Gol

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Homilia Diária

30ABR2018

Jesus vem com o Pai e o Espírito fazer em nós lugar da morada de Deus

“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada” (João 14,23).

Que declaração de amor maravilhosa! Jesus está dizendo que Ele e o Pai fazem morada em nós se Os amarmos. Não é um “amor sentimento” ou um “amor palavra”, porque a afirmação d’Ele é muito clara: “Quem me ama guarda os meus mandamentos”. Queremos que Deus faça a Sua moradia em nós.

Vamos à igreja, ao templo, porque sabemos que lá é a morada de Deus. Entramos numa igreja para nos encontrar com Ele. Alimentamo-nos de Jesus vivo na Eucaristia, portanto, alimentamo-nos da Palavra de Deus.

A Palavra quer entrar e permanecer em nós. Assim como o Senhor está na igreja, Ele quer permanecer em nós, morar em nós. Guardemos Suas Palavras, Seus mandamentos, façamos do nosso coração lugar da morada de Deus.

Estamos deixando muitas coisas morar dentro de nós, estamos guardando tantas coisas velhas, “tranqueiras”; e, muitas vezes, preferindo que aquilo que nos destrói, que nos deixa amargos e nos ilude, esteja crescendo dentro de nós.

Diga “não” aos maus pensamentos, aos ressentimentos, às mágoas e às coisas velhas que estão há tanto tempo remoendo e remexendo dentro de nós. Que a Palavra permaneça em nós, more em nós, porque é guardando essa Palavra que Jesus vem com o Pai e o Espírito para morar em nós e fazer em nós lugar da morada de Deus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 29 de abril de 2018

Homilia Diária

29ABR2018

Não façamos nada se não formos enxertados no Senhor

“Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda” (João 15,1-2).

Meditamos duas coisas maravilhosas a partir daquilo que Jesus está nos dizendo hoje: o fato de Ele ser a videira e nós sermos os ramos. Fico pensando no ramo, que é enxertado da videira. Quando ele sai, parece estar muito bom, é um ramo rigoroso, mas, aos poucos, vai murchando; depois, seca e, por fim, morre.

Empolgamo-nos quando estamos em Deus, vemos a graça d’Ele atuando em nós, mas, depois de um tempo, começamos a acreditar que nós realizamos as coisas. Então, vamos nos distanciando da videira. Com menos ou mais tempo, vamos nos cansando, perdendo o rigor. Aquela graça que estava em nós vai secando. Podemos parecer humanamente capazes, falarmos bem, mas a graça e o sobrenatural não atuam em nós.

Em Deus, produzimos muitos frutos. A eficácia do Reino de Deus e a Sua graça acontecem se estivermos n’Ele, porque elas passam através de nós, mas sem Ele nada podemos fazer.

A maior burrice é acreditarmos que sem Deus podemos fazer muitas coisas, mas, na eficácia do Reino, nada podemos fazer sem a graça e o poder d'Ele. Não caiamos nesta cilada terrível de acreditar que podemos viver sem Deus. O homem vai tendo conquistas no campo científico, tecnológico, nos vários campos das ciências, e ele chega a um ponto inicial. Podemos até melhorar de forma relativa à vida humana, mas não existe vida humana plena se ela realmente não for em Deus.

Podemos conquistar muitas coisas com os nossos trabalhos, com as nossas capacidades intelectuais, mas, no fim tudo aquilo que conquistamos e realizamos, cai no valor e no significado de que ela não foi realizada em Deus. “Sem mim nada podeis fazer” (cf. João 15,5).

Não façamos nada nesta vida se não formos enxertados no Senhor, porque somos apenas um ramo nesta videira verdadeira, que é Jesus, nosso Senhor e Salvador.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 28 de abril de 2018

Homilia Diária

28ABR2018

Deus nos usa para que as obras do Seu Reino aconteçam

“Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai, e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (João 14,12-13).

Jesus está nos trazendo tesouros preciosos por meio da Sua Palavra. Aquele que permanece em Deus, aquele que acredita n’Ele fará obras maiores do que aquelas que Ele realizou.

Fico pensando em tantas obras que Jesus fez, e percebo que as minhas são tão pequenas! A comparação não é numérica, não me refiro à quantidade de obras. Não se trata disso, mas sim da intensidade daquilo que fazemos. Com Jesus, a nossa intensidade torna-se cada vez maior.

As obras do Reino de Deus precisam ser feitas a cada dia, pois, quando nos submetemos a Jesus, vivendo em comunhão com Ele, somos inspirados, porque Ele nos manda para frente. O Senhor nos levanta, ergue-nos, mesmo que estejamos caídos e prostrados, para realizarmos a obra de Seu Reino.

As obras são feitas e realizadas na simplicidade do coração e da alma. Um bom conselho que damos, uma boa direção para alguém, um ombro amigo, uma oração que fazemos pelo outro, são boas obras. Somos incapazes de curar e abençoar alguém, mas Jesus usa de nós para que oremos pela cura das pessoas, para que elas sejam abençoadas, iluminada, e para que aquela pessoa que está morta levante e ressuscite. No entanto, precisamos crer em Deus.

Se ficarmos na retaguarda, desmotivados, se não crermos na obra do Reino de Deus, realmente, não faremos obra nenhuma. Deus nos usa para que as obras do Seu Reino aconteçam e, por meio de nós, o Pai seja glorificado no Filho que está em nós. Tudo o que pedirmos ao Pai em Seu nome é Jesus mesmo que fará acontecer.

Voltemos o nosso olhar para Jesus, voltemos o nosso coração para Ele e peçamos: “Jesus, direcione tudo aquilo que fazemos e realizamos, tudo aquilo que precisamos fazer para que o Reino de Deus seja construído e realizado”.

Precisamos ver as obras do Reino acontecendo, e elas acontecem por meio de cada um de nós, que, vivendo a comunhão com Jesus, procuramos, por intermédio da nossa vida, realizar as obras do Seu Reino.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Homilia Diária

27ABR2018

A fé coloca-nos na condição de combate diante de todas as dificuldades que enfrentamos na vida

“Disse Jesus a seus discípulos: Não se perturbe o vosso coração. Tende fé em Deus, tende fé em mim também” (João 14,1).

Experimentamos muitas tribulações em nosso coração e essas perturbam o nosso coração, deixam o nosso coração inquieto, roubam a paz, a tranquilidade, a serenidade da nossa alma e da nossa vida.

Andamos quietos e tensos demais, porque os problemas que estão a nossa frente roubam a nossa paz interior, por isso, Jesus está dizendo: “Não perturbas-te”. Só tem um jeito de não nos perturbarmos, é quando olhamos mais para a nossa fé e a colocamos como a luz que guia a nossa vida, o nosso coração e que ilumina tudo aquilo que nós vivemos.

A fé não resolve todos os nossos problemas, ela faz muito mais do que isso. A fé cuida de todos nós para que tenhamos maturidade, tranquilidade e serenidade para lidarmos com as situações adversas da vida. A fé não tira os problemas da nossa vida, pelo contrário, a fé nos amadurece e nos ilumina; ela coloca-nos na condição de combate diante de todas as dificuldades que enfrentamos na vida.

Se estamos perturbados, alucinados e inquietos não teremos forças para o combate que há na nossa vida . O remédio para as situações adversas da vida é a serenidade da alma e a serenidade vem da fé que é alimentada na confiança, e na esperança, que se rendem aos cuidados do Senhor. A fé é quando tiramos o olhar dos nossos problemas, das nossas dificuldades e o mantemos em Jesus. Não é que nos tornamos indiferentes ou simplesmente não assumimos as nossas responsabilidades. Tornamo-nos realmente inteiros no que fazemos, enfrentamos de frente a nossa vida com tudo aquilo que precisamos enfrentar, mas iluminados, guiados e direcionados pela nossa fé que temos em Jesus. 

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Homilia Diária

26ABR2018

Se fazemos o bem ao outro e queremos recompensa, caímos na frustração, na decepção, pois o coração irá magoar-se facilmente

“Se sabeis isto, e o puserdes em prática, sereis felizes” (João 13,17).

O Evangelho de hoje é a conclusão do Evangelho onde Jesus lavou os pés dos Seus discípulos. É no final daquela cerimônia linda e transformadora, gesto daquilo que é a vida de Jesus num todo, porque a vida d’Ele foi servir.

Quando Ele colocou-se aos pés dos Seus discípulos, Ele não estava fazendo uma representação, Ele queria nos dizer qual é o segredo, qual é o caminho da felicidade, e se uma profunda tristeza bateu à “porta” do coração de Jesus quando, em seguida, Ele sofre a agonia no Horto das Oliveiras, isso jamais Lhe tirou a alegria, mesmo em meio ao sofrimento e a agonia.

Há uma alegria que toma conta da alma e do coração de quem serve, de quem faz o bem para o outro, de que ama o seu próximo, de quem dedica os seus esforços para fazer o bem, desde que, não seja esperado nada em troca. Porém, se fazemos o bem ao outro e queremos recompensa, caímos na frustração, na decepção, pois o coração irá magoar-se facilmente.

Jesus, nosso Senhor e Mestre, morreu com muitas decepções, mas sem nenhuma frustração e mágoa, porque Ele servia para servir, servia por amor e quem faz por amor não espera, de forma nenhuma, alguma recompensa. O coração torna-se livre e, coração livre encontra felicidade naquilo que realiza.

Muitas vezes, receberemos ingratidão por aquilo que fazemos, por exemplo, uma mãe nem sempre vai receber agradecimento ou reconhecimento dos seus filhos pelo amor que prestou-lhes a vida inteira, desde o momento da concepção até todos os cuidados que a vida exigiu, mas ela é feliz e realizada só pelo fato de ser mãe. Quando ela encontra no “ser mãe” um serviço de amor, não é algo penoso ou doloroso.

Encontramos felicidade quando servimos o próximo, os necessitados, os marginalizados, mas isso pode parecer muito genérico quando não partimos para a prática.

Jesus falou, mas também fez; Ele curou, abençoou e por último mostrou-se. “Mesmo os homens não me amando, eu os amei até o fim”.

Não desista, não se canse de amar! Se o nosso amor é gratuito, verdadeiro e evangélico, nós até nos decepcionamos com as situações que vivemos, mas jamais nos magoamos, porque o amor não guarda mágoa, rancor; o amor é puro, livre e supera-se, porque o amor tudo supera!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Homilia Diária

25ABR2018

Em todos os ambientes, no trabalho que fazemos, nas redes sociais que usamos, precisamos anunciar e proclamar Jesus

“Jesus se manifestou aos onze discípulos, e disse-lhes: ‘Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!’” (Marcos 16,15).

Hoje, celebramos o evangelista São Marcos. Ele era muito jovem quando começou a seguir Jesus; foi na casa dele que se realizou a última Ceia, segundo o que tradição nos relata. Mas, o que mais conhecemos dele é o seu Evangelho curto, porém, o mais preciso e direto, aquele que nos apresenta quem é Jesus. Ele nos faz entender a verdade fundamental: Jesus é o Filho de Deus.

Uma vez que, reconhecemos em Jesus o Filho de Deus, Ele nos dá uma missão: anunciar o Evangelho a toda criatura. O Evangelho escrito, narrado e testemunhado a nós, foi-nos dado para que tenhamos a vida em Deus. Conhecemos a vida de Cristo e a vida que Ele nos trouxe, porque esse Evangelho chegou aos nossos corações.

A ordem que foi dada aos discípulos é a mesma que nos foi dada: pregar o Evangelho a toda criatura. Talvez, pensemos no mundo globalizado; distante; longe; com pessoas que não conhecem o Evangelho, contudo, o Evangelho precisa ser pregado no mundo em que estamos.

Há muitas pessoas próximas de nós que não conhecem o Evangelho e nós, muitas vezes, estamos próximos dele, mas não o conhecemos. O Evangelho tem de ser pregado, primeiro para nós mesmos, pois somos os primeiros que precisam recebê-lo, e o que recebemos precisamos dar.

Os discípulos receberam muito do Senhor, e o "muito" que receberam, levaram para os outros, porque o discípulo não retém para si, ele leva para o outro aquilo que ele recebeu. A nossa missão no mundo de hoje é a de anunciar o Evangelho!

O que é anunciar o Evangelho? É falar de Jesus, é pregá-Lo, anunciá-Lo. Não é piegas, não é beatice, pelo contrário, é vida transformada.

No mundo em que estamos se fala de tudo: nas redes sociais, nas conversas que levamos aqui e ali, mas falamos pouco ou quase nada de Jesus. Estamos restringindo falar de Jesus quando vamos à Igreja, quando nos reunimos nos grupos de oração, mas a verdade é que, em todos os ambientes: no trabalho que fazemos; nas redes sociais que usamos; precisamos anunciar e proclamar Jesus. 

Não podemos querer nos anunciar e nem nos "aparecermos" às custas de Jesus, precisamos usar o que somos para que, através de nós, Jesus seja conhecido, amado e glorificado, porque só Ele tem palavras que salvam a nossa vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 24 de abril de 2018

Homilia Diária

24ABR2018

Enquanto formos dóceis, obedientes e submissos ao Pastor, Ele cuida de nós e ninguém nos rouba d’Ele

“Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão” (João 10,28).

O Bom Pastor nos dá a vida eterna; a ovelha que está em Jesus jamais se perde; não há possibilidade alguma de nos perdermos se formos cuidados por Jesus, direcionados e iluminados por Ele.

Não podemos ser enganados e iludidos porque, muitas vezes, achamos ou criamos a sensação de que estamos em Jesus, mas não temos comunhão com Ele. Não escutamos a voz de Jesus; escutamos as nossas convicções, colocamos certas coisas na cabeça e no coração, coisas que nem “Deus” tira e achamos que isso é de Deus.

Uma ovelha se engana e se ilude quando ela não tem a humildade e a submissão à voz, à condução e à direção do Pastor. Quando o Pastor nos direciona, jamais nos perdemos; e a perdição não entra em nós, porque a salvação que Ele nos trouxe está em nós e, ninguém tem forças para nos arrancar das mãos de Deus.

Não podemos dizer que tem sido uma fraqueza: “Foi mais forte do que eu”. Eu sei que temos nossas fraquezas, somos fracos, mas o mal não tem mais poder do que a graça de Deus, em hipótese alguma.

O orgulho tem um poder destrutível e mortal, podemos ter as maiores virtudes do mundo, mas se elas forem contaminadas pela força do orgulho e da soberba, enfraquecemos sem perceber. É como um “vírus” ou um “câncer” que entra em nossa alma e aniquila a nossa relação de comunhão com Deus.

Ovelhas que somos, do redil de Jesus, não permitamos ser roubados das mãos d’Ele. Enquanto formos dóceis, obedientes e submissos ao Pastor, Ele cuida de nós e ninguém nos rouba d’Ele.

Quando nos deixamos iludir e somos levados pelo nosso egoísmo e pela nossa soberba, nos perdemos de forma muito desastrosa. Não nos iludamos, não permitamos que o nosso coração se engane. Sejamos dóceis a Jesus, porque Ele cuida de nós com todo amor e ternura.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Homilia Diária

23ABR2018

Permitamos que o Bom Pastor cure as nossas feridas e que a Sua vida esteja em nós

"O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10,10).

Continuamos escutando a voz do Bom Pastor que orienta, conduz, direciona, a vida de Suas ovelhas. Hoje, o Bom Pastor nos adverte que há um ladrão que rouba as ovelhas. E para que esse ladrão rouba as ovelhas? Ele mata, rouba e destrói as ovelhas.

É importante entendermos que o inimigo de nossa alma é ladrão, ele rouba as almas que pertencem a Deus. Ele quer nos roubar para não pertencemos mais a Deus, e depois ele mata e destrói a vida de Deus que há em nós. O ladrão arranca a graça de Deus que está dentro de nós, mas ele só faz isso se a ovelha se deixa seduzir, se ela se deixa ser roubada do colo de Deus.

Quando estamos em Jesus, o ladrão deste mundo não tem o poder de nos roubar, matar e nem de nos destruir, porque o Bom Pastor cuida e não se descuida de nós. Às vezes, os pastores estão distraídos e deixam-se iludir com outras ocupações e preocupações, mas o nosso Bom Pastor, não. Ele vigia, cuida de nós a todo tempo, até quando fugimos d’Ele.

O Bom Pastor nos espera, Ele corre atrás de nós. Ele quer nos buscar, quer nos arrancar das mãos do maligno, daquele que nos rouba de Deus, daquele que apresenta atrativos ilusórios, enganosos, que nos arrancam, que nos puxam.

Não permitamos ser roubados do colo de Jesus, não permitamos ser levados do redil de Jesus porque o ladrão não chega como ladrão, pelo contrário, ele chega com opções para nos atrair. E quando desejamos voltar, o coração está arruinado, quebrado, perdeu a graça, o gosto, o sabor pelas coisas do Céu.

Permitamos que o Bom Pastor, que veio para nos dar a vida em abundância, em plenitude, cuide de nós, cure as nossas feridas e que a Sua vida esteja em nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 22 de abril de 2018

Homilia Diária

22ABR2018

Se escutamos a voz do nosso Pastor, não vamos nos perder nas estradas da vida

“Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas” (João 10,14).

Quando olho para a figura do Bom Pastor, sinto-me uma “ovelhinha” do redil d'Ele; procuro olhar para Jesus porque encontro n'Ele refúgio, segurança e confiança. O nosso lugar é no colo do Bom Pastor!

É verdade que nem sempre somos boas ovelhas; somos uma ovelha difícil, complicada, mas o Bom Pastor nos conhece. Precisamos conhecê-Lo mais, amá-Lo mais; precisamos ser uma ovelha que escuta a voz d’Ele. Uma ovelha só se perde quando ela não escuta a voz do seu pastor, e se nos perdemos nos caminhos da vida, não foi o Senhor que nos abandonou, pelo contrário, fomos nós que não escutamos a voz d’Ele.

Quando olhamos para a nossa vida e a repassamos, vamos vendo que, em muitas situações, escutamos mais a nós mesmos, o nosso coração, escutamos a voz do outro e deixamos de escutar o Senhor.

Escutar o Senhor não é difícil, mas é preciso dedicação e desdobramento de alma, de coração. É preciso submeter-se a estar aos pés do Senhor para escutá-Lo, pois se escutamos a voz do nosso Pastor não vamos nos perder nas estradas da vida.

Vivemos num mundo em que, muitas vezes, nos torna insensíveis à voz de Deus. Quando não nos tornamos insensíveis, nos tornamos confusos; nos perdemos na confusão do mundo onde tem tantas vozes, tantos conhecimentos, tantas coisas nos orientando para cá e para lá. A boa ovelha procura o recanto do silêncio da alma, do coração, para na intimidade da alma escutar que tem um verdadeiro Pastor que nunca deixa de cuidar de Suas ovelhas, e Ele é capaz de doar a vida por elas.

O Bom Pastor nos deu a vida para que tivéssemos vida; Ele nos dá a vida a cada dia cuidando, dedicando-se, porque, para o Bom Pastor nada é mais importante do que cuidar das Suas ovelhas.

Como ovelhas do redil de Jesus, permitamos ser cuidados por Ele. A maneira essencial de sermos cuidados pelo Bom Pastor é termos sensibilidade para escutar a voz d’Ele, e segui-la para não nos perdermos nas sendas da vida.

Deus, o Bom Pastor, abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 21 de abril de 2018

Homilia Diária

21ABR2018

Somente Jesus tem palavras que trazem eternidade para a nossa alma, para o nosso coração e para a nossa vida

“Simão Pedro respondeu: ‘A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna’. Nós cremos firmemente e reconhecemos que Tu és o Santo de Deus” (João 6,68-69).

As palavras que Jesus afirmou a respeito do Pão da Vida, que era necessário comer a carne do Filho do Homem e beber do Seu sangue, causou uma certa perplexidade e rejeição da parte dos outros. Aqueles que não se submeteram à fé, ficaram perdidos diante daquela situação; e muitos preferiram abandonar Jesus, não quiseram mais serem discípulos d'Ele.

Quantas pessoas andaram na companhia de Jesus, frequentavam a casa d'Ele, foram discípulas do Senhor e, por causa de situações particulares, por questões de fé ou porque as exigências do seguimento de Jesus eram grandes, deixaram de segui-Lo. Não é simples ser discípulo de Jesus, e não é porque as exigências são duras demais; nós  que não nos "amolecemos" para sermos moldarmos a partir das exigências do Reino de Deus, por isso, o caminho mais fácil é abandonar; desistir e não perseverar.

A grande graça que temos de buscar no Reino de Deus é a graça da perseverança, temos de perseverar nos caminhos do Senhor, perseverar na Palavra d’Ele, crescer na intimidade com Ele, e para isso é necessário acolher as Palavras do Mestre no coração.

A pergunta de Pedro foi: “A quem nós iremos?”. Podemos nos sentir perdidos, cansados, não nos encontrarmos bem em muitos momentos da vida, até no próprio seguimento de Cristo, mas o questionamento de Pedro é, também, uma resposta para a nossa alma. “A quem nós iremos? A quem serviremos?". Somente Jesus tem palavras de vida eterna, palavras que trazem eternidade para a nossa alma, para o nosso coração e para a nossa vida.

A tentação de abandonar o Mestre, muitas vezes, é grande; e chega em diversas circunstâncias da nossa vida, por isso, é preciso ter a humildade de submeter-se à Palavra do Senhor, colocarmo-nos aos Seus pés para não desanimarmos e seguirmos adiante. Só Jesus tem palavras que nos trazem eternidade. Só o Senhor que nós reconhecemos como Filho único de Deus.

Sigamos firmes e perseverantes no seguimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Homilia Diaria

20ABR2018

O sangue de Jesus não só nos purifica dos nossos pecados, mas fortifica a nossa vida para que tenhamos fé, sentido e direção

Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós” (João 6,53).

Precisamos e queremos ter a vida, mas para tê-la é preciso que a vida eterna de Deus entre em nós. Não negligenciemos a comunhão com Deus, não negligenciemos o Corpo e o Sangue do Senhor (...) e  queiramos a vida no sentido mais pleno, no sentindo mais glorioso, a glória eterna.

A glória é contemplar Deus para sempre, mas a glória começa quando vivemos a comunhão com Ele. Talvez tenha sido duro para os judeus compreenderem o significado disso.

Fomos acostumados a comer a carne dos animais: do frango, do peixe; a carne bovina; mas todas elas são apenas um alimento que nos sacia (...), mas quando pensamos na Carne do Filho de Deus, devemos pensar na vida que nela está, que viveu a santidade, na Carne que viveu a vida plena de Deus no meio de nós.

É algo muito divino, muito sublime, pois por meio dessa Carne, o Eterno entra no nosso ser corporal, mortal, inflamado de pecados, de erros, de incoerências, mas quando permitimos que a Carne de Cristo entre em nós, Ele nos transfigura, nos transforma, e a nossa vida assume outro sentido.

Não podemos esperar estarmos plenamente santos para recebermos a Carne do Senhor, pelo contrário, a nossa fraqueza tem de ser do Senhor. A nossa carne para ser santificada, precisa da Carne do Senhor; o nosso corpo precisa do Corpo do Senhor. Por isso, é preciso ter fome da Eucaristia, precisamos fazer do Corpo do Senhor o alimento da nossa vida, precisamos mergulhar n’Ele, tomar consciência de que Ele nos santifica da ponta dos pés até o fios do nosso cabelo. Quando vivemos essa comunhão, Ele santifica os nossos pensamentos e sentimentos. 

O Sangue de Cristo é o símbolo maior da vida; o Sangue vertendo é a vida que perece. O Sangue que recebemos é a vida que ganhamos como dom do Alto. A vida nunca mais nos será tirada quando nos saciamos do Sangue do Senhor. O Sangue de Jesus não só nos purifica dos nossos pecados, como também, fortifica a nossa vida para que tenhamos fé, sentido e direção.

Que sejamos tomados pela presença do Corpo e Sangue do Senhor, que santificam o nosso corpo e a nossa vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Homilia Diária

19ABR2018

Deus nos deu a Sua carne, o Seu corpo inteiro para nos "alimentar"

Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo” (João 6,51).

O Corpo do Senhor foi pregado na Cruz para dar vida ao mundo. Quando olhamos para o Cristo crucificado na Cruz, temos piedade e dó, entretanto, não é uma coisa e nem outra, é um amor profundo.

O pai e a mãe trabalham para dar vida aos seus filhos. Penso na mãe que dá o leite do seu seio para alimentar a vida que gerou, dá o seu próprio corpo para alimentar os seus filhos.

Deus nos deu a Sua Carne, o Seu Corpo inteiro para nos "alimentar". Aquele Corpo que foi colocado na Cruz, pareceu para alguns um espetáculo ridículo, porque para eles alguém ser pregado numa cruz e nu era digno de condenação. Mas, Jesus não tinha nenhum motivo para ser condenado, permitiu ser condenado para ser alimento, Ele mesmo quis ser a nossa salvação, a nossa redenção. O “Pão” que Ele nos deu é o Seu próprio Corpo para salvar a vida do mundo.

Não permitamos que a nossa vida pereça por falta de significados e sentidos. A cada minuto uma pessoa se suicida, tira a própria vida. Só tira a própria vida quem não tem sentido para a sua vida. Não é um julgamento daqueles que se suicidaram, cada um tem as suas razões psicológicas. A verdade é que a nossa vida precisa de sentido (...) precisamos de uma razão para viver; o Corpo do Senhor é a razão da nossa própria vida. É preciso comer, alimentar-se, permitir sermos alimentados pela presença d’Ele.

Volto-me para a Eucaristia e não vejo nela apenas um sentido de “memória”, no sentido de lembrança, mas a própria Carne e Sangue do Senhor foram dados como alimento para nós. Para mergulharmos na Eucaristia, permitamos que a nossa vida seja mergulhada no Corpo e Sangue do Senhor, permitamos ser inebriados por essa presença transformadora e santificadora, que transcende a nossa própria capacidade humana.

A Eucaristia é um sacramento belo e profundo para a nossa própria compreensão. Se não podemos compreender, creiamos, vivamos da fé, mas deixemos que a Eucaristia transforme a nossa maneira de pensar.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Homilia Diária

18ABR2018

É preciso nos "alimentar" de Jesus para saciarmos essa "sede" profunda de eternidade que todos nós temos

Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede” (João 6,35).

Jesus continua nos formando a respeito do Pão da Vida. Quando falamos do Pão da Vida, o nosso olhar deve voltar-se para Jesus, porque é Ele quem diz: “Eu sou o Pão da Vida”.

Tiremos o nosso olhar das abstrações que fazemos, até do simbolismo escancarado em tantas outras coisas que não sejam diretamente o próprio Jesus.

Precisamos nos "alimentar" de Jesus, recebê-Lo, permitir que Ele esteja em nós e não olhemos o pão apenas como alimento material, porque aí está o perigo do materialismo, que nos faz olhar as coisas somente no sentido material e não nos transcende para o espiritual. O espiritual não pode ser algo distante da nossa vida real, porque o espiritual transfigura a nossa vida material e traz a eternidade para junto de nós.

Jesus diz: “Eu sou o Pão da Vida. Quem vem a mim [...]”, por isso, nós vamos ao encontro de Jesus para saciara nossa fome. Quem já passou fome sabe a dureza que é; como aquilo desequilibra a vida física e psicológica de uma pessoa. É uma fome gritante na alma, é uma fome de eternidade, de sentido da vida; é uma fome de se encontrar com a razão da existência. Quando não encontramos, nos saciamos com os alimentos deste mundo.

Por isso alguns se refugiam nos alimentos, outros se refugiam nas drogas, outros se refugiam numa vida afetiva desregrada, outros se refugiam em filosofias, concepções de vida que trazem um consolo psicológico para alma fugaz e errada quando o único que preenche verdadeiramente essa fome e sede que a alma tem é Jesus.

Precisamos nos alimentar d’Ele, permitir que Ele alimente os pensamentos da nossa alma, os sentimentos que temos no nosso coração, as razões que não temos. É preciso nos alimentar de Jesus para que saciemos essa sede profunda de eternidade que todos nós temos.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 17 de abril de 2018

Homilia Diária

17ABR2018

É preciso ter comunhão com Jesus, é preciso comungar dos sentimentos e pensamentos d'Ele

“Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”(João 6,32-33).

Os judeus saciaram-se do maná que desceu do Céu. O pão que veio por meio de Moisés foi um contentamento momentâneo para eles, pois o verdadeiro Pão veio do Céu.

O Pão que nos dá vida veio do Céu, e temos de nos aproximar d'Ele. Todas as vezes que falamos do Pão do Céu, a nossa referência vai para a Eucaristia, mas antes da Eucaristia ser o sacramento da presença de Jesus no meio de nós, ela remete-nos ao próprio Jesus. Há uma maneira de comungar a Eucaristia sem receber Jesus e, muitas vezes, cometemos esse deslize, esse erro gravíssimo. Aproximamo-nos da comunhão sem a devida consciência, sem o verdadeiro discernimento dessa presença real  e verdadeira mas, sobretudo, não buscamos ter comunhão com Aquele que estamos recebendo; acreditamos que basta comungar que já estamos salvos.

Não é apenas a "comunhão Eucaristia" que nos salva, é a comunhão Eucaristia vivida e celebrada na vida, é a Eucaristia que precisa estar estendida em tudo aquilo que fazemos. É preciso ter comunhão com Jesus, é preciso comungar dos sentimentos e pensamentos d'Ele. Muitas vezes comungamos do "Pão", mas não comungamos dos sentimentos de Jesus; comungamos da Eucaristia, mas não comungamos dos pensamentos d’Ele. Há situações onde recebemos a Eucaristia todos os dias, mas os pensamentos e os sentimentos estão bem longe de Deus.

A Eucaristia é o pão da vida, é o pão que desce do Céu para dar vida ao mundo. E que vida é essa? A vida de acordo com o Reino dos Céus. O pão nos permite ser transformados, transubstanciados pelo corpo do Senhor.

A nossa humanidade precisa permitir ser transubstanciada e transformada na vida que Deus trouxe para nós. Comungar do Pão do Céu não é apenas receber a Eucaristia; comungar do Pão do Céu é permitir que a Eucaristia realize a mudança em nós. Precisamos nos transformar no bom trigo de Cristo, para sermos "pão de Deus" na vida dos nossos irmãos.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Homilia Diária

16ABR2018

Devemos buscar este alimento que é a Eucaristia 

“Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vós dará. Pois este é quem o Pai marcou com o seu selo” (Jo 6, 22-29).

Todo esforço e trabalho humano é para ter o pão de cada dia; o esforço do pai que trabalha para colocar o pão na mesa dos filhos; e o da mãe que dá o melhor de si para que a sua casa seja sustentada. Ninguém é digno de passar fome, e de não ter o alimento cotidiano para poder saciar-se e sustentar-se nessa vida.

Mas, o nosso esforço, trabalho e dedicação não podem ser apenas para adquirir o alimento aqui. Têm duas coisas: primeiro, o excesso de alimento nos deixa doentes: comer demais, a gula e tudo aquilo que nós já sabemos que são consequências para a nossa saúde. A vida humana, muitas vezes, está durando menos porque nos alimentamos mal ou em excesso. E, segundo, cuidar  (...),  mas não somente do alimento que vai perecer (fisicamente falando), e sim, do alimento que nos sustenta para a eternidade e nos faz ter comunhão com ela, o alimento que permite a eternidade entre nós.

Trabalhemos, esforcemos, e nos dediquemos para alimentarmos d’Aquele que é o Pão da Vida, porque nós, muitas vezes, comemos o Pão da Vida ou desta vida, ou seja, as carnes, as comidas, e assim, ficamos apenas saciados humanamente e não saciados pelo Espírito Santo.

Deixemos ser alimentados pelo Senhor e nos alimentemos do Senhor, mas aqui é preciso um esforço para conseguir o "Pão" de cada dia. É um trabalho suado, esforço e dedicação, para que não deixemos de buscar, de ir atrás, de ter sede e fome de buscar o Pão do Céu.

Não basta receber a Eucaristia, muitas vezes recebemos a Eucaristia enquanto Sacramento, mas não nos esforçamos para termos comunhão com Deus.

Eucaristia não é um alimento mágico; ela é um alimento que entra em nós; é a graça de Deus que vem a nós. Mas, se não nos esforçamos para gerar comunhão, a Eucaristia que deveria e deve ser a graça para nós, pode até ser desgraça na nossa vida.

Há pessoas que não podem se aproximar da Eucaristia por motivos diversos, mas se esforçam para viver uma vida de comunhão com Deus, então, Ele faz comunhão com elas e as deixam iluminadas e transformadas pela Sua presença.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 15 de abril de 2018

Homilia Diária

15ABR2018

Precisamos de inteligência e paz para conhecermos a direção que Deus quer dar para a nossa vida

“Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras” (Lc 24, 35-48).

O Ressuscitado aparece no meio dos Seus discípulos e traz, em primeiro lugar, a paz: “A paz esteja convosco!”. Nós precisamos demais da paz; é o maior dom que o Céu pode nos dar, e a maior necessidade do nosso coração.

A falta de paz nos deixa na ansiedade, na preocupação, nas tensões, nos medos, nas revoltas e nas agitações da vida. A paz acalma, tranquiliza, nos dá fé, confiança, certeza, esperança, direção e luz interior.

A paz é serenidade da alma que tem uma plena confiança em Deus, e não vive submetida pelos medos e pelas tensões da vida. O mundo vive em alta tensão e nós estamos submersos no meio de todas as tensões:  correria do trânsito e das coisas que temos de fazer; a rotina da vida; nossas obrigações; compromissos e responsabilidade; nem descansar nós sabemos fazer e, muitas vezes, não temos tempo para fazer. Estamos sempre com coisas para fazer, por vezes encontramos pessoas conhecidas e dizemos a elas que estamos sempre ocupados demais, atarefados em demasia, e esse contexto, não é um modo de encontrarmos a paz.

Por isso, Ele vem trazer paz ao nosso coração. Às vezes, a pessoa só encontra a paz quando morre; quando está ali enferma e prostrada, porque assim sai da correria, da agitação e de tudo aquilo que avulta o coração e a rouba de si mesma.

Nós só temos a paz quando nos encontramos com a nossa essência; nela Deus vem ao nosso encontro para trazer profundamente a paz que necessitamos. A própria presença de Jesus causa medo e preocupações. Jesus mesmo diz: “Olha, por que está preocupados? Por que tem dúvida; medo e inquietações em vossos corações?”. Estamos assim, porque estamos vivendo no meio de toda incredulidade.

Silenciemos o nosso coração e acalmemos a nossa alma de tudo aquilo que tem nos deixado em devaneios mentais ; e muitas vezes, até tortuosos para que, o Mestre, abra a nossa inteligência.

Temos inteligência para tudo, menos para compreender as Escrituras; o coração de Deus e a direção que Ele tem para dar para a nossa vida.

Acalmemos o coração, permitamos que a paz do Ressuscitado entre em nós, para que Ele nos batize com a Sua paz e possamos ser geradores dessa paz e compreender o quanto somos amados e queridos por Deus, porque é isso que as Sagradas Escrituras nos ensinam e instruem.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 14 de abril de 2018

Homilia Diária

14ABR2018

Jesus é a nossa de fonte de Luz e de Misericórdia, abra o seu coração

“Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros, quando enxergaram Jesus andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. Mas Jesus disse: ‘ Sou Eu. Não tenhais medo’” (Jo 6, 16-21).

Os discípulos estão em alto mar. Eles entraram na barca e iam voltar para Cafarnaum e precisavam passar para o outro lado do mar, mas já estava escuro, tudo obscuro, então, pense na escuridão que é o mar, mas não aquele mar que nos remete o oceano, e sim, num grande lago como era aquele lago de Genesare, e no meio daquela escuridão da noite, onde não se têm luzes naturais ou as próprias luzes criadas pelos homens.

Pense no medo que a escuridão provoca no coração das pessoas; no medo que ela provoca dentro de nós quando adentramos o nosso coração e tudo parece escuro e obscuro. Nós temos medo, inclusive, de entrar no nosso interior, porque encontraremos muitas coisas que não compreendemos, muitas luzes que foram apagadas, situações que não foram resolvidas e conflitos que dilaceram-se dentro do nosso interior.

Quantas coisas obscuras dentro de nós e preferimos ficar na borda da vida e na superficialidade dela, porque nela tem uma luz, ainda que artificial, mas tem. Uma vez que, a luz é artificial acaba que também, a nossa vida torna-se artificial, porque essa luz não é capaz de iluminar as coisas mais profundas da nossa vida.

Por isso é preciso escutar as palavras do Mestre: “Não tenhais medo. Sou Eu”. É o Mestre quem nos conduz para as ondas mais profundas da nossa vida e do nosso coração. Para ficarmos em conflitos? Não, ao contrário, é para vencermos os conflitos e para que seja iluminado o nosso interior; a nossa mente e tantas situações da nossa vida que estão na zona do medo.

Ele quer vencer o medo em nossa vida; Ele quer nos curar do medo e desses conflitos tortuosos que temos dentro de nós. Ele quer nos tirar das vísceras e da ansiedade que toma conta de nós por tantas coisas mal resolvidas, mal iluminadas e mal esclarecidas da nossa vida. Ele quer que vençamos o medo, por isso, Ele vem ao nosso encontro.

Nós temos tanto medo (até d’Ele) que Jesus parece um fantasma, mas Ele não é um fantasma. Ele é a Luz que a nossa alma e o nosso coração precisam, para saírem das obscuridades da nossa vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Homilia Diária

13ABR2018

Jesus nos ensina a darmos graça a todo momento da nossa vida

“Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes” (Jo 6,1-15).

Neste tempo Pascal, às vezes, ficamos pensando que o Cristo, O Ressuscitado, está lá no Céu à direita do Pai, assim como professamos, mas Quem está no Céu, como Ele mesmo prometeu, está no meio de nós, nos ensinando como é que "vivermos ressuscitados" aqui na terra e fazendo o que Ele fez. Porque, Ele estando vivo entre nós, esteve Ressuscitado no meio de nós.

A morte não tirou a Sua vida, apenas O glorificou para sempre na eternidade. Do mesmo jeito que a morte não tira a nosso vida. Se cremos n’Ele a morte nos glorifica e nos carimba para entrarmos no Céu, ela é o passaporte que nos faz entrar lá. E vivendo aqui na terra, nós deixamos morrer a mulher e o homem velhos, para vivermos em nós, as condições de um homem novo, e esse, está espelhado em Jesus.

Jesus, olhando a condição humana de cada um de nós, sabe que temos fome e sede, assim com Ele teve fome e sede. (...) Jesus nos ensina a repartir e a darmos graças por tudo aquilo que nós recebemos do Céu. Quando damos graças, enchemos de graça a nossa vida material: a comida que comemos; a bebida que bebemos; senão, aquilo que comemos tornam-se apenas um elemento que encherá o nosso estômago, e quando reconhecemos o que é dom, nós agradecemos.

Agradecer é agraciar! É dar graças e encher realmente da graça de Deus alguma coisa que parece humana. Façamos das nossas refeições o dom da ação de graças; do agradecimento; façamos de tudo aquilo que temos e vivemos, motivos para ação de graças.

(...) Tudo o que é multiplicado pela graça se divide e se distribuí, (...) e quando não rendemos graças, acumulamos as coisas, essas se estragam no meio de nós, enquanto que, outros perecem de fome e de necessidade, mas quando agradecemos, agraciamos e enchemos de graça; multiplicamos e dividimos tudo o que Deus nos dá, assim somos agradecidos e reconhecemos como Deus é bom.

Sejamos homens e mulheres de ação de graças, porque tudo é graça de Deus, e em tudo a graça d’Ele se faz presente!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Homilia Diária

12ABR2018

Somos convidados a permanecer confiantes e perseverantes na busca pela vida eterna

“Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele” (Jo 3, 31-36).

Começo falando do elemento que parece mais negativo: “a ira de Deus permanece sobre ele”. Não é que Deus fique irado, ou como se a ira e a raiva tomassem conta do coração de Deus.

A ira do Senhor ou aquela raiva que, as vezes, dá em nós, é a de termos perdido a graça de Deus e, isso, realmente nos deixam bravos, e também, deixa Deus triste, porque Ele não nos quer longe de d’Ele. Mas, se nós não crermos, permaneceremos na perda. Perda é raiva e tristeza para nós ou nós cremos para ter a vida ou senão perdemos a vida, porque aquele que acredita no Filho de Deus, possui a vida e viverá essa vida eterna.

A beleza de contemplar Jesus no meio de nós é ver o modo que Ele qualifica a nossa vida. Quando olhamos para Jesus, alguns só o veem como apenas um "Anjo", mas Ele não é; Jesus é o Filho eterno do Pai. Ele assume a nossa humanidade e dá um sabor, um gosto no ser homem, e dá vontade de ser homem assim como foi O Homem que amou plenamente e viveu o perdão, a Misericórdia e cuidou dos doentes, dos enfermos; trouxe o Reino do Seu Pai para o meio de nós.

Em um mundo onde nos sentimos tantas vezes órfãos, Ele está nos dizendo que nós temos um Pai para aclamar, para buscarmos e amarmos; porque somos amados por esse Pai e Ele é a expressão maior do amor do Pai.

Tenhamos amor à vida! Quando Ele qualifica a nossa vida, há eternidade em nós. O Senhor está dizendo a nós justamente isto: "quem n’Ele crer, terá a vida eterna". E, essa vida eterna está em nós quando  levamos a vida no nome de Jesus, quando a vivemos com Ele. Por vezes, proclamamos Jesus em nossa vida e vivemos a vida de acordo com as nossas convicções humanas, mas é n’Ele que está a nossa vida, a nossa esperança, a fé e as convicções, porque é crendo n’Ele que nós temos vida.

Se está faltando gosto, sabor, sentido e luz para tantas situações na nossa vida, então, é importante submeter tudo isso a Jesus, nosso Salvador, porque Ele não só nos salva dessas obscuridades, como nos dá, também, a vida e a resgata; além de dar sentido a ela.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Homilia Diária

11ABR2018

Deus ama o mundo criado por Ele, principalmente cada um de nós

“Deus amou tanto o mundo, que deu o Seu Filho unigênito, para que não morra todo que n'Ele crer, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16-21).

A primeira afirmação que cai no nosso coração hoje é essa declaração amorosa de Deus para nós. Deus amou tanto o mundo e parece que, muitas vezes, nós desprezamos o mundo, e este mundo a ser desprezado é o mundo do pecado,  o que se rebelou contra Deus.

O mundo criado por Deus é amado por Ele, porque nós fazemos parte desse mundo. O Senhor está dizendo que este mundo não é para ser desprezado e tem muitas pessoas que estão desprezando a vida neste mundo. “Ah, a vida neste mundo não vale nada e não tem sentido mais viver”, isso não é verdade. A vida até poderia e pode parecer para alguns sem sentido, mas Deus veio dar sentido para a vida neste mundo.

E o que é dá sentido a vida neste mundo se não vivermos no amor? Por isso, Deus amou tanto este mundo que Ele mesmo deu o Seu maior presente, e nos deu o Seu único Filho (...) para que tendo fé e acreditando n’Ele, nós tenhamos a vida eterna.

É preciso dizer que não é ter vida eterna depois de morrermos, mas é ter vida e a eternidade aqui na terra; ter os elementos da eternidade e os sentidos do sabor dessa eternidade vivendo aqui na terra.

É assim que Deus nos convida a viver! Viver a dimensão da vida Pascal que o Senhor nos trouxe. A vida fica muito sem alento, quando nós achamos que a vida eterna é só depois que morrermos e formos para o Céu. Não! Deus veio santificar este mundo para nós. Ele entra e renova; transforma e implanta o Reino d’Ele no meio de nós, por isso, não despreze este mundo. Despreze as coisas mundanas e não deixe cair na situação do desânimo, ou de achar que nada mais tem jeito (...). 

Salvemos o mundo, o planeta, a natureza, a criação e, permitamos ser salvos por Deus; levemos a salvação d’Ele onde quer que estejamos. Deus amou tanto este mundo, amou tanto e ama tanto a nós que Ele nos dá o Seu Filho a cada dia, para que nos dê a vida neste mundo em que vivemos.

Deus abençoe você!

 

Padre Roger Araújo

terça-feira, 10 de abril de 2018

Homilia Diária

10ABR2018

Permitamos renascer de novo, permitamos que a nossa vida seja moldada por Deus

“Jesus a Nicodemos: 'Vós deveis nascer do alto' (João 3,7b).

Aquilo que, o Mestre Jesus disse ao velho Nicodemos, num primeiro momento pareceu estranho. Também parece estranho para nós dizer que "devemos nascer do Alto" quando, na verdade, nascemos aqui na Terra, nascemos do ventre da nossa mãe.

Aquele que nasce da carne é carne; aquele que nasce da humanidade é apenas homem; e Deus não nos quer sendo somente homens e mulheres; Ele quer que sejamos homens e mulheres do Céu, sem tirarmos os nossos pés daqui; Ele quer que tenhamos um coração divinizado pela Sua presença entre nós.

Jesus veio habitar no meio de nós para que habitemos e tenhamos o Céu presente em nossa vida.

Nascer do Alto tem um sentido espiritual muito profundo, porque, quando nós temos apenas uma visão de vida: humana, mundana, cercada dos conceitos que aprendemos nas escolas, nas situações que vivemos na vida e até mesmo na nossa própria casa; se vivermos cercados pelos conceitos do mundo que nos rodeia, desculpem, mas nossos pensamentos e sentimentos serão apenas humanos e mundanos.

Precisamos vencer essa mundanidade. O mundo entra em nós com as coisas horríveis que há nele e, muitas vezes, entramos de cheio nas coisas do mundo e, por causa disso, a nossa mentalidade é guiada por este mundo.

Ou nascemos do Alto, ou vamos pensar somente como o mundo, entretanto, se nascemos do Alto podemos pensar como Deus. Os sentimentos de Deus salvam e renovam aqueles sentimentos que trazem paz e renovação para a nossa mente e para o nosso coração, renascem quando nós renascemos do Alto.

Permitamos renascer de novo, permitamos que a nossa vida seja moldada por Deus.

Neste tempo maravilhoso da Páscoa, Deus quer nos permitir renascer, quer permitir que a nossa vida seja ressurgida n’Ele. Ele quer dar um novo sabor, um novo sentido à nossa vida, um colorido novo à vida de cada um de nós.

Desapeguemos dessa forma de pensar na vida para que, uma nova mentalidade e um novo coração ressurjam a partir do coração de Deus.

Deus abençoe você!  

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Homilia Diária

09ABR2018

Professamos a nossa fé no Ressuscitado que, fez-se presente no meio de nós, no ventre da Virgem Maria

O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-Te, cheia de graça, o Senhor está Contigo!’” (Lucas 1,28).

Nesta segunda-feira, estamos celebrando a Solenidade da Anunciação do Senhor. Esta Solenidade é sempre celebrada no dia 25 de março, nove meses antes do Natal de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Neste ano, o dia 25 caiu em um domingo da Quaresma, por este motivo, a Igreja o transferiu para a segunda-feira após a Oitava da Páscoa.

Na alegria Pascal, este tempo que estamos vivendo, entramos na alegria que vem de Deus. Entramos na alegria de contemplarmos o Senhor que se encarna. Professamos a nossa fé no Ressuscitado que, encarnou-se no meio de nós, fez-se presente no meio de nós no ventre da Virgem Maria. Por isso, a presença de Deus traz alegria aos nossos corações.

A presença do Ressuscitado alegrou os discípulos. O anjo está dizendo a Maria: “Alegra-te, cheia de graça”. E por que Maria se alegrou? Porque Deus estava nela; Ele estava presente, encarnou-se nela. É este mistério lindo, maravilhoso e sublime que celebramos hoje.

Queremos a mesma alegria que o anjo trouxe a Maria, queremos a mesma alegria que os anjos trouxeram a Madalena e aos discípulos, por ocasião da Ressurreição do Senhor. Que os mesmos anjos tragam alegria ao nosso coração. A alegria de saber que Deus está entre nós, que Ele se encarnou no ventre de Maria e ela trouxe Jesus para ser o grande presente da nossa vida.

Deus quer estar vivo, encarnado e presente na vida de cada um de nós. Onde Deus está, podem ter muitos motivos para tristezas, desânimos, porém, jamais um coração que tem Deus é um coração triste. Esse coração passa por situações tristes na vida, por dificuldades e problemas, mas não permanece, porque, é uma alegria maior, plena; é uma alegria do Céu, alegria da presença divina, alegria da certeza de que Deus está entre nós.

Um coração só é arrasado pela tristeza, quando sai de Deus e sede lugar à tristeza na sua vida. Permitamos ser tomados por essa alegria de que Deus está entre nós. O anjo disse: “Maria, o Senhor é Contigo”. Isso tomou conta, incendiou plenamente o coração da Virgem Maria. Hoje, Deus está olhando para nós e está nos dizendo: “O Senhor está contigo. Alegra o seu coração”.

Não permita que nenhuma tristeza, decepção, nenhuma situação na qual possamos ser decepcionados ou tirado de nós a alegria de viver, possam tomar conta de nós. Há uma alegria única que ninguém pode nos roubar, porque Maria guardou para sempre; Ela é a mulher alegre, porque Deus entrou n'Ela e nunca mais saiu.

Que Deus esteja conosco e que seja a razão e a alegria da nossa vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

domingo, 8 de abril de 2018

Homilia Diária

08ABR2018

Jesus tem misericórdia e compaixão de nós, Ele vem em socorro da nossa falta de fé; Ele vem em socorro da nossa incredulidade

Depois disse a Tomé: ‘Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel’” (João 20,27).

Contemplamos o Ressuscitado no meio de nós que, de forma amorosa, mesmo tendo sido traído, abandonado e deixado só, no drama da Cruz pelos discípulos, cicatrizou o coração deles. Jesus não fez como nós, Ele não foi colocar sentimento de culpa e nem acusar ninguém de tê-Lo abandonado. Ele reavivou e acendeu a chama no coração dos discípulos e, mesmo tendo oito dias que Ele estava vivo e Ressuscitado, ainda havia muita incredulidade, muitos corações estavam fechados e duvidosos.

Tomé, na pura sinceridade, manifestou sua incredulidade: “Se eu não colocar o dedo, se eu não tocar em suas chagas, não acreditarei” (cf. João 20,24-25). Não bastou tudo o que o Mestre ensinou, pois, a incredulidade ainda estava fincada no coração de Tomé.

Quando falamos de "incredulidade", não estamos falando do ateísmo presente no mundo de outrora, no mundo de hoje e que permeará na história da humanidade até a consumação dos dias.

Há o ateísmo professado de forma clara, há o ateísmo que nega a existência, a presença de Deus, mas estamos falando da incredulidade daqueles que sabem da existência de Deus, creem na Ressurreição de Jesus, entretanto, vivem como se Ele não existisse; não colocam a fé e o coração no Cristo que está ressuscitado. Em outras palavras, vivem como se Jesus não estivesse vivo no meio de nós.

Não vamos julgar as pessoas que estão fora da Igreja, porque vivemos cercados por muitas incredulidades; colocamos as nossas incredulidades para fora e expressamos como Tomé.

Jesus tem misericórdia e compaixão de nós, Ele vem em socorro da nossa falta de fé; Ele vem em socorro da nossa incredulidade. Assim, como Ele pediu a Tomé: “Toca, Tomé”; Ele, também, está pedindo a nós. Toquemos em Jesus ou permitamos ser tocados por Ele, permitamos experimentá-Lo em nossa carne, em nossa vida, na certeza de que Ele está vivo, e está entre nós.

Não permitamos, de forma nenhuma, que sejamos mais incrédulos do que homens e mulheres de fé. Permitamos que o nosso corpo seja incendiado; que a nossa mente seja invadida e direcionada pela fé que temos n’Ele. Permitamos que tudo aquilo que fazemos e proclamamos na vida, seja expressão daquilo que proferimos com a nossa boca: Jesus está vivo e Ressuscitado.

Experimentar a Misericórdia de Deus é ver que nós, muitas vezes, fomos muito mais incrédulos do que crentes, e que apesar disso, Ele não nos amou pouco; amou-nos muito e de forma extrema.

Se a misericórdia de Deus é grande para conosco, a nossa não pode ser menor em relação a ninguém nesta vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sábado, 7 de abril de 2018

Homilia Diária

07ABR2018

Não permitamos ser movidos pelas nossas incredulidades, mas que a fé seja o combustível e a luz para conduzir a nossa vida

Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos enquanto estavam comendo, repreendeu-os por causa da falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado” (Marcos 16,14).

O drama do Evangelho de hoje remete-se ao anúncio do Evangelho àqueles que o escuta, mas não dão crédito. Eles estão decepcionados, com o coração tão travado que não são capazes de crer, de motivar-se, não são capazes de acreditar.

Madalena foi, com toda a força do seu coração, anunciar que Jesus estava vivo, mas não deram crédito a ela. Dois discípulos, também, anunciavam que Jesus estava vivo, entretanto, não deram crédito a eles. Por isso, Jesus repreendeu a dureza de coração dos Seus discípulos.

Às vezes, achamos que Tomé era o único incrédulo da história, porém, todos foram incrédulos, e nós também somos. Talvez até saibamos, de forma conceitual, que Jesus está vivo, mas as nossas incredulidades estão, muitas vezes, falando mais alto do que a nossa própria fé, do que a nossa própria convicção.

Somos, muitas vezes, movidos pelos nossos medos, decepções, mágoas e frustrações com a vida. Paramos nas situações mal resolvidas, nas decepções que temos uns com os outros. Somos paralisados por causa dos nossos problemas e das nossas dificuldades. A verdade é que, em nossa casa, em nosso trabalho, em nossa Igreja, no grupo o qual fazemos parte; falamos muito mais dos problemas e das dificuldades do que da fé que ilumina e direciona a nossa vida.

Os problemas estão muito mais altos do que a nossa própria fé. Passamos por provações difíceis; há situações que parecem não ter solução, nos jogam no chão; há doenças, enfermidades; questões financeiras; há filhos, casamentos; e nós desanimamo-nos, encontramo-nos no desalento. Olhamos mais para os nossos problemas, para os nossos fracassos, do que para a luz que vem do Ressuscitado para iluminar todas as situações obscuras da nossa vida.

Não permitamos ser movidos pelas nossas incredulidades, mas que a fé seja o combustível e a luz para conduzir a nossa vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Homilia Diária

06ABR2018

Em meio às frustrações, decepções e ilusões que passamos nesta vida, é preciso escutar a voz do Mestre, dar atenção a Ele

Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu” (João 21,11).

Os discípulos estão experimentando a frustração e, não foi somente por terem perdido o Senhor que morreu na Cruz (essa foi a grande decepção e frustração da vida deles), e parece que quando estamos decepcionados e frustrados com alguma coisa em que colocamos grande expectativa, tudo o que vem a partir disso é também decepcionante.

Os discípulos fizeram aquilo que tinham mais experiência: pescar. Eles jogaram as redes com desânimo, cansaço, com um marasmo que movia o coração deles e nada conseguiram. Talvez você pergunte: “Mas Jesus já não tinha ressuscitado?”. Ele já tinha ressuscitado, mas dentro do coração deles havia medo, muitos desalentos e incertezas.O Ressuscitado tinha as marcas da paixão no corpo, mas os discípulos tinham a marca da paixão no coração, estavam feridos.

Algumas feridas nos acompanham por toda a vida, por mais que nos levantemos, que deixemos para trás as frustrações passadas, não deixamos as feridas que nos marcaram naquela situação; elas voltam em forma de mágoa, de sentimento de culpa, de dúvida. Por isso, os discípulos ainda tinham medo, e quando eles tinham medo, não tinham esperança e nada conseguiam.

Os discípulos estavam pescando, mas não conseguiam nada. Jesus apareceu e disse-lhes: “Lançai a rede à direita da barca, e achareis”. Eles deram atenção ao que Jesus falou e lançaram as redes; quando as lançaram, veio tamanha quantidade de peixes que parecia que as redes não suportariam. Foram cento e cinquenta e três grandes peixes que os discípulos pescaram.

Em meio às frustrações, decepções e ilusões que passamos nesta vida, é preciso escutar a voz do Mestre, dar atenção a Ele, primeiro, para sermos curados; segundo, para sermos revigorados; e terceiro, para não ficarmos na frustração, e sim, para encontrarmos o caminho de onde estão os peixes da vida. A vida vai para a frente, porque o Ressuscitado não nos deixa no túmulo, mas Ele nos levanta e nos leva adiante.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Homilia Diária

05ABR2018

Temos a paz do Ressuscitado para enfrentarmos todas as situações atribuladas e difíceis da vida

Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: ‘A paz esteja convosco!’” (Lucas 24,36).

O grande dom do Ressuscitado no meio de nós chama-se “paz”. A paz que vem de Deus cura os nossos medos, as nossas inquietações e vence toda a ansiedade do nosso coração. Precisamos da paz que vem de Deus, é por isso que Ele nos dá a paz.

A paz não é apenas uma saudação: “A paz esteja contigo”; a paz é um dom, é aquilo que vem do mais profundo do coração de Deus. Quem está em Deus, vive em paz.

Talvez você possa pensar: “Como vou ter paz em meio a tantas chateações, problemas, dificuldades, tormentos, situações dolorosas, enfermidades, dificuldades?”. Poderíamos enumerar tantas coisas negativas, mas no meio de tantas coisas obscuras da vida, a luz de Deus traz paz para enfrentarmos as adversidades que estão na nossa frente.

A questão é que nos deixamos perturbar, deixamos os problemas falarem mais alto, as situações obscuras tomarem conta dos nossos sentimentos, porém, precisamos da paz de Jesus para enfrentarmos todas as situações da vida.

Só somos derrotados pelas situações emblemáticas da vida, porque nos deparamos diante dessas circunstâncias com agressividade e não com a paz que é necessária para enfrentá-las. Às vezes, somos agressivos, nos agitamos, nos perturbamos, nos desesperamos.

O desespero é perder a esperança, e, quem não tem esperança, não tem paz. A nossa esperança está n’Ele. Uma vez que Jesus é a nossa esperança, Ele acalenta, acalma e silencia o nosso coração. Ele coloca ordem nas coisas que estão bagunçadas dentro de nós para que, movidos pela paz, instruídos e plenos da paz, tenhamos a serenidade para enfrentar as dificuldades e tormentos da nossa vida.

Pode ser que os tormentos da nossa vida até aumentem, alguns até dizem: “Deus está me castigando”. Entretanto, Deus está nos abençoando, pois, temos a paz do Ressuscitado para enfrentarmos todas as situações atribuladas e difíceis da vida.

Que a paz do Ressuscitado esteja em nós para que, semeemos a paz e sejamos cheios da paz que transforma o nosso coração e a nossa vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Homilia Diária

04ABR2018

Permitamos reconhecer onde Jesus encontra-se na nossa vida e, para que O reconheçamos, é preciso deixar o coração se inflamar

Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram” (Lucas 24,15-16).

Jesus está no meio de nós, Ele está nas nossas discussões, nas nossas incompreensões, nas nossas orações, na nossa busca e sede de Deus; está na busca pelas soluções da vida. Jesus está no meio de nós quando tudo parece estar obscuro, sem sentido e sem valor. Quando tudo está perdido, Jesus está no meio de nós.

Jesus está entre nós quando brigamos e acusamos uns com os outros; quando procuramos ter razão e dar razão para as coisas da nossa vida, Ele está no meio de nós, porém, nós não O reconhecemos. Ele caminha conosco, vive na nossa casa, no nosso trabalho, nas situações de doenças e enfermidades que todos nós passamos. Não é por sermos menos santos ou mais santos, menos pecadores ou mais pecadores, pelo contrário, em todas as situações que aparecem na nossa vida, até quando caminhamos sozinhos, uma certeza precisamos ter no nosso coração: Ele está no meio de nós. Não O reconhecemos, mas Ele está entre nós.

Quando silenciamos um pouco o nosso coração e permitimos que Jesus nos explique as Escrituras e fale, a nós, através da Sua Palavra, o nosso coração começa a arder e ter sensibilidade pela presença do Ressuscitado no meio de nós.

Permitamos reconhecer onde Jesus se encontra na nossa vida e, para que O reconheçamos, é preciso deixar o coração se inflamar, arder e ter sensibilidade pelas coisas do Céu. Abra as Escrituras, medite a Palavra de Deus, alimente-se dela, pois quando fazemos isso, Ele mesmo fala ao nosso coração, e logo reconheceremos que Ele está no meio de nós.

Deus não está distante, Ele nunca está longe de nós, seja qual for a situação em que vivemos. Precisamos deixar que o nosso coração reconheça, encontre-se com Ele. Precisamos permitir que Deus alimente-se conosco, que Ele esteja conosco em todas as situações: familiares, profissionais, sociais (...); Ele nunca corre de nós, podemos até expulsá-Lo, podemos até ignorá-Lo, mas Ele está no meio de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 3 de abril de 2018

Homilia Diaria

03ABR2018

Quando nos encontramos com Jesus, Ele ressuscita a nossa vida e se torna o grande amor da nossa existência

“Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: ‘Eu vi o Senhor!’, e contou o que Jesus lhe tinha dito”(João 20,18).

Maria Madalena era a discípula amada. A vida dela, o que ela viveu, os amores que ela teve na vida, ficaram para trás porque Jesus tornou-se o grande amor da sua vida. Por isso, ela foi ao encontro d’Ele, com todo amor do seu coração. Maria é a discípula que não deixou o medo falar mais alto do que o seu amor e a sua fé.

Temos, muitas vezes, amor por Jesus e não é pouco. Entretanto, o nosso amor se mistura com os nossos medos, com as nossas confusões, inquietações, preocupações e frustrações. Maria Madalena teve tudo isso, mas o sentimento que norteou o seu coração foi o amor profundo ao Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Alguns, por não conhecerem o amor de Deus da sua forma mais sublime, querem até confundir esse amor de Madalena, querem colocar no coração dela sentimentos que ela não teve. Os sentimentos de Madalena foram os sentimentos de uma mulher que apaixonou-se pelo Evangelho e teve a vida transformada por Ele. Madalena foi uma testemunha digna, fiel e amada; ela teve olhos e coração para ouvir o Ressuscitado falar ao seu coração, por isso ela foi testemunha.

Testemunha é quem vê e experimenta e, Maria Madalena, experimentou o Ressuscitado, ainda quando não tinha morrido, e depois, Ele se manifestou a ela e plenificou tudo aquilo que ela havia experimentado na sua vida.

Permitamos nos encontrar, de fato, com Jesus, permitamos que Ele ressuscite a nossa vida, ressuscite e inflame o nosso coração para que, também, sejamos apaixonados por Ele, para que possamos proclamar que Jesus está vivo.

Maria viu, acreditou e foi contar, testemunhar que Jesus estava vivo. Não anunciamos que Jesus está vivo, paramos nas decepções, nas dificuldades, nas coisas que estão negativas porque, muitas vezes, a nossa experiência com o Ressuscitado não é uma experiência que transforma o nosso coração e os nossos afetos.

Quando nos encontramos com Jesus, Ele ressuscita a nossa vida e se torna o grande amor da nossa existência.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Homilia Diária

02ABR2018

O Senhor Ressuscitado é Aquele que vai curando a nossa vida de tantas tensões e medos que nós vivemos

“Então Jesus disse a elas: “Não tenhais medo. Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão” (Mateus 28,10).

As mulheres partiram depressa para o sepulcro, elas estavam com medo, mas ao mesmo tempo, correram com grande alegria, porque queriam dar a notícia do túmulo vazio aos discípulos. A notícia de que o Senhor estava vivo trouxe grande alegria ao coração daquelas mulheres, mas não foi uma alegria suficiente para vencer o medo que ainda apavorava o coração delas.

Neste tempo Pascal, no qual somos iluminados nesta segunda-feira da Oitava da Páscoa, é um tempo em que somos convidados para irmos ao encontro do Ressuscitado e permitir que Ele apareça em nossa vida, apareça nas situações mais obscuras da nossa mente e vença o medo do nosso coração.

O Senhor Ressuscitado é Aquele que vai curando a nossa vida de tantas tensões e medos que nós vivemos. As mulheres estavam com medo de que aquilo que aconteceu com Jesus, pudesse acontecer com elas: serem perseguidas, presas, mortas; porque eram seguidoras de Jesus. Elas não queriam abandoná-Lo, nunca deixaram de acreditar n’Ele, mesmo Ele estando morto, entretanto, o problema não foi a fé, mas foi a fé abalada pelo medo.    

Quando olhamos para a nossa vida, sabemos quantos abalos o medo provoca em nós. O medo provoca abalos em nossa própria estrutura interior, nas nossas emoções, nos nossos sentimentos, nos nossos afetos, nas nossas decisões e escolhas na vida. Temos medo de não dar certo; medo de nos decepcionarmos; medo de sermos repreendidos; medo de não conseguirmos. Temos medo até do que vai acontecer depois da morte; temos medo das situações.   

O medo vai criando barreiras dentro de nós, ele nos aprisiona. O medo não só nos torna pessoas medrosas, mas também, arranca a nossa coragem, tira o nosso estímulo, nos deixa aprisionados dentro de uma caverna. Por causa do medo nós nos encolhemos, não saímos para testemunhar que Ele está vivo.

Permitamos que Jesus venha curar os medos do nosso coração. A palavra de ordem d’Ele é justamente essa: “Não tenhais medo”;  “Ide anunciar”; e não podemos anunciar com medo, não podemos realizar a obra de Deus com eficácia, se o medo toma conta do nosso coração.

Que o Ressuscitado, Aquele que venceu a morte; vença tudo aquilo que o medo provoca em nossa vida.

Deus abençoe você!        

Padre Roger Araújo

domingo, 1 de abril de 2018

Homilia Diária

01ABR2018

Deixemo-nos iluminar pela Palavra de Deus, para que, compreendamos que Jesus está vivo e presente no meio de nós

“De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos” (João 20,9).

Os discípulos de Jesus estavam indo ao encontro do túmulo. O túmulo era o lugar de encontrar a esperança em meio a tantas decepções que passaram e viveram, afinal de contas, o Senhor foi entregue à morte, foi crucificado e, uma vez morto, onde Ele estaria? Estavam indo ao túmulo para alimentar a esperança do coração deles, entretanto, tudo parecia obscuro e confuso.

E, se olharmos para a nossa vida veremos que, muitas vezes, ela se encontra no túmulo. No túmulo tudo está enterrado, tudo está escondido; tudo parece tão enigmático, incompreensível, sem solução, sem um caminho aparente.

(...) É  preciso compreender o que dizem as Escrituras, porque lemos a Palavra de Deus e, muitas vezes, não a compreendemos e não é uma compreensão teológica, literal, mas a compreensão do sentido vivo das Escrituras; elas nos ensinam que Jesus deveria ressuscitar dos mortos. Os discípulos escutaram isso muitas vezes, o Senhor predisse a Sua paixão, a Sua morte, e Ele mesmo disse: “No terceiro dia, eu hei de ressuscitar”. Entretanto, como eles não guardaram a Palavra no coração, eles não experimentaram o Senhor vivo na vida deles, não compreenderam o sentido do “túmulo vazio”.

Precisamos guardar a Palavra de Deus! Quando guardamos as Sagradas Escrituras em nós compreendemos que, o Senhor está vivo, e que nada que tira a esperança da nossa vida.

O Senhor traz vida, ressuscita e é esse o Ressuscitado que queremos proclamar, anunciar ao mundo, mas, primeiro ao nosso coração, à nossa mente, à nossa inteligência. A ressurreição de Jesus ilumina todas as obscuridades da nossa vida. A ressurreição de Jesus ilumina as trevas do nosso coração e traz luz onde tudo parece escuro.

Deixemo-nos iluminar pela Palavra de Deus, para que, encontremos e compreendamos que Jesus não está morto, pelo contrário, Ele está vivo e presente no meio de nós.

Uma feliz e santa Páscoa para você!

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo