(portal G1)
O deputado federal e ex-presidente do PT, José Genoino, se entregou na sede da Polícia Federal, em São Paulo,
por volta de 18h20 desta sexta-feira (15). Genoino chegou à PF em um
Kia Soul preto, dirigido pelo advogado Luiz Fernando Pacheco.
Militantes petistas aguardavam a chegada de Genoino na porta da PF e
tentaram evitar que ele fosse fotografado. Houve empurra-empurra de
fotógrafos, mas sem incidentes.
Pouco depois de o deputado se entregar, o advogado do PT, Marco Aurélio
Cavalho, chegou levando bolsas com roupas. "Genoino está indignado,
como todo preso político fica indignado", afirmou Carvalho.
Genoino havia deixado sua residência no bairro Butantã pouco antes das 18h. Acompanhado da esposa, fez um sinal de vitória e não conversou com a imprensa.
Cerca de uma hora antes, o advogado de Genoino chegou à residência e
confirmou ter recebido a ordem de prisão. A amiga e militante do PT
Maria Joana disse que Genoino é um homem de coragem. "A coragem dele vai
mostrar para o país que isso não vai ficar assim", disse. Ela afirmou
que seguirá para a PF, onde acompanhará os próximos passos no início do
cumprimento da pena.
Nota oficial
Genoino divulgou nota nesta sexta-feira (15) afirmando que "com
indignação" vai cumprir a determinação do STF e reiterou que é inocente.
Ele afirma que se considera um "preso político". No texto, Genoino diz
que não há provas das acusações e que foi condenado porque estava
exercendo a presidência do PT.
Genoino afirma ainda que foi condenado numa "operação midiática". Ele
diz que o processo em que foi julgado teria sido marcado por
"desrespeito às regras do Estado democrático de direito" e injustiças.
Presidência do PT
O PT também divulgou nota oficial,
assinada pelo presidente Rui Falcão, em que afirmou que a determinação
do STF para execução das penas antes do julgamento dos recursos ferem o
princípio da ampla defesa.
O partido afirmou ainda que "considerou o julgamento injusto, nitidamente político, e alheio às provas dos autos".
Mandados de prisão
O plantão da Polícia Federal em Brasília confirmou ao G1 que recebeu na tarde desta sexta-feira (15) ofícios ordenando a execução imediata das penas para condenados no processo do mensalão. A PF enviou os ofícios para as superintendências regionais para iniciar a execução das prisões.
O STF publicou que nove réus não têm mais possibilidades de recurso e
por isso tiveram o processo do mensalão encerrado para parte das
condenações (o chamado trânsito em julgado).
São eles o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT
José Genoino, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, a ex-presidente do
Banco Rural Kátia Rabelo, o ex-vice-presidente do Banco Rural José
Roberto Salgado, o operador do esquema Marcos Valério, sua ex-secretária
Simone Vasconcelos, o ex-advogado de Valério Cristiano Paz e o ex-sócio
de Valério Ramon Hollerbach.
Nesta quinta, outros sete réus também tiveram o processo declarado como
transitado em julgado. São eles: o delator do mensalão, Roberto
Jefferson; o ex-deputado José Borba; o ex-tesoureiro do extinto PL
Jacinto Lamas; o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato; o
ex-primeiro secretário do PTB Emerson Palmieri; o ex-dono da corretora
Bônus-Banval Enivaldo Quadrado e o ex-deputado Romeu Queiroz.
Além desses 16 condenados, há outros seis réus que apresentaram
embargos infringentes em todos os crimes que foram condenados, mas que
não obtiveram ao menos 4 votos contra a condenação no julgamento.
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