(portal Acrítica)
Com
indicação da presidente Dilma para Braga assumir Ministério de Minas e
Energia, cadeira do Amazonas no Senado será ocupada pela esposa de
Eduardo. Segundo suplente é o empresário Lírio Parisotto
“Um
grande desafio”. É assim que o senador Eduardo Braga (PMDB) vê a
indicação da presidente Dilma Rousseff (PT) para que ele assuma a
cadeira de ministro de Minas e Energia (MME) na próxima gestão
presidencial, decisão tomada na última terça-feira (23). “É exatamente
nos momentos de grandes desafios que surgem grandes oportunidades. Vamos
ter que trabalhar muito, e espero corresponder a confiança da
presidente”, disse Braga ao telefone.
O
ex-governador do Amazonas reconhece a necessidade de avançar em
questões cruciais para o desenvolvimento do setor. “Precisamos de uma
política de óleo gás, de uma política de mineração. Leilões de compra e
de concessão de energia, também precisamos reforçar nessas áreas.
Estamos marcando conversas com o (Edison) Lobão (atual ministro de MME),
companheiro de partido, para compreender todos os desafios. E já
conversei com a Graça Foster (presidente da Petrobras)”, afirmou Braga.
O
Ministério de Minas e Energia é responsável por gerir todo setor
energético e de mineração no País e por apresentar projetos a serem
remetidos à aprovação do Legislativo, além de ter vinculado em seu corpo
instituições e órgãos federais estratégicos como a Petrobras, a Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Departamento Nacional de Produção
Mineral (DNPM).
Partidário
A
indicação de Braga ao MME segue a regra assumida por Dilma de favorecer
partidos políticos da coligação que a reelegeu como presidente na
formação de sua nova estrutura de gestão. A sigla de Eduardo, o PMDB,
assumiu mais outros cinco ministérios (Agricultura, Pesca, Turismo,
Aviação Civil e Portos). Já o PRB ficou com o Ministério do Esporte),
PCdoB com Ciência e Tecnologia, PT no Ministério da Defesa, PSD com
Ministério das Cidades e o Pros com Educação.
“Na
realidade o partido tem me apoiado de uma forma muito intensa. Mas essa
é uma escolha da presidenta, que já tabalhou comigo no início da
transição do governo Lula. Ainda ontem (23) falávamos sobre isso. Ela
era coordenadora da transição e eu, governador, enfrentando uma crise de
apagão, que não se conseguia resolver no governo Fernando Henrique.
Conheci ela (Dilma) num momento de tensão na área de energia. Tivemos
problemas, mas não tivermos apagões permanentes como antes”, disse
Braga.
Entretanto,
Braga é engenheiro elétrico por formação e, apesar das habilidades
técnicas, ele afirma que a nova função será voltada mais para área
administrativa, já que dentro do MME e dos orgãos vinculados há técnicos
e engenheiros responsáveis. “É óbvio que minha formação acadêmica me
ajuda. A engenharia não é algo de absoluto desconhecimento. Mas minha a
função não será como engenheiro, e sim junto com técnicos formular
políticas para que o governo possa avançar”
Substituição
Com
a saída de Eduardo Braga do Senado para assumir o MME, a vaga do
Amazonas deixada por ele será ocupada pela primeira suplente, Sandra
Backsmann Braga, esposa de Braga e ex-primeira dama do Estado.
Entretanto, caso Sandra decida deixar o cargo, a cadeira poderá ser
ocupada pelo segundo suplente, o mega empresário Lírio Parisotto, dono
da fabricante de DVDs Videolar (com unidade no Pólo Industrial de
Manaus).
Parisotto
é gaúcho e um dos homens mais ricos do mundo, segundo a revista Forbes –
com forturna estimada em US$ 2,5 bilhões. Ele não mora na capital do
Amazonas, e é um grande investidor empresarial, tanto que recentemente
conseguiu comprar a Innova Petroquímica (empresa que antes era
controlada pela Petrobras) através da venda de cerca de R$ 800 milhões
em ações de companhias brasileiras.
Sobre
a possibilidade de Parisotto assumir a vaga do Amazonas no Senado,
Eduardo Braga defendeu o colega e afirmou, em poucas palavras, que “isso
não procede”. “Isso é calúnia, mentira e difamação de alguns que
continuam permeando... Na minha opinião, o Lírio é o maior investidor
individual no Amazonas. Ele gera mais emprego no Amazonas do que muitos
que pensam em poder criticá-lo”, completou.
Histórico
Eduardo
Braga é um empresário e político nascido em Belém, no Pará, com 54
anos, formado em engenharia elétrica pela Universidade Federal do
Amazonas (Ufam), e atualmente filiado ao PMDB. Desde 2010 ele era
senador pelo Amazonas e agora deixará o cargo para assumir o Ministério
de Minas e Energia. Braga tentou, também este ano, ser governador do
Amazonas para próximo quadriênio, mas perdeu as eleições locais para o
seu ex-aliado e atual governador, José Melo (Pros).
Braga
foi governador do Amazonas de 2003 a 2010, em dois mandatos seguidos.
Ele iniciou a carreira na política aos 21 anos, como vereador de Manaus,
em 1983. Depois, foi eleito deputado estadual em 1986 e, em seguida,
foi deputado federal, entre 1991 e 1992. Entre 1993 e 1994 foi
vice-prefeito de Manaus ao lado de Amazonino Mendes e, de 1994 a 1996,
se elegeu prefeito de Manaus. Em 2002, com apoio de Amazonino, se elegeu
governador do Amazonas, ficando no cargo até 2010.
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