(portal G1)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o destaque dado pela
imprensa às suspeitas envolvendo o Partido dos Trabalhadores. O discurso
ocorreu nesta quinta-feira (21), durante encontro de prefeitos e vices
do PT em Santo André, no ABC.
O encontro teve como objetivo discutir a candidatura do PT ao governo de São Paulo
em 2014. Além de Lula, estavam presentes o presidente do partido, Rui
Falcão, o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, e o ministro
da Saúde, Alexandre Padilha, possível candidato do PT ao governo do
estado.
O ex-presidente comentou sobre as condenações no processo do mensalão.
"É por conta do nosso sucesso. É por conta do ódio disseminado contra
nós. Temos companheiros condenados. Temos sentença dada. A pena de cada
companheiro está determinada. O que não pode é tentar tripudiar em cima
da condenação das pessoas sem respeitar o histórico das pessoas e a
lei. O que nós queremos é que a decisão seja cumprida tal como foi
determinada e não pela vontade de alguém", afirmou.
Ele criticou também a maneira como o partido é, em sua opinião,
perseguido. “O nosso lema é o seguinte: para nós, todo e qualquer
cidadão deve ser inocente até prova em contrario. A lei é para todos.
Isso vale para nós e vale para eles. Agora, me parece que a lei só vale
para o PT. A resposta que a gente vai dar para eles é garantir o segundo
mandato da companheira Dilma Rousseff. E se em algum momento faltar
argumento para vocês, vocês falam que é porque o Lula foi melhor em seu
segundo mandato e a Dilma vai ser melhor no segundo mandato dela."
Lula criticou o tratamento dado pela imprensa aos governos petistas.
"Se alguém do PT desviar um tostão, darão manchete maior do que se o
outro lado roubar um bilhão", afirmou. "Essa mesma gente que nos critica
hoje puxava o saco de outros governos quando a inflação estava a 12%."
Haddad
Lula mencionou a investigação, realizada pela Corregedoria Geral do
Município de São Paulo e pelo Ministério Público Estadual, de auditores
suspeitos de desviar o Imposto sobre Serviços (ISS) a ser pago por
construtoras.
"O Fernando Haddad monta uma controladoria. A controladoria levanta um
processo de corrupção na Prefeitura. Se você não tomar cuidado, a ideia
que eles estão tentando passar é que a corrupção aconteceu no teu
governo e não no governo que sucedeu", afirmou, dirigindo-se a Haddad.
O ex-presidente disse que tem brincado com Haddad dizendo que "tudo
que tinha de acontecer de ruim com ele aconteceu no primeiro mandato."
Lula recomendou aos prefeitos que estejam prontos para a batalha em 2014
e para ir às ruas "ouvir os desaforos do povo" caso não consigam
realizar as promessas de campanha. "Esse partido não veio apenas para
conviver momentos de alegria", afirmou.
Rui Falcão
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que a decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF) de conceder prisão domiciliar ao deputado
federal José Genoino deveria ser definitiva.
"É uma concessão temporária. Ela deveria ser definitiva visto o estado
se saúde claramente comprovado varias vezes, inclusive com o risco que
ele tem corrido, e essa internação de emergência. Embora tenha tido o
direito de prisão domiciliar e ou hospitalar como está na declaração
oficial, essa provisoriedade me preocupa."
O deputado federal licenciado e ex-presidente do PT José Genoino
(PT-SP) passou mal nesta quinta-feira (21) no presídio da Papuda, onde
cumpre pena por condenação no julgamento do mensalão, e foi levado para o
Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, dentro do complexo do
Hospital das Forças Armadas, em Brasília. Segundo o G1 apurou, Genoino
está na Unidade de Dor Toráxica do hospital.
Rui Falcão participa, ao lado do ex-presidente Lula, de um encontro de
prefeitos e vices do PT para discutir a candidatura do PT ao governo do
estado em 2014. Também estão presentes no evento o prefeito de São
Paulo, Fernando Haddad, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha,
possível candidato do PT ao governo do estado.
O presidente do PT comentou sobre as denúncias do suposto cartel entre
fornecedores do Metrô e da CPTM envolvendo dirigentes tucanos. Ele
defende que a investigação seja feita "com a mesma intensidade com que
se apuram outros casos no país." De acordo com ele, as acusações são
"graves". "São políticos com muita responsabilidade, tem deputados, tem
secretários e as denúncias envolvem três governos do PSDB."
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