(Portal Acrítica)
Em 4 meses, fiscais apreenderam, por exemplo, 1,5 mil caixas de remédios, que são vendidos sem nenhuma exigência de indicação médica
Além
da venda de produtos falsificados e piratas, as ruas do Centro de
Manaus foram tomadas por ambulantes que comercializam, a céu aberto,
produtos farmacêuticos, odontológicos, e oftalmológicos.
Os
produtos são fáceis de serem encontrados e estão sendo vendidos sem
nenhuma exigência de receita ou indicação médica, para quem quer “cuidar
da saúde” sozinho, mas escondem riscos a quem os utiliza.
A
atividade ambulante não é permitida pela Prefeitura de Manaus, mas
vendedores não se sentem intimidados pelos fiscais da Subsecretaria
Municipal de Abastecimento, Feiras e Mercados (Subsempab) e ocupam as
calçadas, principalmente na avenida Eduardo Ribeiro, segurando pequenos
expositores com todo tipo de produto.
Os
produtos farmacêuticos comercializados por ambulantes prometem “solução
rápida” para problemas de saúde, caso de uma solução líquida que
promete acabar com rachaduras nos pés e fungos nas unhas.
Da
mesma forma, óculos de grau podem ser adquiridos sem prescrição de um
médico oftalmologista. “Você diz o que precisa que nós arrumamos o
produto para você”, disse um dos ambulantes.
Odontológicos
Com
a mesma facilidade com que se compram os produtos farmacêuticos e
oftalmológicos, peças de aparelho ortodôntico podem ser adquiridas sem a
recomendação de um dentista.
Para
garantir a venda, os vendedores chegam a garantir que qualquer pessoa
pode usar os aparelhos, que não haverá nenhum problema para ela. “É só
para enfeite, você mesmo pode colocar as peças, tenho o material
completo, inclusive a cola”, disse outro ambulante, que não quis se
identificar.
Ele
diz que vende material odontológico completo para quem faz tratamento,
que inclui braquetes, arames, ligas e até a cola para fixar o aparelho.
Mesmo
com os preços acessíveis, parte da população recrimina o comércio
clandestino e ainda prefere pagar um pouco mais caro em nome da garantia
de procedência do produto.
É
o caso da promotora de vendas Leonor Brandão, 32. “Você não sabe a
procedência e a qualidade desse material. As fiscalizações deveriam ser
intensificadas, além disso, falta consciência das pessoas em não comprar
esse tipo de material. Se existem profissionais habilitados para cuidar
da saúde, para não colocar a saúde em risco, o correto é sempre
procurá-los”, afirmou. Mas, a julgar pela vasta oferta nas ruas do
Centro, a procura por esses produtos é grande.
Irregulares
De
acordo com o presidente do Conselho Regional de Odontologia do Amazonas
(CRO-AM), João Franco, a comercialização dos produtos odontológicos só
pode ser realizada em lojas credenciadas e o material só pode ser
manipulado por profissional habilitado.
“A
venda desse material odontológico é ilegal. Os mesmos só podem ser
vendidos em lojas autorizadas e manipulados por profissionais da área. A
compra feitos por leigos e o uso indevido podem causar patologias
graves”, alertou Franco.
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