(portal G1)
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG) , criticou
nesta terça-feira (26), em entrevista coletiva, o fato de o ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, ter repassado à Polícia Federal (PF)
denúncia envolvendo políticos tucanos no esquema de pagamento de propina
na compra de equipamentos para o metrô paulista durante os governos
Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra.
Potencial candidato à Presidência em 2014, o parlamentar mineiro
afirmou que o Partido dos Trabalhadores (PT) está se "aproveitando" de
instituições públicas para tentar "incriminar" adversários políticos,
entre os quais nomes de destaque do PSDB.
Na última sexta (22), o Ministério da Justiça informou, por meio de nota, que repassou denúncia
feita pelo deputado estadual licenciado Simão Pedro (PT), atual
secretário de Serviços da prefeitura de São Paulo, à PF. A data não foi
informada.
"O PSDB não pode aceitar a manipulação e a utilização de instituições
de estado para fins políticos", declarou Aécio Neves nesta terça,
sentado ao lado dos líderes do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP), e na
Câmara, Carlos Sampaio (SP).
Em meio às críticas contra Cardozo, o secretário de Energia de São
Paulo, José Aníbal, pediu a demissão do titular da Justiça. Único tucano
a defender claramente a saída do ministro, Aníbal disse que se a
presidente Dilma Rousseff não afastá-lo do cargo, ela será "cúmplice".
"Se a Dilma antes não sabia disso, agora ela está sabendo. Ou ela demite o ministro ou ela é cúmplice desse dossiê aloprado 2".
Caixa 2
Segundo reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo" divulgada neste
sábado (23), um documento de julho da PF dizia expressamente que a
organização recebeu acusações contra os tucanos por meio do Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Àquela época, o Cade já havia fechado um acordo de leniência com a
Siemens e apurava o cartel nas licitações, mas não corrupção. No mês de
abril, havia recebido relatório de ex-diretor da Siemens que citava suposto caixa 2 de gestões tucanas.
O relatório apontou que o deputado petista, autor da denúncia que gerou
a apuração da PF, ajudou o ex-dirigente da Siemens a dar informações ao
Cade e colaborou no diálogo com o Ministério Público.
Além de reclamar que Cardozo aceitou o relatório de denúncias de Simão
Pedro em casa, Aécio se queixou que o ministro não tem um comprovante
que prove que ele protocolou o dossiê na Polícia Federal.
"A sua opção [de Cardozo] em determinados momentos desse episódio tira
dele, na nossa avaliação, as condições de conduzir essas investigações.
Mas essa é uma questão que caberá à presidente da República definir",
opinou o senador de Minas.
"O ministro recebe a tal denúncia em sua casa em São Paulo por um
companheiro de partido, que coordenou a campanha do [prefeito Fernando]
Haddad, e não recebeu oficialmente, não recebeu de órgãos oficiais e nem
pelos meios legais", complementou o líder do PSDB na Câmara.
Dossiês
Em meio à entrevista, o deputado Carlos Sampaio disse que o PT tem um
"histórico" de denúncias falsas apresentadas por meio de dossiês, entre
os quais o episódio que ficou conhecido como "dossiê dos Aloprados". Em
2006, integrantes do PT foram acusados de tentar comprar um dossiê
contra o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), então candidato
ao governo de São Paulo.
"Acreditamos que o caso Siemens segue o mesmo roteiro", destacou Sampaio.
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