Em busca de acordos, políticos visitam a residência oficial do vice
Parlamentares deixavam claro que muitos estavam ali para costurar acordos com o vice-presidente. José Augusto Curvo, o Tampinha (PSD-MT), foi direto e disse que ouviu de Temer uma afirmação que tranquilizaria vários companheiros seus:
— Ele disse que vai trocar os ministérios, mas que no segundo e terceiro escalões não vai mudar nada. Isso acalma muitos companheiros nossos, que estavam preocupados com sua base eleitoral. Tem muito deputado indeciso que quando souber disso aí vai votar a favor do impeachment.
“UM DESENHO DE GOVERNO”
Alceu Moreira (PMDB-RS) afirmou que as conversas sobre decisões em torno de um futuro governo Temer são uma forma se antecipar aos acontecimentos:
— Discutimos o day-after, mas apenas como prevenção. Você tem que construir o telhado de uma casa quando está sol, que é para quando chover você não se molhar. Então tem que ter um desenho de governo para caso o impeachment passe — disse o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS).
Além de dezenas de políticos do PMDB, o baixo clero da Câmara foi protagonista no “beija-mão” a Temer. Deputados de PHS, PTN, PROS, PSL e PEN prometeram o apoio de 32 parlamentares ao impeachment. Nas contas feitas pelos visitantes de Temer, o impedimento de Dilma poderá ter o apoio de mais de 400 parlamentares.
— Cada vez mais deputados estão apoiando o impeachment. Mudou a perspectiva de poder. A perspectiva de poder não está mais no Palácio da Alvorada. Está no Jaburu — disse o deputado Marcelo Aro (PHS-MG).
Presidente nacional do PPS, Roberto Freire defendeu que os partidos que estão apoiando o impeachment deem sustentação para um eventual novo governo.
— Se houver o impeachment, esse novo governo precisa de um apoio político muito grande porque não foi eleito pelo voto popular. Quem vota a favor do impeachment tem a obrigação de apoiar o novo governo.
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