(Portal Acrítica)
São
mais de 365 pontos identificados na capital que servem de depósito de
lixo e entulho, com amontoados de móveis usados, garrafas de plástico e
outros materiais
Um dos pontos que chama a atenção, está na rua Antônio Passos de Mendonça, no bairro Petrópolis, Zona Sul
Lixeiras
viciadas cada vez mais afligem a população de Manaus e tomam conta das
ruas, calçadas e terrenos. São mais de 365 pontos identificados na
capital que servem de depósito de lixo e entulho, com amontoados de
móveis usados, garrafas de plástico e outros materiais, ameaçando a
saúde de quem mora nas proximidades desses locais.
Um
dos pontos que chama a atenção, está na rua Antônio Passos de Mendonça,
no bairro Petrópolis, Zona Sul. Lá, parte da faixa da via e da calçada é
ocupada por uma grande pilha de lixo que dificulta a passagem de
veículos e de pedestres.
O
problema, segundo os moradores, é que o problema por ali dura anos. A
CRÍTICA identificou apenas de um lado da via, divida por um igarapé, dez
pontos de lixeiras viciadas ao longo de toda a extensão da faixa. O
espaço que deveria abrigar apenas árvores e servir ao deslocamento de
pedestres, porém, diariamente é tomado por lixo deixado por moradores, e
principalmente, comerciantes.
Entretanto,
eles reclamam que o lixo não é coletado em todas as ruas do bairro e
isso acaba favorecendo acúmulo de sacolas plásticas naquele ponto do
bairro. Outro problema também presente na comunidade é o descarte
incorreto de alguns resíduos. Restos de eletrodomésticos e da
construção, por exemplo, também acabam ficando na calçada.
“Isso
aqui é um problema que enfrentamos há anos, parte desse lixo que é
despejado nestes pontos são de moradores de outras ruas. Lamentamos o
descaso, isso aqui já se tornou comum e ninguém liga mais para essa
situação”, lamentou o comerciante Francisco Matos, 44, que reside na rua
Antônio Passos de Miranda, há 13 anos. Parte dos moradores adverte que o
problema está na falta de lixeiras e de placas informando onde se deve
jogar o lixo.
O
descarte incorreto dos resíduos também foi identificado num terreno no
final da rua Santa Teresinha, no bairro Colônia Terra Nova, Zona Norte.
Os moradores que trafegam diariamente pela via convivem com o mau
cheiro. “Dificilmente o lixo é recolhido. Às vezes quando o caminhão de
coleta passa nas outras ruas do bairro temos que acioná-los para eles
virem até este local. Eles reclamam que não faz parte da rota e que a
localização é de difícil acesso”, disse Álvaro Mendes, 39, morador do
bairro.
Ainda
na Zona Norte, uma lixeira clandestina a céu aberto localizada entre as
ruas Jardim Alegre e rua J11, próximo a avenida Nathan Xavier, na
comunidade Águas Claras, na Zona Norte, é mantida sob o temor na
comunidade. Moradores que tentam denunciar a prática são vítimas de
violência e ameaças por motoristas das caçambas que diariamente entulham
o local.
Atividade cancelada
A
Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) informou que tem
recebido diversas denúncias sobre lixeiras clandestinas. Os casos,
segundo a nota, são repassadas aos fiscais, técnicos e ao próprio
secretário, que verifica pessoalmente cada denúncia.
Para
conscientizar a população sobre o descarte irregular de lixo, a Semulsp
através do Programa de Desenvolvimento Urbano e Inclusão Socioambiental
de Manaus (Prourbis) pretendia realizar hoje, no bairro Jorge Teixeira,
3ª Etapa, na Zona Leste, uma ação em prol da conscientização junto aos
moradores da comunidade. A campanha, prevista para ocorrer às 9h, foi
cancelado na tarde da última sexta-feira, informação repassada pela
assessoria do Prourbis, sem tais esclarecimentos.
Lixo em avenida
Por
conta das obras paradas, em determinados pontos da avenida das Flores,
há lixeiras viciadas. A via está em fase de construção. Em sua extensão,
há objetos domésticos como tênis, cadernos usados, malas rasgadas,
restos de concretos e sacos plásticos que se acumulam.
‘Máfia dos lixos’
A
53ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa do Meio Ambiente e
Patrimônio Histórico (Prodemaph) e o Centro de Apoio Operacional de
Combate ao Crime Organizado (CAO-Crimo) serão os responsáveis, no
Ministério Público do Estado, por investigar a “Máfia dos lixões”. A
reportagem também mostrou que áreas no Distrito Industrial 2, estão
sendo utilizada irregularmente para o descarte de lixo doméstico e
industrial. Na última quinta-feira, a reportagem retornou em algumas
dessas áreas e constatou que apesar da atuação de órgãos responsáveis
por coibir a prática ilegal, o descarte continua.
Nenhum comentário:
Postar um comentário