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terça-feira, 30 de junho de 2015

População joga de tudo nos igarapés que cortam Manaus

(portal Acritica)

O acúmulo de lixo, que reúne garrafa plástica, animais mortos, cama, geladeira, sofá etc, acabou represando o igarapé na ponte que cruza a avenida Silves, uma das principais vias da Zona Sul 

  • Igarapés de Manaus são poluídos pela própria população
    FOTO: Antonio Menezes
  • Equipes da Prefeitura de Manaus recolhem toneladas de lixo, diariamente
    FOTO: Antonio Menezes
  • O acúmulo de lixo, de toda espécie, represou o Igarapé do 40 na avenida Silves
    FOTO: Antonio Menezes
Infelizmente, a cena acima não é mais nenhuma novidade nos córregos que cortam Manaus. O Igarapé do 40, trecho que fica no bairro Raiz, Zona Sul, mesmo depois da ação do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim) retrata o mesmo cenário mostrado por ACRITICA, no último dia 17. Embora a Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp), semanalmente, mais de dez toneladas de lixo, o problema parece piorar cada dia.
O acúmulo de lixo, que reúne garrafa plástica, animais mortos, cama, geladeira, sofá etc, acabou represando o igarapé na ponte que cruza a avenida Silves, uma das principais vias que ligam a Zona Sul ao Centro da capital.
Não há quem passe pelo local que não reclame. “O fedor é insuportável. Se cada um colocasse seu lixo no lugar certo, que é na lixeira ou na frente de casa, não tínhamos que passar por essa situação. Todo dia, quando passo aqui, os carros me dão ‘banho’ com essa água pode”, desabafou a auxiliar de serviços gerais Elisângela Marques de Oliveira, 37.
Imagine quem é obrigado a permanecer durante todo o dia bem próximo da “lixeira”, como é o caso da vendedora Iracema Castro Maia, 25, que trabalha num lanche na margem da rua Paranavaí, que margeia o Igarapé do 40. “Esse mau cheiro é insuportável. Atrapalha as vendas, vem muita mosca e as pessoas quase não param mais para lanchar por causa disso. A gente tem que deixar os alimentos todos em vasilhas muito bem tampadas”, revela a vendedora.
Aluno da Escola Estadual Nelson Alves Ferreira, Michael Coelho de Menezes, 14, todos os dias respira o cheiro desagradável exalado pelo igarapé. “Incomoda muito. Ainda bem que é só durante o período da enchente. Um dia desses apareceu um jacaré aqui. Se pudesse, dizia aos moradores para não jogarem lixo no igarapé”, desabafa o estudante.
Moradora da rua que cerca o Igarapé do 40, a doméstica Ivanilde Souza, 35, disse que já não suporta tanto fedor. “Quando o vento bate na direção da minha casa, fica insuportável. Quando chove, descem toneladas de lixo e tudo fica represado na ponte da Silves (avenida). Pior é que, depois que chegou o Prosamim as pessoas se acomodaram e ninguém reclama disso”, denuncia Ivanilde.
Operação
Uma equipe da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) recolhe o lixo que flutua nos igarapés, utilizando dois botes motorizados e uma tela que flutua com a ajuda de garrafas pets vazias. O lixo é arrastado para um ponto, onde é retirado da água e colocado em carretas.
 Semulsp
De acordo com o titular da Semulsp, Paulo Farias, nos primeiros quatro meses deste ano, são recolhidas 30 toneladas de lixo, por dia, nos igarapés de Manaus. “Esse é um problema que se agrava no Brasil inteiro. O descarte em via publica é muito sério. Não só na frente das casas, mas na janela do ônibus, todo mundo acha que não tem responsabilidade com o lixo”, reclama o secretário.


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