O
alerta é do Sindicato das Empresas Funerárias do Estado do Amazonas
(Sefeam). Conforme o presidente da entidade, Manuel Viana, há uma
necessidade muito grande de expandir o sistema funerário em Manaus
De dez cemitérios existentes em Manaus, apenas o de Nossa Senhora
Aparecida ainda há vagas em novas sepulturas. São aproximadamente 16
mil vagas para uma média de 10 mil mortes por ano
A
cidade de Manaus tem somente dez cemitérios públicos, sendo que em
apenas um, o Nossa Senhora Aparecida, na Zona Oeste, ainda existe
espaço disponível para novas sepulturas, problema que veio à tona
novamente neste Dia dos Finados.
O
problema é que no Nossa Senhora Aparecida só tem disponível
aproximadamente 16 mil covas desocupadas, enquanto morrem
aproximadamente 10 mil pessoas a cada ano na capital. Nesse ritmo, dizem
os especialistas, o sistema só tem condições de atender no máximo mais
um ano e meio.
O
alerta é do Sindicato das Empresas Funerárias do Estado do Amazonas
(Sefeam). Conforme o presidente da entidade, Manuel Viana, há uma
necessidade muito grande de expandir o sistema funerário em Manaus. “Se
nada for feito, o sistema poderá entrar em colapso em um curto prazo
de tempo. Eu acredito que vamos ter sepultura disponível só até 2017”,
estimou o sindicalista.
Viana
destacou que a Prefeitura de Manaus abriu em maio deste ano um
Procedimento de Manifestação de interesse (PMI), cuja finalidade é a de
receber e analisar propostas de pessoas jurídicas, interessadas em
elaborar os estudos necessários para organização do Sistema de
Sepultamentos em Manaus. O prazo para as empresas serem selecionadas
termina no próximo dia 10.
Porém,
conforme ele, as empresas encontraram diversos entraves no
desenvolvimento dos projetos, inclusive, que é inviável investir no
sistema funerário em Manaus. “Aproximadamente 70% dos serviços
funcionários são feitos de maneira gratuitos. Deste total, 56%
correspondem a reabertura de sepulturas no cemitério Nossa Senhora
Aparecida, isso não quer dizer que a pessoa não necessita, mas fazemos
um serviço para pessoas que não precisam”, enfatizou.
Além
disso, ele ainda relatou que 135 mil pessoas estão abaixo da linha de
pobreza no Amazonas, o que representa apenas 7,32% da população
amazonense. “As empresas viram que não tem como investir no sistema
funerário porque é inviável. É preciso buscar alternativas tanto para os
cemitérios quanto para os serviços funerários”, ressaltou Viana.
Legislação
Outra
dificuldade encontrada pelas empresas interessadas em elaborar o
Projeto Básico do Sistema de Sepultamentos para Manaus, para eventual
licitação, está na lei municipal 1273/08. “A lei determina três modelos
de cemitério – tradicional, parque, vertical. Poderia ser mais flexível!
Daríamos outra alternativa para a população, mas a própria lei não
deixa nenhuma brecha para as empresas privadas atuarem no mercado de
Manaus”, salientou.
Questionada
sobre essa situação, a Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços
Públicos, responsável pelos cemitérios públicos, não respondeu ao A
CRÍTICA até o fechamento desta edição.
Seminário
No
próximo dia 26, o Sefeam e a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra)
realizarão um seminário para debater as perspectivas do setor, além de
fazer questionamentos, como o fato do setor funerário estar na
Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), e não nas Secretarias
Municipal de Assistência Social ou de Saúde.
Cartilha
O
Sefeam lançou, no último dia 2, uma cartilha para orientar e facilitar a
vida das famílias que perderam entes queridos e precisam usar o sistema
funerário com segurança, evitando ser enganadas por empresas ou pessoas
irregulares no mercado. Distribuída gratuitamente, a cartilha traz
dicas de como obter os documentos necessários.
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