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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Aécio Neves critica Justiça paulista no caso dos fiscais do ISS

(portal G1)
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG) , criticou nesta terça-feira (26), em entrevista coletiva, o fato de o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ter repassado à Polícia Federal (PF) denúncia envolvendo políticos tucanos no esquema de pagamento de propina na compra de equipamentos para o metrô paulista durante os governos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra.
Potencial candidato à Presidência em 2014, o parlamentar mineiro afirmou que o Partido dos Trabalhadores (PT) está se "aproveitando" de instituições públicas para tentar "incriminar" adversários políticos, entre os quais nomes de destaque do PSDB.
Na última sexta (22), o Ministério da Justiça informou, por meio de nota, que repassou denúncia feita pelo deputado estadual licenciado Simão Pedro (PT), atual secretário de Serviços da prefeitura de São Paulo, à PF. A data não foi informada.
"O PSDB não pode aceitar a manipulação e a utilização de instituições de estado para fins políticos", declarou Aécio Neves nesta terça, sentado ao lado dos líderes do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP), e na Câmara, Carlos Sampaio (SP).
Em meio às críticas contra Cardozo, o secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, pediu a demissão do titular da Justiça. Único tucano a defender claramente a saída do ministro, Aníbal disse que se a presidente Dilma Rousseff não afastá-lo do cargo, ela será "cúmplice".
"Se a Dilma antes não sabia disso, agora ela está sabendo. Ou ela demite o ministro ou ela é cúmplice desse dossiê aloprado 2".
Caixa 2
Segundo reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo" divulgada neste sábado (23), um documento de julho da PF dizia expressamente que a organização recebeu acusações contra os tucanos por meio do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Àquela época, o Cade já havia fechado um acordo de leniência com a Siemens e apurava o cartel nas licitações, mas não corrupção. No mês de abril, havia recebido relatório de ex-diretor da Siemens que citava suposto caixa 2 de gestões tucanas. O relatório apontou que o deputado petista, autor da denúncia que gerou a apuração da PF, ajudou o ex-dirigente da Siemens a dar informações ao Cade e colaborou no diálogo com o Ministério Público.
Além de reclamar que Cardozo aceitou o relatório de denúncias de Simão Pedro em casa, Aécio se queixou que o ministro não tem um comprovante que prove que ele protocolou o dossiê na Polícia Federal.
"A sua opção [de Cardozo] em determinados momentos desse episódio tira dele, na nossa avaliação, as condições de conduzir essas investigações. Mas essa é uma questão que caberá à presidente da República definir", opinou o senador de Minas.
"O ministro recebe a tal denúncia em sua casa em São Paulo por um companheiro de partido, que coordenou a campanha do [prefeito Fernando] Haddad, e não recebeu oficialmente, não recebeu de órgãos oficiais e nem pelos meios legais", complementou o líder do PSDB na Câmara.
Dossiês
Em meio à entrevista, o deputado Carlos Sampaio disse que o PT tem um "histórico" de denúncias falsas apresentadas por meio de dossiês, entre os quais o episódio que ficou conhecido como "dossiê dos Aloprados". Em 2006, integrantes do PT foram acusados de tentar comprar um dossiê contra o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), então candidato ao governo de São Paulo.
"Acreditamos que o caso Siemens segue o mesmo roteiro", destacou Sampaio.

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