(Portal Acrítica)
Pontos tradicionais de lazer nas décadas de 1970 a 1990, as cachoeiras Alta e Baixa tiveram o cenário transformado pelo desmatamento e pela poluição e, agora, moradores tentam recuperar os balneários 24/04/2016 às 12:01
Elas foram fonte de lazer para a população manauense nos
finais de semana até início da década de 1990. Com águas límpidas e
cristalinas, as cachoeiras Alta e Baixa do Tarumã, na Zona Oeste,
atraíam muitos frequentadores que gostavam de ir aos locais para se
refrescar. Hoje, com as águas totalmente poluídas e lixo espalhado por
toda parte, elas em nada lembram aqueles balneários que um dia foram
sinônimo de diversão: ao longo das duas últimas décadas foram esquecidos
e abandonados.
O cenário de abandono é visto com muita tristeza pela líder comunitária Poliana Pereira Silva, que chegou a tomar banho na Cachoeira Alta quando ela ainda não estava poluída. “Eu me sinto triste só em olhar isso desse jeito: abandonada. Eu lembro que há 18 anos eu tomei banho aqui com meu filho. Famílias inteiras vinham com seus filhos passar o dia na cachoeira. Aqui era uma área de lazer e hoje a gente ver dessa maneira é muito triste”, relata.
Na Cachoeira Baixa, o estado de poluição e abandono é mais evidente, sendo mais difícil sua recuperação, na avaliação de especialistas. Mas não impossível para os moradores do Tarumã.
“Aqui é mais difícil despoluir, mas é um sonho distante que nutrimos. Queremos ver essa cachoeira como era até os anos 1980 a 1985. Nessa época eu vinha da Compensa tomar banho aqui. Muita gente pescava também e comia o peixe que pegava. As águas eram limpas e, quando o rio enchia, as pedras ficavam no fundo. Era um balneário muito bonito”, comenta o líder comunitário Marlon Seabra.
Poliana e Marlon fazem parte de um grupo de lideranças do Tarumã que luta para recuperar as áreas degradadas do bairro, como as cachoeiras Alta e Baixa. Eles acreditam que, com a ajuda do poder público, ambos os locais podem ser recuperados e tornarem-se novamente espaço de lazer para a comunidade. “Nós decidimos nos reunir para lutar pela preservação desses locais. Nossa preocupação é com o futuro: sendo tudo poluído o que vamos deixar para os nossos filhos”, questionou Marlon.
Especulação imobiliária
Ainda na Cachoeira Alta, onde as águas caem de uma altura de quase 20 metros, formando um paredão de água - ideal para a prática do rappel, atividade que já foi realizada naquele local - o que preocupa é a expansão imobiliária, que contribui ainda mais com a poluição. Além disso, a falta de conscientização da população em geral também influencia no processo de degradação do espaço. “A cachoeira acabou servindo de cemitério de resíduos e os condomínios desmataram mais que a população. Isso mostra que não há conscientização ambiental”, disse Marlon.
Saiba mais
Na sua primeira gestão, em 1988, o prefeito Arthur Virgilio Neto, estabeleceu mecanismos de proteção da Cachoeira Alta, instalando um posto fixo de vigilância para evitar as ocorrências de tentativas de invasão e realizando uma tentativa, que não prosperou, de desapropriações de áreas particulares existentes no perímetro.
Paruqe continua no papel
Em maio de 2013, o Prefeito de Manaus, Arthur Neto, anunciou a criação do Parque Urbano da Cachoeira Alta do Tarumã, que devia ser aberto ao público até junho de 2014. A iniciativa visava instituir dentro da Área de Proteção Ambiental (APA Tarumã) um espaço territorialmente protegido que iria revalorizar o local. Quase três anos depois nada foi feito para que isso acontecesse.
De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), o projeto estimado em R$ 92 milhões, inclusive para desapropriações, foi apresentado à Presidente da República Dilma Roussef no dia 13 de junho de 2013, e encaminhado para o Ministério do Meio Ambiente, mas até agora o recurso não foi liberado para a sua execução.
Mesmo não recebendo o recurso do governo federal, a recuperação da área ainda continua nos planos da prefeitura. Conforme a Semmas, a criação de novas áreas protegidas na cidade de Manaus é uma das estratégias de conservação e proteção ambiental que norteiam o trabalho do órgão.
Projeto
O projeto do parque abrange, ao todo, 209 hectares, dos quais foi identificado, após a elaboração de um diagnóstico fundiário, que 15%, correspondentes a 31,5 hectares, localizados no entorno da Avenida do Turismo, pertencem ao domínio do Estado do Amazonas.
A Semmas chegou inclusive a realizar o diagnóstico socioambiental do entorno da área onde seria implantado o Parque Cachoeira Alta do Tarumã. O diagnóstico, já concluído, é parte do projeto de instalação do Parque Municipal da Cachoeira Alta do Tarumã e vão subsidiar a elaboração do decreto de criação do parque.
O cenário de abandono é visto com muita tristeza pela líder comunitária Poliana Pereira Silva, que chegou a tomar banho na Cachoeira Alta quando ela ainda não estava poluída. “Eu me sinto triste só em olhar isso desse jeito: abandonada. Eu lembro que há 18 anos eu tomei banho aqui com meu filho. Famílias inteiras vinham com seus filhos passar o dia na cachoeira. Aqui era uma área de lazer e hoje a gente ver dessa maneira é muito triste”, relata.
Na Cachoeira Baixa, o estado de poluição e abandono é mais evidente, sendo mais difícil sua recuperação, na avaliação de especialistas. Mas não impossível para os moradores do Tarumã.
“Aqui é mais difícil despoluir, mas é um sonho distante que nutrimos. Queremos ver essa cachoeira como era até os anos 1980 a 1985. Nessa época eu vinha da Compensa tomar banho aqui. Muita gente pescava também e comia o peixe que pegava. As águas eram limpas e, quando o rio enchia, as pedras ficavam no fundo. Era um balneário muito bonito”, comenta o líder comunitário Marlon Seabra.
Poliana e Marlon fazem parte de um grupo de lideranças do Tarumã que luta para recuperar as áreas degradadas do bairro, como as cachoeiras Alta e Baixa. Eles acreditam que, com a ajuda do poder público, ambos os locais podem ser recuperados e tornarem-se novamente espaço de lazer para a comunidade. “Nós decidimos nos reunir para lutar pela preservação desses locais. Nossa preocupação é com o futuro: sendo tudo poluído o que vamos deixar para os nossos filhos”, questionou Marlon.
Especulação imobiliária
Ainda na Cachoeira Alta, onde as águas caem de uma altura de quase 20 metros, formando um paredão de água - ideal para a prática do rappel, atividade que já foi realizada naquele local - o que preocupa é a expansão imobiliária, que contribui ainda mais com a poluição. Além disso, a falta de conscientização da população em geral também influencia no processo de degradação do espaço. “A cachoeira acabou servindo de cemitério de resíduos e os condomínios desmataram mais que a população. Isso mostra que não há conscientização ambiental”, disse Marlon.
Saiba mais
Na sua primeira gestão, em 1988, o prefeito Arthur Virgilio Neto, estabeleceu mecanismos de proteção da Cachoeira Alta, instalando um posto fixo de vigilância para evitar as ocorrências de tentativas de invasão e realizando uma tentativa, que não prosperou, de desapropriações de áreas particulares existentes no perímetro.
Paruqe continua no papel
Em maio de 2013, o Prefeito de Manaus, Arthur Neto, anunciou a criação do Parque Urbano da Cachoeira Alta do Tarumã, que devia ser aberto ao público até junho de 2014. A iniciativa visava instituir dentro da Área de Proteção Ambiental (APA Tarumã) um espaço territorialmente protegido que iria revalorizar o local. Quase três anos depois nada foi feito para que isso acontecesse.
De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), o projeto estimado em R$ 92 milhões, inclusive para desapropriações, foi apresentado à Presidente da República Dilma Roussef no dia 13 de junho de 2013, e encaminhado para o Ministério do Meio Ambiente, mas até agora o recurso não foi liberado para a sua execução.
Mesmo não recebendo o recurso do governo federal, a recuperação da área ainda continua nos planos da prefeitura. Conforme a Semmas, a criação de novas áreas protegidas na cidade de Manaus é uma das estratégias de conservação e proteção ambiental que norteiam o trabalho do órgão.
Projeto
O projeto do parque abrange, ao todo, 209 hectares, dos quais foi identificado, após a elaboração de um diagnóstico fundiário, que 15%, correspondentes a 31,5 hectares, localizados no entorno da Avenida do Turismo, pertencem ao domínio do Estado do Amazonas.
A Semmas chegou inclusive a realizar o diagnóstico socioambiental do entorno da área onde seria implantado o Parque Cachoeira Alta do Tarumã. O diagnóstico, já concluído, é parte do projeto de instalação do Parque Municipal da Cachoeira Alta do Tarumã e vão subsidiar a elaboração do decreto de criação do parque.
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