(portal Acrítica)
De
acordo com o ministro, pagamentos herdados de 2014 e despesas com
Carnaval de 2015 contribuíram para que as despesas do Tesouro Nacional
não caíssem este ano

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado faz audiência pública
com o ministro Joaquim Levy, para discutir o ajuste fiscal e o indexador
de correção da dívida dos estados e municípios
O
ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta terça-feira (31) que não
descarta eventual criação de novos impostos pelo governo como forma de
aumentar a arrecadação, mas que primeiro é necessário ajustar os
tributos já existentes.
"Seria inadequado falar que 'jamais trarei' novos impostos. Acho que o governo tem que ter liberdade para tomar as decisões necessárias de seu interesse", declarou Levy, ao final de sessão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que teve mais de 7 horas de duração.
Levy disse ainda que o resultado primário das contas no começo do ano mostra que o governo tem de continuar agindo para levar as despesas ao patamar de 2013, o que reconheceu que será difícil. O setor público brasileiro registrou déficit primário de 2,3 bilhões de reais no mês passado, puxado por um forte resultado negativo do governo central e registrando nos fluxos em 12 meses rombo fiscal recorde nas contas públicas.
A meta de superávit primário de 2015 é de 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor público consolidado, um alvo considerado ambicioso após o Brasil ter registrado déficit primário de 0,63 por cento do PIB no ano passado e em meio a forte efeito da economia fraca sobre a arrecadação federal.
Carnaval e despesas contribuíram para déficit"Seria inadequado falar que 'jamais trarei' novos impostos. Acho que o governo tem que ter liberdade para tomar as decisões necessárias de seu interesse", declarou Levy, ao final de sessão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que teve mais de 7 horas de duração.
Levy disse ainda que o resultado primário das contas no começo do ano mostra que o governo tem de continuar agindo para levar as despesas ao patamar de 2013, o que reconheceu que será difícil. O setor público brasileiro registrou déficit primário de 2,3 bilhões de reais no mês passado, puxado por um forte resultado negativo do governo central e registrando nos fluxos em 12 meses rombo fiscal recorde nas contas públicas.
A meta de superávit primário de 2015 é de 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor público consolidado, um alvo considerado ambicioso após o Brasil ter registrado déficit primário de 0,63 por cento do PIB no ano passado e em meio a forte efeito da economia fraca sobre a arrecadação federal.
O
carnaval e as despesas herdadas da gestão anterior contribuíram para o
déficit primário recorde do setor público em fevereiro, disse hoje (31) o
ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Em audiência na Comissão de Assuntos
Econômicos do Senado, o ministro ressaltou também que a desaceleração
dos gastos federais está sendo feita de forma controlada, para trazer um
pouco de “sensibilidade” ao ajuste fiscal.
“Fevereiro
é um mês curto, de carnaval. Mais do que isso, estamos na situação em
que vamos fazer o ajuste, mas tem de haver sensibilidade. A
desaceleração [dos gastos públicos] está sendo feita de forma
controlada”, declarou Levy, ao responder a pergunta do senador Cássio
Cunha Lima (PSDB-PB).
De
acordo com o ministro, pagamentos herdados de 2014 contribuíram para
que as despesas do Tesouro Nacional não caíssem este ano. Mesmo assim,
segundo ele, a equipe econômica agiu com transparência ao executar os
gastos em fevereiro. “Há coisas que vieram do ano passado. Fizemos
pagamentos que poderíamos ter jogado para março, mas preferimos não
postergar nem criar um efeito estatístico”, acrescentou.
Levy
declarou ainda que um eventual adiamento das despesas programadas para
fevereiro agravaria a situação da economia porque comprometeria
fornecedores do governo federal. “Na ponta, há fornecedores que precisam
desse dinheiro para manter a economia funcionando”.
Em
relação a execução dos restos a pagar de 2014, verba empenhada
(autorizada) no ano passado transferida para o exercício seguinte, Levy
disse que o próprio decreto que limitou esses gastos estabeleceu os
critérios para os cortes. “É preciso sublinhar a transparência desse
decreto. Há restos a pagar e houve uma decisão de ordenar e
de ter diálogo, Dizemos, à luz do dia, quando e como os participantes
devem se manifestar”.
Segundo
Levy, o decreto tem como objetivo definir prioridades para a execução
dos restos a pagar, de acordo com a situação de cada obra. “Primeiro,
vamos ver se a obra começou. Se não, verificamos se tem previsão de
começar até junho”, explicou. Somente se a obra não tiver chances de ser
iniciada no primeiro semestre, o resto a pagar será cancelado.
O
senador Aécio Neves (PSDB-MG) questionou o decreto que limita a
execução das despesas discricionárias (não obrigatórias) aos valores
registrados em 2013. Para o parlamentar, a limitação exigiria cortes de
mais de R$ 30 bilhões nos gastos federais.
Levy
disse que o ajuste é difícil, mas possível. “Em relação ao
contingenciamento [bloqueio de verbas], não será fácil voltar aos níveis
de 2013, mas é necessário. É importante lembrar que os cortes não são
rasos. Os órgãos federais têm liberdade de decidirem como gastar e de
onde cortar”, respondeu.
Aécio
também perguntou se o governo federal pretende socorrer a Petrobras
para evitar um futuro rebaixamento da nota da companhia pelas agências
de classificação de risco e questionou se o ministro é favorável ao
modelo de partilha (usado nas áreas do pré-sal) ou de concessões (usado
nas áreas fora do pré-sal). Levy alegou não ter competência para
responder sobre assuntos da estatal.
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