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sexta-feira, 20 de junho de 2014

Camelôs estrangeiros ‘invadem’ as calçadas do Centro de Manaus

(portal ACRITICA)

As calçadas da avenida Eduardo Ribeiro, desocupadas há três meses pela Prefeitura de Manaus, voltaram a ser ocupadas por vendedores ambulantes estrangeiros atraídos pela Copa do Mundo de 2014, na capital amazonense

Venezuelanos disseram desconhecer a ação da prefeitura de retirar ambulantes daquele espaço e percorreram vários pontos da cidade vendendo produtos. Jamaicano conta com ajuda de amazonenses para escapar da fiscalização
Venezuelanos disseram desconhecer a ação da prefeitura de retirar ambulantes daquele espaço e percorreram vários pontos da cidade vendendo produtos. Jamaicano conta com ajuda de amazonenses para escapar da fiscalização (Érica Melo)
Três meses e meio após a Prefeitura de Manaus retirar os camelôs que ocupavam as calçadas, há mais de duas décadas, da avenida Eduardo Ribeiro, no Centro de Manaus, o espaço voltou a ser ocupado por vendedores ambulantes de nacionalidade estrangeira atraídos pela Copa do Mundo. Eles comercializam produtos nas calçadas, na última quarta-feira, horas antes do jogo Croácia e Camarões na Arena da Amazônia, na avenida Contantino Nery, zona Centro-Sul.
Os venezuelanos Carlos Eduardo Quemba e Samuel Sheckler enfrentavam a chuva fina da tarde de quarta-feira para vender brincos e pulseiras, incluindo acessórios nas cores verde e amarelo para melhor agradar a clientela. Os dois contaram que vieram para Manaus por causa do Mundial, embora não tenham adquirido nenhum ingresso para assistir aos jogos na Arena da Amazônia.
Carlos Eduardo afirmou que circulou com os acessórios para serem vendidos por toda a cidade, inclusive no Fifa Fan Fest que sendo realizado na Ponta Negra, Zona Oeste, e que, naquela quarta-feira, estavam no Centro porque achavam que lá haveria grande circulação de turistas.
Tanto ele quanto Samuel disseram desconhecer a ação da prefeitura de retirar vendedores ambulantes daquele espaço. “Não sabíamos disso. Mas se vierem nos tirar, vamos carregar nossas coisas no braço e saímos daqui para outro lugar”, declarou o estrangeiro.
Os dois planejam ficar em Manaus até o final da Copa. Samuel afirmou que o dinheiro que eles faturam vendendo os produtos que trouxeram da Venezuela está ajudando os dois a se manterem na cidade. “Tem dia que faturamos R$ 30, R$ 50. Depende muito”, informou.
Jamaica
O jamaicano, que se identificou apenas como Benjamin, de 22 anos, há cerca de um ano trabalha no Centro de Manaus vendendo e comprando aparelhos de telefone móvel. Para o serviço, Benjamin conta com uma pequena banca de madeira, fácil de fechar e carregar. A pequena estrutura também estava montada na Eduardo Ribeiro, na quarta-feira.
Com dificuldade para falar português, Benjamin conta com a ajuda de vendedores ambulantes amazonenses, com os quais fez amizade no Centro, para negociar com os clientes. Os mesmos ambulantes amazonenses o ajudam a “escapar” da fiscalização da prefeitura. “A prefeitura daqui é muito ruim com a gente. Só quero trabalhar. A gente não quer roubar”, disse.
Benjamin relatou que veio sozinho para Manaus sem familiares e não sabe quanto tempo ainda permanecerá aqui. Revelou ainda que tem planos de viajar para Brasília.
Um adolescente de 17 anos, que confirmou ser um dos apoios de Benjamin para facilitar a comunicação com os brasileiros, também estava na calçada da Eduardo Ribeiro, na quarta-feira, com os braços cheios de sombrinhas. “Ando com o meu produto na mão. Quando vejo o fiscal saio fora. Tem que ter cuidado. Senão eles levam nossas coisas e ficamos no prejuízo”, declarou.
Calçadas foram limpas em fevereiro
A retirada dos camelôs que ocupavam as calçadas das avenidas Eduardo Ribeiro, 7 de Setembro e também a Praça da Matriz foi concluída no dia 23 de fevereiro deste ano pela Prefeitura de Manaus. Os comerciantes destes espaços foram abrigados em locais provisórios batizados de Camelódromos até que as galerias definitivas fiquem prontas.
Os ambulantes recebem auxílio alimentação (cestas básicas) e uma bolsa de R$ 1 mil. Mas, por causa do baixo movimento de clientes nos camelódromos, muitos estão insatisfeitos com a mudança.

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