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segunda-feira, 27 de abril de 2015

Com fim do prazo para troca de partidos, tem início corrida em torno das possíveis candidaturas

(portal Acrítica)

Atentos ao prazo para troca de legenda, lideranças políticas se articulam para viabilizar candidaturas à Prefeitura de Manaus nas próximas eleições. O ex-deputado Marcelo Ramos (PSB) e o vice-governador Henrique Oliveira (SDD) já marcaram posições. Presidente estadual do PCdoB, Eron Bezerra, afirma que a legenda tem sete possíveis candidatos a prefeito nas eleições de 2016.

Tem início disputa por candidaturas ao pleito de 2016, com foco na Prefeitura de Manaus
Tem início disputa por candidaturas ao pleito de 2016, com foco na Prefeitura de Manaus (Arquivo/AC)
A cinco meses do fim do prazo de troca de partido para quem pretende disputar a eleição de 2016, o PV marca a data da filiação de  Marcelo Ramos para o mês de maio e costura, nos bastidores, uma dobradinha na chapa do prefeito Artur Neto (PSDB). Terceiro candidato  mais votado no primeiro turno da disputa pelo governo em 2014, o ex-deputado estadual tem argumentado que o seu projeto de concorrer no próximo ano não tem encontrado guarida no PSB, que é comandado  pelo “Serafins”: o deputado estadual Serafim Correa e o vereador Marcelo Serafim.
Há duas semanas, Marcelo Ramos, que já flertou com o Psol, com o PR, e com a Rede (partido puxado pela ex-senadora Marina Silva que está em fase de registro no TSE), se reuniu com o presidente do Partido Verde (PV) em Brasília, o deputado federal Luiz Pena. “Fomos a Brasília e reunimos com o Pena no gabinete do deputado Sarney Filho. Passei para o Pena como o Marcelo está buscando partido, onde possa se sentir à vontade. Eu  já tinha feito o convite a ele. O PV quer se fortalecer na eleição de 2016. Vamos tentar  dobrar o número de parlamentares na capital e no interior.  Como Marcelo tem interesse numa possível candidatura a prefeito, ou numa composição de vice, e o PV tem essa mesma intenção,  fizemos o convite oficial para ele vir ao PV. Ele topou”, disse Eliana Ferreira presidente estadual do PV. 
Evento
A dirigente do PV disse que a sigla planeja fazer um grande evento para marcar a filiação do ex-deputado. Afirmou também que o partido se articula para emplacar Marcelo na chapa de Artur. “Nossa relação como prefeito Artur Neto é muito boa. Nossos dois grandes parceiros políticos são o Artur Neto e o professor José Melo. O Artur tem dado espaço ao partido para discutir as coisas.  A proposta do PV é uma possível vice na chapa com o Artur. Vamos fortalecer o nome do nosso candidato, mais à frente, ele aparecendo numa situação boa, seria maravilhoso se ele viesse a ser o vice do Artur”, afirmou Eliana.
Com 179.758 votos, a performance de Marcelo Ramos empurrou a corrida pelo comando do Estado para o segundo turno, o que lhe credenciou para uma eventual disputa para a prefeitura de Manaus, em 2016, desejo manifestado por ele logo após o pleito do ano passado. O ex-parlamentar não confirma sua ida para o PV. Diz que resolverá a questão da filiação em Maio. E que, no mesmo dia em que se encontrou com Luiz Pena, também se reuniu com o presidente Nacional do PDT, Carlos Luppi. Questionado sobre a possibilidade de somar com Artur, Marcelo respondeu: “Não discuto com possibilidade, depende de que projeto ele vai representar.  Manaus não precisa de um plano de governo, precisa de um  pacto, não depende só da prefeitura, mas também do cidadão É preciso pacto para reordenar a cidade”.
Vice-governador Henrique Oliveira: ‘Estou pronto’
Nem bem sentou na cadeira de vice-governador, Henrique Oliveira (SDD) já ensaia uma pré-candidatura a prefeito de Manaus. Apesar de dizer que faz parte um grupo político, encabeçado pelo senador Omar Aziz (PSD) e pelo governador José Melo, o ex-deputado federal não esconde o desejo de tomar o lugar do aliado Artur Neto (PSDB). “Eu apoiei o Artur no segundo turno lá atrás. Mas vejo que a cidade tem demonstrado que é uma máquina de moer políticos. Isso não  me assusta. Acho que os desafios  engrandecem a vida  pública. Acho que minha postura sempre foi pautada pelo inconformismo. Não me conformo de que está tudo bem ou bom”, disse Oliveira.
As pretensões do vice-governador esbarram na aliança firmada entre o prefeito e o governador, um dos fatores que garantiram a ida de Melo para o segundo turno, com a votação expressiva do deputado federal Artur Bisneto (PSDB), que teve 250.916 votos,  e a vitória do candidato do PROS no segundo turno com 173.527 votos  de vantagem sobre o senador Eduardo Braga (PMDB), a maioria (167.057 votos) obtida em Manaus. 
Na eleição municipal que levou Artur à prefeitura, Henrique Oliveira, à época deputado federal, obteve 156.648 votos no primeiro turno, a terceira maior votação.  No segundo turno, marchou ao lado do tucano. A votação assegurou a ele uma vaga na chapa de Melo em 2014.
O vice-governador reconhece que há dificuldades, como a falta de recursos na condução da administração municipal. “Sei das dificuldades. Faço parte de um grupo político. Hoje existe ação conjunta entre o Melo e Artur, um companheirismo grande do próprio Omar para trazer recursos para o município. Mas, se o grupo achar (que deve haver outro candidato), política muda igual nuvem. Estou pronto para desafios”, disse.
Ex-deputado estadual Marcelo Ramos: 'Não vou ser esmagado nem cooptado'
“Tenho conversado com vários partidos.  Mais importante do que o partido é o projeto  que vou defender.  A conversa com o PV é boa. Quero resolver até final de maio essa questão do partido. Até porque tem grande número de lideranças políticas e sociais  querendo me acompanhar.  Fui procurado por vários partidos, PDT, PV, PR, Psol.  Estou conversando com todos em torno de um projeto. Não vou dizer que a saída do PSB é definitiva. Parcela importante da militância e de membros da direção municipal fazem apelo para que eu não saia. Mas quando após a eleição, a despeito dos meus esforços,  não há disposição de quem controla o partido, os ‘Serafins’,  de um diálogo para 2016, fica difícil. Não posso dizer que o  Artur é do  grupo (Mestrinho, Amazonino, Braga), mas é dessa geração de políticos que governa o Estado desde 1985. Será que não passou da hora da política do Amazonas construir uma transição? Todos os grupos econômicos estão preparando transição. E na política do Amazonas essa geração não teve a grandeza de ser instrumento de fazer transição.  Toda liderança que surge eles tentam esmagar ou cooptar. Não vou ser esmagado nem cooptado”.
Deputado estadual e presidente de honra do PSB Serafim Correa: 'Houve uma situação  desagradável em 2014'
 “O Marcelo precisa procurar o partido para conversar.  Após a eleição, ele me procurou e disse que queria ser candidato a prefeito ou a vice. Eu disse a ele que a eleição de 2014 deixou feridas e fraturas.  E que essas feridas precisam ser lambidas e saradas. E aí ele não falou mais com a gente, passou a procurar os outros partidos. Aí  diz que não tem disposição no PSB? O partido tem direção. Houve uma situação  desagradável em 2014. Com 39 dias de campanha, o Marcelo não tinha um único panfleto com o nome do Eduardo Campos e nem do partido. E a gente levando porrada. E a direção nacional cobrando e a gente cobrando dele. Não tinha um cartaz com o nome do Eduardo Campos. Aí não dá! Tem toda uma insatisfação. Ficou muito mal. Eu, membro da direção nacional do meu partido, e o candidato do meu partido não coloca o nome do nosso candidato a presidente. Ele dizia que ia ser resolvido e nunca resolveu. E ele acha que nós é que somos ruins.  Tivemos que engolir isso calados para não gerar crise.  E depois disso tudo, o partido é que está errado? No material dele não tinha nem o nome do Marcelo Serafim, o candidato a senador do PSB. Isso gerou constrangimento local e nacional”.
Eleições 2016 PCdoB tem sete possíveis candidatos para o pleito
O presidente estadual do PCdoB, Eron Bezerra, afirmou que a legenda terá candidato a prefeito de Manaus no próximo ano. Em 2012, a candidata da sigla, senadora Vanessa Grazziotin, disputou o segundo turno do pleito contra Artur Neto (PSDB). Para 2016, segundo o dirigente comunista, o candidato ou candidata ainda vai ser definido. “Não será necessariamente a Vanessa. Ela será um dos nomes relacionados. Nós temos sete nomes: Vanessa, eu, a deputada Alessandra Campelo, a ex-vereadora Lucia Antony, sindicalista Josildo dos Rodoviários, líder estudantil Yann Evanovick e Odilon Queiroz, dirigente do sindicato dos Metalúrgicos e vice-presidente estadual do PCdoB”, disse.
Eron afirmou que a decisão de lançar candidato majoritário em Manaus já foi tomada pelo comitê estadual do PCdoB. “O partido tem tradição de lançar candidato próprio. Fui candidato a prefeito de Manaus em 2000 e Vanessa foi candidata em 2004 e 2012. Em 2016 teremos candidato a prefeito em Manaus e em pelo menos dez municípios do Amazonas. Entre eles Iranduba, Presidente Figueiredo, Tefé, Coari, Tabatinga, Benjamin Constant, São Gabriel da Cachoeira, Japurá, Parintins e Maraã”, disse.O dirigente afirmou que, em Manacapuru, a legenda ainda discute se lançará candidato a prefeito. O nome mais cotado é o do vereador e ex-presidente da Câmara Municipal, Vanderley Barroso. “Em Iranduba a candidata provavelmente será a Alzira Barros, ex-vereadora, candidata a vice-prefeita na última eleição ou a filha dela a vereadora Cristiane Maranhão”, afirmou o comunista.
Em todos os 62 municípios do Estado a legenda, de acordo com Eron, planeja lançar candidatos a vereador. Em 2012, a sigla perdeu espaço na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Não elegeu nenhum vereador. “Em 2012, tivemos votos para eleger três vereadores, mas demos as vagas para o pessoal do PSD. Em política você ganha e perde. Não nos arrependemos disso. Até porque não queríamos dar pretexto para eles, que acabaram na prática não fazendo campanha para a Vanessa, dizer que não estavam pedindo votos para a Vanessa porque nem coligação para vereador a gente tinha garantido para eles”, contou Eron referindo-se aos votos obtidos pelo partido, que se coligou com PP e o PSD.
Para a disputa eleitoral do ano que vem a estratégia do partido será diferente. “Vai ser chapa própria para vereador. Temos um pré-acordo com o PT para a chapa majoritária. Mas mesmo que acha uma chapa comum para prefeito, PT e PCdoB, os dois partidos terão chapa própria para vereador. Nós temos interesse em ter candidatura em comum cabeça e vice. Se isso não for possível cada um terá candidato a prefeito”, disse.

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