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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Moradores do conjunto Viver Melhor ocupam invasão na Zona Norte de Manaus



(portal Acrítica)

Funcionários de uma obra próxima ao residencial apontaram donos de apartamentos no conjunto Viver Melhor 4 como participantes de ocupação ao lado do Detran, no Santa Etelvina

Pessoas que estão ocupando o terreno invadido atravessam a avenida Arquiteto José Enriques para buscar água
Pessoas que estão ocupando o terreno invadido atravessam a avenida Arquiteto José Enriques para buscar água (J. Renato Queiroz)
Pessoas beneficiadas com imóveis no conjunto Viver Melhor 4 também fazem parte da invasão do bairro de Santa Etelvina, ao lado do Parqueamento do Detran, na Zona Norte, na tentativa para conseguir terra. A denúncia foi feita ontem por funcionários da construtora responsável pela obra do condomínio.
De acordo com a Superintendência Estadual de Habitação (Suhab), o órgão ainda não recebeu nenhuma denúncia de participação de beneficiados dos programas de habitação em invasões na cidade de Manaus, mas as providências que seriam tomadas, em caso de comprovação da queixa, é determinar a visita de assistentes sociais para que o denunciado recebesse orientações quanto à participação em invasão de terra quando já possui um imóvel, além de outras medidas, conforme a situação.
A Suhab coordenou a realização de cadastros das famílias que solicitavam um imóvel no projeto Viver Melhor e a organização da documentação dessas pessoas para análise da Caixa Econômica Federal, que autoriza o repasse do imóvel.
Para isso, o cidadão deve se encaixar em um dos perfis exigidos pelo projeto Viver Melhor: o primeiro prevê o financiamento para uma pessoa com renda familiar partir de R$ 1,6 mil; e o segundo diz respeito às famílias com renda de zero até R$ 1,6 mil, para serem contempladas no projeto Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal. Neste último, o solicitante não pode ter imóvel próprio e o valor mensal do financiamento da Caixa Econômica no “Minha Casa, Minha Vida”, corresponde a 10% do salário do beneficiado, conforme informações da Suhab.
‘No grito’
A CRÍTICA apurou que lideranças da invasão vêm avisando que “vão ganhar a terra no grito”. O local foi ocupado irregularmente, desde a semana passada, e os lotes invadidos, até o momento, são de particulares, mas a invasão está avançando para uma área de mata que, conforme os operários do conjunto Viver Melhor 4, pertence ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Na manhã de ontem, um grupo de invasores estava “medindo” a área, mas quando viram a imprensa, deixaram rapidamente o local. O Inpa informou que ainda não tinha recebido essa denúncia, mas que verificará o problema nesta quarta-feira e, somente depois disso se pronunciará.
Alerta
Os invasores também desenvolveram um mecanismo de “aviso” aos demais. Quando há jornalistas, fotógrafos e polícia nas imediações, eles soltam fogos de artifício. Isso aconteceu quando eles viram A CRÍTICA no local. De acordo com relatos, a maior movimentação acontece à noite, quando “param carrões” e ônibus lotados. Os lotes são vendidos, conforme denúncias, de R$ 500 a R$ 1 mil. Ontem, mulheres e crianças saíam da invasão e atravessavam a avenida Arquiteto José Henriques para buscar água em uma empresa em obras.

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