Gol

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Homilia Diária

30NOV2017

Há irmãos que levam o outro para onde querem, mas precisamos ser aqueles que levam a graça de Deus para o irmão

“Quando Jesus andava à beira do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André” (Mateus 4,18).

Hoje, celebramos o apóstolo Santo André. André poderia até ter ficado escondido, porque pouco se fala ou se faz referência a ele. Sabemos que era um apóstolo querido e amado pelo Senhor, e talvez lembremos dele porque é irmão de Simão Pedro.

Alguns podem pensar: "Ele é mais importante? É irmão de tal. É filho de fulano (...)"; essas são as referências genéricas que nós fazemos. Mas quem é André? É o irmão de Simão Pedro.

Veja, André foi um apóstolo fundamental e essencial. Cada apóstolo têm a sua importância, assim como cada um de nós temos a nossa importância. O Pedro que nós conhecemos, o chefe da Igreja, o primeiro papa, o discípulo primeiro de Jesus. Todas as coisas que Jesus iria realizar, Ele fazia referência a Pedro.

É Pedro, Tiago e João que estavam mais próximos de Jesus, é Pedro quem vai chefiar a Igreja de Jesus, a Igreja Primitiva, mas foi o irmão dele que o levou a seguir Jesus. Na narração do Evangelho encontramos isso de forma tão explícita: “Encontramos o Messias”. É André quem vai levar o seu irmão para ser seguidor de Jesus.

André é o irmão companheiro, é o irmão que leva a graça de Deus para o outro. Há irmãos que nos levam para tantos cantos da vida; que levam o outro para beber, para jogar; há irmãos que levam o outro para onde quiserem, entretanto, precisamos ser aqueles que, levam a graça de Deus para o irmão.

É preciso ser o irmão, mas não o irmão como Caim, que matou seu irmão Abel. Não podemos ser indiferentes ao irmão, aqui me refiro até ao irmão de sangue, filho do mesmo pai e da mesma mãe.

André era irmão de Simão Pedro e levou o seu irmão para que conhecesse Jesus. Você já levou a graça de Jesus para os seus irmãos? Não faça isso querendo forçar ou obrigar. Faça isso com a ternura de André, porque ele não tinha aquele ímpeto, aquele sentimento forte como tinha Pedro, mas tinha a docilidade.

Ele era aquele apóstolo, aquele homem, com o temperamento manso era reflexivo. Pedro já era mais agitado. O fato de ser mais sereno ajudou o outro a encontrar o Senhor. Ainda que, o nosso temperamento não seja como o de André, mesmo assim, que encontremos na serenidade, na calma, na sabedoria, o caminho para encaminhar os nossos para seguir Jesus.

Deus abençoe você!

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Homilia Diária

29NOV2017

Permanecer firme quer dizer não desanimar, não se deixar abater, não se deixar levar pelo desânimo

“Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” (Lucas 21,17-18).

Ontem escutamos no Evangelho as coisas catastróficas que cobrirão toda a realidade da existência humana, do mundo em que estamos. Hoje, Jesus está advertindo Seus seguidores pelas coisas que podem ou poderão acontecer com aqueles que O seguem. A perseguição, as incompreensões, prisões e tantas outras coisas que podem acontecer com os discípulos de Jesus.

Aconteceu com os apóstolos, Pedro e Paulo, eles foram presos. E todos os apóstolos, com exceção o apóstolo João, foram martirizados. Toda a Igreja Primitiva sofreu a dura perseguição. Hoje, encontramos  em tantos lugares, igrejas perseguidas; encontramos um Evangelho perseguido, um Evangelho não amado, não aceito. Diante de todas essas coisas, qual é a postura do discípulo de Jesus? É preciso ter confiança, fé, firmeza, não tirar de Jesus o olhar.

“Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça”. Os homens podem até querer nos matar, mas não tiram a graça de Deus que está em nós.

Qual é a nossa postura? É permanecendo firmes que participaremos da vida. O que é permanecer firme? É ser perseverantes, de pé, uma postura de alguém que só tem Deus como sua esperança e confiança.

Permanecer firme quer dizer - não desanimar; não se deixar abater, não se deixar levar pelo desânimo ou pelas coisas que causam desalentos na vida e no coração. Permanecer firme é permanecer na confiança e no amor do Senhor. Permanecer firme é permanecer na confiança e no amor do Senhor e não deixar que nenhuma tribulação dessa vida fale mais alto ao nosso coração e à nossa vida, do que o amor que Deus tem por nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Homilia Diária

28NOV2017

Da vida nada levamos, nada fica, não adianta nos encantarmos com as belezas disso ou daquilo e colocarmos ali o nosso apego, porque tudo vai passar

“Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído” (Lucas 21,6).

Lendo um Evangelho como esse, ficamos até assustados imaginando as catástrofes, calamidades e coisas duras que acontecerão. Pode ser que nós queiramos nos esconder das preocupações, do medo e do pavor. Não é nada disso.

A primeira coisa: o Evangelho está nos dizendo que, tudo passa e que nada fica; não precisamos esperar o fim do mundo ou Jesus voltar. Fico olhando para uma pessoa quando está agonizando em cima de uma cama. Diante dos olhos dessa pessoa tudo se destrói de uma vez só, tudo o que ela viu e se aconteceram muitas coisas, tudo é destruído; tudo passa, tudo aquilo que ela colocou no coração dela cai por terra.

Da vida nada levamos, nada fica, não adianta nos encantarmos com as belezas disso ou daquilo e colocarmos ali o nosso apego, porque tudo vai passar.

A camisa que estou usando agora, a roupa que eu uso, o carro que estou dirigindo, daqui a pouco não terei mais; tudo parece encantador, mas não ficará ''pedra sobre pedra''. Entretanto, não tem fim do mundo, destruição, tsunami, nem terremoto que vai destruir a nossa alma, a nossa relação com Deus, a generosidade, os valores que semeamos; nada disso poderá passar, se realmente investimos a nossa vida nos verdadeiros valores.

Muitos podem perguntar: "Eu vou fazer pouco caso?" Não! Cuidaremos da nossa vida, vamos trabalhar, contemplar a beleza dessa vida, mas com a consciência de que tudo passa, só não passa quem faz a vontade do Senhor.

A segunda coisa é não se deixar enganar e nem iludir. É muito fácil nos enganarmos dizendo: “Jesus está aqui. Jesus está ali, Jesus está voltando". Não nos deixemos levar por mentalidades alarmistas. Há aqueles que tocam trombetas, porque a mentalidade alarmista é só para criar pessoas medrosas, pessoas que se convertem por causa do medo. Precisamos superar essa mentalidade, pois nós nos convertemos por amor a Deus.

Se Jesus voltar hoje, ou daqui há mil anos, estaremos prontos para sermos d’Ele. Precisamos, na verdade, converter-nos a cada dia, sermos mais despojados. E o mundo todo pode ruir, mas quem está em Deus permanece de pé, porque é Ele quem cuida de nós.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Homilia Diária

27NOV2017

Quando damos o melhor de nós, isso expressa a nossa generosidade

“Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver” (Lucas 21,4).

A exaltação que Jesus faz a essa viúva é pelo desprendimento. Aquela que não tinha nada, deu até o seu "nada" para Deus, enquanto que, aquele que tinha tudo - dá para Deus, para o outro, para a vida o que lhe sobra.

É assim a pessoa avarenta, egoísta, que pensa somente em si: ela calcula tudo o que tem, e se sobra alguma coisa, ela dá aquela ''sobrinha".

O que damos para o outro, e para Deus não pode ser somente o que não nos faltará, devemos dar o melhor de nós, dar o que é importante para nós. Pois, caso contrário, estamos considerando o outro ou Deus como sobras, como ''algo'' que não seja necessário.

Deus não tem necessidade das nossas migalhas. Não estou me referindo, ao sentido monetário, financeiro ou econômico, porque isso é apenas uma realidade de tudo aquilo que é a nossa vida.

Damos para Deus aquilo que nós somos, damos para Ele a nossa: vida,a família, a nossa existência. Dar-se inteiros para Deus é sem reservas; tudo o que temos pertence ao Senhor.

É verdade que, somos administradores dos bens que temos, e sabemos administrar aquilo que precisamos dar à igreja; para as necessidades especiais; para os pobres e os sofridos; para o nosso irmão, contudo, não podemos dar ao outro as migalhas.

Quando damos ao outro as migalhas, isso revela a pessoa miserável e avarenta que somos, mas quando damos o melhor de nós, isso expressa a nossa generosidade. Algumas pessoas que estão desempregadas, não podem contribuir com ''isso ou aquilo'', mas que beleza, dão a vida! Contribuem com o que podem, com seu esforço, com seu trabalho, enfim, com a sua humanidade. Doa-se inteiramente.

Não se mede a vida de ninguém ou a generosidade, por valores monetários.

Não podemos cair na utopia do sentido mercantilista da vida e da fé, daqueles que pregam a prosperidade, que medem a generosidade ou a fé de alguém por aquilo que doam ou que deixam de doar.

Não! ''Que a mão direita não saiba o que fez a mão esquerda''. Se você quer ser generoso com alguém, com a igreja ou dízimo: o que você faz ninguém precisa saber, nem mesmo o padre, o pastor precisam saber o que você deu. Mas Deus sim, porque é para Ele que damos, é para Ele que ofertemos a nossa vida e fazemos isso com todo amor do nosso coração.

Essa história de ''considerar mais'', ''valorizar mais quem deu mais'', quem vai e dá cheques importantes à igreja ou para qualquer obra social, não é evangélico. É evangélico reconhecer a oferta de cada viúva que vai à Casa do Senhor. Aqui, “viúva”, é no sentido figurado da palavra, é de cada pessoa que tem a alma dessa viúva, que dá o melhor de si, sem reservas e para Deus.

Deus abençoe você!

domingo, 26 de novembro de 2017

Homilia Diária

26NOV2017

Jesus está nos mostrando que o Seu reinado começa com os pobres, com os famintos e com os necessitados

Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa” (Mateus 25,35).

A alegria deste domingo é celebrarmos Jesus Cristo, Rei e Senhor de todo o universo. Quando pensamos no reinado de Cristo, não pensamos num rei na forma humana, um rei que está com uma coroa e fica ali sentado no seu trono. Isso é uma alegoria, uma imagem muito terrena que não é capaz de explicar o significado sublime do reinado de Cristo.

Onde Cristo reina? Ele reina nas almas, nos corações; reina sobre os homens e as mulheres, que se submetem ao Seu Senhorio. Jesus é Rei daqueles que O proclamam como seu Senhor, não se rendem a nenhuma divindade dessa terra: a nenhum homem ou mulher e, também, não se rendem a qualquer coisa desse mundo. O nosso Senhor, o nosso Rei é somente Jesus!

Neste domingo, meditamos o Evangelho de São Mateus, vimos Jesus chegar com o Seu Reino definitivo, o reinado eterno; daqueles que para sempre, viverão com Ele no Céu.

O Rei vai separar à esquerda os que não são d'Ele e à direita os que são: "Vinde, benditos de meu Pai". E por que são benditos do Pai e reinarão com Ele para sempre? Porque cuidaram d’Ele, O acolheram e O colocaram como o primeiro em suas vidas.

Onde está Jesus? Alguns pensam que Ele está somente no Sacrário, na Cruz, nas orações. Ele está nesses ''lugares'', é o lugar da presença d’Ele,entretanto, hoje, Ele está mostrando que o Seu reinado começa com: os pobres, os famintos, os necessitados, os desabrigados, os presos, (...) com as pessoas que não valem nada.

“Eu tive fome e tu me deste de comer”, todos os famintos, todas as pessoas que não têm o que comer, é Jesus clamando por um pão, clamando pelo direito de se alimentar.

Todas as pessoas sedentas, que não têm nem uma roupa para vestir; o irmão que não tem casa para morar, o doente que está sofrendo, o outro que foi preso, aquele que está condenado, e assim por diante,  neles são os lugares do nosso encontro com Jesus.

É preciso desfazer-se dessa imagem de um rei com coroa na cabeça, para "visualizarmos" a imagem de um Rei que, antes de tudo, se faz pobre. Ele nasceu pobre, viveu como pobre e morreu totalmente sem nada. E se quisermos encontrá-Lo, nessa vida e na eternidade, O encontremos entre tantos sofredores, aflitos, famintos, tantos pobres e miseráveis que clamam para serem socorridos.

O reinado de Jesus acontece no meio dos pobres, o Seu reinado está entre aqueles que estão sofrendo, porque eles são para nós a imagem de Jesus Senhor.

Deus abençoe você!

sábado, 25 de novembro de 2017

Homilia Diária

25NOV2017

A vida eterna é participarmos da salvação eterna, para vivermos para sempre com Deus no Céu

"Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento, e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram”(Lucas 20,34-36).

Toda a questão, do Evangelho de hoje, é porque os saduceus não creem na ressurreição, eles negam a ressurreição, e por isso criam essa situação que parece, de início, complexa porque uma mulher se casa com sete irmãos, um atrás do outro e não tem filhos com nenhum deles. A pergunta feita é: “Na vida futura ela será mulher de quem?".

Olhamos à vida, na dimensão humana em que ela se encontra, e achamos que tudo que vivemos na humanidade será a nossa eternidade. A questão de se casar, de gerar filhos é uma condição da vida presente, é um elemento da vida humana aqui na terra.

A ''vida futura'' não tem os mesmos pressupostos da vida terrena. Há muitos questionamentos em relação a eternidade, um desses é se nos conheceremos ou reconheceremos uns aos outros, entretanto, quem vai para a eternidade somos nós e não a outra pessoa, e a pessoa que vai para a eternidade, irá a partir daquilo que ela viveu aqui na terra.

A eternidade começa agora, está no meio de nós. Já participamos da vida futura quando levamos a nossa vida em Deus, ou deixamos de participar dela, quando não a levamos em Deus.

Quando digo "vida futura", refiro-me a vida eterna, a bem-aventurança eterna. A vida eterna é participarmos da salvação eterna, é para vivermos para sempre com Deus no Céu, como Ele nos convida a viver.

Não podemos transferir os pressupostos da vida humana e terrena, para a vida celestial. Por isso a explicação de Jesus é essencial para compreendermos isso: os homens e as mulheres se dão em casamento aqui na terra. O casamento não é uma coisa eterna, é até que a morte os separe. Não é assim que nós escutamos na bênção matrimonial? Pois, o casamento único, definitivo, pleno e eterno é com Deus, com a eternidade, é com Jesus, o Noivo de toda a "Igreja", que é cada um de nós.

Mas, se não levamos uma vida interior, uma vida mística, de relação com Deus, não conseguiremos ter comunhão com a eternidade. E vamos olhar à vida, a partir dos pressupostos terrenos, humanos e mundanos, e assim, a reduzimos a uma condição terrena.

Quem vive dos prazeres da vida, não consegue imaginá-la sem eles, isso porque só conhece os prazeres terrenos, não sabe qual é o prazer da eternidade. Quem não procura ter relação com Deus, não sente sabor pelas coisas d'Ele, não cria gosto pelo Céu e nem pelas coisas do Céu.

Muitas vezes, nos deixamos enganar, por uma mentalidade humana e mundana, que prega a reencarnação: o voltar para essa terra e viver, novamente, os prazeres; assim, não voltamos para o ''prazer'' celeste e eterno.

Se Deus nos deu a graça de saborearmos as coisas aqui da terra e nos maravilhamos, não sabemos qual é o sabor que nos aguarda as coisas do Céu, o que Deus tem reservado em ''chaves de ouro'' para nós.

Busquemos as coisas do Céu, porque é lá que Deus nos espera.

Deus abençoe você!

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Homilia Diária

24NOV2017

Permitamos que Jesus purifique ''o templo'' que nós somos, tire o verdadeiro rebuliço, a agitação que há dentro de nós

“Naquele tempo, Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. E disse: Está escrito: 'Minha casa será casa de oração’ '' (Lucas 19,45-46).

O templo é um lugar sagrado, e o sagrado é o lugar da presença de Deus. É o local do nosso encontro com o Divino e do nosso encontro com o Senhor. Vamos ao templo para nos encontrar com Deus, e para que o nosso ser volte-se para Ele. 

Não podemos deixar de nos encontrar com Deus, e nem deixarmos de sermos revigorados e transformados por Ele, porque a nossa casa é casa de oração, é o lugar do encontro com Deus.

Quando Jesus expulsa os vendedores do templo, está expulsando, na verdade, aquilo que impede o templo de ser o lugar de oração. O Jesus que expulsa os vendedores do templo, é aqu'Ele que expulsa de nós, aquilo que deixa o templo (nós) agitados. Percebemos quando vamos para uma feira ou a um comércio, que eles são lugares de agitação: as negociações, as vendas; alguns gritando para lá e para cá; outro oferecendo a sua oferta imperdível.

Dentro do nosso interior há uma verdadeira agitação, um verdadeiro ''comércio''. Há rebuliços dentro de nós, na nossa afetividade; há preocupações: materiais, econômicas, financeiras que causam verdadeiros tumultos dentro de nós.

Permitamos que Jesus, purifique esse templo que somos nós, tire esse verdadeiro rebuliço, essa agitação que há dentro de nós, Retire o que chamamos de preocupações demasiadas, exageradas com as coisas da vida.

Precisamos expulsar, com a autoridade de Jesus, as confusões mentais, espirituais, as agitações que criamos dentro de nós, a vontade que temos de responder, de resolver as coisas de uma vez só, criando uma confusão em nós.

O templo é o lugar da serenidade, da paz interior, é o local onde o nosso ser se envolve em Deus, não é só o "templo igreja". A todo tempo a igreja é o lugar da presença de Deus. Precisamos permitir que, Jesus expulse de nós, o que não nos permite sermos homens e mulheres de oração. Não conseguimos orar de verdade, estamos sempre muito agitados, preocupados, com muitas coisas para fazer, e quando paramos para orar parece que o mundo desce até nós.

Peça ao Senhor: “Purifica Senhor, renova, tira do meu coração toda e qualquer agitação, perturbação, inquietação, excessos de vaidades e coisas que perturbam o meu interior, para que o meu ser, o meu coração, tornem-se cada vez mais, um templo vivo para se encontrar Contigo, com a Sua graça”.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Homilia Diária

23NOV2017

O choro de Jesus por Jerusalém é o mesmo de muitas mães pelos filhos. É o choro de muitas mulheres pelos seus casamentos

“Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar” (Lucas 19, 41).

Jesus amava Jerusalém, a sua cidade, Ele nasceu ali. Veja bem, Jerusalém foi a cidade construída pelo rei Davi, é o centro da fé de toda Israel. É onde está o templo, a imagem da Jerusalém Celeste.

Jesus amou sua cidade, mas não refiro aos prédios, edifícios, mas o Seu povo, os que ali vivem. Jerusalém com tudo o que era: com o povo, os governantes, chefes, líderes religiosos, e esses (os líderes) não foram capazes de acolher Jesus.

Se Jesus veio para apresentar a salvação a partir de Jerusalém, a cidade não O reconheceu, desprezou e matou o seu Rei, o seu Senhor.

O choro de Jesus por Jerusalém é o mesmo de muitas mães, que choram pelos seus filhos. É o choro de muitas mulheres pelos seus casamentos. É o choro de muitos de nós, quando investimos nossas vidas na evangelização, no bem e, frustramo-nos com aquilo que fazemos. Pois, não colhemos os melhores resultados.

Somos solidários com o choro de Jesus, e Ele é solidário com o nosso choro, com o clamor de muitos de nós: a mãe que sofre, o outro que passa por uma situação difícil na vida, aquele que sofre porque investiu a sua vida num relacionamento e frustrou-se, desgostou-se com aquilo.

Não somos os únicos frustrados no mundo; a decepção também faz parte da vida. O que depender do outro, compete somente a ele. Na vida a dois, a mulher dá tudo de si, e para dizer que não estou olhando somente para o lado das mulheres, às vezes, o homem dá tudo de si, mas se a outra parte não corresponde, fazer o quê?

Os pais dão o melhor de si, na criação dos filhos; esses crescem e, depois, tomam outro caminho. O que fazer? Não podemos ter medo ou receio de chorar ou lamentar diante das frustrações que temos na vida.

O Jesus que chorou e se frustrou diante de Sua cidade, porque ela não reconheceu o tempo da visita de Deus, é também,o choro que temos de ter quando não reconhecemos, não acolhemos as visitas que Deus faz em nossa vida.

Jesus foi consolado pelo Pai, ainda que tenha experimentado o féu mais amargo, a amargura da cruz, Ele teve todo o consolo de vida. Sejamos consolo, conforto e presença de Deus diante das agonias que muitos enfrentam, diante das circunstâncias da vida que não deram certo ou que causaram frustração.

Deus abençoe você!

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Homilia Diária

22NOV2017

 Não faltará a graça de Deus para quem corre atrás, com o pouco ou o muito que tem

“As cem moedas renderam cinco vezes mais’. O homem disse também a este: ‘Recebe tu também o governo de cinco cidades’” (Lucas 19,18-19).

A parábola que escutamos, hoje, conta-nos que dez empregados receberam cem moedas de prata do patrão e ele disse: "Procurem negociar até que eu volte. Cuide das moedas que vocês receberam e as multipliquem".

Lembro-me de pessoas que tinham o velho hábito, algumas ainda têm, de colocar o dinheiro debaixo do colchão, porque não confiam no banco ou não sabem fazer uma aplicação para que renda alguma coisa, então, preferem deixar debaixo do colchão.

Antigamente, tínhamos o fenômeno da inflação desenfreada, galopante: um dinheiro que valesse um real, passavam-se alguns meses não valia mais nada. Então, esse era colocado debaixo do colchão, se fôssemos pegá-lo depois de 10 ou 20 anos não teríamos nada, pois ele só serviria para museu.  O dinheiro recebido foi simplesmente ''enterrado''.

Pode ser uma comparação monetária e econômica, já que, em muitas situações a economia rege as relações humanas, entretanto, Jesus está dizendo com essa parábola de que forma devemos administrar a graça, os dons, os talentos que recebemos de Deus.

Podemos ser displicentes, negligentes e, simplesmente, pegarmos a graça de Deus e colocá-la debaixo do colchão: “Está guardada. Ninguém mexe. Não estou correndo risco. Só eu mexo, está debaixo do meu colchão”. Estamos dormindo em cima dos nossos talentos, estamos dormindo em cima da graça de Deus e não a estamos levamos, a crescer e a multiplicar.

Não me refiro somente as coisas religiosas, Deus quer que todos os nossos talentos sejam multiplicados, sejam religiosos ou não. É tão bonito ver quando uma pessoa, começa fazendo uma coisa pequena e depois a transforma num dom maior.

Vi pessoas que começaram do zero vendendo um picolé aqui, um doce acolá; depois serem capazes de ter uma indústria, uma fábrica. Outras, que não tinham a capacidade para ler e nem escrever, desdobrarem-se para aprender, e tornarem-se grandes médicos e profissionais da vida.

Não importa em que ponto você se encontra da sua própria vida, o que importa é não ficarmos escondendo dinheiro debaixo do colchão; escondendo o tesouro, o dom e o talento, precisamos correr atrás.

Diante de uma onda de desânimo que está por ai, muitos dizem: "Não consigo emprego. Não consigo nada na vida". Conseguiremos se a chave que nos move for a persistência, a insistência, a luta. É correr atrás.

Não faltará a graça de Deus para quem corre atrás, com o pouco ou o muito que tem. Vemos coisas maravilhosas, com pessoas que não se entregam ao desânimo, mas que correm atrás.

Se corrermos atrás para melhorarmos na vida, a graça de Deus nos acompanhará onde quer que estejamos.

Deus abençoe você!

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Homilia Diária

21NOV2017

O discípulo é aquele que escuta, coloca em prática e vive, em sua vida, a vontade do Pai

“Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”(Mateus 12,50).

No meio de uma multidão, estavam a mãe, os irmãos e os parentes mais próximos de Jesus querendo falar com Ele. Talvez você pensasse assim: “Jesus teria que deixar tudo para falar com seus familiares, para falar com a mãe d'Ele, pois o mais importante são eles". Jesus mostra-nos porque eles são ou não importantes.

Quem é importante no coração de Deus? É aquele que O escuta, aquele que é o seu discípulo, por isso, Jesus diz: “Eis minha mãe e meus irmãos”. É como se Ele dissesse: "São vocês também, porque estão parados aqui, para me ouvirem. Felizes são vocês que estão dispostos a me ouvir e a partir daí fazem a vontade de Deus".

São duas etapas fundamentais no seguimento de Jesus, a primeira delas é: ouvi-Lo, dar atenção a Ele. Uma pessoa só é importante para a outra quando lhe dá atenção e a escuta. O filho é importante para os pais, então, esses param tudo o que estiverem fazendo, para escutá-lo e dar atenção às necessidades do filho deles. Um pai e uma mãe negligenciam quando: não são mais capazes de escutar; um casal, marido e mulher, serão negligentes um com o outro, quando não tiverem mais capacidade de escutar. É importante saber ouvir; dar atenção ao outro é essencial.

Um filho, torna-se um péssimo filho, quando não escuta mais os seus pais. Ele pode dizer:“Eu amo muito a minha mãe”, entretanto, se não a escuta, não a ouve, não lhe dá atenção; o amor dele é questionável.

O discípulo é aquele que escuta, portanto, não basta dizer: “Eu sou parente de Jesus”, se não O escutamos e não damos atenção a Ele, agindo assim, não somos discípulos d’Ele. O discípulo é aquele que escuta e coloca em prática e vive, na sua vida, a vontade do Pai.

O que é a vontade do Pai? É aquilo que nós escutamos quando paramos para ouvi-Lo. Por que, muitas vezes, não colocamos em prática a vontade de Deus? A resposta é simples: não paramos para escutá-Lo.

Temos a alegria de celebrarmos, hoje, a apresentação de Nossa Senhora ao templo. Maria apresentou, inteiramente, a sua vida, desde o ventre da mãe d'Ela, para ouvir a Deus e fazer a vontade d'Ele. No entanto, tornou-se a discípula número um, a discípula mais fiel. Não foi somente seu ventre que gerou Jesus, mas foi toda a sua vida que O escutou, e colocou em prática o desejo do Pai.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Homilia Diária

20NOV2017

Se nós queremos enxergar de novo ou, enxergar bem a cada dia, precisamos deixar que a luz da fé guie os nossos passos

"'Que queres que eu faça por ti?'” O cego respondeu: 'Senhor, eu quero enxergar de novo'. Jesus disse: 'Enxerga, pois, de novo. A tua fé te salvou'” (Lucas 18,41-42).

A cura do cego de Jericó têm lições maravilhosas para a nossa vida. A primeira delas é a ''sede'', a necessidade que esse cego tem na cura; ele com insistência, vai atrás de Jesus. É, também, ele que está no meio da multidão e grita: "Senhor, filho de Davi, tenha compaixão de mim. Eu preciso da sua misericórdia".

É um grito que vem do fundo da alma, de um coração sedento em ser curado, para voltar a enxergar. Porque esse cego já enxergou um dia, mas, por diversas circunstâncias da vida deixou de enxergar.

Por qualquer coisa, por qualquer descuido, levamos a vida com tantas coisas para fazer, e vamos nos tornando cegos ao longo do caminho. Quando não reparamos, sobretudo, no nosso orgulho e na soberba que são tentações, caímos na cegueira humana e espiritual. Ela não permite enxergar a vida como precisa ser.

Quando estamos cegos, tropeçamos sem ver;  caímos sem reparar e, muitas vezes, nem nos levantamos. Pois não percebemos onde estamos.

A graça de enxergar é a grande graça. Porque muitos cegos que, talvez, não tenham a visão física como nós temos, enxergam a graça de Deus. Eles têm mais discernimento na vida, do que nós que temos os ''olhos arregalados'' e não enxergamos o essencial.

Talvez as pessoas que estivessem no contexto do Evangelho, fossem até mais cegas do que o homem cego, porque ele queria tocar em Jesus e ser curado por Ele, e as pessoas o afastavam, o repreendiam e mandavam que ele ficasse calado. Não enxergavam que o irmão precisava dessa graça de Deus.

A grande cegueira da vida, é quando enxergamos somente a nós. Só os nossos problemas, a nossa vida e necessidades. Não conseguimos enxergar quem está ao  nosso lado, pois, nos incomodam com seus gritos,  suas necessidades e, assim, os ignoramos. Está aí, a grande cegueira do mundo que, muitas vezes, envolve cada um de nós.

Esse cego é insistente, ele grita: "'Senhor, eu quero enxergar de novo'. Jesus disse: 'Enxerga, pois, novamente. A tua fé te salvou'”.

Se nós queremos enxergar de novo ou, enxergar bem a cada dia, precisamos deixar que a luz da fé guie, conduza e direcione os nossos passos.

Quando perdemos essa luz da fé, enxergamos a vida e o mundo de uma forma ofusca, confusa, errada. Porque é com a luz da fé que nós enxergamos a vida como ela é, e como ela precisa ser vista. É com a luz da fé, que nós enxergamos o mundo com os ''olhos de Deus''. É com essa luz que enxergamos a graças de Deus.

Que a sua luz do Senhor abra os nossos olhos para caminharmos na Sua verdade.

Deus abençoe você!

domingo, 19 de novembro de 2017

Homilia Diária

19NOV2017

Não podemos ''dar desculpa'' que não damos conta, ou que, não somos capazes de administrar o pouco ou o muito que recebemos

Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!”(Mateus 25,23).

O Evangelho de hoje, conta-nos a realidade maravilhosa do senhor que, chamou os empregados dele, para lhes confiar os seus talentos, assim, cada um dos empregados, poderiam administrar os talentos recebidos. Ao primeiro empregado deu cinco talentos, ao segundo deu dois talentos e ao terceiro deu um talento, conforme a capacidade que cada um tinha.

Algumas pessoas têm capacidade para demonstrarem muitas coisas, outras têm dificuldade e demonstram menos. Existem aquelas, que têm capacidade de administrar poucas coisas ou uma coisa menor. Isso não quer dizer que, quem administra uma empresa é mais importante do que àquela que administra uma casa, e nem que aquele que administra o país, seja melhor do que quem administra uma horta em sua própria casa.

Não! É apenas para nos lembrar que: a quem muito se deu, muito tem que corresponder ao que recebeu. Quem pouco receber, precisa corresponder ao pouco que receber. O mais importante é que, cada um: corresponda, dê uma resposta, e não se deixe perder por ter recebido muito, pouco ou mais ou menos, mas que dê conta daquilo que recebeu.

Você pode ter recebido o menor talento de todos, entretanto, você pode torna-lo o maior talento do mundo, quando você administra, assume; quando você não tem uma postura de relaxado, preguiçoso, displicente, negligente, desatento, descuidado.

Quando, nós, não levamos a vida de qualquer jeito: “Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel na administração de tão pouco”. A cada dia e no "dia final", é isso que os nossos ouvidos precisam ouvir de Deus. Sejamos fiéis na administração daquilo que recebemos de Deus.

Não façamos pouco caso, não cuidemos de qualquer jeito, não tratemos de qualquer forma a graça que nos foi confiada. Precisamos ter responsabilidade com aquilo que temos. O servo torna-se inútil ou mau, quando para de olhar e cuidar dos dons dele, e vai reparar nos do outro. O servo é mau quando para de cuidar da sua vida para cuidar da vida dos outros. quando estamos olhando a horta do vizinho e não estamos cuidando da nossa própria horta. Quando estamos olhando a horta do vizinho e não cuidamos da nossa, ela para de produzir frutos, ou seja, a nossa vida se perde.

Cada um produz os frutos, de acordo com aquilo que é capaz de produzir. O problema é que não podemos dar desculpa de que não damos conta, que não recebemos nada e, ainda, dar a desculpa de não sermos capazes de administrar o pouco ou o muito que recebemos.

Que possamos dar muitos frutos com os dons e os talentos que temos na vida.

Deus abençoe você!

sábado, 18 de novembro de 2017

Homilia Diária

18NOV2017

A oração precisa de perseverança, precisa ser também uma oração de confiança

“E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar?” (Lucas 18,7).

A parábola maravilhosa que Jesus nos conta, hoje, dessa viúva insistente, persistente, que chega a ser chata e aborrecer o juiz com as suas súplicas constantes, para que ele faça justiça, é para nos ensinar como deve ser a nossa oração, como devemos rezar com perseverança e insistência sem jamais nos deixarmos tomar pelo desânimo, pela falta de alento e de vida em nossas orações.

O exemplo que Jesus nos dá é o modo que devemos fazer e operar em nossa vida. Primeiro, precisamos decidir, a oração precisa fazer parte da nossa vida; e ela tem um elemento fundamental que se chama perseverança.

A primeira graça que, com certeza, precisamos buscar, na nossa vida de oração, é a perseverança, pois rezar não é o mais difícil. O mais difícil é perseverar na súplica, na busca, na insistência. Algumas pessoas, no entanto, rezam uma vez, duas, três vezes, mas não conseguem a graça; então, desanimam e perdem todas elas. Caímos em desgraça quando desistimos da vida de oração, quando desistimos de nos colocar na presença de Deus, de suplicar, insistir com Ele naquilo que precisamos.

Permita-me falar ao seu coração: não desanime com as circunstâncias difíceis que você possa estar enfrentando na vida, não desanime diante das situações contrárias ou com as contradições que precisamos enfrentar a cada momento.

Não desanimemos com as doenças, enfermidades nem com todas as tribulações adversas que vêm ao nosso caminho. A nossa atitude e resposta não são a amargura, a murmuração nem o desalento. A nossa resposta é a oração.

A oração precisa de perseverança, mas  precisa ser também uma oração de confiança. A oração é o modo de nos colocarmos nos braços do Senhor e dizer: “É no Senhor que eu confio, é n'Ele que coloco minha esperança e toda minha confiança. Jamais desanimaremos, porque sabemos onde colocamos a nossa esperança. Eu sei em quem confio. Eu sei quem é o Deus que sirvo".

Deus não está nos ouvindo? Ele está ouvindo. Talvez o nosso coração não esteja ouvindo o Senhor, talvez a nossa sensibilidade interior não esteja captando Sua graça em nós, mas Ele é um Pai que cuida de nós noite e dia, e a nossa luta é para sermos filhos que, noite e dia, estão também na presença d'Ele.

Deus abençoe você!

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Homilia Diária

17NOV2017

O mundo que nos cerca é um canal maravilhoso para enxergarmos a presença de Deus no meio de um universo tão grande

“São insensatos por natureza todos os homens que ignoram Deus, os que, partindo dos bens visíveis, não foram capazes de conhecer aquele que é; nem tampouco, pela consideração das obras, chegaram a reconhecer o Artífice” (Sb 13,1).

A sabedoria, que é dom de Deus e graça divina, é aquela que nos permite conhecer a presença d'Ele em todas as coisas e realidades criadas. A sabedoria nos conduz, orienta-nos e dirige-nos a fazer a vontade d'Ele.

A falta de sabedoria é a insensatez, e é insensato aquele que perde a sensibilidade pelo toque da graça e pela presença divina. É insensato aquele que não tem a ciência divina para reconhecer a presença de Deus em todas as coisas.

Muitas pessoas se encantam com o mundo criado, há um canto por trás da natureza que é impossível não perceber o quanto o mundo em que vivemos é belo e exuberante. As praias estão lotadas, os parques, as diversas belezas naturais. Podemos contemplar todas as coisas e enxergar apenas uma beleza natural, mas podemos também contemplar todas as coisas e perceber nelas a presença divina, sobrenatural, reconhecer a grandeza do Criador, do artista.

Fico olhando para uma pessoa quando vai ver uma pintura, uma escultura. A pergunta é: “Quem fez tamanha obra? Quem pintou o quadro?”.

Como podemos olhar para o mundo em que vivemos e ver todas as belezas que nos cercam, mas não nos perguntarmos quem é o Artista que criou todas as coisas? A natureza, os bens criados, o mundo que nos cerca é um canal maravilhoso para enxergarmos a presença de Deus no meio de um universo tão grande, no qual somos menores do que um grão de areia.

A insensatez está em não reconhecermos a presença de Deus nessas coisas, e ela vai crescendo à medida que não nos deixamos conduzir, guiar e iluminar pela presença do Senhor em nosso mundo. A insensatez se torna maior quando queremos culpar Deus pelas desordens, pelas coisas que não deram certo, quando queremos culpá-Lo pelas coisas que estão erradas na nossa vida. O mundo se tornou insensato, porque perdeu a sabedoria.

Deus não nos tomou a sabedoria, o Espírito d'Ele está no meio de nós. Preferimos, muitas vezes, guiar-nos pela sabedoria e pela insensatez do mundo, caímos na desordem e no caos que nos encontramos.

A verdadeira sabedoria é saber que, mesmo no meio da desordem do mundo em que vivemos, devemos encontrar Aquele que criou, ordenou, recriou e reordenou todas as coisas. A sabedoria de Deus está no meio de nós.

Que não sejamos insensatos em ignorar Sua presença entre nós.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Homilia Diária

16NOV2017

O Espírito Santo de Deus, envia sobre todos nós, sobre nossos corações, sobre a nossa vida a sabedoria divina

“Na Sabedoria há um espírito inteligente, santo, único, múltiplo, sutil, móvel, perspicaz, imaculado, lúcido, invulnerável, amante do bem, penetrante” (Sb 7,22).

Precisamos da sabedoria, ela é dom de Deus por excelência. Jesus Cristo é a sabedoria encarnada de Deus, a sabedoria que tudo fez, que tudo criou. É a sabedoria que rege, sustenta, ilumina e conduz o mundo à ordem da criação, à ordem de todas as coisas.

Onde falta ordem falta sabedoria. Onde reina o caos, a desordem é porque a sabedoria não está presente. Se o mundo, muitas vezes, caminha para a destruição, para o caos e para todas as bagunças e desordens que nós conhecemos é por falta de sabedoria. A sabedoria que vem de Deus, a sabedoria que penetra o coração de Deus e ensina-nos a viver a ordem que o Criador estabeleceu em todas as coisas. A sabedoria que nos dá inteligência, mas que não se confunde com a inteligência do mundo que são apenas conhecimentos científicos e tecnológicos (conhecimentos úteis, importantes e necessários), mas nunca estão acima da sabedoria que vem de Deus.

Se o homem tem sabedoria para recriar as coisas, precisa ter a sabedoria divina para usar devidamente todas as coisas. Por falta de sabedoria nos perdemos na vida em que vivemos, por falta de sabedoria estamos vivendo desgovernados a nossa própria vida.

O Espírito Santo de Deus, que sopra sobre os quatro cantos da Terra, envia sobre todos nós, sobre nossos corações, sobre a nossa vida a sabedoria divina que tudo conhece, que tudo penetra, que tudo renova, que orienta segundo a vontade do Senhor. Necessitamos dessa sabedoria para vivermos, convivermos e direcionarmos a nossa vida!

Uma pessoa me disse assim: “Pena que a vida não tem um manual. Nascemos e temos que aprender a viver”. É verdade! Aí está a beleza da vida: saber viver a cada tempo, a cada momento. Se não tem manual, tem a graça, que se chama: sabedoria.

Sabedoria é bem viver, de acordo com a vontade de Deus, as diversas circunstâncias da vida. Sabedoria é saber viver na prosperidade, tendo saúde, vigor e alegria. É mais sabedoria ainda sabermos viver na indigência, na doença, na infelicidade, na doença, nos sofrimentos, nas provações da vida e em tudo nos encontrarmos em Deus e com Ele.

Sabedoria é deixar-se guiar por Deus e não se perder nas estradas e nas curvas deste mundo.

Deus abençoe você!

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Homilia Diária

15NOV2017

Não há maneira mais correta de reconhecer aquilo que Deus é para nós do que pelo louvor, pela gratidão do coração

“Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano” (Lucas 17,15).

Essas são as atitudes que nós podemos ter diante de Deus: gratidão ou ingratidão, reconhecimento ou falta de reconhecimento. Na verdade, achamos que Deus tem a obrigação de fazer as coisas para nós, de nos curar ou de nos abençoar.

Não! Deus já nos deu a salvação e nós a perdemos, porque, muitas vezes, optamos pelo caminho do pecado, mas Ele, por iniciativa amorosa, veio em busca de nós, das ovelhas perdidas e machucadas, para nos resgatar e curar.

A atitude do reconhecimento nunca pode faltar em nosso coração. Não há maneira mais correta de reconhecer aquilo que Deus é para nós do que pelo louvor, pela ação de graças, pela gratidão do coração, pela bondade e imensidão do amor de Deus para conosco.

O que o Senhor fez até hoje por nós? Deu-nos a vida, o dom de viver, chamou-nos, escolheu-nos, abençoou-nos e somos eternamente gratos a Ele. Não temos tempo para reclamar nem para pedir nada para Deus, tamanha é a gratidão que temos para com Ele. Todos os dias, a única coisa que queremos é louvar esse Deus, bendizê-Lo, adorá-Lo e agradecer-Lhe. Não é por nada que Ele nos dá, é só pelo fato de ser Deus e nos dar a graça, a oportunidade de conhecê-Lo, de amá-Lo e, mais do que isso, de sermos amados e cuidados por Ele.

Tenhamos atitude de gratidão, de reconhecimento e louvor para com Deus. Seremos curados desse azedume que temos na alma, dessa amargura que temos no coração. Pararemos de reclamar, de murmurar quando o louvor tomar conta de nós.

Veja, dez leprosos foram curados, o menos indigno, na concepção judaica, era o samaritano, e foi o único que voltou para agradecer.

Somos da turma dos nove ingratos, reclamações, daqueles que só murmuram ou somos aquele único que teve atitudes verdadeiras de louvor, de reconhecimento e ação de graças?

Deus é bom demais! Pela Sua bondade, todo louvor, toda honra, toda glória e ação de graças.

Deus abençoe você!

Homilia Diária

14NOV2017

Cumpriremos melhor, o que precisamos fazer, se deixarmos de viver em busca do reconhecimento

“Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer'"(Lucas 17,10).

Amados irmãos e irmãs, a nossa natureza humana tem uma necessidade de reconhecimento; necessitamos sermos reconhecidos, por aquilo que realizamos. Vejamos o exemplo dos governantes: fazem poucas coisas e, muitas vezes, fazem mal ou nem terminam de fazê-las, mas a necessidade de serem reconhecidos, os levam a desejarem "placas". E lá estão elas: para mostrarem quem foi o "realizador daquilo", para serem lembrados, reconhecidos, exaltados. Dessa forma, assim é também conosco.   

Temos a necessidade de sermos aplaudidos, curtidos; olhemos nas redes sociais quantas curtidas levamos, quanto reconhecimento temos, em contrapartida, com Deus não é assim. N'Ele não podemos buscar reconhecimento, valorização, aplausos naquilo que nós fazemos. Simplesmente, façamos a nossa obrigação e a nossa responsabilidade.

Converter-se não é mérito nenhum, é graça de Deus! Somos nós quem precisamos saber que temos que nos converter. Algumas pessoas acham que estão fazendo um favor para Deus indo para a igreja: “Eu fui lá para Deus ficar feliz comigo”. Não é Deus quem tem que ficar feliz conosco; somos nós quem temos que ficar felizes. Nós que precisamos fazer o que precisamos.

Deus já é Santo, não precisa se converter, mas nós precisamos. Deus não precisa de culto, mas nós precisamos cultuá-Lo; Ele não precisa do nosso amor, mas nós precisamos amá-Lo, porque Ele vai ser Deus, Ele é Senhor, nós O amando ou não.

É certo que, o pai quer ter o filho com ele. Esse pai espera que o filho dele volte, entretanto, somos nós que perderemos, que deixaremos de experimentar o que é nosso, pois não nos esforçamos ou empenhamos. Mas, se estamos nos esforçando, se nos empenhamos e damos o melhor de nós ao nosso trabalho; isso é maravilhoso, porque estamos fazendo o que deveríamos fazer.

Quantas vezes ouvimos as pessoas dizerem: “Eu deixei de trabalhar para a igreja, porque são ingratos, não reconhecem o que nós fazemos, ninguém dá valor ao que nós fazemos". Ora, só fazemos as coisas para sermos reconhecidos e valorizados pelos outros?

Eu não sou padre, um servo de Deus, para que as pessoas me reconheçam, me aplaudam ou deem valor ao que eu faço. Faço porque é a minha obrigação! Faço para dizer com as palavras de São Paulo: “Ai de mim se não evangelizar, ai de mim se não trabalhar”.

Esse “ai”, não é porque serei condenado, mas porque tomei consciência de que precisava, de que preciso, de que essa é a minha obrigação, essa é a minha responsabilidade.

Se a mãe, que terminou de cuidar do filho diz: "Nossa! Agora eu preciso ser reconhecida, pois cuidei do meu filho". Ela fez o que é a obrigação de uma mãe fazer, o que é dever de mãe; outrora, diz o pai diz: “Agora eu preciso ganhar um prêmio, porque eu trabalho para colocar comida dentro de casa”. Ele está fazendo a sua obrigação de pai.

Cumpriremos melhor o que precisamos fazer, se deixarmos de viver em busca ou com "sede do mérito", do reconhecimento e dos aplausos desse mundo.

Deus reconhece e recompensa, no Seu tempo, aquilo que fazemos para Sua glória.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Homilia Diária

13NOV2017

Se a fé dirigir os nossos passos: viveremos de forma correta, justa e teremos forças para perdoar e evitar escândalos

“Se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe. Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo” (Lucas 17,3-4).

No Evangelho de hoje, temos três ensinamentos de Jesus. Bem práticos à nossa vida cotidiana, aos nossos relacionamentos e tudo aquilo que vivemos inseridos na sociedade. O primeiro deles éevitar o escândalo. O que é o escândalo? É aquilo que fazemos e causa pecado no outro e o leva a pecar.

Devemos de todas as maneiras evitar escandalizar o outro, tendo comportamentos e atitudes que não edificam o próximo, ou seja, é preciso vigilância sobre os nossos atos, sobre aquilo que nós fazemos. Muitos podem pensar: “O outro não tem nada a ver com a minha vida". Tem! Se a nossa missão é testemunhar, não podemos ser um contratestemunho do Evangelho, daquilo que cremos e acreditamos.

A segunda coisa é a necessidade do perdão, como regra fundamental de vida. O Evangelho, hoje, ensina-nos que antes do perdão existe a chamada: correção fraterna, correção com amor, a correção com a caridade. "Se o seu irmão pecar, corrige-o. Se ele se converter por aquilo que cometeu, perdoa-lhe, mas se o seu irmão sete vezes no dia pecar contra ti e sete vezes pedir perdão, não negue jamais o perdão a ele" (cf. Lucas 17,3-4).

Aqui está uma coisa muito importante: Deus não se cansa de nos perdoar, Ele nunca nega o Seu perdão, quando arrependidos vamos buscar o perdão. Só não existe perdão para o pecado que não é lamentado. Se não nos arrependemos daquele pecado, ele não está perdoado. Não é automático: “Já peguei, Deus me perdoou”. Não é assim! Precisamos nos arrepender e na contrição buscar o perdão de Deus, e Ele nos dará.

Quando pecamos contra o outro, precisamos nos arrepender. Se fizermos algo errado com o próximo, não é simplesmente dizer: “Me desculpa. Foi sem querer”. Precisamos demonstrar arrependimento por aquilo que fizemos, porque só o arrependimento nos leva a correção. O mesmo acontece com o outro, se ele falha conosco precisamos ver o arrependimento dele, porque é nesse arrependimento que ele se corrige e não negaremos o perdão.

 E a terceira é a fé, viveremos isso se formos regados e cuidados pela fé. Ela pode ser pequena como um grão de mostarda, mas não importa o tamanho, o que importa mesmo é que tenhamos fé.

 Com a fé, viveremos de forma correta, justa; teremos forças para perdoar e evitar escândalo, pois a fé dirige, governa e direciona os nossos passos.

Alimentemos a nossa fé para vivê-la e dar um verdadeiro testemunho dela, não para sermos a causa de queda de alguém, e sim, com o auxílio da fé perdoarmos uns aos outros.

Deus abençoe você!

domingo, 12 de novembro de 2017

Homilia Diária

12NOV2017

Temos de estar preparados para nos encontrar com o Noivo, porque Ele pode chegar hoje

“O noivo estava demorando, e todas elas acabaram cochilando e dormindo. No meio da noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo está chegando. Ide ao seu encontro!’ Então, as dez jovens se levantaram e prepararam as lâmpadas”(Mateus 25,5-7).

A bela parábola das dez jovens virgens do Evangelho de hoje é para nós um símbolo ou uma comparação da maneira como vivemos nesta vida. Ora somos as jovens prudentes, ora imprudentes; ora somos aqueles que estão atentos, ligados e preparados, ora somos aqueles que estão desatentos, desligados e despreparados.

O que me chama à atenção é o fato de saber que o Noivo é Cristo e nós somos as virgens que estão esperando Ele chegar. Parece, no entanto, que Ele está demorando, que só vai chegar daqui a um tempo, e que temos muito tempo pela frente. “Viverei muitos anos ainda. Lá na frente, eu me converto, torno-me melhor”.

Temos de estar preparados para nos encontrar com o Noivo, porque Ele pode chegar hoje. Isso, no entanto, não quer dizer que Ele vai nos pegar de surpresa.

Acho que a pior coisa da vida é sermos pegos de surpresa, desprevenidos com essa ou aquela situação. A pior coisa da vida é não vivermos preparados, a cada dia, para tudo aquilo que a vida exige de nós. Sabe por quê? Muitas vezes, não estamos preparados para dar as respostas à vida de acordo com cada tempo, pois estamos cochilando, dormindo, não estamos atentos à vida. E não cuidar da vida é não dar a ela a diligência que ela merece, é não estar de prontidão para suas exigências próprias. Em outras palavras, é viver de qualquer jeito.

Não podemos viver simplesmente "empurrando" a vida. Temos para viver o dia que se chama "hoje", o que temos para cuidar é o que precisamos cuidar hoje. Ao "empurrarmos" as coisas com a barriga, estamos fazendo tudo de qualquer jeito; e isso demonstra o grau de imprudência na qual levamos a nossa vida.

Quando estamos com as lâmpadas acesas, enchendo-as, a cada dia, com o óleo da graça, do Espírito e da Palavra, com o óleo do amor de Deus, estamos ligados, atentos, sendo prudentes, porque a prudência é o que Deus espera de nós.

Deus abençoe você!

sábado, 11 de novembro de 2017

Homilia Diária

11NOV2017

Precisamos ser honestos e sérios em tudo aquilo que fizermos, porque tudo tem sua importância

“Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes” (Lucas 16,10).

Hoje, o Senhor nos convida a darmos a importância devida às pequenas coisas, porque, muitas vezes, achamos que as elas não têm tanta importância. Para nós, só têm importância as coisas grandes.

Deixe-me exemplificar: "Eu contei uma pequena mentira. Mas é tão pequena, nem significa nada!”. Significa sim! São as pequenas mentiras que se tornam grandes mentiras.

O mundo acredita em muitas coisas falsas, porque, um dia, alguém contou uma coisa tão pequena, e isso virou uma mentira grande.

Ninguém começa roubando banco, mas com pequenas coisas, pequenos roubos. Ninguém se torna fofoqueiro contanto grandes fofocas, é uma fofoquinha aqui e outra acolá, e assim vai.

Precisamos ser honestos e sérios em tudo aquilo que fizermos, porque tudo tem sua importância. Não podemos desmerecer as ações do cotidiano.

Quando vejo as notícias do mundo em que vivemos, tem corrupção para lá e para cá. A primeira tendência do nosso coração é jogar pedra, condenar, ficar todo mundo indignado. Eu, então, volto o olhar para minhas atitudes, para rever meus procedimentos, coloco a mão na minha consciência e digo: “Como eu sou naquilo que me é dado a fazer, naquilo que é da minha responsabilidade? Eu sou honesto? Sou justo? Sou correto nas pequenas coisas do meu cotidiano?”. Então, vou descobrindo em mim mesmo atitudes e decisões nas quais eu não fui totalmente justo nem honesto como deveria ser.

Coloco a minha barba de molho, coloco o meu coração em atitude de revisão e penitência, para que eu possa rever as minhas atitudes, para que eu seja julgado, mas não pelas grandes coisas, porque somos julgados e olhados por Deus pela forma que aproveitamos cada dia, cada momento da nossa vida.

Não somos julgados pelas pessoas que evangelizamos: "Olha quantos eu levei para o Senhor!". Mas sim pelas nossas atitudes do dia a dia. E quanto as nossas atitudes quando estamos com nós mesmos? Como lidamos com os nossos pensamentos e sentimentos?

O Evangelho também nos fala sobre o dinheiro injusto para fazer amigos. Queria apenas lembrar que todo dinheiro é injusto, mesmo o dinheiro que conquistamos honestamente trabalhando, porque o mundo fez dele o símbolo maior da injustiça, porque uns têm com tanta facilidade, outros não têm de jeito nenhum. Por isso, do dinheiro que temos, sendo injusto, porque ele é injusto, precisamos fazer o bom uso, para fazer o mínimo de justiça ou o tanto de justiça que conseguirmos para reparar as injustiças deste mundo.

Deus abençoe você!

 

 

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Homilia Diária

10NOV2017

Devemos ter habilidade evangélica, empenho, amor, dedicação e esforço para dar o melhor de nós, a fim de realizarmos as coisas de Deus

“E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz” (Lucas 16,8).

Há, no mundo em que vivemos, a lógica da esperteza, há pessoas que têm uma habilidade sem igual nos negócios, nos empreendimentos, naquilo que fazem. Há aqueles que têm uma facilidade em ter lucro naquilo que realizam e usam para isso as artimanhas que podem; outros têm uma habilidade para falar, para negociar e nos convencer de uma coisa que não temos nem como contradizer o que estão falando. Essas pessoas usam do seu empenho para conseguir convencer o outro do que querem, do que têm para oferecer.

Vivemos num mundo em que as pessoas dizem: “O mundo é dos espertos”.

Veja: esse "mundão" perdido em que vivemos pode ser dos espertos, mas o Céu não! Este é dos justos, dos santos e honestos, é dos que fazem a vontade de Deus.

Na Palavra, por que o senhor dessa administração está elogiando o administrador desonesto? Porque ele foi habilidoso em sua desonestidade, foi empenhado em dar o melhor de si e se dar bem naquilo que fazia. Os filhos da luz não são habilidosos, não são empenhados, fazem as coisas de Deus de qualquer jeito, fazem quando dá. Imagina se nós tivéssemos o empenho que muitos no mundo têm, para fazer e promover as coisas deste mundão em que vivemos?

Se nós tivéssemos a mesma dedicação, a luz de Cristo estaria brilhando mais nesse mundo, o Reino de Deus estaria acontecendo com mais vigor. Não precisamos ser desonestos nem devemos ser, não podemos ter a habilidade do mundo, mas devemos ter a habilidade evangélica, o empenho, o amor, dedicação e esforço para dar o melhor de nós para realizar as coisas de Deus.

Essa história de fazer as coisas de Deus de qualquer jeito - “O importante é que estamos fazendo” - não é assim não! É importante darmos o melhor de nós, e cada um dá o melhor de si, cada um usa a inteligência, a habilidade. É importante usar as redes, os meios de comunicação; é importante usarmos a Palavra, o que podemos para que o Evangelho seja anunciado. De forma oportuna ou inoportuna, precisamos ter a oportunidade de fazer o Reino de Deus acontecer, porque esse mundo é muito mais habilidoso naquilo que é deste mundo do que nós que somos os filhos da luz.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Homilia Diária

09NOV2017

A Casa de Deus é o templo para o encontro com Ele. Devemos ir até lá com essa intenção

“Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas” (João 2,15).

Celebramos, hoje, a dedicação de São João de Latrão, a catedral de Roma, onde o Papa exerce o governo da Igreja para a diocese de Roma, que é a mãe de todas as igrejas.

O que nós queremos celebrar hoje? Queremos celebrar a Igreja, o Cristo, porque a Igreja é o corpo de Cristo, é a cabeça da Igreja. Voltamo-nos para as igrejas do mundo inteiro. Se há uma Igreja Mãe, que está em Roma, e nela se dedica o culto, o amor a Deus, o zelo e o respeito para com as coisas d'Ele, devemos olhar para todas as igrejas.

Nenhum outro sentimento deve tomar do nosso coração além do amor, do zelo e respeito pela casa do Senhor, porque, ali, também é a nossa casa. Se não temos zelo, amor e respeito pela casa de Deus, como vamos ter zelo, amor e respeito por cada um de nós que somos templos, morada e lugar onde Deus habita?

Sabe, eu tenho aquele pensamento rigoroso, mas não posso deixar de manifestar a minha preocupação sobre o que está virando nossas igrejas. Tanta bagunça, tanta conversa! É tão bom chegar numa igreja e encontrar um ambiente de oração, mas tristemente, em muitas delas não há espaço para a oração; é muita gente conversando, é muita bagunça! Termina a Missa e vira aquela coisa! Não seria bom se, após a Missa, pudéssemos falar com Deus? Pudéssemos continuar na presença d'Ele?

Podemos e devemos nos encontrar com as pessoas, mas vamos, em primeiro lugar, na igreja para nos encontrar com Deus.

Olhemos para o exemplo do amado Papa Francisco. Ele celebra, todos os dias, na Capela da Casa Santa Marta. Lá, há aqueles que participam da Missa com ele, e, ao terminar a Missa, ficam recolhidos 15, 20, 30 minutos em oração. Às vezes, quero me recolher dois minutos após celebrar uma Missa, mas não consigo, porque vira uma algazarra, com todo o perdão da palavra. Já não há mais zelo pela Casa de Deus.

Volto a dizer, sem nenhum extremismo, que as pessoas devem se cumprimentar na igreja, não temos que ser frios e indiferentes para com os outros. Mas qual é o cuidado, qual é o zelo, o amor que estamos tendo para com a Casa do Senhor antes da Missa, depois dela e durante todo o tempo?

A Casa do Senhor é o templo para o encontro com Deus, devemos ir lá para isso e não podemos atrapalhar o outro, para que se encontre com Ele.

Cuidemos desse templo que somos nós! Não é só a questão da conversa, mas da roupa e do perfume que usamos. Não podemos ir à igreja para chamar à atenção sobre nós, pois lá é o lugar de nos encontrarmos com Deus.

Que o Senhor nos dê zelo, amor, cuidado e respeito para com a sua casa.

Deus abençoe você!

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Homilia Diária

08NOV2017

Quando vamos ao encontro de Jesus, tomamos consciência da cruz que temos de carregar a cada dia

“Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14,27).

Estando diante de uma multidão que seguia Jesus, Ele dizia às pessoas que, para ser discípulo d'Ele, para segui-Lo de verdade, não era fácil. É preciso empenho para ir atrás de Cristo. Eu não tenho dúvidas de que todos nós queremos ser discípulos do Senhor, queremos fazer parte da Sua escola e estar em Sua companhia. E o Mestre não só nos chama, mas nos aponta as condições para que este seguimento aconteça, para que façamos parte da Sua escola. As primeiras coisas necessárias são o desprendimento e o desapego.

É bom lembrar que desprendimento e desapego não querem dizer falta de amor; pelo contrário, querem dizer amar os nossos com amor evangélico, na medida certa, porque o apego, em demasia, a qualquer coisa ou pessoa, faz de nós pessoas descontroladas, emocional e espiritualmente; e não conseguimos amar a Deus como precisamos.

Quem quer segui-Lo precisa, primeiro, ser uma pessoa desapegada, que ama muito os seus, mas que sabe viver o desapego.

A segunda opção para seguir Jesus é carregar a cruz de cada dia. Segui-Lo não é procurar ter facilidades, uma vida sem problemas e dificuldades, não é deixar de lado os compromissos e as responsabilidades: “Agora eu sou só de Jesus. Agora eu vou só rezar”. Não é isso! Nem mesmo nossos irmãos monges vivem assim. Vivem no mosteiro dedicados à oração, com exclusividade, mas carregando a cruz de cada dia, a cruz da vida fraterna, da convivência humana, a aceitação da própria natureza, das doenças e enfermidades.

Seguir Jesus é carregar a cruz aqui, acolá, no mundo, na escola, no trabalho, na faculdade, nos seminários, numa comunidade, seja onde for. Não podemos seguir Jesus para correr da cruz. Quando vamos ao encontro d'Ele, tomamos consciência da cruz que temos de carregar a cada dia.

A terceira coisa é sermos prudentes. A prudência é muito necessária, porque, por falta dela, muitos cometem decisões erradas em nome de Cristo. “Em nome de Jesus, vou fazer isso. Vou fazer só aquilo”. Temos de calcular, pensar, colocar as coisas na ponta do lápis e discernir: "Isso é mesmo de Deus, é a minha vontade ou inspiração humana? Isso é mesmo de Deus ou eu que estou seguindo as modas do momento, as inspirações que alguns trazem da própria carne?".

Sem discernimento, sem prudência, podemos querer muito acertar, fazendo a vontade de Deus, mas vamos "quebrar a cara" e, muitas vezes,  fazer aquilo que não é a vontade d'Ele, mas imaginávamos ser.

Deus abençoe você!

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Homilia Diária

07NOV2017

Há uma indiferença, uns dando desculpas para não se comprometer com Deus, para não participar do banquete da vida

“Na hora do banquete, mandou seu empregado dizer aos convidados: ‘Vinde, pois tudo está pronto’. Mas todos, um a um, começaram a dar desculpas. O primeiro disse: ‘Comprei um campo, e preciso ir vê-lo’” (Lucas 14,16-18).

Que tristeza para esse homem que deu um grande banquete! Ele preparou o melhor banquete e mandou convidar os amigos, as pessoas mais próximas, para que viessem ao seu banquete, mas asrespostas foram as desculpas que cada um tinha que dar, de modo que nenhum daqueles que foram convidados puderam ir a esse banquete.

É verdade que o homem ficou muito triste, indignado, mandou chamar aqueles que ninguém chamaria: os coxos, os aleijados, aqueles que viviam nas praças e ninguém dava nada por eles.

Cuidado com a frieza e a indiferença de uns para com os outros. Qualquer um de nós fica chateado quando fazemos algo, chamamos o irmão, e ele simplesmente dá desculpas esfarrapadas, uma desculpa qualquer para nem dar atenção ao convite, a atenção que nós tivemos para com essa ou aquela pessoa.

Do mesmo jeito, há uma frieza, uma indiferença, há sempre uns dando desculpas para não se comprometer com Deus, para não participar do banquete da vida, para não participar do banquete que Deus preparou para nós.

Depois que nós estamos um tempo na caminhada, sentimo-nos diplomados, sentimos que fizemos tudo que podíamos para Deus. Não temos que fazer nada para Deus, foi Ele quem fez para nós, foi Ele quem nos preparou o banquete, de modo que a artimanha da vida é ir nos arrancando, arrefecendo nosso coração, esmorecendo nossa vontade, de maneira que, com o tempo, não nos comprometamos, sempre arrumamos desculpas para isso ou para aquilo que Deus quer e precisa de nós.

Precisamos ser prudentes? Sim! Precisamos ver o que podemos e o que não podemos, mas ser indiferente, frio ou tratar as coisas de Deus de qualquer jeito, jamais!

Que não percamos o nosso lugar no coração de Deus, porque muitos daqueles que não damos nada para eles, ocuparão lugares melhores ou os nossos lugares no coração de Deus, no Reino definitivo, por causa da nossa frieza ou da nossa indiferença.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Homilia Diária

06NOV2017

Façamos o bem para o outro sem esperar reconhecimento ou algo em troca

“Quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos” (Lucas 14,13-14).

Buscamos, muitas vezes, ser recompensados naquilo que realizamos, queremos um prêmio, um mérito; então, recebemos méritos e palmas humanas, reconhecimentos humanos. Ficamos até chateados quando fazemos alguma coisa para o outro e ele não agradece, não nos exalta por aquilo que fazemos ou assim por diante.

Não busquemos os méritos humanos, não busquemos os reconhecimentos nem as palmas deste mundo. Busquemos somente o reconhecimento de Deus. Não é que não podemos fazer uma festa para os amigos, para os parentes; é bom fazer a festa, o almoço, o jantar, porque é maravilhoso confraternizar!

O Evangelho traz para nós uma outra tônica: façamos o bem para o outro sem esperar reconhecimento ou algo em troca, e façamos o bem para aqueles que precisam tanto do bem, aqueles que são os esquecidos da vida, que não podem nos dar nada.

Se convidarmos alguém para o almoço, a pessoa sentirá a necessidade de, depois, fazer um almoço para nos convidar também. Isso é da convivência humana. Mas temos de cuidar do pobre, fazer algo por aquele irmão que não tem nada, dar atenção para o indigente, para o infeliz, o necessitado, aquele que, talvez, nem muito obrigado nos dirá.

Santa Madre Teresa de Calcutá, muitas vezes, saía pelas ruas da Índia para levar alimentos, e muitos daqueles pobres pegavam o alimento e jogavam na cara dela; outros o rejeitavam, eram frios. Ela dizia: "Esses são os meus preferidos. É para esses que vou com mais amor e dedicação, porque eles não enchem o meu ego, não me engradecem por aquilo que eu faço e até me humilham! É para eles que eu gosto, em primeiro lugar, de dar o melhor de mim".

Gostamos de ser reconhecidos, mas quem será verdadeiramente reconhecido por Deus na Sua glória, na eternidade, é quem deu o melhor de si para o outro sem esperar nada em troca. Fez por amor, por caridade e por ter um coração generoso.

Que o nosso coração seja cada vez mais bondoso, dedicando-se e cuidando de quem não pode nos retribuir, porque a verdadeira retribuição é na casa do Pai.

Deus abençoe você!

domingo, 5 de novembro de 2017

Homilia Diária

05NOV2017

Para entrarmos no Céu, precisamos ter o visto da santidade, ter esforço pessoal e empenho para conquistarmos nosso lugar

“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mateus 5,3).

Hoje, celebramos a Jerusalém Celeste, celebramos a glória de todos os santos, a glorificação definitiva e plena daqueles que viveram, nesta vida, de acordo com a vontade de Deus.

A festa de todos os santos deve ser a festa de todos nós, porque todos nós somos convidados a buscar a santidade.

Uma vez, precisei trabalhar nos Estados Unidos. Fui chamado para ser missionário lá. Demorou muito para eu conseguir entrar, porque havia uma exigência: era preciso não só o passaporte, que todos nós tiramos, mas também um visto, uma autorização para poder entrar lá. Somente depois que consegui esse visto, com muito sacrifício, esforço e empenho, entrei nos Estados Unidos.

Para entrar em muitos lugares, deste mundo, nos são feitas exigências. Imagine um rapaz que, para ser atleta, tem de passar por toda uma preparação, toda uma exigência do corpo e da mente, para que esteja preparado para entrar em campo; e ele tem de ser bom, senão, não entra.

Esse rapaz faz bastante sacrifício, bastante esforço. Ele quer ser atleta, mas não é fácil! Além da concorrência, ele precisa dar o melhor de si. É esforço físico, muita preparação e, muitas vezes, na preparação, ele não fez o melhor e fica de fora.

Isso tudo é para dizer que, para entrarmos no Céu, é preciso ter o visto da santidade, é preciso esforço pessoal, empenho nosso para conquistarmos nosso lugar.

Os santos são os atletas de Deus, os vencedores da vida, verdadeiros vencedores na vida, e têm a palma da glória.

Às vezes, achamos que vencer na vida é conseguir um diploma, é ser formado nisso e naquilo, é um empenho importante para essa vida, mas cairá tudo no esquecimento se não nos empenharmos para conquistar o nosso lugar no Céu.

Quando celebramos, hoje, a festa de todos os santos, não estamos nos referindo somente aos santos que são canonizados e reconhecidos no meio de nós, mas a todos: o nosso avô, nossa avó, nossos irmãos e amigos, nossa companheira, aquele irmão na fé que morreu em Deus.

Hoje, celebramos a participação deles na glória de Deus. Essa festa nos convida a não nos esquecermos de que precisamos ser santos, porque aqueles que já estão na santidade de Deus estão nos esperando, intercedendo por nós, estão nos inflamando: “Não se esqueça do caminho da santidade, porque o seu lugar no Céu. Há um lugar guardado para nós, não podemos perdê-lo.

Esforcemo-nos, irmãos! Vamos dar o melhor, como o atleta que se esforça para dar o seu melhor na Seleção. Nosso lugar, no Céu, está reservado. Precisamos nos empenhar para vivermos a santidade.

Que Deus e todos os santos roguem e intercedam por nós, a fim de que caminhemos na santidade que Ele deseja.

Deus abençoe você!

sábado, 4 de novembro de 2017

Homilia Diária

04NOV2017

A humilhação é um excelente remédio para nossa natureza humana, corrompida pelo gosto das grandezas

Quando fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu” (Lucas 14,8).

A nossa tendência é buscar os primeiros lugares, e o que nos impulsiona é sermos os primeiros naquilo que fazemos: primeiro lugar a ocupar a mesa, o primeiro a chegar nisso e naquilo. É claro que é diferente alguém se esforçar, dar o melhor de si e ser o primeiro naquilo que fez. Não é disso que o Evangelho fala.

O Evangelho está falando de quando nos esforçamos e nos dedicamos a ser mais importantes do que os outros, colocarmo-nos na frente dos outros, sentirmo-nos melhores do que eles. O nome desse sentimento é orgulho e soberba. “Eu sou o mais importante!”

Alguns não falam, mas se sentem, colocam-se, projetam-se, pensam e agem, muitas vezes, assim. A tendência de querer que as coisas sejam do nosso jeito, da nossa maneira, é porque nós achamos que o nosso jeito e a nossa maneira são o único jeito certo ou é o melhor jeito.

Por que há desavenças? Por que há conflitos em casa, na família, no trabalho, onde estamos? Por causa da nossa natureza humana, que quer se impor sobre os outros, quer projetar-se mais que os outros.

O marido acha que é mais importante que a mulher, sabe mais, conhece mais, esforçou-se mais, trabalhou mais. A mulher se sente mais importante, porque é mulher, porque "ela sabe"; e essa história do “eu que sei” cria tantas batalhas e desavenças no meio de nós!

Qual caminho o Evangelho nos aponta? “Quem se eleva será humilhado”. A humilhação é um excelente remédio para a nossa natureza humana, corrompida pelo gosto das grandezas, pela soberba da vida, pelo gosto do egoísmo, do ego que quer ver as coisas do mundo do nosso jeito.

Só a humilhação corrige essa natureza humana desenfreada, mal inclinada. Ninguém deve humilhar ninguém, mas as humilhações da vida estão aí para nos corrigir, para apontar que o caminho da salvação passa pela humilhação, para não nos sentirmos os melhores, os grandes, os contadores de vantagens.

Às vezes, há uma doença, um sofrimento, uma dificuldade. Não aproveite essas coisas para reclamar da vida, mas para a rever. Não use dessas coisas para achar que Deus nos castiga, mas aproveite a oportunidade para compreender o tamanho do amor que Deus tem por nós.

Quando tudo está bem, quando somos maravilhosos, bons, gostosos, achamo-nos, elevamo-nos e o sentimento de grandeza vem tomar conta de nós e nos colocar à frente; não conseguimos perceber quem ficou para trás ou o que está acontecendo ao nosso lado.

Só na humilhação da vida conseguimos abrir os olhos para nos colocarmos em nosso lugar. Ninguém é mais importante do que ninguém, ninguém é superior a ninguém, somos todos pó da terra, caminhamos para o mesmo lugar.

Quem se humilha é exaltado no coração de Deus, mas quem exalta a si próprio, quem se sente melhor e mais importante que os outros, infelizmente, caminha como um cego que não sabe enxergar o caminho da vida. Tropeça, cai, e a tragédia pode ser muito grande.

Que todas as humilhações da vida sirvam para abrir nossos olhos e nos colocar em nosso lugar.

Deus abençoe você!

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Homilia Diária

03NOV2017

Precisamos dar o melhor de nós para olhar o sofrimento e a dor do outro

“Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e despediu-o. Depois lhes disse: Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado?”(Lucas 14,5).

Toda essa questão é porque Jesus curou um homem hidrópico em dia de sábado. Zelosos como eram na observância da Lei, alguns fariseus e seus chefes ficaram escandalizados, chateados e com raiva daquilo que o Senhor fez.

Todos nós precisamos observar as leis, a ordem, a disciplina, precisamos cuidar para que as coisas sejam cumpridas como precisam, seja o chefe no trabalho, a mãe e o pai em casa, aquele que cuida da igreja, aqueles que estão à frente de seus trabalhos e assim por diante. No entanto, nunca podemos nos esquecer de que qualquer pessoa humana é mais importante do a Lei ou qualquer situação.

Quando estamos naquele trânsito pesado, por exemplo, e uma pessoa é acidentada, sabemos que o carro de bombeiros, o carro da polícia que está prestando socorro não precisa infligir a lei, mas precisa dar o melhor de si para salvar aquela pessoa. O carro de bombeiro passa até no sinal vermelho, porque precisa salvar a vida daquela pessoa, precisa cuidar daquele que está enfermo.

Não precisamos infligir as leis nem desobedecer essa ou aquela ordem, mas não podemos ser indiferentes à dor, ao sofrimento, à situação pela qual o irmão esteja passando.A questão aqui não é ser sábado, domingo ou qualquer dia, a questão é colocar os nossos preceitos, os nossos dogmas, as nossas convicções acima da pessoa humana.

Jesus estendeu a mão para esse homem, cuidou dele, porque curar quer dizer cuidar, dar atenção, quer dizer transmitir vida para esse que está sem vida. Depois, o Senhor o deixou ir embora.

Precisamos cuidar uns dos outros, precisamos dar o melhor de nós para olhar o sofrimento e a dor deles. Às vezes, você chega atrasado a um compromisso, porque está cuidando das suas coisas, mas isso não justifica seu atraso. Às vezes, você se atrasou para um compromisso até religioso, deixou de ir na reunião daigreja, porque estava cuidando da dor, do sofrimento, da necessidade do irmão. Você parou para dar assistência a quem precisa da sua atenção.

Não descuidemos disso, porque o exemplo do Mestre é para nos ensinar que, acima dos preceitos religiosos que nós conhecemos, dos dogmas que nos foram ensinados, das verdades que aprendemos, que não há verdade, não há Lei, que não há coisa maior do que o amor, a caridade, o cuidado de quem está sofrendo e necessitando da nossa presença.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Homilia Diária

02NOV2017

Aquele que nos deu a vida, aqui na Terra, é o mesmo que nos dá a vida em plenitude

“Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda a pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia” (João 6,40).

Que bênção! Que graça! Hoje, celebramos a nossa salvação. Pode ser que o dia de comemorarmos todos os fiéis falecidos seja um dia pesaroso no coração de muitas pessoas. Há saudade, faz falta aquela pessoa querida. No entanto, não podemos deixar de olhar para o fio da fé e da esperança, pois é para lá que Deus nos conduz, para a presença d’Ele.

Se nós olharmos as coisas somente de forma humana, vamos encarar a morte como uma tragédia, como algo triste, como um fim. Aquele que nos deu a vida, aqui na Terra, é o mesmo que nos dá a vida em plenitude, na casa d’Ele, junto d’Ele. É essa certeza, essa confiança que precisamos ter.

Não podemos encarar a morte como os pagãos nem como aqueles que não conhecem Deus. Há uma tendência de olharmos a morte como o fim de tudo: “Acabou. A vida foi até aqui e ponto final”. Aquilo que para muitos é o ponto final, para nós é o ponto inicial, o ponto de chegada, é o ponto da glória, a glorificação de todo esforço humano.

Não olhamos para a morte com descrença, não a encaramos como tragédia. Ainda que, muitas vezes, ela chegue no meio de nós de forma inesperada, por meio de situações trágicas ou tristes, Deus é aquele que transforma todas as coisas, não deixa nada se perder. Todas as coisas concorrem para o bem daqueles que n'Ele esperam.

Se, de um lado, não podemos nos deixar contaminar por uma visão de vida ou de espiritualidade que semeia a reencarnação, a comunicação com os mortos ou qualquer coisa parecida, porque não fazemos comunicação como muitos querem fazer, nós fazemos, sim, comunhão com os santos, com a Igreja, que padece no purgatório. A Igreja que está glorificada no Céu, que faz comunhão conosco que militamos, aqui na Terra, em busca da eternidade. Essa comunhão precisa estar muito clara em nosso coração, ela nos dá a certeza de que estamos unidos num único corpo, que é o de Cristo, e Ele é a cabeça.

Há aqueles que já se foram, partiram na nossa frente; mas; daqui a pouco; todos nós iremos também e viveremos uma única realidade: a vida que Deus preparou para nós.

Não nos esqueçamos de rezar pelos irmãos que já faleceram, porque muitos precisam de oração pela reparação dos seus pecados, pela purificação das suas faltas. Que tudo isso sirva também para nos prepararmos melhor, para nos empenharmos, cada dia, na busca da eternidade, do lugar que Deus nos preparou na cada do Pai.

Deus abençoe você!

 

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Homilia Diária

01NOV2017

A salvação é dom gratuito de Deus, mas a resposta para ela somos nós quem damos, que nos esforçamos e lutamos por ela

Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão” (Lucas 13,24).

A resposta de Jesus para o nosso coração hoje, vem a partir de uma pergunta. Alguém, no meio do povo, pergunta: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?". Jesus não responde nem que sim nem não, mas coloca a verdade. E qual é a verdade? Precisamos nos esforçar, empenhar-nos, dar o melhor de nós para entrarmos pela porta estreita, porque a salvação é algo muito exigente. Se nos perdemos no caminho da vida, para o encontrarmos será preciso todo esforço do nosso coração.

Vivemos no mundo das facilidades, onde as pessoas procuram as coisas mais fáceis, mais abertas, mas, muitas vezes, essas portas são abertas da forma mais inescrupulosa possível! Sem nenhum peso na consciência, as pessoas fazem as coisas erradas, e simplesmente não estão nem aí! “Não estou roubando. Não estou matando. Não estou fazendo o que outros estão fazendo.Corrupção, hoje, é assunto só para políticos".

Estamos vivendo, muitas vezes, o caminho das facilidades. Até no Reino de Deus, às vezes, conformamo-nos, porque fazemos uma oração, vamos à Missa aos domingos, mas não nos esforçamos pela conversão diária de mudar atos, maus costumes, de nos empenharmos para combater aquelas inclinações erradas do coração, da vontade e assim por diante.

A salvação é dom gratuito de Deus, mas a resposta para ela somos nós quem damos, que nos esforçamos e lutamos por ela; somos nós que buscamos o caminho que nos leva a nos contrariar. Não há problema sermos contrariados; o problema é seguirmos nossas inclinações, levarmos a vida de qualquer jeito e não procurarmos nos converter a cada dia. A salvação de Jesus veio para todos, mas nem todos se esforçam para a viver.

O mundo, do jeito em que está, leva-nos a nos perdermos facilmente nos caminhos, nas estradas e escolhas. Precisamos ter atenção, prudência e determinação. "Esse caminho me salva ou me perde? A escolha que eu fiz é para a minha salvação ou ela me leva à perdição?”.

Deus não quer que ninguém se perca, mas é necessário, da nossa parte, darmos o melhor de nós para nos convertermos a cada dia.

Deus abençoe você!