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terça-feira, 19 de abril de 2016

Nova tecnologia começa a ser usada para combater o Aedes aegypti



(site prefeitura de Manaus)


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Uma nova tecnologia para o combate ao mosquito Aedes aegypti começou a ser usada nesta segunda-feira, 18, pela Prefeitura de Manaus. Trata-se do biolarvicida natural Espinosade, com eficácia comprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

O bairro Jorge Teixeira, zona Leste, foi o escolhido para o início da ação por apresentar alto índice de infestação e, ainda, concentrar 70% de reservatórios que ficam no solo, como camburões, cacimbas, tonéis, cisternas e tambores, responsáveis pela grande quantidade de criadouros do mosquito naquela área, segundo levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) este ano.

Agentes de endemias irão visitar 40 mil imóveis do Jorge Teixeira, fazendo o monitoramento permanente das residências e reaplicando o produto após dois meses. Em formato de pastilha, o biolarvicida trata até 200 litros de água.

“O Espinosade possui um poder residual de 60 dias. Após a distribuição em 100% das casas, faremos avaliação dos resultados por meio do Levantamento do Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa)”, explicou a gerente da Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Semsa, Alinne Antolini, acrescentando que a redução da presença de mosquitos também será feita pelas “ovitrampas”, espécie de armadilha que atrai as fêmeas e ajuda a coletar dados sobre a quantidade de mosquitos em cada região.

Derivado da Saccharopoilyspora spinosa, o biolarvicida adotado pela Semsa não apresenta riscos para seres humanos e animais. Ao contrário dos produtos químicos sintéticos tradicionais, o Espinosade é produzido em tanques de fermentação e não a partir de reações químicas. Por ser derivado de processo biológico, apresenta baixíssima toxicidade e não causa doenças. O produto age no sistema nervoso central das larvas, causando espasmos involuntários, paralisia e morte, num processo irreversível a partir do contato do vetor com o produto.

O secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão Neto, destacou que o uso de novas tecnologias para o controle do Aedes visa reduzir os riscos de transmissão de dengue, zika vírus e chikungunya na capital. “Começamos a aplicar o novo biolarvicida em um dos bairros com maior concentração de criadouros e, a partir da comprovação de resultados satisfatórios, a aplicação será estendida para os demais bairros prioritários para o controle, entrando na rotina das ações de vigilância ambiental”, disse.

De acordo com o secretário, as infecções por zika vírus estão entre as maiores preocupações da Semsa pela gravidade de suas consequências, especificamente a ocorrência de microcefalia em bebês de mães expostas ao vírus.

O mais recente LIRAa, realizado pela Semsa em fevereiro deste ano, indicou que Manaus apresenta médio risco de infestação, com um índice predial de 1,9, o que significa que, de 100 imóveis visitados 1,9 tinha criadouro ativo ou potencial para reprodução do Aedes aegypti. Segundo o Ministério da Saúde, apresentam médio risco para as doenças transmitidas pelo Aedes os municípios com índice entre 1,0 e 3,9. Municípios com índice menor que 1,0 são considerados de baixo risco e os com índice maior que 4 entram na faixa do alto risco.

Considerando os resultados por bairro, o Levantamento mostrou que 17 bairros da capital apresentam alto risco de infestação, 25 estão em médico risco e os outros 21, em baixo risco. O Distrito de Saúde Leste (Disa Leste) tem o maior índice predial (3,6), com cinco bairros em alto risco de infestação – São José, Coroado, Tancredo Neves, Armando Mendes e Zumbi. O Distrito de Saúde Norte (Disa Norte) é o segundo com maior infestação com índice de 1,6.

O LIRAa também apontou que os depósitos que mais contribuem para a proliferação do mosquito em Manaus (41,2%) são recipientes de armazenamento de água para consumo em nível de solo, como tambores, tonéis ou camburões, barril, tina, etc. Os depósitos como recipientes, garrafas, latas, ferro velho, representam 28,2%.

Também são considerados na análise dos riscos por região, fatores complementares como a quantidade de casos confirmados ou suspeitos de uma das três doenças.

Casos
Dados divulgados no último boletim epidemiológico sobre o zika vírus aponta 2.327 casos notificados, dos quais 334 confirmados, 967 descartados e 1.026 em investigação. O número de notificações em grávidas chega a 420, com 79 casos confirmados, 171 descartados e 170 ainda em investigação.

Este ano foram notificados 12 casos de microcefalia em Manaus, com apenas um caso de associação confirmada com o zika vírus. Do total, dois casos já foram descartados e seis permanecem em investigação, três casos de microcefalia confirmados, porém não têm associação com o vírus.

Dengue e chikungunya
Em relação à dengue, a Semsa registrou 2.405 casos suspeitos da doença, entre janeiro e março deste ano, dos quais 142 confirmados, o que representa uma redução de 39% em relação ao mesmo período do ano passado.

Também até março deste ano, foram registrados em Manaus dez casos de febre chikungunya, sem nenhuma confirmação.  No ano passado foram 153 casos notificados e, destes, 14 foram confirmados, sendo cinco autóctones e os demais importados (a maioria com histórico de deslocamento para Venezuela).

A Semsa orienta a população a fazer denúncias sobre criadouros de Aedes aegypti e qualquer outra situação de risco pelo 0800 280 8 280 ou pelo e-mail saude.semsa@pmm.am.gov.br. As denúncias dão origem a inspeções e ações concretas para o controle do mosquito.

“Contamos com a colaboração permanente da população para intensificar a vigilância ao Aedes e evitar o aumento de casos das três doenças transmitidas por este vetor”, ressaltou o secretário Homero de Miranda Leão Neto.

Fotos: José Nildo / Semsa
Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa): 92 3236-8315

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