(Portal Acrítica)
Em
diálogo gravados pelos investigadores, e aos quais A CRÍTICA teve
acesso com exclusividade, fica claro que os mesmos encaravam as
execuções como brincadeira que lhes dava prazer
Flagrante do momento em que um dos 12 policiais militares era
preso na casa dele. Efetivo usado na Operação Alcatéia uniu a forças de
segurança do Estado
A
forma de agir dos policiais militares integrantes do grupo de extermínio
preso nesta sexta-feira, durante a Operação Alcateia, chamou a atenção
das autoridades de segurança pela frieza nas ações e também pelo pouco
valor que dispensavam à vida humana. Além de fazerem tudo com armas,
viaturas, fardas e demais equipamentos das forças de segurança do
Estado.
Em
diálogo gravados pelos investigadores, e aos quais A CRÍTICA teve
acesso com exclusividade, fica claro que os mesmos encaravam as
execuções como brincadeira que lhes dava prazer.
O
procurador-geral de Justiça, Carlos Fábio Monteiro, disse que muitas
vezes eles saíam de casa para matar sem um alvo certo. Ele classificou a
ação dos policiais do grupo de absurda e lamentou que homens treinados,
preparados e pagos pelo Estado para combater o crime tenham se tornado
criminosos. “A Polícia Militar é um braço de combate da Secretaria de
Segurança formada por pessoas dedicadas a combater o crime. Eu só
lamento”, disse Fábio.
De
acordo com o corregedor da Secretaria de Segurança Pública, Leandro
Almada, as investigações ainda não terminaram, mas apontam que pessoas
inocentes foram assassinadas pelo grupo. “Nós ainda não temos o número
exato de vítimas, porque eles começaram a matar bem antes do final de
semana sangrento e depois continuaram matando”, disse Almada, estimando
que o grupo começou a matar há mais de dois anos.
Fábio
Monteiro acredita que muitos desses policiais quando ingressaram na
instituição já tinham a índole criminosa. Ele questiona o tempo e a
formação desses policiais, se é suficiente e qual é o acompanhamento que
eles têm depois que ingressam. “Os praças estão recebendo
acompanhamento psicológico, tratamento mais humanizado? Isso é
indispensável para o desempenho profissional de qualquer pessoa”, disse.
Motoqueiro
A
polícia está apurando a existência da figura conhecida como “motoqueiro
fantasma” cuja ação era divulgada por policiais militares em grupos
whatsapp e nas redes sociais dos militares, sempre que um policial era
alvo de violência. Nessa noite sempre aconteciam mortes a mais do que
era considerado normal.
Matavam inocentes
“A
policia descobriu que muitos crimes foram praticados pela facção
criminosa Família do Norte (FDN) no final de semana sangrento, mas havia
uma parcela de agentes da lei que infelizmente desviaram do caminho e
continuaram cometendo crimes” disse o Secretário de Segurança, Sérgio
Fontes.
De
acordo com o corregedor, Leandro Almada , das 34 mortes ocorridas na
chacina de junho, pelo menos oito são de autoria do grupo de extermínio
formado por policiais militares. Além dos PMs, três cidadãos civis,
cujas identidades não foram reveladas, estavam associados ao grupo.
Os
policiais assassinos foram identificados a partir da forma que
praticavam os crimes. Outro detalhe: Muitas vezes os policiais matavam
para se apropriar das armas das vítimas ou para ficar com a droga de
traficante.
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