(portal Acrítica)
Funcionários
de uma obra próxima ao residencial apontaram donos de apartamentos no
conjunto Viver Melhor 4 como participantes de ocupação ao lado do
Detran, no Santa Etelvina

Pessoas que estão ocupando o terreno invadido atravessam a avenida Arquiteto José Enriques para buscar água
Pessoas
beneficiadas com imóveis no conjunto Viver Melhor 4 também fazem parte
da invasão do bairro de Santa Etelvina, ao lado do Parqueamento do
Detran, na Zona Norte, na tentativa para conseguir terra. A denúncia foi
feita ontem por funcionários da construtora responsável pela obra do
condomínio.
De
acordo com a Superintendência Estadual de Habitação (Suhab), o órgão
ainda não recebeu nenhuma denúncia de participação de beneficiados dos
programas de habitação em invasões na cidade de Manaus, mas as
providências que seriam tomadas, em caso de comprovação da queixa, é
determinar a visita de assistentes sociais para que o denunciado
recebesse orientações quanto à participação em invasão de terra quando
já possui um imóvel, além de outras medidas, conforme a situação.
A
Suhab coordenou a realização de cadastros das famílias que solicitavam
um imóvel no projeto Viver Melhor e a organização da documentação dessas
pessoas para análise da Caixa Econômica Federal, que autoriza o repasse
do imóvel.
Para
isso, o cidadão deve se encaixar em um dos perfis exigidos pelo projeto
Viver Melhor: o primeiro prevê o financiamento para uma pessoa com
renda familiar partir de R$ 1,6 mil; e o segundo diz respeito às
famílias com renda de zero até R$ 1,6 mil, para serem contempladas no
projeto Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal. Neste último, o
solicitante não pode ter imóvel próprio e o valor mensal do
financiamento da Caixa Econômica no “Minha Casa, Minha Vida”,
corresponde a 10% do salário do beneficiado, conforme informações da
Suhab.
‘No grito’
A
CRÍTICA apurou que lideranças da invasão vêm avisando que “vão ganhar a
terra no grito”. O local foi ocupado irregularmente, desde a semana
passada, e os lotes invadidos, até o momento, são de particulares, mas a
invasão está avançando para uma área de mata que, conforme os operários
do conjunto Viver Melhor 4, pertence ao Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (Inpa).
Na
manhã de ontem, um grupo de invasores estava “medindo” a área, mas
quando viram a imprensa, deixaram rapidamente o local. O Inpa informou
que ainda não tinha recebido essa denúncia, mas que verificará o
problema nesta quarta-feira e, somente depois disso se pronunciará.
Alerta
Os
invasores também desenvolveram um mecanismo de “aviso” aos demais.
Quando há jornalistas, fotógrafos e polícia nas imediações, eles soltam
fogos de artifício. Isso aconteceu quando eles viram A CRÍTICA no local.
De acordo com relatos, a maior movimentação acontece à noite, quando
“param carrões” e ônibus lotados. Os lotes são vendidos, conforme
denúncias, de R$ 500 a R$ 1 mil. Ontem, mulheres e crianças saíam da
invasão e atravessavam a avenida Arquiteto José Henriques para buscar
água em uma empresa em obras.