(Portal Acrítica)
Dado foi apresentado nesta terça-feira durante a pré-conferência, que ocorre na véspera da 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito em Brasília, no Distrito Federal; objetivo do encontro é traçar estratégias para evitar a morte de 5 milhões de pessoas até 2020
Brasil é o segundo país com mais mortes no trânsito, segundo o
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), com uma taxa de 21
óbitos para cada 100 mil habitantes
Na
véspera da 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no
Trânsito – tempo de resultados, que começa nesta quarta-feira em
Brasília, a Road Safety Brazil realizou, nesta terça-feira (17), um
workshop e pré-conferência no Centro Internacional de Convenções do
Brasil antecipando alguns pontos que devem ser abordados nos dias de
evento. Durante dois dias a capital do País também será a capital do
mundo e a conferência tem como objetivo apresentar iniciativas que visam
reduzir as mortes e lesões no trânsito.
A
conferência é organizada pelo Ministério da Saúde (MS) em parceria com a
Organização das Nações Unidas (ONU) e reúne todos os países membros da
ONU e especialistas no assunto para encontrar meios e traçar metas de
como salvar 5 milhões de vidas no planeta até 2020 por meio de ações,
políticas, programas, legislações e seguranças nas vias. A Organização
Panamericana de Saúde (Opas) e o grupo Amigos da Década também fazem
parte da organização.
Dados
da ONU apontam que 1,25 milhão de pessoas morrem no mundo todos os anos
em decorrência dos acidentes no trânsito, sendo considerado um caso de
saúde pública. O Brasil é o segundo país com mais mortes no trânsito,
segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), com uma taxa
de 21 óbitos para cada 100 mil habitantes, perdendo apenas para a África
do Sul, com 25,1 (dados da ONU). A Rússia apresenta 18,9; China 18,8;
Índia 16,6 e os Estados Unidos 10,6.
Nas
rodovias federais, o relatório do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea) aponta que dos 170 mil Acidentes de Transporte Terrestre
(ATT) ocorridos em 2014, 8 mil pessoas morreram e 100 mil ficaram
feridas, representando um custo de R$ 12,3 bilhões. Os ATTs nas rodovias
e vias urbanas causaram 157 mil internações e estimativa de custo de
R$ 40 bilhões conforme o Sistema de Informação Hospitalar – SIH (do
Sistema Único de Saúde).
Durante
a pré-conferência foi realizada uma mesa-redonda com análise do
desempenho do Programa Vida no Trânsito do Ministério da Saúde. A
coordenadora do programa, Marta Silva, destacou que de 2008 a 2013 os
gastos com ATT aumentaram de R$ 117,6 milhões para R$ 229,5 milhões em
2013 conforme o SIH. No mesmo período, os gastos envolvendo
motociclistas saltaram de R$ 49,4 milhões para R$ 112,9 milhões. Nos
acidentes envolvendo pedestres e ocupantes, os números saltaram de R$
34,8 milhões para R$ 57,6 milhões e R$ 14,5 milhões para R$ 29 milhões
respectivamente.
A
taxa de mortalidade por ATT no Brasil, de 2004 a 2013 cresceu em vários
Estados como Piauí, Pará, Mato Grosso, Bahia, entre outros. Somente no
Amazonas e Acre não houve alterações, enquanto que em São Paulo, Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro houve reduções nas taxas
de mortalidade por ATT.
Dentre
os assuntos que mais preocupantes estão os acidentes envolvendo
motociclistas. Com exceção de Santa Catarina e Rio de Janeiro, que
apresentaram uma tendência estacionária, os demais Estados apresentaram
uma crescente do período de 2004 a 2013, de acordo com o MS, IBGE e o
Sistema de Informação sobre Mortalidade.
Marta
Silva ressalta que ações como o rigor na Lei Seca são necessárias
para a redução de mortalidade por ATT e acrescenta que a municipalização
do trânsito é importante para a redução da mortalidade.
APLICATIVO AISA A9
Durante
a pré-conferência o presidente do Movimento Brasileiro de
Motociclistas, Luiz Artur Cane, e o CEO da empresa Aisa A9, Sérgio de
Lara, apresentam o aplicativo de celular Aisa A9 como meio de auxiliar e
ajudar os motociclistas com informações do trânsito, problemas de
infraestrutura, dicas de segurança, orientações e alertas aos
motociclistas.
“Consideramos
isso um acontecimento único, por levar em consideração que podemos
salvar muitas vidas”, reforçou Sérgio, ao acrescentar que o aplicativo
funciona por vibração e alerta sonoro para que o motociclista não tire a
mão do guidão.
SAIBA MAIS
Integram
o grupo Rússia, Estados Unidos, Espanha, França, Austrália, Argentina,
Costa Rica, Índia, México, Marrocos, Nigéria, Omã, Filipinas, África do
Sul, Suécia, Tailândia, Turquia, Uruguai, Organização Mundial de Saúde,
Banco Mundial, Comissão Econômica para a Europa, Comissão Global pela
Segurança no Trânsito (vinculada à Federação Internacional de
Automobilismo) e Parceria Global pela Segurança no Trânsito (Vinculada à
Federação Internacional da Cruz Vermelha).
*O repórter viajou a convite do Ministério da Saúde
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