(Portal Acrítica)
Para lidar com o aperto, entidades aconselham tanto pais quanto escolas a negociar. Ambos podem sair ganhando
De acordo com dados do SPC Brasil – (Serviço de Proteção ao
Crédito), a inadimplência nas escolas particulares passou de 8% em 2014
para 19% em 2015
Em
tempos de alta da inflação, aumento do desemprego e endividamento das
famílias, muitos pais acabam atrasando a mensalidade da escola dos
filhos. Para lidar com o aperto, entidades aconselham tanto pais quanto
escolas a negociar. Ambos podem sair ganhando.
"Como
prestamos um serviço para a família, temos que ter sensibilidade nessa
hora. Conversar, ver com os pais a possibilidade de negociar, de acertar
um eventual atraso de mensalidade para renovar a matrícula", diz o
presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do
Distrito Federal (SINEPE/DF), Álvaro Moreira Domingues Júnior.
De
acordo com dados do SPC Brasil – (Serviço de Proteção ao Crédito), a
inadimplência nas escolas particulares passou de 8% em 2014 para 19% em
2015.
"Negociar
é sempre bom para a escola e interessante para a família. Se estiver
inadimplente, é bom conversar com o diretor da escola, com o gestor,
porque existe o caso de mal pagadores, mas existe, e é quase a
totalidade, pessoas que querem honrar os seus compromissos", acrescenta
Júnior.
A
negociação foi o que ajudou Fernanda*, 32 anos, e o marido a passarem
por um momento de aperto financeiro. Ela foi demitida em 2013 e ficou
desempregada por dois anos. O marido é empresário e, segundo ela, as
receitas variam de mês para mês. Por dois anos eles tiveram problemas em
manter a regularidade do pagamento da mensalidade dos dois filhos, que
estudam em escolas particulares.
"A
gente começou a ter muito problema na época de matrícula, porque a
escola que meus filhos estudavam só aceitava matrícula de pais que
estavam em dia com a escola. Mas a gente foi dando um jeito, tira daqui,
puxa dali até conseguir. E a escola foi muito compreessiva e ajudou a
gente", conta.
Direitos
Mesmo
estando em dívida com as escolas, pais e alunos não podem ser
submetidos a nenhuma situação constrangedora, segundo o diretor-geral do
Instituto de Defesa do Consumidor Procon-DF, Paulo Márcio Sampaio. De
acordo com ele, a escola não pode desligar o aluno antes do final do ano
letivo e também se negar a entregar o certificado de conclusão da
série.
No
momento de renovar a matrícula, Sampaio explica que a escola não é
obrigada a aceitar estudantes cujos pais ou responsáveis estejam devendo
ao estabelecimento. "Não se pode esquecer que junto com o caráter
social da escola caminha uma relação comercial, e essa relação não
permite aos órgãos de defesa do consumidor desequilibrar as relações de
consumo no sentido de proteger inadimplente perante os cadastros de
negativação," disse.
* Fernanda pediu que o sobrenome fosse omitido.
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