. O doente, aquele enfermo sofrido, machucado, que por vezes são esquecidos, Jesus também está neles. Precisamos encontrar com Jesus que está nas praças públicas, que está jogado, abandonado e maltratado; precisamos encontrar Jesus no nosso irmão alcoólatra ou naquele que foi tomado pelo vício da droga.

Pode parecer cansativo e que não conseguiremos, mas não podemos negar aquilo que a Palavra está nos dizendo. "Todas as vezes que fizermos "isso" a um "menor", é a Jesus que estamos fazendo". E,  eles tornam-se menores para nós, não é por causa do tamanho, e sim pelo fato de que, quanto mais frágeis as criaturas humanas, mais desprezíveis elas se tornam.

Então, quanto mais desprezado for a pessoa, mais ela nos coloca em comunhão com Deus. Queremos abraçar a Jesus, cuidar d'Ele, amá-Lo, mas pode ser que, seja mais fácil ficar lá no Sacrário olhando para Ele, e Ele olhando para mim, porém, essa é uma forma muito egoísta de comunhão. Temos sim que olhar para Ele e Ele olhar para mim, mas devemos "sair" do olhar d'Ele, para olhar para os nossos irmãos mais pobres, sofridos, necessitados de amor, de cuidados e de ternura.

Nada de comunhão superficial com Deus, e sim, comunhão verdadeira e transformadora, cuidando dos mais pobres e necessitados.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

18FEV2018

Foram quarenta dias que Jesus permaneceu no deserto, sendo tentado pelo inimigo

“O Espírito levou Jesus para o deserto. E Ele ficou no deserto durante quarenta dias, e ali foi tentado por Satanás. Vivia entre os animais selvagens, e os anjos o serviam” (Mc 1, 12-15).

O Espírito do Senhor nos conduz para o "deserto da vida". Todos nós, na nossa caminhada, rumo à terra prometida e ao céu, precisamos atravessar ao deserto que é a nossa vida.

O deserto acontece, estritamente, aqui no meu e no seu coração, pois o deserto é o nosso interior,é a nossa alma. O deserto é o lugar do encontro com Deus e nesse deserto somos tentados, pois, o tentador não nos quer em comunhão com Deus; ele não quer que nos autoconheçamos, não quer que entremos com profundidade na nossa alma, por isso, caminhamos muitas vezes na superficialidade e não nos autoconhecemos como realmente deveríamos.

Não entramos na comunhão com Deus como precisaríamos entrar, porque o tentador nos mantém na inércia, e assim, não travamos o "combate", o combate dos exércitos, o combate espiritual, o combate de dizer não às tentações. O máximo que o tentador consegue fazer é nos tentar, mas ele não nos faz sucumbir à tentação, somos nós que cedemos a ela.

No "deserto da vida" nós estamos cercados por "animais selvagens" e pelos "anjos" que os servem. Os animais selvagens dessa vida são muitos e muitas vezes eles vêm, querendo nos roubar de Deus e nos atacar. Não paremos nos animais selvagens, e nem nos tornemos selvagens, pois, uma legião de anjos, a presença angelical e divina, estão no meio de nós.

Nesse contexto os animais selvagens aos quais me refiro, simbolizam os poderes do mal. Eles não podem nos derrubar ou destruir, quando vivemos em comunhão com Deus no deserto da vida. Nele Deus não nos deixa sozinhos, nós até sentimos a solidão, o abandono e a tristeza, mas, também, nesse deserto temos a certeza de que a nossa alma e o nosso coração, estão envolvidos com Deus e que os Seus anjos estão ao nosso serviço.

Não tenhamos medo do combate espiritual e não entremos no combate esmorecidos, desanimados ou como fracassados, porque ao nosso lado está o Senhor nosso Deus, e em cada batalha que enfrentamos nessa vida, a graça d'Ele nos socorre, nos levanta e nos ajuda no combate.

Esses quarenta dias que vivemos na Quaresma, simbolizam justamente os quarenta dias vividos por Jesus no deserto e ali  Ele foi tentado. Esses quarenta dias têm um significado espiritual profundo, de como devemos enfrentar a "grande Quaresma da vida". No combate espiritual temos a certeza de que Deus está ao nosso lado.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

17FEV2018

Deus nos chama para viver um tempo de conversão

“Os que são sadios não precisam de médicos, mas sim os que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão” (Lc 5, 27-32).

A sinceridade do coração nos leva a entender e a compreender que todos nós somos fracos, doentes e pecadores. Mais cedo ou mais tarde, a fragilidade bate na nossa porta e ninguém, por mais que nos esforcemos, que façamos exercícios físicos ou sejamos disciplinados no alimentar, tudo isso pode prolongar um pouco mais a nossa vida e, é ótimo! Mas, a fragilidade bate na nossa porta, pois, uma vez que, a morte entrou no mundo, somos sujeitos a ela e à medida que o tempo passa, ela nos chama para mais perto.

É o ciclo o ciclo natural da vida e isso não é ruim. Na verdade é uma graça reconhecer a nossa fraqueza, impotência e miséria, porque isso não eleva aquele espírito orgulhoso e soberbo que, muitas vezes, tomam conta de nós. Reconhecer as nossas fraquezas nos ajuda, inclusive, a compreender a condição de pecadores que nós somos.

Não é simplesmente dizer: "eu sou o pecador", e sim, reconhecer que, de fato, tenho pecado. Quando reconheço o pecador e a pessoa miserável que eu sou; reconheço a misericórdia de Deus para comigo, desse modo, não me sinto melhor do que os outros, não julgo os outros e não os condeno.

Quem gasta as suas energias para julgar, condenar e fazer juízos de valores é porque não conhece a si mesmo. Às vezes reclamamos, porque (deduzimos) que Deus não está perto de nós, mas, Deus está perto dos pecadores!

Deus vem para cuidar dos pecadores e quanto mais frágil nós nos reconhecermos, mais podemos experimentar da doçura, ternura, bondade, e da misericórdia de Deus para conosco.

É muito importante nos nossos exercícios Quaresmais a sinceridade de coração, pois, ela nos leva a uma verdadeira conversão. Nós só somos convertidos, quando reconhecemos com seriedade, serenidade e profundidade o abismo que encontra-se a minha alma e o meu coração; quando reconhecemos com verdade o pecador que somos, os pecados que temos, a nossa fragilidade; quando reconhecemos que não somos melhor do que ninguém. Quando esses "reconhecimentos" acontecem, Deus vem em nosso socorro, em nosso auxilio e nos transforma, nos toca, nos cura e abençoa, porque a misericórdia d'Ele nos socorre, nos salva e transforma.

Devemos nos apresentar diante do Senhor não como justo, mas como pecador que somos e a Sua misericórdia é o balsamo e o socorro que a noss alma e o nosso coração tanto precisa.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

16FEV2018

O jejum é uma proposta da renovação da força espiritual

“Não façais jejum com esse espírito, se quereis que vosso pedido seja ouvido no céu. Acaso é esse jejum que aprecio, o dia que uma pessoa se mortifica? Trata-se talvez de curvar a cabeça como junco, e de deitar-se em saco e sobre a cinza? Acaso chamas a isso jejum, dia grato ao Senhor?” (Is 58, 1-9a).

O jejum faz parte das nossas práticas religiosas e nem digo das práticas quaresmais, e ele precisa fazer parte da nossa vida. O jejum nos disciplina e liberta da escravidão que temos dos alimentos, das coisas materiais e de tantas outras coisas. O jejum tem uma função disciplinadora em nossa vida, mas muitas pessoas podem jejuar e nem serem religiosas, por isso, o nosso jejum não pode ser simplesmente uma abstinência de alimentos, deixar de comer isso e aquilo. Ele tem um sentido espiritual profundo e nos coloca em comunhão com o Senhor, pois é a opção que fazemos.

Nem só de pão vive o homem, mas nós vivemos da Palavra do Senhor, da comunhão com Deus e da intimidade e da relação com Deus.

Eu me abstenho de comer para me relacionar com o Senhor. E, aquilo que o profeta Isaías está falando para nós, é algo muito importante para entendermos o espírito do jejum, porque não basta simplesmente jejuar e colocar-se em oração, é preciso que o jejum quebre em nós o junco da escravidão, do pecado e do mal.

É preciso quebrar em nós, aquelas coisas que nós, humanamente falando, não conseguimos resolver . O ressentimento que temos, a mágoa que cultivamos e as relações que nós não conseguimos resolver. O jejum, por excelência, tem um poder espiritual no combate desta vida. Ele nos coloca em comunhão com Deus, conosco e uns com os outros.

Não "abramos mão" da força do jejum! E, o mais importante aqui, não é quantidade de alimentos que deixamos de comer, e sim, que se faça jejum espiritual, em oração, e de renovação espiritual.

Precisamos ter um propósito, uma disposição, uma vontade de saber partilhar e compartilhar o que tenho com os outros.

Quando eu me proponho a fazer um jejum, proponho também tirar tudo o que eu tenho, das posses que tenho para olhar para quem não costumo olhar, que são os mais pobres, sofridos e os necessitados.

Há pessoas que fazem jejum quase a vida inteira, porque não tem o que comer. Nos excessos que temos, que possamos cuidar daqueles que não têm.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

15FEV2018

O Senhor nos ensina que precisamos ser conduzidos pelo seu amor

“Se obedeceres aos preceitos do Senhor Teu Deus, que eu hoje te ordeno, amando ao Senhor teu Deus, seguindo seus caminhos e guardando seus mandamentos, suas leis e seus decretos, viverás e te multiplicarás, e o Senhor teu Deus te abençoará na terra em que vais entrar, para possuí-la” (Dt 30, 15-20).

A verdade é uma só: para viver o caminho da vida e não o caminho da morte, é preciso caminhar na obediência: aos mandamentos, às leis e aos decretos do Senhor, nosso Deus.

Quantas vezes nos perguntamos, para que mandamentos, leis e decretos, se só existem morte e mal no mundo, se o mundo não vive nem as ordens naturais do respeito ao próximo, do respeito à natureza.

Quem é que não sabe que o rio não deve ser poluído? Mas poluem, sujam e o estragam. E as leis de trânsito? Não teríamos uma morte se quer, ou o mínimo de mortes, se as leis de trânsito fossem obedecidas.

A graça de Deus é plena em nós quando guardamos os mandamentos, as leis do Senhor, do nosso Deus, mas, por favor, como homens e mulheres de Deus nós não podemos ter uma hipocrisia religiosa. Dizer: “eu sou religioso; vou à missa todo domingo; faço jejum; observo a Quaresma”. Porém, eu não obedeço às coisas minímas da vida, a começar pelas leis de trânsito e das coisas mais simples e corretas que precisam ser obedecidas, mas, o princípio fundamental é ter um coração colado na lei do Senhor, nosso Deus.

Devemos ter o coração preso ao Senhor, nosso Deus, e ouvi-Lo, amá-Lo e adorá-Lo. O nosso coração, tantas vezes, foi deixado levar-se por outros sentimentos que não são de Deus.

Nós somos absorvidos por impulsos, sentimentos, guerras e disputas, que estão no mundo e nos guiam, conduzem; e somos levados "para lá e para cá", levados e direcionados. É hora de abandonar tudo isso: sair dessas porcarias que estamos, como as redes sociais, mandando coisas "para lá e para cá", com postagens disso e daquilo. É preciso centrar o foco no amor que Deus tem por nós.

Se queremos uma vida renovada, transformada, curada e abençoada, tenhamos em Deus a direção da nossa vida. Coloquemo-nos em Deus, de joelhos dobrados, diante da presença d’Ele, que é a benção que nós precisamos para viver.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

14FEV2018

A Quaresma é tempo de conversão do nosso coração com jejum e penitência

“Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus” (Jl 2, 12-18).

O convite que Deus nos faz, no início desta Quaresma, nesta Quarta-feira de Cinzas, não é nem um outro a não ser nos voltarmos inteiros para Ele. Porque, se existe uma tentação na vida e no mundo, é a tentação de ter um coração dividido e fracionado. Ninguém que esteja me escutando agora, tenho a certeza de que, não afastou-se de Deus inteiramente. Se está me escutando é porque no seu coração tem espaço para Deus, porque, caso contrário, escutaria outras coisas que causam mais prazer a degustação do coração humano.

Se ainda escuta a Palavra de Deus é porque no seu coração tem espaço para Deus, mas não adianta ter espaço para o Senhor, se o coração é dividido, porque com isso, o coração declina-se , cai e não vive a integridade do amor de Deus. Desculpe, Deus não nos dá migalhas, e sim, se dá por inteiro a nós, e Ele quer que sejamos inteiramente d’Ele, pois, de outra forma, nosso coração continuará se machucando e tomado pela incredulidade, maldades e seduções do mundo.

Esse tempo de graça, que agora começamos, não é somente um tempo de jejum e penitência; é mais do que isso. O objetivo maior é outro, nós queremos é que nossos corações sejam inteiros de Deus, e não sejam mais dividido entre o Senhor e o mundo.

Estamos no mundo, mas somos todos de Deus. Esse é o propósito que deve guiar a nossa caminhada quaresmal.

Passamos pelo deserto da vida e das provações, mas somos todos de Deus. Rasgue e abra seu coração, mas para que vamos rasgar o nosso coração? Para tirar as coisas velhas, impuras, que não são de Deus e estão dentro do nosso coração.

Vamos tirar as profanações, as coisas estragadas, mentiras do mundo e tudo aquilo que nos rouba da presença do Senhor nosso Deus. Rasgue! A penitência ajuda; o jejum é um santo remédio; a esmola, a caridade e o amor ao próximo nos colocam no prumo e na direção certa.

Mas o fundamental é rasgar-se, jogar-se e se lançar para que, o nosso coração, não se dividida mais por ninguém e nem por nada, mas seja do Senhor, nosso Deus.

Deus abençoe você!

 

Padre Roger Araújo

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

13FEV2018

Deus não deixa seus filhos cairem em tentação, confiemos na sua graça

“Ninguém, ao ser tentado, deve dizer: ‘É Deus que me está tentando’, pois, Deus não pode ser tentado pelo mal e tampouco Ele tenta a ninguém. Antes, cada qual é tentado por sua própria concupiscência, que o arrasta e seduz. Em seguida, a concupiscência concebe o pecado e dá a luz, e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tg 1, 12-18).

Essas palavras de São Tiago nos ajudam a entender uma coisa muito importante na vida: não podemos mais sermos ingênuos, imaturos e dizer que é Deus que está nos provando, tentando, e que está nos testando. Meu irmão, Deus é o supremo bem e a bondade, e Nele e não há espaço para nada que é do mal. Deus não prova, testa e não coloca ninguém em situações tenebrosas. O Senhor não coloca ninguém no abismo entre o bem e o mal.

Deus não coloca ninguém para pecar, muito pelo contrário, nós que temos inclinações pecaminosos e a essas chamamos de concupiscência, que é a fraqueza que cada um tem ou as várias fraquezas que, ao longo da vida acumulamos. Como, por exemplo, o temperamento, a tendência de comer isso, de beber, e assim por diante. “Ah! Estou bebendo muito, porque Deus está me provando”. Não!Você está bebendo muito porque não controlou-se e ficou do jeito que está.

O pecado que estamos cometendo nunca é tentação de Deus,  porque o Senhor é Aquele que nos previne do tentador e não quer que caiamos em tentação. Agora, é verdade que: Deus é tão bom e amoroso que na tentação Ele está conosco e, mesmo se cairmos nela, Ele estará conosco para nos levantar.

Deus não quer caiamos, porque, o pecado, uma vez concebido, gera morte; e cada um deles é uma morte da graça do Senhor, da virtude que deveríamos ter e nos coloca no caminho da morte, no sentido mais amplo que ela é. Por isso, o importante é compreender que a tentação não é pecado, mas sucumbir-se a ela é. Porém, podemos passar pelas tentações da vida, pois a vida terá várias delas.

Nós podemos nos livrar de tantas tentações, porque, se somos maduros e nos conhecemos como deveríamos, vamos adquirindo habilidades. Não são habilidades humanas, e sim, de confiar na graça e entregar-se nas mãos de Deus; e não entregar-se às tentações.

Conheçamos a nós mesmos, as inclinações que temos em nossos corações e, cuidemos, vigiemos, sejamos prudentes, porque a queda é sinal de que estamos vivendo as inclinações negativas e pecaminosas que há em nós.

Não caímos quando confiamos na graça de Deus, que não nos deixa cair em tentação.

Deus abençoe você!

 

 

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

12FEV2018

Deus não te abandona diante das provações, porque Ele está sempre ao seu lado

“Meus irmãos, quando deveis passar por diversas provações, considerai isso motivo de grande alegria, por saberdes que a comprovação da fé produz em vós a perseverança. Mas é preciso que a perseverança gere uma obra de perfeição, para que vos torneis perfeitos e íntegros, sem falta ou deficiência alguma” (Tg 1, 1-11).

A palavra de Deus traz a nós, nessa carta de São Tiago, duas coisas importantes: a primeira delas é a provação; todos nós somos provados na vida e alguns entendem errado e acham que provação é Deus abandonando. Não! Provação é Deus estando conosco quando, Ele está conosco quando somos provados e vivemos situações difíceis e complicadas como o Seu próprio Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, viveu no meio de nós.

Provação não é só tentação da carne, somos provados de diversas maneiras: com sofrimento, doenças, enfermidades, dificuldades financeiras, mas, somos provados, também, na nossa fragilidade humana e espiritual, enfim, somos tentados em situações e circunstâncias. Para que servem as provações? Para nos amadurecer, nos tornar homens e mulheres íntegros e que saibam fazer escolhas na vida. A provação não me afasta de Deus, ela me aproxima d’Ele; se eu vivo com Ele toda e qualquer provação nos amadurece.

Se olharmos para o nosso passado, perceberemos tantas coisas difíceis já enfrentamos e, hoje, podemos olhar de outra forma e perceber como crescemos, amadurecemos. Só não crescemos mais, porque não soubemos aproveitar melhor as circunstâncias difíceis que vivemos ou passamos. Em cada provação tem uma lição a ser dada, aprendida e vivida e podemos amadurecer e nos tornar um homem melhor, maduro e mais próximo de Deus.

Quando sabemos ler as provações com a ótica da fé e da maturidade humana, produzimos a perseverança. As pessoas passam pelas provações e desistem, desanimam e deixam o caminho, desse modo, não crescem na fé, ela não têm testemunhos para dar. "Eu passei por dificuldade, então, deixei e abandonei tudo"; "a minha família está passando por tribulações", então, deixa a família; "a Igreja está passando por isso", então, deixa a Igreja, sendo assim, não ficamos em nada e não crescemos na vida.

Aguente! Persevere! Lute e não desanime! A provação produz homens e mulheres fortes, que sabem enfrentar a vida como ela deve ser enfrentada. E se passar por provação, enfrente! 

Deus abençoe você!

 

Padre Roger Araújo

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

11FEV2018

Jesus nos pede para amar e cuidar dos nossos 

“Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele e disse: ‘Eu quero: fica curado!’. No mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou curado ” (Mc 1, 40-45).

Sabe, meus irmãos, nós não podemos olhar somente para a lepra como mais uma doença e enfermidade. A lepra que, hoje, conhecemos como hanseníase tem cura e tratamento, mas antigamente não. E, não era só a questão da erupção da pele da pessoa, porque aquela carne ficava fedorenta, apodrecia e ninguém chegava perto daquela pessoa pelo medo de ficar igual a ela, tinha também a questão do leproso ter que se afastar de todos. A primeira leitura de hoje prescreve justamente isso, alguém aparentando ter lepra era levado ao sacerdote e só depois que fosse purificado, poderia voltar para junto das pessoas, caso contrário, ele viveria marginalizado.

Toda doença ou enfermidade mal compreendida e mal cuidada, não era bem vista pelos outros e levava a pessoa a viver distante dos outros. Quando a AIDS chegou ao nosso meio, ninguém queria saber de olhar para uma pessoa que sofria desse mal. Quantas outras doenças ainda há no meio de nós, e as pessoas que as têm, são vistas com certo cuidado, não pode aproximar-se delas.

Na verdade, a lepra é o coração contaminado por qualquer espécie de preconceito, é aquele coração que não sabe enxergar os que sofrem. Seja qualquer doença ou enfermidade é preciso da presença amorosa de Deus. Quantos de nós precisam cuidar; ser presença; abraçar e dar o melhor de nós ao outro, por meio do amor que temos em nosso coração por aqueles que sofrem.

Jesus tem compaixão desse homem. Ele aproxima-se e diz: “Senhor se queres, o Senhor pode me curar. Primeiro, se queres, o Senhor pode me acolher”. Jesus disse: 'Sim, eu quero! Quero te acolher, te amar, cuidar e quero que você fique curado'”.

Nós precisamos querer amar, cuidar, curar e ser presença de Deus em qualquer enfermidade que os nossos possam viver, sofrer ou passar.

O nosso coração não pode ser, de forma nenhuma, movido pelo preconceito, pela ignorância ou pela falta do amor verdadeiro. Quem é curado por Jesus, se enche da compaixão. E essa compaixão não é dó e nem pena, mas é amar, sofrer e estar junto. É dizer que "estou com você no que estiver vivendo".

Que o nosso coração encha-se da compaixão de Deus, para cuidarmos das dores e das enfermidades daqueles que sofrem.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

10FEV2018

O coração de Deus é repleto de compaixão e amor aos mais necessitados

“Tenho compaixão dessa multidão, porque já faz três dias que estão comigo e não tem nada para comer” (Mc 8, 1-10).

O coração de Jesus é cheio de compaixão e sensível  às realidades humanas. Não podemos ter um coração convertido para Deus, se não temos a sensibilidade humana para o sofrimento, a dor, a fome, as necessidades, angústias, enfim, se não nos sensibilizamos com aquilo que outro está vivendo e sofrendo.

O meu coração pode estar apaixonado por Jesus e chora dia e noite na presença do Senhor. Essa é a primeira conversão, no entanto, a verdadeira e plena é quando o nosso coração torna-se como o de Jesus. Se só temos sensibilidade pelas coisas de Deus e religiosas e nos separamos das necessidades dos filhos d’Ele, vamos viver uma conversão muito primária, não sairemos e nem amadurecemos nela.

Nós precisamos ter aquilo que Jesus teve: a sensibilidade e a compaixão de olhar para o sofrimento, para aquilo que outro vive. Não podemos simplesmente nos comportar como indiferentes e dizer: “olha, Deus vai te ajudar”. O Senhor nos colocou no mundo para que sejamos - a ajuda - a mão d’Ele para os outros.

Deus nos colocou no mundo para que possamos pegar o "pão criado", feito pela bondade e sabedoria do trigo, que Deus nos deu para dividirmos e multiplicarmos. Tudo que temos devemos saber dividir e multiplicar. Essa é a graça que vivemos e temos que compartilhar com os sentimentos de Jesus, porque Ele compadece-se do sofrimento da humanidade. Não podemos ver o outro passar fome e dizer: "esse problema não é meu"! Ver o outro passar aflição e não nos importarmos.

Sei que a oração abre as portas do céu, mas, ela tem que abrir, também, as portas do nosso coração, porque o coração de Deus está aberto para o sofrimento e às necessidades pelas quais o mundo passa. Temos o coração fechado, que só pensa em si, preocupa-se consigo mesmo e com suas coisas. Porém, existem à minha volta: pessoas carentes, famintas, sedentas, ou seja, muito necessitadas de tudo.

Que Jesus converta o nosso coração para que ele se abra aos sofrimentos e às necessidades dos nossos irmãos.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

09FEV2018

Abra-se e deixe que Jesus renove e purifique o seu ouvido, sua boca e sua língua

“Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão” (Mc 7, 31-37).

Jesus toca todos os nossos sentidos, porque todos eles precisam ser curados, purificados e renovados por Ele.

Por vezes, nos preocupamos com a "cera" que entra em nossos ouvidos e essa preocupação não é ruim; é bom que cuidemos, porque esta nos faz mal, mas, não é a cera que torna os nossos ouvidos impuros, e sim, o que escutamos: maldades que vêm do mundo, as malícias que estão ao nosso redor e as fofocas. Essas impurezas entram em nós e não imaginamos o mal que fazem ao penetrar o nosso coração e na nossa vida.

Sabemos que, aquilo que ouvimos vai para o nosso coração, e também para a nossa cabeça, porque, "a boca fala daquilo que coração está cheio". Por este motivo que a nossa língua, também, fica doente e enferma: falamos e escutamos o mal. Nós falamos fofoca, porque escutamos fofoca; nós espalhamos mentiras e confusões, porque é o que escutamos.

Esse homem está enfermo como também nós nos encontramos doentes. Sabe por quê? Porque os nossos ouvidos não conseguem mais escutar a Deus como deveríamos ouvir.

Percebemos logo quando uma criança chega à adolescência o quanto os seus ouvidos ficam feridos. Como? A criança escuta a voz do pai e da mãe quando ainda nem sabe falar e os ouvidos estão atentos a voz do pai até de longe; o adolescente quando é tomado pela rebeldia, ele não quer mais escutar a voz do pai e da mãe, só escuta as vozes do mundo e do coração dele. Assim nós, também, estamos.

Os nossos ouvidos estão rebeldes e não escutam a voz de Deus, e, uma vez que, nós não escutamos, não temos o que falar. Nos falamos do mundo, das coisas mundanas, das confusões e das maldades do mundo. Quando as pessoas se encontram e perguntam quais são as novidades, elas sempre falam da vida dos outros. Se a boca só consegue falar maldade é porque o ouvido só escuta isso.

No entanto, Jesus vai no chão, cospe nele e com a saliva, Ele toca com os dedos os ouvidos daquele homem.

Os dedos de Jesus quer tocar os nossos ouvidos para purificá-los e, também, limpar o que ouvimos. E, assim, a saliva d'Ele possa tocar a nossa boca e língua. E aquilo que sair, seja para a nossa edificação.

Permita, meus irmãos, sermos tocados por Jesus e que os nossos ouvidos sejam curados por Ele. E, aquilo que entrar pelos nossos ouvidos, seja o que instrua, renove e santifique, e também, a nossa língua seja sarada e curada por Deus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Homilia Diária

08FEV2018

Precisamos e devemos manter o nosso coração próximo de Deus

“Quando Salomão ficou velho, suas mulheres desviaram o seu coração para outros deuses, e seu coração já não pertencia inteiramente ao Senhor, seu Deus, como o do seu pai, Davi” (1 Rs 11, 4-13).

Nós admiramos muito Salomão com sua sabedoria e temor a Deus, admiramos como ele foi conduzido por Deus, porém, é triste observar como no final da sua vida, já velho, de idade avançada, ele deixou-se desviar; em outras palavras, Salomão escorregou. Não é que ele tenha abandonado a Deus e não acreditasse mais Nele, ou não servisse mais ao Senhor, simplesmente, Salomão já não era tão fiel e não servia mais inteiramente a Deus, deixou o seu coração se dividir.

Salomão deixou seu coração se dividir para outros deuses e afastou-se do Senhor. Os atrativos desse mundo, esses podem ser homens, mulheres, bebidas, etc., desviam o nosso coração. As pessoas que nós escutamos, aquelas com as quais falamos ou quando deixamos nosso coração guiar -se por aquilo que os outros dizem, tudo isso pode nos desviar do Senhor.

Precisamos cuidar da nossa vida todos os dias, porque, ninguém desvia-se de Deus de uma hora para outra. Hoje estou aqui em Deus, e amanhã não estou mais; isso não existe!

Nós nos desviamos do caminho do Senhor aos poucos, O abandonamos e acabamos seguindo outro caminho, ou seja, relaxamos. Não damos atenção e, quando percebemos, o nosso coração não é mais inteiro de Deus.

Não é só na velhice, acontece também com os jovens, adolescentes, comigo, com você, com o pai, com a mãe. Quantos dizem: “Eu já fui mais de Deus; mais da Igreja; rezei mais; hoje já não gosto e não vou mais”.

Muitas coisas desviam o nosso coração, sejam as tentações e os atrativos do mundo, ou ainda, as feridas do coração, nos machucamos, nos decepcionamos e, então, vamos fracionando o nosso coração. Somos de Deus, mas não como éramos: inteiro de Deus.

Davi  mesmos com todos os pecados voltou-se, inteiramente, para Deus e morreu inteiro d'Ele, assim nós também precisamos ser, não podemos ser de Deus pela metade. Sejamos inteiros do Senhor! Precisamos e devemos manter o nosso coração próximo de Deus.

O que é que tem nos roubado de Deus? O que é que tem nos deixado fracionados para Deus? O que tem roubado, aos poucos, o nosso coração da presença do Senhor?

Nós não podemos morrer e nem viver com o coração dividido em relação aquilo que é inteiramente nosso: um Deus que nos ama por inteiro!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

07FEV2018

Todas as impurezas e maldades precisam ser lavadas e purificadas do coração do homem

“Escutai todos e compreendei: o que torna impuro o homem, não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça! (Mc 7, 14-23)".

Esse ensinamento de Jesus vai lá no fundo da nossa alma e do nosso coração. Sei que precisamos nos preocupar com aquilo que comemos, tem comidas que fazem bem e aquelas que não fazem. Mas, o grande problema não é a questão dos alimentos: o que comemos ou não; e sim, o que estraga as relações humanas, aquilo que já está dentro de nós, e não o que vamos receber.

Porque é de dentro do nosso coração que saem as coisas boas, a verdade; porém, não podemos negar que, também, estão dentro de nós as coisas más, maliciosas e estragadas. A inveja entrou no nosso coração, assim como a maldade, a malícia, os maus desejos, ambições, impurezas e adultérios.

Ninguém comete o mal de uma hora para a outra, não existe isso! Ninguém rouba, adultera e faz uma coisa grave se, primeiro, isso não estiver na  cabeça; e essa, pensa no que o coração guardou. Então, de tanto guardamos coisas estragadas em nós, iremos cometer algum erro: falar o que não queria; fazer o que não devia; cometer o ilícito que não deveria.

Nós acostumamos com coisas pequenas e achamos que elas não têm problema: "eu só peguei uma coisa e não devolvi"; "tive apenas um mal pensamento". É preciso purificar o coração de todo mal, para que esse mal não esteja alinhado e escondido dentro de nós, para que não esteja soprando em nossa mente as disposições para aquilo que não é correto.

Por isso, o mais importante é permitirmos que Jesus nos purifique por dentro, que Ele lave o nosso coração purificando nossas intenções, renovando nossa mentalidade, e a nossa maneira de pensar. Porque o que somos, não é só aquilo que vemos de fora, mas principalmente, aquilo que já está dentro de nós. Que reconheçamos o quanto o nosso interior, nosso coração, a nossa alma e vontade necessitam, a cada dia, de purificação e de renovação.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Homilia Diária

06FEV2018

Coloque-se na presença de Deus todos os dias e lugares

“Mas atende, Senhor meu Deus, à oração e a súplica do Teu servo, e ouve o clamor e a prece que ele faz hoje em tua presença” (1 Rs 8, 22-23. 27-30).

Salomão construiu um templo, um lugar, para ali colocar a "Arca da Aliança", e invocar o nome do Senhor nosso Deus. Ele sabia e tinha consciência de que Deus estava no céu, mas sabia que O invocando, Ele fazia-se presente e ali estaria.

É por isso que Salomão ajoelha-se e leva suas oferendas, mas a grande oferenda é a vida dele. Ele coloca-se inteiro na presença do Senhor para suplicar, interceder, pedir para que Ele atenda os rogos do seu coração, e a necessidade da sua alma.

Permita-me dizer:

- "Não tenha receio, coloque-se na presença do Senhor; onde quer que se encontre. Ajoelhe-se na presença d'Ele: na Igreja; aos pés da sua cama; lá onde for fazer o seu trabalho; no lugar que estiver suplique a graça do Senhor, nosso Deus".

Meus irmãos, estamos vivendo tantas aflições, tribulações, dificuldades, falta de entendimento, e estamos caminhando para as coisas humanas: disputas, brigas, competições, acusações, e tudo isso é perda de tempo. O que todos nós precisamos fazer é ajoelhar, dobrar os joelhos, colocar-se na presença de Deus invocando a Sua misericórdia, bondade, sabedoria. Invocando o discernimento que vem de Deus e, sobretudo, invocar para que permaneçamos na Sua presença.

O Senhor está no meio de nós e não o problema! Mas, o problema é sairmos da presença de Deus, e o quanto as coisas do mundo, a nossa própria cabeça e as inquietações do nosso coração, nos roubam da presença do Senhor.

Que tentação mais terrível: nos colocarmos diante de Deus, somente quando formos à Igreja rezar. É óbvio que é um lugar de excelência, porém, onde estivermos, Deus quer fazer-se presente, então, invoquemos o Senhor e O convoquemos, sobretudo, ao nosso coração, e desse modo, não saiamos da presença do Senhor, nosso Deus. E tudo aquilo que formos fazer e realizar, será abençoado, iluminado e direcionado.

Onde queres que estejas, invoca tu a presença de Deus!

Deus abençoe você!

 

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

05FEV2018

Os doentes e enfermos tocados por Jesus são curados

“E, nos povoados, cidades e campos onde chegavam, colocavam os doentes nas praças e pediam-Lhe para tocar, ao menos, a barra de sua veste. E todos quantos o tocavam ficavam curados” (Mc 6, 53-56)

O que são as nossas doenças e enfermidades, se não nossas fragilidades expostas e conhecidas vindo à luz. Nós nascemos frágeis e não há nada mais frágil do que uma criança quando sai do ventre de sua mãe. A nossa fragilidade nos dá consciência de uma suprema verdade e a soar uma fortaleza na vida que chama-se Deus.

Quando levamos nossas enfermidades, nossos doentes e enfermos para a presença de Jesus, para serem tocados por Ele, nós também, somos tocados pela fortaleza de Deus.

É o Senhor que nos fortalece, porque nós não somos fortes. Forte é Deus! Quando Ele está em nós somos fortalecidos e colocados de pé.

Nós até podemos treinar bastante e ficarmos fortes e musculosos, mas só que, cedo ou tarde, a fragilidade bate à nossa porta. Preciso dizer que é muito importante que tomemos consciência de nossa fragilidade, pois, quando não tomamos consciência das nossas fragilidades, somos cercados e dominados pela soberba e o orgulho.

A soberba e o orgulho nos cegam, iludem e nos colocam na pior das enfermidades, porque com elas nós não enxergamos a cura e a fortaleza, e a cura e a fortaleza da nossa vida tem nome: Jesus.

Deus enviou Seu Filho ao mundo para que, todas as nossas fragilidades, estivessem e estejam aos pés do Senhor da vida. Quando nos achamos fortes e acreditamos que nenhum mal possa nos vencer, a "picada da serpente" nos fragiliza, a "picada do mal" nos coloca cientes do quanto somos frágeis.

Deus quer fortalecer cada um de nós!

Coloquemos no Senhor, a confiança e a esperança, porque Ele é a nossa fortaleza e cuida das nossas fragilidades.

Deus abençoe você!

 

Padre Roger Araújo

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

04FEV2018

Não podemos viver sem a presença de Jesus durante as enfermidades

“Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios. E não deixava que os demônios falassem, pois sabiam quem Ele era” (Mc 1, 29-39)

Jesus é o Senhor da vida, por isso, ela precisa ser colocada na presença de Jesus. Tudo aquilo que somos, temos e vivemos, precisam ser colocados na presença do Senhor.

A nossa saúde, enfermidade e o nosso ser sadio, mas também, quando estamos enfermos, então, hoje, estamos colocando diante da presença de Jesus todas as enfermidades.

Não deixe para procurar Jesus quando ficar doente ou enfermo. Entregue-se para Jesus, para que Ele cuide e ensine a viver uma vida sadia, mas, não podemos negar que todos nós experimentamos a fragilidade da vida, em qualquer época. Crianças ficam doentes pequenas, nossos idosos são frágeis, a nossa juventude não está imune, e tantas fragilidades da existência humana.

Precisamos orar pelos doentes e enfermos, mas também, precisamos entregar as nossas fragilidades a Jesus, e deixar que Ele toque em nós. Necessitamos do toque, da graça e da presença de Jesus, para vivermos na saúde ou na doença em comunhão com Ele.

A grande doença e enfermidade da vida é não termos em nós o Senhor da vida. Quando Jesus está em nós, somos curados da grande enfermidade do mal, que nos afasta da presença de Deus.

Pode ser que enfrentemos uma enfermidade, até por um longo período, mas não podemos ficar longe da presença de Deus. Até podemos estar sadios, aparentemente bem, mas, a nossa alma está tão contaminada pelo mal que acabamos não vivendo a presença de Deus em nossas vidas.

Jesus está curando as nossas enfermidades e expulsando os demônios da nossa vida. Os demônios que nos confundem, que nos afastam da presença de Deus, e que nos levam a voltarmos para nós mesmos, para o nosso ego, nossas vontades, e acabamos centrando o mundo em nós.

O demônio não tem outra missão a não ser nos afastar de Deus. Não pense que o demônio age no mundo somente tornando as pessoas más. A grande maldade dele é a de enganar e iludir; e a maior ilusão da vida é achar que podemos viver sem Deus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Homilia Diária

03FEV2018

Ter um coração sábio para fazer boas escolhas e discernimentos

“Dá, pois, a Teu servo, um coração compreensivo, capaz de governar o Teu povo e de discernir entre o bem e o mal”. (1Rs 3, 4-13)

Salomão era apenas um adolescente quando foi suceder Davi no governo do povo Israel, esse adolescente, conforme recebeu de herança e instrução do seu pai a graça de ser acima de tudo um servo de Deus.

Olha a consciência de Salomão, ele podia ser rei e poderia ser qualquer coisa, mas decidiu ser um servo do Senhor. Essa é a consciência que todos nós precisamos ter, porque, antes de sermos pais, mães, trabalhadores e funcionários; devemos ser um servo e um filho do Senhor.

É por isso que Salomão coloca-se na presença do Senhor, nosso Deus, ora e implora a graça de Deus sobre ele. Deus o ouvindo disse: "Salomão pede tudo o que quiseres e eu te darei".

E o que Salomão pede a Deus? Um coração sábio, compreensivo e que seja capaz de discernir entre o bem e o mal; entre a vontade Deus e o que não é vontade d'Ele; entre o que é justo e o que não é injusto.

A sabedoria é ter um coração que seja capaz de penetrar a verdade e não viver segundo os impulsos das emoções. Essa é a graça que Salomão pede a Deus!

A oração de Salomão agradou tanto ao coração de Deus, porque ele não pediu riquezas, tronos, bens materiais e casamento, e sim, pediu a sabedoria para fazer escolhas e discernimentos.

Sabe, meu irmãos, se nós soubéssemos buscar a sabedoria, o discernimento, entre o que posso e o que não posso; o que devo e não devo; entre o que vai fazer-me bem ou não; erraríamos e "quebraríamos menos a cara", além de saber usar melhor o que temos, porque, muitas vezes, pedimos coisas materiais e essas serão o que irá atravancar, atrasar, atrapalhar e complicar a nossa vida.

Muitas vezes, estamos focados no que achamos que é "essencial", quando na verdade o fundamental é a sabedoria e o discernimento para saber viver nessa vida, saber ser pai e ser mãe, saber ser trabalhador; sabedoria para saber viver nessa vida.

Por isso, nos colocamos, hoje, na presença do Senhor e, a exemplo da humildade de Salomão, busquemos a sabedoria e o que vem de Deus: o discernimento do coração de Deus, a instrução que vem de Deus para sabermos fazer escolhas de vida.

Precisamos ter consciência de que as nossas escolhas, várias vezes, são movidas por impulsos, emoções e sentimentalismos. A verdade é que precisamos da sabedoria para fazermos escolhas corretas, discernidas e abençoadas.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Homilia Diária

02FEV2018

No batismo Deus concede a graça de ser consagrado e ungido

"Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-Lo ao Senhor. Conforme está escrito na lei do Senhor:'Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor' (Lc 2, 22-40)".

Jesus é o consagrado e ungido de Deus por excelência, mas a unção do Pai que está sobre Ele e paira sobre n'Ele é estendida a todos nós. Aquele que é o ungido de Deus, veio trazer a unção e benção a todos nós.

A graça que o batismo confere a mim e a você é a graça de sermos batizados e marcados pelo símbolo do Espírito Santo. Por ele somos lavados e purificados. E, uma das graças que observo com muito amor, é a graça da unção com o óleo do crisma, que fazemos em cada criança, nos catecúmenos quando são batizados.

Eu digo a você: por que nós recebemos essa unção? Nós recebemos essa unção para sermos ungidos, consagrados, para ser propriedade do Senhor, nosso Deus, aquele selo que está em nós, diz que pertencemos a Deus.

Podemos carregar uma cruz, uma medalha e qualquer símbolo, mas a unção é muito mais que qualquer símbolo externo. A unção está dentro de nós, do nosso peito, do nosso coração, das nossas vidas. Estamos marcados no céu diante de Deus como filho, coisa e propriedade do Senhor.

Agora é verdade que precisamos viver na unção, na graça e como um consagrado a Deus. A primeira coisa é tomar consciência da nossa consagração, da nossa unção e de que pertencemos a Deus, e somos filhos d’Ele, então, precisamos viver como seus filhos.

Desculpa, não basta sabermos que um dia fomos batizado, é importante que eu exale a graça do batismo na minha vida. É preciso que a unção que recebemos, transborde naquilo que falamos, fazemos e vivemos.

No mundo onde estamos, precisamos transbordar a unção e a graça de Deus, que paira sobre nós. A graça de vivermos na unção, vivermos como ungidos e consagrados a Deus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo