Gol

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Homilia

30JUN2017

Os leprosos estão sendo limpos e purificados, e nós estamos sendo deixados para trás

“Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar”(Mateus 8,2).

Um leproso aproximou-se de Jesus e fez essa súplica. Às vezes, olhamos para os leprosos do Evangelho, os leprosos da vida e ficamos com compaixão, pena deles, mas todos nós nascemos leprosos. No entanto, à medida que a vida vai passando, vamos acumulando lepras no corpo, no coração; dentro de nós, coisas estragadas e sujas nos mancham por dentro e por fora. Às vezes, até nos escondemos em nossas aparências, mas há muita coisa manchada em nós.

Esse leproso do Evangelho merece admiração e reconhecimento. Nós merecemos compaixão, porque nos achamos melhores que os leprosos da vida; por causa disso, não reconhecemos a lepra, a mancha, a sujeira que está em nós, então, não gritamos: “Senhor, se queres, pode me curar, purificar-me, lavar-me, renovar-me”. Estamos sempre reparando na lepra do outro, no mal do outro e, dentro de nós, cresce o julgamento, a iniquidade, os espíritos impuros. Os leprosos estão sendo limpos e purificados, e nós estamos sendo deixados para trás, não porque Deus nos deixa, mas porque nos colocamos para trás, porque nos achamos melhores que os outros.

Senhor, se queres, Tu podes me purificar. Eu preciso dizer que eu quero e preciso ser purificado das más intenções, dos maus desejos e pensamentos, maus sentimentos que estão aglutinados e escondidos dentro de mim. Eu quero e preciso, Senhor, ser purificado, por isso venho reconhecer o tamanho das lepras que há em mim. Eu estou realmente suplicando ao Seu coração misericordioso que tenha pena e compaixão de mim. Lava-me, Jesus, purifica-me, sobretudo, desse orgulho, dessa pretensão e vaidade que se esconde por baixo das minhas intenções, daquilo que eu faço. Como eu necessito, como eu preciso e quero ser purificado!

Hoje, como um verdadeiro leproso de alma e coração, coloco-me na Sua presença e suplico: "Tende compaixão e misericórdia de mim, a Tua Palavra faz nova todas as coisas. Eu quero, Senhor, ser limpo e purificado!".

Deus abençoe você!

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Homilia Diária

29JUN2017

Devemos solidificar a nossa vida na relação pessoal com Deus

“Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha” (Mateus 7,34).

Que maravilha um homem construir uma casa e ela ficar bem edificada, suportar as tempestades, as tribulações, os ventos e tudo o que vier contra ela! Essa casa foi bem construída, bem feita e edificada.

Às vezes, olhamos uma casa bem bonita, até parece esplendorosa; em seguida, olhamos para uma casa pequenina, mas damos valor àquela casa bonitona. No entanto, quando vemos um vento muito forte, uma situação calamitosa fazer a casa ruir, muitas vezes, a casa pequenina sobrevive, está ali, inteira.

Não nos deixemos enganar pela aparência! As pessoas são assim também: elas parecem belas, vistosas, parece que tudo anda bem para elas, mas, quando vemos, parece que é superficial. Quando vêm os ventos, as tempestades, dificuldades e tribulações, tudo cai. Isso não acontece só com os outros, acontece conosco também, e depende de onde está o fundamento da nossa vida.

Não é porque participamos da Missa, todas as semanas, que sempre vamos à Igreja, rezamos o terço e cumprimos com as nossas obrigações, que nossa vida está fundamentada. Precisamos edificar nossa vida de forma sólida e real. Não edificamos nossa vida em pessoas, não colocamos nossa vida em cima de pessoas ou de nomes. Só há um nome sobre o qual devemos colocar e solidificar a nossa vida: na relação pessoal com nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo! Somente Ele nos salva, somente Ele mantém a solidez da nossa fé e daquilo que a nossa vida precisa.

Não deixemos que a nossa casa caia em ruínas, não deixemos que os ventos, as tempestades e tribulações, dificuldades e situações difíceis da vida nos levem e derrubem a casa que nós formamos. O mais difícil para um homem e para uma mulher não é fazer uma bela casa para morar, é fazer, de fato, um verdadeiro lar, edificado em Deus. O mais difícil não é tornar-se um bom profissional, diplomado naquilo que faz, o difícil é ter uma vida solidificada nas virtudes e nos valores, solidificada na vida em Deus.

Esforcemo-nos, dediquemo-nos, demos toda atenção que a Palavra de Deus merece, mas ela só será edificada na nossa vida quando produzir frutos que demonstrem que é em Deus que colocamos o nosso coração. Não adianta dizer: “Senhor, Senhor”, mas não colocar a Sua Palavra em prática.

Eu digo: “Senhor, Senhor me ajuda”, e me esforço para viver a Sua Palavra na minha vida. É assim que se edifica a casa sobre a rocha!

Deus abençoe você!

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Homilia Diária

28JUN2017

Devemos deixar na vida do outro o rastro dos bons frutos

"Uma árvore boa não pode dar frutos maus, nem uma árvore má pode produzir frutos bons. Toda árvore que não dá bons frutos é cortada e jogada no fogo” (Mateus 7, 18-19).

Deus quer que sejamos árvores boas e de excelente qualidade, por isso precisamos produzir frutos para o Reino de Deus, e frutos não são palavras. Há, no mundo, toda uma lógica, uma falácia de pessoas que falam muito, mas, quando olhamos para elas, seus frutos são podres.

É fácil falar do amor em família, difícil é ver os frutos que as pessoas produzem naquela família. É fácil falar, o importante é observar os frutos.

Se há muitos falsos profetas no mundo, corremos o risco de sermos também falsos em nosso profetismo, quando não aplicamos nem na nossa própria vida aquilo que nós falamos, acreditamos e são nossas convicções de vida.

Devemos deixar na vida do outro o rastro dos bons frutos. Não passemos por cada lugar deixando um fruto estragado, porque as pessoas não saberão que árvore somos por aquilo que falamos, mas por aquilo que estamos produzindo a partir dos nossos atos.

Uma árvore pode crescer maravilhosa, mas ela não dá um fruto que presta. Todo fruto que vem dela está ruim, não dá para consumir, por mais que ela produza uma "sombrinha", mas ela não está sendo o que precisa ser, então essa árvore é cortada, é queimada, porque ela não produz mais frutos.

Deus não quer nos cortar do Seu Reino, Ele não nos quer longe d'Ele. O que nos coloca no Reino de Deus não é a árvore que somos – “Porque eu sou da família tal. Porque eu tenho uma boa reputação. Porque eu tenho uma família importante. Porque eu sou da igreja”. O que nos mantêm é saber se essa árvore produz frutos ou não, se os frutos que ela produz são bons e de qualidade. Deus quer que sejamos frutuosos, e que os nossos frutos estejam testemunhando aquilo em que nós acreditamos.

Deus abençoe você!

terça-feira, 27 de junho de 2017

Homilia Diária

27JUN2017

É necessário entrar pela porta estreita, porque largo é o caminho da perdição, das facilidades, da vida cômoda

“Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles” (Mateus 7,12).

Sabe aquela regra que salva e dá sentido à vida? Essa regra, esse mandamento, é Jesus quem está nos ensinando. Essa é a regra de ouro!

O que nós devemos fazer para o outro? Tudo aquilo que queríamos que o outro fizesse para nós, mesmo que ele não faça. Eu não me meço pelo que o outro faz, mas por aquilo que preciso e sei que é correto fazer. Se o outro não me faz bem, mas eu queria que ele me fizesse bem, então eu faço para ele o que queria que ele me fizesse.

Eu sei me colocar no lugar do outro quando faço isso sem ofender nem maltratar ninguém, sem desprezar nem julgar, porque não sei a história dele, a vida dele, o que ele viveu nem pelo que passou, o que ele enfrentou e assim por diante.

É regra de ouro: eu quero ser respeitado? Eu respeito o outro. Eu não quero que fale mal de mim? Eu não falo mal de ninguém. Eu quero ser amado? Eu vou amar os outros, mesmo que não me respeitem, não me amem, mesmo que não falem bem de mim. Eu vou ser aquilo que eu preciso ser, mesmo que os outros queiram ser, porque não vou me medir por eles, mas medir a mim mesmo por aquilo que eu preciso testemunhar na vida e no mundo.

Por outro lado, é necessário entrar pela porta estreita, porque largo é o caminho da perdição, das facilidades, da vida cômoda e errada. Precisamos entrar pela porta estreita da exigência, da renúncia e do sacrifício. Só consegue ser bem sucedido nesta vida, de verdade, quem sabe se sacrificar, esforçar-se e lutar.

Quando você dá as coisas de forma muito fácil para as pessoas, com tudo prontinho, aquela alma amortece, o vigor daquele coração estremece, porque não soube fazer o sacrifício nem precisou fazer o esforço necessário para vencer, para conseguir e ir adiante.

Permita-me dizer a você: alargue o seu coração no amor, mas seja rigoroso, estreito com você na busca da santidade, do amor e na vivência do que é correto. Não vivamos as facilidades que o mundo nos oferece, porque muita facilidade é engano e ilusão para o nosso coração. Não percamos o senso do que é justo, verdadeiro e correto, mesmo que seja pouco e difícil, pois é ali que Deus está nos abençoando.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Homilia Diária

26JUN2017

É fácil falar dos outros, o difícil é fazer o que o outro faz, é conhecer a história dele

“Não julgueis e não sereis julgados. Pois, vós sereis julgados com o mesmo julgamento com que julgardes; e sereis medidos, com a mesma medida com que medirdes” (Mateus 7, 1-2).

Preciso dizer, com todo o meu coração, que é muito difícil não julgar, mas preciso também confessar que é mais do que necessário não julgarmos, porque, à medida que nos tornamos juízes uns dos outros, tiramos a autoridade de Deus, o único Juiz, e a passamos para nós, tornamo-nos juízes cegos, porque pensamos saber julgar bem os outros.

É fácil falar dos outros, julgá-los, o difícil é fazer o que ele faz, é conhecer a história dele e colocar-se no Seu lugar. Não gostamos de ser julgados nem criticados. Sentimo-nos profundamente ofendidos, feridos quando os outros estão nos julgando sem nos conhecer. A questão é que nós fazemos a mesma coisa. O Mestre está nos ensinando que a grandeza do amor passa pela capacidade de não julgar os outros.

Não julgue nem crie sentimentos ou juízos precipitados em relação à pessoa do outro. Para ser bem claro: não façamos aquelas "reuniõezinhas" de fofoca, para conversarmos, porque, de repente, estamos falando mal da vida dos outros, julgando, analisando, criticando, “descendo a lenha” na vida de alguém. Não coloquemos o outro no limbo, porque é para lá que nós vamos também. Não coloquemos o outro no julgamento infernal, porque com essa medida que nós estamos julgando os outros nós também seremos julgados.

Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, reparemos nossos atos, e o primeiro deles é a maldita lógica humana de vivermos analisando, julgando e criticando os outros. Existem programas de televisão, de rádio, espaços em jornais para julgar, criticar e falar mal dos outros. Parece que nós adoramos esses programas, porque fazemos isso em nossa vida, em nosso cotidiano. É dessa forma que seremos medidos, se continuarmos medindo uns aos outros dessa maneira. Deixemos que Aquele que nos conhece nos julgue.

A nós cabe a humildade, a contrição, se dermos conta de reconhecer nossos pecados, nossos limites, e reparar nossas fraquezas, não teremos tempo para reparar a vida de ninguém.

Deus abençoe você!

domingo, 25 de junho de 2017

Homilia Diária

25JUN2017

Precisamos demonstrar aos outros que Deus é o amor maior e mais sublime do nosso coração

“Portanto, todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus” (Mateus 10,32).

Declarar-nos diante do Pai é dizer o quanto O amamos, o quanto nosso amor por Ele é grande, mas não é uma declaração da boca para fora, não é ficar toda hora declarando: “Pai, eu Te amo. Pai, Tu és tudo para mim”.

Só há declaração verdadeira com testemunho. Quem testemunha diante de Deus e, acima de tudo, diante dos homens, a própria vida, esse é o amor verdadeiro e a grande declaração de amor que nós podemos dar a Deus.

Vivemos num mundo carente de testemunhas, de pessoas que testemunhem com a vida, com as palavras, com atos e obras o amor que temos por Deus. Fala-se muito em Deus, mas se testemunha pouco a respeito d’Ele. Há rádios, programas, igrejas, há muita coisa erguida em nome de Deus, mas testemunhos são poucos.

Não somos luz de Deus no mundo em que estamos, somos uma luz escondida, apagada, sem brilho nem temerosa. Podemos até ter o dom de falar, mas a grande comunicação divina não é a que fala, mas é a que testemunha, mostra nos atos, nas opções, nas escolhas a forma como Deus é amado. Por isso, testemunhemos, sejamos luz em cima do telhado. Não precisamos esconder de ninguém o tamanho do amor que nós temos para com Deus, precisamos demonstrar aos outros que Ele é o amor maior e mais sublime do nosso coração.

Quando eu me declaro, eu testemunho Deus em mim, o Pai no Céu guarda e testemunha o tamanho do amor que temos por Ele. Uma pessoa que têm seus preceitos, vive na dela, não bebe, não fuma, não faz o que é errado, e tem vergonha de dizer isso aos seus colegas, aos seus amigos. Não precisamos brigar com ninguém por aquilo que acreditamos e por nossas convicções, mas não podemos ter medo de testemunhar que as nossas opções são por amor a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Deus abençoe você!

sábado, 24 de junho de 2017

Homilia Diária

24JUN2017

João é um referencial para nossa sociedade tão cercada por vaidades humanas

“O que virá a ser este menino? De fato, a mão do Senhor estava com ele. E o menino crescia e se fortalecia em espírito. Ele vivia nos lugares desertos, até o dia em que se apresentou publicamente a Israel” (Lucas 1,66.80).

Celebramos, hoje, com toda a Igreja, o nascimento de João Batista, o filho de Zacarias e Isabel, esse casal estéril, idoso, mas temente a Deus, consagrado e entregue ao amor divino. Por isso, Deus os abençoou e permitiu a fecundidade mesmo em idade avançada. Mesmo que a condição genética não fosse a melhor, eles conceberam um filho e este foi consagrado ao Senhor Nosso Deus.

É Jesus quem vai nos dizer: "Entre os nascidos de mulher não houve ninguém maior do que João Batista; contudo, o menor no Reino dos Céus será maior do que ele" (Mateus 11,11). Por que João é maior? Por causa da sua humildade, da vida discreta e humilde que ele vivia. É João quem dizia: "Convém que ele cresça e eu diminua". João veio antes para preparar os caminhos para o Senhor, para abrir as portas para que Ele passasse, mas para ele nenhuma glória, nenhum reconhecimento humano. João era um homem despojado, penitente; ele penitenciava o seu coração, para não ser levado pelo gosto das vaidades.

Ao longo da vida, vamos crescendo e nos tornando pessoas vaidosas. A nossa vaidade já começa no ventre de nossa mãe. Nossas mães nos dão muito amor e ternura, mas, muitas vezes, alimentam nossas vaidades, querem que nós sejamos as crianças mais lindas, querem que nós sejamos melhores que os outros em tantas coisas. Crescemos na vida alimentando o orgulho, o sentido da competitividade do mundo em que vivemos. Crescemos e nos deixamos ludibriar pelas vaidades do mundo.

João, o Batista, aquele que vai batizar, é para nós o exemplo da humildade, do serviço, da entrega e da abnegação por causa do Reino de Deus. João nasceu, viveu e morreu sem vaidades. Ele nasceu todo de Deus, viveu para Deus e morreu em Deus. João é para nossa sociedade, tão cercada por vaidades humanas, um referencial; nela, a humildade de coração e o despojamento se fazem necessários.

Celebremos o nascimento de João Batista. E já que se tem o costume de acender fogueiras para celebrar o nascimento de João, aproveitemos as fogueiras para queimar todos os sentimentos de vaidades humanas que estão em nosso coração.

Deus abençoe você!

 

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Homilia Diária

23JUN2017

A humildade do coração de Jesus vence o orgulho, a soberba e as vaidades humanas tão presentes e aniquiladas dentro de nós

“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso”(Mateus 11,28).

Hoje, celebramos o sublime e Sagrado Coração de Jesus. Que coração apaixonante! Causa em nós um verdadeiro amor, é um coração que nos ama muito, é extremo na forma de nos amar. É um coração que não se cansa de amar e perdoar.

Assim é o coração santo do Divino Salvador e Redentor Jesus Cristo. Quando eu olho para o coração d'Ele, preciso fazer aquela súplica: "Jesus, manso e humilde de coração, fazei com que o meu coração pobre e miserável seja semelhante ao Vosso coração". Como é o coração de Jesus? É manso e humilde. O nosso coração não! O nosso é agitado, fatigado, ansioso, rancoroso e vingativo; por isso vive tão dilacerado por discórdias e acontecimentos que não dão certo.

Acalmemos e curemos o nosso coração, permitamos que ele seja transpassado pelo coração amado de Jesus. Olhemos para as virtudes do coração de Jesus e não permitamos que outros desejos e sentimentos estejam se aniquilando dentro do nosso coração.

É do coração do homem, nos diz Jesus, que vem os maus pensamentos, os maus desejos, é do coração do homem que vem a iniquidade, a perversidade, os enganos, furtos, falsidades, mentiras e tudo mais. Quando olhamos para o coração de Jesus, nosso anseio é para que o nosso coração seja lavado, purificado, santificado e renovado nesse coração, que é manso e humilde.

A humildade do coração de Jesus vence o orgulho, a soberba e as vaidades humanas tão presentes e aniquiladas dentro de nós. O coração sublime de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo nos resgata e refaz.

Olhemos, com todo amor, para o coração de Jesus e supliquemos: “Jesus, manso e humilde, fazei o meu coração semelhante ao vosso”.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Homilia Diária

22JUN2017

Toda oração, para ser sincera, verdadeira e profunda, tem de ter perdão

“De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará” (Mateus 6, 14).

Jesus está, hoje, ensinando Seus discípulos a orarem, não só os discípulos de ontem, mas também os hoje e amanhã. Todos nós que somos seguidores de Jesus Cristo precisamos aprender a orar.

Não permita que seu coração entenda oração como uma repetição de palavras, ainda que precisemos repetir Ave-Marias, Pai-Nossos e fórmulas que nós aprendemos, pois a essência está dentro das palavras, não apenas nas repetições.

A essência da oração é o coração unido a Deus. Você pode rezar 10 mil Pai-Nossos e Ave-Marias na vida, mas, em nenhuma delas, seu coração estar em Deus. Não estou diminuindo nenhuma das suas orações, muito pelo contrário, é valoroso rezar e meditar o Santo Rosário, tudo aquilo que essa oração nos dá, mas rezemos com o coração e a vida. Rezemos meditando, contemplando, vivenciando e deixando que o nosso coração faça comunhão com Deus.

A primeira coisa fundamental da oração é a comunhão, o coração que se une a Deus naquele momento, porque, na oração, o Senhor nos purifica, lava-nos, liberta-nos, restaura-nos e realiza o Seu novo em nós. A segunda coisa é aação, pois oramos e colocamos em prática aquilo que vivemos na oração.

Não podemos fazer nenhuma oração sem pedir perdão pelos nossos pecados. Em toda oração que pedimos perdão a Deus, Ele nos perdoa. Não tenhamos dúvidas, pois Deus nunca nos nega Seu perdão, apenas o perdão d’Ele é na medida do perdão que damos aos outros. Não é assim que rezamos? “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos”.

Desculpe-me a expressão, mas seria falta de vergonha na cara pedirmos que Deus nos perdoe, implorarmos Seu perdão, mas não perdoarmos o irmão de todo o coração. Por isso, toda oração, para ser sincera, verdadeira e profunda tem de ter perdão! Temos de nos abrir à graça do perdão.

Muitos dizem: “Padre, é tão difícil perdoar!”. Por isso rezamos, para pedirmos que Deus nos dê essa graça. Precisamos pedir disposição para perdoar e nos "quebrar por dentro", dilacerar nosso coração para perdoar.

Uma oração só é frutuosa, só chega autenticamente ao coração de Deus quando ela é regida pela força sublime do perdão. Não perdoemos pouco, perdoemos como Deus nos perdoa, pois Ele nos perdoa muito!

Perdoemos e amemos muito, para que nossa oração produza muitos frutos!

Deus abençoe você!

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Homilia Diária

21JUN2017

Deus está nos ensinando, com Sua Palavra, a fazermos nossas obras com gratuidade

“Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, de modo que, a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa”(Mateus 6,3-4).

Deus está nos ensinando, com Sua Palavra, a fazermos nossas obras com gratuidade, todas elas, a começar pela nossa oração. Não oramos nem falamos com Deus para as pessoas verem que estamos orando, para nos aparecermos e as pessoas nos chamarem de piedosos: “Olha como ele é orante!". Não! O testemunho da oração vem com os frutos, que são produzidos por meio da oração.

Às vezes, é triste e escandaloso querermos mostrar para as pessoas que rezamos muito, que fazemos muitas orações, mas o testemunho não corresponde à oração. Mostremos, com o testemunho, aquilo que a oração realiza na nossa vida. Por isso, ela tem de ser feita na discrição, quando vamos ao quarto, no nosso interior, no nosso silêncio e recolhimento e entramos em sintonia com Deus.

Do mesmo jeito é a esmola ou a caridade. Não levantemos uma placa para dizer: “Olha, eu faço caridade! Eu sou uma pessoa boa! Olha, estou ajudando os outros”. Façamos muita caridade, ajudemos muito os necessitados, façamos tudo o que for possível para aliviar a dor e o sofrimento de quem está sofrendo, de quem está passando necessidades, mas nunca para aparecermos, para sermos vistos nem reconhecidos.

Há entidades e pessoas que fazem obras de caridades e gostam de levantar placas, colocar o nome ali, mais isso é para os homens verem, é para serem reconhecidos e aplaudidos pelos homens. Nós não, pois a caridade que fazemos é para o nosso Deus, é para sermos vistos e reconhecidos por Ele.

Do mesmo jeito as penitências que praticamos, o jejum, a abstinência ou qualquer outra penitência não é para as pessoas verem que nós as estamos fazendo, mas sim para prestarmos culto a Deus. Quanto mais gratuita for a nossa entrega e oblação, os atos que realizamos, mais eficaz será nossa atitude. Quanto mais nossas ações forem direcionadas a Deus e menos aos homens, e quanto mais fugirmos dos aplausos, dos reconhecimentos humanos e de tudo o que fizermos para a glória de Deus, mais com Ele faremos nossos atos e nossas atitudes.

Que os homens vejam os frutos, as boas obras, mas a partir daquilo que fazemos no oculto, no coração, somente para que Deus veja.

Deus abençoe você!

terça-feira, 20 de junho de 2017

Homilia Diária

20JUN2017

Precisamos expandir a capacidade de amar, do amor, para aqueles que não nos amam

“Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem!”(Mateus 5, 44).

O amor é a graça mais divina que nós temos em nosso coração. O amor é a essência, Deus é o amor e Ele não sabe fazer outra coisa nem ser outra coisa, a não ser amar. Quem comunga em Deus, quem tem a vida n'Ele não pode ter outro sentimento na alma e no coração. Alguns podem dizer: "Eu amo bastante!", mas o que seria esse 'amo bastante'?. "Eu amo as pessoas que me amam. Amo as pessoas que eu quero bem". Que bom! O ruim seria se nem amássemos esses, pois o amor é pleno, ele tem que cobrir todo o nosso ser, toda a nossa face e sentimento, as nossas intenções e tudo o que somos.

O Senhor não nos quer vivendo um amor limitado nem pequeno. O Senhor nos quer vivendo um amor do tamanho que ele é: infinito, eterno e sublime. Por isso, além de nós amarmos quem nos ama, quem nos quer bem e nos faz bem, precisamos expandir a capacidade de amar, do amor, para aqueles que não nos amam, que nos querem mal e não são nossos amigos e, muitas vezes, portam-se como nossos inimigos.

Eu não preciso ter inimigos, mas há pessoas que se portam ou querem ser inimigas porque não comungam comigo, não querem bem o que eu quero e há aquelas inclusive que me desejam o mal ou me fazem o mal. Eu não tenho outra coisa a dar a elas, a não ser o meu amor, o amor de Deus que há em mim.

Eu conheço quando alguém tem amor de Deus no coração, não é quando fala muito de amor, poetiza o amor, mas quando os seus gestos traduzem o tamanho do amor que está nele.

Quando eu olho para Jesus morto na cruz dizendo: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que falam", vejo um homem que morre perdoando Seus algozes. Estêvão que estava sendo apedrejado, morre amando e perdoando seus inimigos; ele morre bem, com o Espírito, morre para este mundo, mas vivo na graça.

Estaremos cada vez mais vivos em Deus quando o amor estiver dilacerando o nosso coração. Estaremos cada vez mais nos amargurando, triturando-nos e deprimidos quando nós permitirmos que o ódio, o rancor e a falta de perdão estejam crescendo dentro de nós.

Nada mais nos cura e nos faz homens e mulheres plenas nessa vida do que amarmos! Amemos quem nos quer bem, amemos quem nos deseja o mal, quem nos faz o mal porque Deus é Pai para eles e para nós. Mas nós só seremos Seus filhos quando aprendermos a amar do jeito que Ele nos ama.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Homilia Diária

19JUN2017

Em nome de Jesus, nós renunciamos ao espírito de vingança do nosso coração, da nossa alma e dos nossos sentimentos

Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! (Mateus 5,39). 

A ordem de Jesus para nós é essa: não enfrenteis quem é malvado, não confronteis o mal, não entreis em litígio com a maldade humana. No bom português, quer dizer: não se misture com o mal, não imite o comportamento dele.

Quando alguém faz um mal para nós, a tendência da natureza humana, contaminada pelo mal do mundo, é responder. A criança aprende em casa: "Se o seu coleguinha bater em você, vá lá e bata nele também". Outro talvez ensine: "Alguém lhe fez mal? Dê na mesma medida". Mas Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo não nos ensina isso. Ele nos quer com o coração renovado e em paz. E não é possível ter paz vivendo no espírito da vingança, do ódio e do ressentimento.

Podemos até nos sentir aliviados, porque confrontamos a pessoa, mas é um alívio enganoso e maldoso, pois o coração se alimentou do que é mau, praticou o que é mau. Se uma pessoa fez uma maldade e eu faço outra, são duas maldades. Se uma maldade só já é horrível, imagine as duas juntas! E aí só cresce a maldade no nosso meio, e essa maldade se acumula dentro da nossa vida.

Não somos maus, não queremos fazer nem revidar o mal. Por isso, em nome de Jesus, nós renunciamos ao espírito de vingança do nosso coração, da nossa alma e dos nossos sentimentos. Talvez você diga: “Padre, mas eu não tenho sangue de barata! Se alguém me provocou, o meu instinto, a minha vontade é de fazer a mesma coisa". É verdade que nós não temos sangue de barata, mas é verdade também que temos o Sangue de Cristo em nós, correndo em nossas veias e em nosso coração. Comungamos com o Senhor, para termos Seus sentimentos, Suas atitudes e Seus gestos, a capacidade de perdão que Ele tem.

Quando perdoamos alguém, não o fazemos por nossa própria conta, mas é a graça de Cristo em nós que nos permite perdoar o próximo. A graça de Cristo nos renova, purifica e ajuda a oferecer a outra face. Deixamos o outro desconcertado, quando ele espera que revidemos, mas oferecemos nosso amor e bondade, o melhor que há em nós, o melhor que Deus fez e realiza em nós. Não oferecemos ao outro aquilo que há de mau, porque eliminamos o mal da nossa vida.

Deus abençoe você!

sábado, 17 de junho de 2017

Homilia Diária

17JUN2017

A nossa vivência e convivência com o Senhor é para aprendermos a ser pessoas autênticas

“Seja o vosso ‘sim’: ‘sim’, e o vosso ‘não’: ‘não’. Tudo o que for além disso vem do Maligno” (Mateus 5,37).

É tão difícil ser autêntico, mas tão necessário! Nada é mais puro, divino e sublime do que uma pessoa ser autêntica. A autenticidade de uma pessoa se mede por aquilo que ela fala, e a fala é consequência daquilo que a pessoa tem dentro de si, ou seja, se ela tem dentro de si coisas confusas, ela também vai falar coisas de forma confusa.

O problema não é só a questão de falar coisas confusas, o problema é a pessoa ter mais de uma palavra, ter duas, três, quatro... Precisamos ter uma palavra só. É necessário que o nosso sim seja sim, que o nosso não seja não. Eu não posso ser sim para um e não para outro. Sim nessa ocasião e não em outra ocasião.

Quem dera alguém dizer: “Ele tem duas caras”; às vezes, não são somente duas, mas três, quatro... Para cada situação, eu tenho uma forma de dizer a coisa. Por quê? Porque queremos agradar, queremos ser convenientes com as situações. E a tal da conveniência pela conveniência tira a nossa autenticidade de vida.

Ser autêntico quer dizer ter uma palavra, uma convicção; e isso não quer dizer que não podemos mudar de opinião, que não podemos amadurecer a nossa reflexão. É claro que podemos e devemos mudar de opinião, inclusive, isso é humildade, é divino, é de Deus.

Deus vai mudando nossas convicções em nosso coração, em nosso interior. Achamos que deveria ser assim, mas Deus nos ilumina e mostra que devemos mudar e nos converter. Isso é autenticidade.

Não posso ser uma coisa em casa e ser outra no trabalho; não posso, na frente de algumas pessoas, dizer uma coisa, mas para outros eu negar, porque isso é dubiedade de comportamento, isso é falsidade. O Evangelho, a nossa vivência e convivência com o Senhor é para aprendermos a ser pessoas autênticas, verdadeiras e coerentes. Deus espera que tenhamos coerência no nosso comportamento, com as nossas palavras.

Que a nossa coerência seja fruto do nosso relacionamento íntimo, sincero e verdadeiro com Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Deus abençoe você!

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Homilia Diária

16JUN2017

Nossos membros são morada de Deus, não podemos desprezar parte nenhuma do nosso corpo

“De fato, é melhor perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno” (Mateus 5, 29).

Quando nós escutamos este Evangelho de hoje, ele parece duro demais aos nossos ouvidos. Quando Jesus diz que é melhor arrancarmos o nosso olho do que termos os dois olhos e irmos para o inferno com eles; que é melhor arrancarmos a nossa mão do que ter as duas e irmos todos para o inferno, não é o Evangelho da mutilação; pelo contrário, é o Evangelho da santificação do corpo, da alma e do espírito. É mais do que tudo uma motivação, para que os nossos membros sejam santificados, para que todo o nosso corpo esteja a serviço de Deus.

Podemos ter um coração bom, reto e puro, mas o nosso corpo, com tudo aquilo que são os nossos sentidos, muitas vezes, não estão voltados para o Senhor Nosso Deus. O Evangelho começa dizendo justamente sobre isso: “Eu nunca cometi adultério”, mas nós deixamos o nosso olhar solto, cobiçando.

Para que todo o nosso corpo e nosso ser não caiam neste ou naquele pecado, é preferível cortar o mal pela raiz, reconhecer onde entra a impureza, a sujeira e os maus desejos em nós.

Ninguém comete adultério da noite para o dia, ele é alimentado, vai crescendo em nós quando deixamos o nosso olhar solto, quando deixamos os nossos pensamentos seguirem para onde querem ir. É preciso cortar aquele pensamento que está desordenado, é preciso dizer aos olhos que eles precisam olhar reto, desejando o que é puro, santo e correto. É preciso olhar para as nossas mãos para que elas nos obedeçam e cumpram a vontade de Deus. Eu diria também das pernas, da nossa língua, porque ela é uma só, mas suja o corpo inteiro. Se nós não ficarmos atentos, todo o nosso corpo se declina para o mal.

O Senhor deseja que nós sejamos santificados por inteiro. Os nossos membros são morada de Deus, templo vivo do Senhor, templo do Espírito Santo, não podemos desprezar parte nenhuma do nosso corpo, não podemos nem precisamos nos mutilar em nada, mas podemos nos vigiar, podemos ter controle sobre os nossos membros, porque cabe a nós termos controle sobre nossas atitudes, sobre aquilo que fazemos, os gestos que temos, nosso olhar e assim por diante.

Não podemos ter uma cabeça que não coordena aquilo que somos, por isso, a começar pela nossa cabeça, que todo o nosso corpo seja santificado para que Deus more no nosso olhar, esteja presente naquilo que sentimos, fazemos e realizamos, que seja tudo para a maior glória do Senhor.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Homilia Diária

15JUN2017

A Eucaristia é um sacramento de amor por excelência, é Deus quem está nos amando de forma extrema e única

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”(João 6,56).

Hoje, a Igreja nos dá a graça de celebrarmos a Solenidade de Corpus Christi, o Corpo e o Sangue do Senhor. É Jesus quem nos dá o Seu Corpo como alimento, e o Seu Sangue como bebida para nos lavar e purificar, mas, acima de tudo, para vivermos na comunhão com Ele.

Quando olhamos a vida de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, vemos que é uma vida de comunhão com Seu Pai, pois Jesus veio para o meio de nós restabelecer a nossa comunhão com Deus; e para isso Ele nos deu Sua vida, no sentido mais extremo dela. Ele não nos negou nada, deu-nos o Seu Corpo e Sangue como nosso alimento e nossa bebida. Jesus mesmo está dizendo que quem come a Sua Carne e bebe o Seu Sangue permanece em comunhão com Ele.

Ele permanece conosco quando nos alimentamos d’Ele. E alimentar-se de Jesus é assumir os Seus pensamentos e sentimentos, a Sua vida em nós. Não é simplesmente irmos à Celebração Eucarística, recebermos a comunhão e esperarmos que a comunhão exerça algo mágico em nós. A comunhão é um verdadeiro milagre, a Eucaristia é o milagre mais sublime!

A festa que nós dedicamos, hoje, para celebrar o Corpo do Senhor é uma festa de ação de graças e reconhecimentos. Quando as pessoas vão às ruas para enfeitá-las, fazendo procissões em todos os lugares do mundo, são maneiras de dizer “obrigado”. É uma gratidão profunda por Deus, que vem da alma humana de forma tão sublime.

A Eucaristia é sacramento de amor por excelência, é Deus quem está nos amando de forma tão extrema e única, de forma tão sublime, que Ele nos dá Seu Corpo e Seu Sangue. Que respeito devemos ter para com Deus? Que veneração, que amor nós devemos ter e nutrir para com a Eucaristia? O sacramento da vida, da nossa comunhão com Deus, é o sacramento que restabelece e nos coloca em união com Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Hoje, no nosso coração, mais do que nunca, devemos dizer glórias e louvores a todo momento, ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento da Eucaristia, onde Jesus nos resgata, salva-nos e coloca-nos em plena comunhão de amor com Ele.

Louvado e adorado seja Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento do Altar!

Deus abençoe você!

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Homilia Diária

14JUN2017

O mais importante é o nosso esforço, a nossa dedicação para colocar em prática os mandamentos da Lei do Senhor

“Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus” (Mateus 5, 19).

Que a Palavra de Deus seja o alimento a nutrir nosso coração no dia de hoje, e a primeira coisa que devemos fazer é colocar em prática os mandamentos da Lei do Nosso Deus. Os mandamentos d'Ele são vida para a nossa vida. As pessoas estão em busca de um sentido para a vida delas, e o que dá sentido à vida é colocar em prática os mandamentos do Senhor!

Muitas vezes, a sociedade ignora, pisoteia e despreza os mandamentos da Lei de Deus, por isso encontramos o mundo em desordem, bagunçado e tão desconfigurado.

Deus não quer que a sua vida fique desconfigurada, não quer que sua família fique esfacelada. Por isso, coloque em prática os mandamentos da Lei do Senhor Nosso Deus, viva-os, pratique Seus mandamentos e não cometa jamais a tragédia de ensinar outros a desobedecerem e não praticarem a Lei de Deus.

É normal que nós tenhamos alguma dificuldade, falhas, mas o mais importante é o nosso esforço, a nossa dedicação, o nosso empenho para colocarmos em prática os mandamentos da Lei do Senhor Nosso Deus. Os mandamentos do Senhor são brilhantes, são luz para nossa vida. E como é bom cada pai, cada mãe, cada educador, dedicar-se a ensinar uns aos outros, a começar por nossas crianças, a vivenciarem a Lei do Senhor Nosso Deus!

Não ignoremos, não deixemos na penumbra, não coloquemos em relevância apenas um mandamento nem ignoremos os outros. A nossa vida quer caminhar na bênção e na luz. Ensinemos e renovemos os mandamentos do Senhor Nosso Deus.

Não sigamos a tendência, a orientação da sociedade nem do mundo em que vivemos, que despreza os mandamentos do Senhor Nosso Deus. Quem tem Deus no coração ama Seus mandamentos, coloca-os em prática e ensina os outros a vivê-los.

Deus abençoe você!

terça-feira, 13 de junho de 2017

Homilia Diária

13JUN2017

Precisamos ser luz onde nós estamos e naquilo que fazemos

"Vós sois o sal da terra. Vós sois a luz do mundo" (Mateus 5, 13-14).

A afirmação de Jesus, de que somos sal, deve assumir aquilo que devemos ser para o mundo, pois o sal dá sabor, consistência e gosto, é o tempero necessário para que o mundo se conserve na graça de Deus.

É importante lembrar que o sal, na concepção antiga, não era usado somente para dar sabor aos alimentos, pois, quando não havia geladeira para conservá-los nem refrigerá-los, era o sal que permitia aos alimentos sobreviver por mais tempo.

O que dá sabor, sobretudo conserva essa graça de Deus, é o testemunho da nossa vida cristã, o testemunho de pessoas que creem em Deus, que O amam e O colocam em primeiro lugar na sua vida.

Ser sal é uma obrigação nossa, pois precisamos dar gosto a esse mundo, que está muito sem gosto, sem graça. Quando eu digo “sem graça”, é sem a graça de Deus, porque, às vezes, estamos procurando graça em outro sentido. Aquilo que é engraçado, que todo mundo está rindo, é um riso histérico, muitas vezes, vazio. Precisamos encontrar o riso sóbrio daquele que encontrou a graça de Deus na sua vida.

Viver na graça é testemunhar o Senhor e levar a Sua graça para os outros. Somos e devemos ser luz no mundo. Caminhar na escuridão é triste, terrível, acidentamo-nos, caímos, machucamo-nos e atropelamos uns aos outros. A luz de Deus nos ilumina, permite-nos enxergar, falar e chegar até você.

Nós, no entanto, precisamos ser luz onde estamos e naquilo que fazemos. Como somos luz? A luz é aquela que brilha, não sobre si, mas pelos atos, pelos bons exemplos e o testemunho de vida, do amor que temos por Deus em nosso coração, em nossa vida. Deixemos que irradie da nossa vida bons exemplos. Já há pessoas falando demais com maus exemplos, falsos testemunhos; há pessoas que exaltam as coisas erradas. É triste, é contra testemunho.

Precisamos exaltar sempre mais as coisas boas e certas, sobretudo, que as pessoas nos olhem e não sejamos para elas aqueles que falam por palavras, mas que nossas obras testemunhem aquilo em que acreditamos.

Deus abençoe você!

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Homilia Diária

09JUN2017

A nossa humanidade é tão amada e querida por Deus

“Portanto, o próprio Davi chama o Messias de Senhor. Como é que ele pode então ser seu filho?” (Marcos 12,37).

Jesus está dissipando um entendimento errado ou uma visão reducionista que alguns judeus tinham e que muitos de nós temos da figura do Messias.

Veja, Jesus é o filho de Davi, Ele é da descendência de Davi. O Messias é o filho de Maria, Ele é o filho adotivo de José, Ele nasceu da carne, da natureza humana da descendência de Davi. Nós, no entanto, corremos o risco de olharmos Jesus apenas na sua dimensão humana e não reconhecer n’Ele o Messias ungido, enviado e, sobretudo, o Messias que tem n’Ele a divindade, reconhecer que Ele é Deus como o Pai é Deus.

Jesus causou muitas controvérsias no passado; hoje, muitos querem olhar para Ele apenas de forma humana. Sem contar também os que vivem outro extremo, querem olhar Jesus apenas de forma divina. Jesus é um anjo no meio de nós. Ele só tinha necessidades divinas, nenhuma necessidade humana. Não!

Precisamos olhar para o Mestre Jesus como Nosso Senhor, como Nosso Deus e Salvador. Mas o magnífico, o belo de Deus é que Ele não desprezou a nossa humanidade, que é tão amada e querida por Ele, porque Ele se fez um de nós no Seu filho Jesus.

Muitas vezes, queremos desprezar a nossa natureza humana, não queremos reconhecer que o ser humano é ser divino também, porque o Divino veio resgatar e salvar a nossa humanidade. Quando eu olho para Jesus, encontro n’Ele aquilo que a minha natureza humana precisa. Minha natureza humana precisa ser divinizada, humanizada, porque, muitas vezes, nem humanos nós somos uns com os outros, na nossa vivência, na nossa relação uns com os outros.

Somos tantas vezes egocêntricos, ególatras, estamos tão centrados em nós, que vivemos uma humanidade fechada, diminuída e não vivemos a humanidade no seu sentido mais pleno e divino.

Em Jesus não se separa mais o humano e o divino, e o Divino se torna humano para resgatar a nossa humanidade. O desejo de Jesus é que essa natureza humana seja cada vez mais divinizada. Não confunda divinizada com ter culto à pessoa humana, mas sim ter em nós a graça de Deus, o Seu amor e tudo aquilo que Ele traz para o nosso coração.

Jesus, tu és o nosso Deus, o Nosso Salvador, o enviado, o Filho de Davi, o nosso Mestre, o Deus único em nossa vida. Que Jesus seja cada vez mais adorado, amado e aclamado no meio de nós!

Deus abençoe você!

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Homilia Diária

08JUN2017

Amar a Deus e ao próximo não é fácil para nenhum de nós, é uma decisão de vida

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes” (Marcos 12, 30-31).

Veja, que bênção! É o mestre da lei quem está perguntando a Jesus qual é o maior mandamento. Se perguntasse isso para mim e para você, obviamente daríamos aquela resposta que nós aprendemos na catequese: "Amar a Deus é o mais importante". Então, se estamos amando a Deus, estamos cumprindo tudo. No entanto, não podemos amar a Deus com toda nossa força e vontade, com todo nosso entendimento, mas não amar com a mesma intensidade nosso próximo. É claro que o grau de direção do coração é amar a Deus, e é esse amor que temos para com Deus que vai nos iluminar e direcionar para que também amemos nosso próximo.

Amar a Deus e ao próximo não é fácil para nenhum de nós, é uma decisão de vida, uma exigência interior na qual nos colocamos. Se nós nos encontramos com Deus, se Ele é a razão maior da nossa vida, vamos amá-Lo de todo coração.

Temos de evitar os extremos da vida e centrá-la na direção correta. Há muitas pessoas religiosas, de diversas crenças, religiões, inclusive nós cristãos católicos, que amamos a Deus. Ele é tudo para nós, ou deveria ser, Ele deve ser tudo para nossa vida, mas, às vezes, levamos isso para uma situação tão extrema, que não enxergamos o próximo que está ao nosso lado. "Eu rezo. Eu falo com Deus o tempo inteiro. Eu faço orações o dia inteiro. Eu não falto à Missa. Eu não falto a nada que é de Deus. Eu sou um adorador. Eu estou com um terço na mão, mas eu ignoro meu próximo. Eu sou grosso, egoísta, nem ligo para as necessidades deles". É um amor a Deus incompleto, é um amor que não foi entendido, compreendido nem vivido na sua totalidade.

Não posso negar que há outros extremos, daqueles que fazem tudo pelo outro, fazem obras de caridade extrema, dedicam-se o tempo inteiro a cuidar do próximo. É uma bênção!

Precisamos praticar e viver a caridade na nossa vida! Não podemos, de maneira nenhuma, ignorar o próximo. Eu vejo Jesus na Eucaristia, eu O vejo no pobre sofredor. Eu preciso focar meu amor a Deus, e esse foco do meu amor a Ele me leva a amar o próximo, o meu irmão, aquele que vive do meu lado.

Se nos aplicarmos na vida e vivermos a graça do mandamento, que se divide em dois, mas é um só, o amor a Deus e ao próximo, a nossa vida caminha na direção do Céu.

Deus abençoe você!

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Homilia Diária

07JUN2017

A vida futura é a vida redimida, salva, é a vida nova que Deus desejou para cada um de nós

“Com efeito, quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu” (Marcos 12-25).

Agora, são os saduceus que querem colocar Jesus numa situação difícil e complicada; primeiro, porque eles não creem na Ressurreição e querem fundamentar aquilo que não creem nem acreditam a partir de questões que eles mesmos já colocaram na cabeça.

Sabe, no meio de nós há muitos que não creem na vida futura, há muitos de nós que creem apenas na vida material, mesmo pessoas religiosas, mesmo muitos credos religiosos, creem, por exemplo, na reencarnação, creem em outras teorias.

Mas nós não cremos em teorias, nós cremos na verdade. E para nós só há uma verdade, e ela tem nome: Jesus. Ele é a ressurreição e a vida!

Só poderemos compreender ressurreição e vida se nós tivermos comunhão com Jesus. E ter comunhão com Ele não é dizer: “Eu tenho Bíblia. Eu leio a Bíblia!”. Não se trata disso! A comunhão com Jesus é a mesma que Ele tem com Seu Pai: comunhão afetiva, unitiva, de oração, de amor, comunhão nos sentimentos de Jesus, na Sua Palavra. Temos de trazer em nós o pensamento de Jesus, não os nossos pensamentos nem as nossas teorias.

Os saduceus de ontem, de hoje e de todos os tempos negarão verdades da fé por causa de suas convicções.

Para compreender a vida futura, precisamos viver, na vida presente, a união com Cristo, união mística e espiritual. Não dá para compreendermos as coisas do Céu com uma visão material, com nosso jeito mundano de pensar. Depois, estamos falando da vida sobrenatural, queremos pensar no sobrenatural com uma cabeça natural, com a razão natural. Se não nos abrirmos a essa comunhão na fé, também não vamos compreender a vida futura.

A vida material é assim, pensamos na vida do jeito em que vivemos. “Eu caso. Eu tenho os meus desejos. Eu formo a minha família”. E no futuro? No futuro, Deus há de nos transformar, há de nos fazer semelhantes a Ele, há de nos dar essa natureza divina que foi corrompida e perdida por causa do pecado.

A vida futura é a vida redimida, salva, é a vida nova que Deus desejou para cada um de nós! Vivamos na terra, caminhemos aqui sem tirar os olhos da vida futura, da vida no Céu, da vida bem-aventurada, da vida angelical e celeste que nos espera.

Deus abençoe você!

terça-feira, 6 de junho de 2017

Homilia Diária

06JUN2017

Nem tudo que fazemos é justo, mas é correto cumprirmos as normas e obrigações

“Então Jesus disse: 'Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus'”(Marcos 12,17).

Eles [fariseus e alguns partidários de Herodes] querem colocar Jesus numa situação difícil. Primeiro, elogiam-nO: “Mestre, sabemos que o Senhor trouxe a verdade, sabemos que Tu és é verdadeiro, mas nos diga: É justo ou não pagarmos o imposto a César?".

É importante dizer que eles não estão preocupados se devem ou não pagar impostos a César. A malícia da pergunta é para colocar Jesus numa situação difícil, de aperto, porque o Senhor pode dizer: "Vocês não pagam impostos", mas Ele está sendo um rebelde social, está criando uma rebeldia. "Não vamos cumprir nossas obrigações. Ninguém paga impostos". Do outro lado, Ele pode reforçar: "Tem de pagar impostos mesmo. Tem de cumprir e ser assim mesmo". Dessa forma, Ele estaria reforçando aquilo que os opressores romanos fazem e geram muita revolta no coração do povo. Mas Jesus tem sensatez e sabedoria.

Nem tudo que fazemos é justo, mas é correto cumprirmos as nossas normas e obrigações. Estamos no mundo e o jogo deste mundo nem sempre é o mais correto. O mais correto não é a rebeldia pela rebeldia, não é simplesmente a indignação que nos leva a vivermos indiferentes e fora deste mundo. Não somos deste mundo, mas estamos nele.

Se, neste mundo, há regras que fazem a convivência social acontecer, temos o direito de questioná-las, mas não temos o direito de não as vivenciar; a não ser que essas regras, constituições ou qualquer coisa parecida firam a nossa moral. Para ser mais claro: pagar impostos, muitas vezes, é injusto. Pagar pedágio, muitas vezes, nas estradas da vida, é injusto, assim como multas ou outras coisas, mas é meu testemunho pagar. Podemos até questionar, não achar correto, mas precisamos cumprir com nossas obrigações.

Eu poderia enumerar tantas outras coisas! É correto votar ou não? É correto fazer isso ou não? Estamos na sociedade e ela é regida por leis e regras. Eu obedeço, eu posso discordar, mas não posso criar um caos social. O mais importante de tudo é não se esquecer de que é preciso dar a Deus o que é de Deus, é ser justo com a sociedade, com o mundo em que vivemos e com tudo o que fazemos, é simplesmente colocar Deus em primeiro lugar.

Qualquer lei, qualquer obrigação que vá contra o amor de Deus, jamais poderemos vivenciá-la nem colocá-la em prática. O Estado pode aprovar o aborto – Deus nos livre disso! –, mas um cristão nunca colocará isso em prática na sua vida, porque o amor a Deus está cima de qualquer coisa, importa antes obedecer a Deus do que aos homens.

Deus abençoe você!

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Homilia Diária

05JUN2017

Não façamos pouco-caso de Deus, das Suas coisas e da Sua Palavra, não tratemos as coisas d'Ele com indiferença nem com frieza

“Então agarraram o filho, o mataram, e o jogaram fora da vinha” (Marcos 12, 8).

Reiniciando o Tempo Comum, a Palavra de Deus nos remete novamente ao estudo do Evangelho de Marcos. Que beleza todos os fatos que Marcos narra a respeito da vida de Jesus! Essa parábola que nos é contada, no dia de hoje, eu poderia resumi-la por: a parábola do desprezo ou a parábola da rejeição.

Eles – sumos sacerdotes, mestres da Lei e anciãos – rejeitaram os profetas, os enviados de Deus, receberam-nos de uma forma fria e indiferente; depois, expulsaram-nos, não os acolheram no seu coração. Eu não quero usar o verbo somente no passado, eu preciso trazê-lo para o presente.

Ainda hoje, a Palavra de Deus é rejeitada, não é acolhida, mas sim desprezada, maltratada, jogada fora, tratada com descaso, de qualquer jeito. Nem vou mencionar aqueles que tratam a Palavra de Deus com zombaria, usam dela para fazer piadas! Nem quero entrar nesse mérito, porque isso é mais doloroso e grave ainda. É, de fato, uma temeridade, uma blasfêmia e um atentado contra a verdade.

Centrando-me naquilo que o Evangelho está nos dizendo hoje, eu só posso dizer: não façamos pouco-caso de Deus, das Suas coisas e da Sua Palavra, não tratemos as coisas d'Ele com indiferença nem frieza. Não tratemos as coisas de Deus só de acordo com as nossas necessidades, porque o mais duro que pode acontecer, e acontece, é de rejeitarmos as coisas d'Ele.

Deus continua sendo rejeitado por aqueles que vêm e falam em Seu nome, mas Ele continua não sendo amado nem acolhido. Quando Sua Palavra não é aceita nem acolhida, vivemos num mundo cuja direção se chama indiferença. Há uma verdadeira indiferença religiosa, e isso acontece em nossas famílias, em nossas casas, com os nossos filhos. Precisamos quebrar o gelo da indiferença, porque o indiferente é tão duro quanto alguém que rejeita. Pode ser que eu não jogue pedra, que eu não faça como eles fizeram, mas o fato é que eu não ligo, não dou atenção nem me abro para a graça de Deus.

Eu posso estar na igreja rezando, de joelhos, mas a minha mente não está em Deus. Existem outros elementos que estão roubando o tempo e o lugar do Senhor, a honra e a glória d'Ele do nosso coração. Olhemos quem está ocupando o lugar que pertence a Deus em nossa vida, na vida das pessoas de nossa casa e da nossa família. É belo entrarmos numa casa e encontrarmos nela os sinais sagrados: há Nossa Senhora e os santos; e estes não são enfeites, mas sinais da graça de Deus.

Muitas vezes, nem o sinal da graça levamos mais em nossa casa, em nossa vida! Muitas vezes, não temos mais tempo para rezar, pois a casa tem tantas coisas como computador, televisão... Em outras, no entanto, não há nada, mas a simplicidade do coração acontece.

Que lugar Deus ocupa em nossa casa e em nossa vida? Que seja Ele sempre o primeiro!

Deus abençoe você!

domingo, 4 de junho de 2017

Homilia Diária

04JUN2017

O anseio e a promessa de Deus para todos nós é que fiquemos cheios do Espírito Santo

“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava” (Atos 2,4).

Na graça de celebrarmos, neste domingo, o Pentecostes, não fazemos apenas memória de um acontecimento passado, porque Deus é temporal, Ele se manifesta no passado, no presente e em todo o tempo. A graça que Ele concedeu ontem, Ele concede hoje e amanhã; e o desejo, o anseio e a promessa d’Ele para todos nós é que fiquemos cheios do Espírito Santo.

Não podemos nos contentar apenas com uma porção do Espírito, com uma inspiração d'Ele. É claro que é graça, maravilha e bênção, mas essa é a vontade para todos nós. É promessa de Deus que todos nós fiquemos cheios do Espírito Santo!

Para encher uma vasilha de água, não adianta ficar com a vasilha parada, pois ela não vai encher. Quando pego a talha e vou à fonte para enchê-la, a talha vai até transbordar de tanta água que entra nela. Eu preciso ir à fonte para me encher do Espírito Santo, pois a fonte está viva e presente no meio de nós.

Jesus disse: “Eu sou a Água Viva! Aquele que beber desta água do Seu interior, jorrará rios de água viva”. Ele se refere ao Espírito que Ele está prometendo a cada um de nós.

Deus quer que nós estejamos jorrando, transbordando essa graça do Espírito Santo em nossa vida. Por isso, precisamos, a cada dia da nossa vida, viver um Pentecostes, precisamos render a nossa vida na submissão do Espírito Santo.

Não deixemos a graça do Espírito ficar paralisada em nossa vida. Busquemos, oremos e nos entreguemos a Ele. A graça do Pentecostes é viva no meio de nós e os frutos que vamos colher serão muitos!

Aqueles que receberam, naquele dia, no Cenáculo, a graça do Espírito, eles falavam outras línguas. Como nós precisamos falar em novas línguas! Não é simplesmente se tornar uma pessoa poliglota – alguns têm a graça de falar várias línguas –, mas precisamos de uma linguagem nova para falarmos uns com os outros.

Como nós precisamos da linguagem do amor, do toque da graça! Precisamos da profecia, do entendimento, da ciência divina. Em tudo isso está a linguagem do amor de Deus, presente em nossa vida, senão, ela cai num marasmo, na mesmice; e a inovação, a renovação interior não acontecem.

Deus nos quer renovados, cheios e plenos do Seu Espírito. É preciso que busquemos viver, a cada dia, a plenitude da vida no Espírito.

Deus abençoe você!

sábado, 3 de junho de 2017

Homilia Diária

03JUN2017

Sem o Espírito Santo a Palavra de Deus não edifica nem forma nosso coração

“Jesus fez ainda muitas outras coisas, mas, se fossem escritas todas, penso que não caberiam no mundo os livros que deveriam ser escritos”(João 21, 25).

A conclusão do Evangelho de João ilumina, hoje, o nosso coração. Jesus realizou tantas coisas maravilhosas e prodigiosas! E tudo que está nas Sagradas Escrituras é para iluminar o nosso coração, a nossa vida, serve como testemunho do tamanho do amor que Deus tem para conosco.

Não podemos limitar nem fechar aquilo que Jesus realizou no meio de nós. É claro que não podemos inventar, não podemos florear nem colocar coisas que não existem, mas o Espírito sobra onde quer, e nós não sabemos a maravilha da ação d'Ele.

A vida de Jesus, a partir daquilo que nós mergulhamos na Sua Palavra, é vida para nossa vida. O Evangelho continua a ser escrito em nosso coração, em nossa alma e na experiência de fé que temos ao testemunharmos Jesus em nossa vida.

Hoje, toda a Igreja se reúne para celebrar a vigília de Pentecostes, para fazer um grande clamor a Deus, para que envie sobre nós o Seu Espírito Santo. E por que nós precisamos do Espírito Santo? Para nos rendermos à Palavra de Deus, para nos tornarmos servos da Sua Palavra, para sermos iluminados por ela.

Eu digo a você que sem o Espírito as palavras se tornam apenas palavras mortas, sem ele a Palavra de Deus não edifica nem forma nosso coração. Precisamos clamar ao Céu, com todo o nosso coração, como a Igreja reunida em Pentecostes, por um novo Pentecostes a cada dia.

O Pentecostes acontece quando nos rendemos ao poder da Palavra de Deus e permitimos que, por meio dela, o Espírito nos fale, cure-nos, transforme-nos, edifique-nos, forme-nos e nos coloque moldados à imagem de Cristo Jesus Nosso Senhor, Aquele a quem nós servimos.

Deixemo-nos conduzir pelo Espírito, deixemo-nos ser formados por Ele, deixemos realmente que a graça de Pentecostes aconteça em nossa alma, em nosso coração, na vida de cada um de nós.

Que o Senhor envie sobre nós o dom do Seu Espírito!

Deus abençoe você!

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Homilia Diária

02JUN2017

O remédio do coração de Deus é o amor que cura, é o perdão que renova, a chance nova que Deus nos dá

“Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo” (João 21,17).

Após Sua Ressurreição, Jesus se encontra com Seus discípulos. Eles estão todos feridos, machucados, decepcionados com si mesmo, porque abandonaram o Mestre, não foram fiéis até o fim. Eles estavam com aquele sentimento de culpa e um vazio na alma.

Qual é a missão do Mestre? Reconstruir e curar os corações feridos. O coração de cada um de nós passa por traumas e decepções. Carregamos, dentro do nosso coração, sentimentos de culpa, não fazemos o que deveríamos fazer, falhamos nisso e naquilo. Deus, no entanto, não nos quer feridos pelo orgulho da altivez, de nos sentirmos sempre certos, muito menos prostrados com o sentimento de culpa, derrota e fracasso.

O Mestre vem ao nosso encontro para curar as feridas da nossa alma e do nosso coração. Ele tem o remédio, que é o Seu amor, a Sua bondade e afetividade profunda, que vem do coração do Pai e cura nossas feridas.

Pedro talvez fosse o mais ferido de todos, afinal de contas, ele disse tantas vezes que daria sua vida pelo Senhor, mas O negou três vezes. Jesus, no entanto, não veio jogar na cara de Pedro, não veio cobrar dele, Ele não fez como nós costumamos fazer – porque gostamos muito de jogar na cara das pessoas e dizer: "Você prometeu uma coisa e fez outra". Esse remédio é mundano, não é o remédio do coração de Deus.

O remédio do coração do Senhor é o amor que cura, é o perdão que renova, a chance nova que Deus nos dá! Quando Jesus perguntou a Pedro, três vezes, se ele O amava, deu ao discípulo a oportunidade de largar aquele coração ferido que três vezes O negou, para três vezes reafirmar o seu amor.

Pedro não só disse: "Senhor, eu te amo", mas foi Jesus quem disse a Pedro: "Apascenta as minhas ovelhas, os meus cordeiros". Pedro respondeu: "Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo". E quando Pedro prostra com a cabeça, olhando para baixo, triste, é claro que vem no seu coração as cenas das vezes em que negou Jesus. É Jesus quem levanta a sua cabeça e diz: “Pedro, apascenta os meus cordeiros!”.

É Jesus quem está reafirmando todo o amor que Ele tem por Pedro, mesmo este tendo suas fraquezas, seus erros e suas falhas. Se mil vezes eu cair, mil e uma vezes preciso dizer: "Jesus, eu te amo", mil e uma vezes preciso estar de pé proclamando o meu amor por Ele.

Que o meu amor por Deus seja manifesto mais vezes e sempre acima das minhas fraquezas, dos meus pecados e das minhas dificuldades. O Senhor não leva em conta os nossos pecados, Ele leva em conta quando nos levantamos e reafirmamos o Seu amor único.

Deus abençoe você!

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Homilia Diária

01JUN2017

Jesus nos dá um testemunho de amor, unidade e comunhão com o Pai

“Pai santo, eu não te rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em mim pela sua palavra; para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, e para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17, 20-21).

Essa oração, essa prece que Jesus dirige ao Pai, vem do fundo da Sua alma e do Seu coração. Jesus conhece a todos nós, Ele conhece a nossa natureza humana marcada pelo pecado, pelo orgulho, pelo egoísmo, pela vaidade, e sabe que tudo isso, colocado para fora, é uma grande tentação para quebrar a unidade do Reino de Deus.

O testemunho que Jesus nos dá com a Sua vida é um testemunho de amor, unidade e comunhão com o Pai. Não se faz unidade se não tiver amor nem comunhão!

A comunhão é, de fato, comungar do mesmo sentimento, da mesma fé e do mesmo amor. Quando o amor está zelando por todas as coisas, direcionando todas as coisas, é possível construir a unidade. Agora, quando eu coloco as minhas vaidades, pretensões e razões, o meu ego acima de qualquer coisa, a unidade vai se quebrando, a comunhão vai se rompendo, as pessoas até vivem juntas, podem morar juntas, trabalhar juntas, rezar juntas, viver numa mesma igreja, professarem a mesma fé, mas quando a unidade é quebrada, as coisas se rompem.

Com quem nós precisamos fazer unidade? Primeiro, com Deus, acima de tudo, viver uma profunda comunhão com Ele! Quem tem comunhão com Deus não semeia discórdia, separação e desunião. Quem tem comunhão com Deus rende-se ao Seu Espírito, é ele quem semeia, constrói e edifica a nossa unidade no corpo de Deus.

Talvez a unidade pareça uma coisa de difícil compreensão, porque unidade parece que todos pensam e falam igual, não têm dificuldades nem divergências. Mas as divergências, os atropelos acontecessem, as dificuldades de comunicação de linguagem podem acontecer e acontecem, sem dúvida nenhuma.

O mais importante não são os atropelos, as mágoas, ressentimentos ou todas as sequelas que ficam dos relacionamentos que não foram bem conduzidos. Tudo isso é um aprendizado, tudo isso concorre para o bem daqueles que esperam em Deus, porque o Senhor pega todas as coisas, até o caos para construir o mundo, edificar o universo. Ele também pega as nossas divergências, as nossas dificuldades e constrói a unidade do corpo de Deus. Não podemos ficar a serviço da desunião, da briga, da separação. Quem está unido a Jesus procura construir unidade onde Ele se faz presente.

Deus abençoe você!