(portal G1)
Documento diz que cláusula sobre lucros não constava em resumo técnico.
Diretor internacional que apresentou o negócio não quis comentar caso.
A ausência desta cláusula no resumo que orientou os conselheiros da estatal foi apontada pela presidente Dilma Rousseff como um dos motivos que a levou a votar a favor da compra, hoje considerado um mau negócio pelo próprio governo.
A compra é alvo de investigação da Polícia Federal e do Tribunal de Contas da União devido ao valor pago pela estatal: um total de US$ 1,18 bilhão; em 2005, a mesma usina custava US$ 42,5 milhões.
Na última quarta-feira (19), uma nota da Presidência confirmou que Dilma, na época ministra da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração, votou a favor da compra. Mas disse que, se soubesse do teor das cláusulas, elas "seguramente não seriam aprovadas pelo Conselho". Na nota, a Presidência diz que o resumo submetido pela Diretoria Internacional da Petrobras sobre o negócio era "técnica e juridicamente falho" por omitir as cláusulas.
A diretoria era ocupada na época por Nestor Cerveró. Numa conversa por telefone com o repórter Marcelo Cosme, da GloboNews, ele disse que não iria se manifestar sobre o assunto. "Não tenho comentário nenhum pra fazer. Quando eu voltar eu faço declaração. Tenho duas semanas de férias ainda", disse.
Ainda nesta sexta, Cerveró foi exonerado do cargo de diretor financeiro da BR Distribuidora, posto que assumiu em 2008. O governo não informou porque manteve Cerveró numa empresa subsidiária da Petrobras mesmo depois do episódio que resultou na compra da refinaria.
Nos Estados Unidos, ninguém no escritório da Astra Oil, a empresa que vendeu a refinaria para a Petrobras, quis comentar o negócio. O executivo brasileiro da Astra Oil, Alberto Feilhaber, que teria participado das negociações e trabalhou durante anos na Petrobras, estaria viajando, conforme informou a empresa.
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