Empresário promete devolver R$ 55 milhões desviados em esquema de corrupção na Petrobras; acordo deve ser assinado nesta quarta-feira
por Jailton de Carvalho
13/05/2015 11:56
/
Atualizado
BRASÍLIA – O empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC e Constran, citou o
nome de pelo menos seis parlamentares, entre eles um ex-ministro,
envolvidos com as fraudes investigadas na Operação Lava-Jato. O
empresário fez referência aos políticos em acordo de delação premiada
que deve ser assinado ainda nesta quarta-feira com o grupo de trabalho
da Procuradoria-Geral da República encarregado dos inquéritos sobre
parlamentares aberto no Superior Tribunal Federal (STF). Entre os
políticos citados está o ex-ministro de Minas e Energia, o senador
Edison Lobão (PMDB-MA). No acordo, Pessoa prometeu devolver R$ 55
milhões.
O empresário, que estava em São Paulo onde cumpre prisão domiciliar, deve chegar hoje a Brasília para assinar o acordo na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR). (Saiba quem são os executivos que ficarão em prisão domiciliar)
Pessoa vinha negociando o acordo desde janeiro. As tratativas tiveram início com a força-tarefa no Paraná. Depois, o grupo de procuradores responsáveis pela investigação de parlamentares assumiu o comando nas negociações.
O empresário chegou a ficar preso em Curitiba em decorrência da Operação Lava-Jato, que investiga irregularidades na Petrobras. No início de maio, foi solto em decisão da Segunda Turma do STF.
SILÊNCIO DURANTE DEPOIMENTO
Pessoa, que é acusado de ser o coordenador do cartel conhecido como “Clube das Empreiteiras”, preferiu ficar em silêncio ao ser interrogado pelo juiz federal Sérgio Moro, no último dia 04 de maio. O silêncio de Pessoa já eraum indício de que o empreiteiro estaria próximo de assinar um acordo de delação.
Em fevereiro, durante o depoimento do delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo, um dos coordenadores da Operação Lava-Jato, ficou claro que Ricardo Pessoa, dono da UTC, negociava um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF). Na última segunda-feira, o delegado da PF era interrogado pela Justiça do Paraná quando a defesa de Pessoa tentou impugnar parte do depoimento, alegando que o delegado não poderia dar informações relacionadas ao empresário por conta de um acordo de delação premiada entre Pessoa e a Justiça.
Em sua defesa prévia, entregue à Justiça Federal do Paraná,
Ricardo Pessoa arrolou entre as testemunhas o ministro da Defesa, Jaques
Wagner, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), candidato derrotado à
Presidência da Câmara, além do ex-ministro das Comunicações Paulo
Bernardo e outros quatro deputados federais: Paulinho da Força (SD-SP),
Arnaldo Jardim (PPS-SP), Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) e Jutahy Magalhães
(PSDB-BA).
Foi chamado ainda o secretário municipal de Saúde de São Paulo, José de Filippi Júnior, ex-tesoureiro da campanha de reeleição do ex-presidente Lula, em 2006, e da primeira campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2010.
As empreiteiras suspeitas de integrar o “clube do cartel” têm contratos ainda vigentes com a Petrobras no valor total de R$ 44,6 bilhões, aditivados por 321 vezes, seja para ampliar prazos de execução ou preços praticados. Ao todo, 65 contratos permanecem ativos, dos quais 53 — 81,5% — foram firmados a partir de cartas-convite da estatal e o restante, por dispensa ou inexigibilidade de licitação. A UTC, por meio de um consórcio, executa obras no valor de R$ 3,9 bilhões, com vigência até este ano.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/ricardo-pessoa-cita-ex-ministro-edison-lobao-outros-cinco-parlamentares-em-delacao-premiada-16143632#ixzz3a2IKIO5I
© 1996 - 2015.
O empresário, que estava em São Paulo onde cumpre prisão domiciliar, deve chegar hoje a Brasília para assinar o acordo na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR). (Saiba quem são os executivos que ficarão em prisão domiciliar)
Pessoa vinha negociando o acordo desde janeiro. As tratativas tiveram início com a força-tarefa no Paraná. Depois, o grupo de procuradores responsáveis pela investigação de parlamentares assumiu o comando nas negociações.
O empresário chegou a ficar preso em Curitiba em decorrência da Operação Lava-Jato, que investiga irregularidades na Petrobras. No início de maio, foi solto em decisão da Segunda Turma do STF.
SILÊNCIO DURANTE DEPOIMENTO
Pessoa, que é acusado de ser o coordenador do cartel conhecido como “Clube das Empreiteiras”, preferiu ficar em silêncio ao ser interrogado pelo juiz federal Sérgio Moro, no último dia 04 de maio. O silêncio de Pessoa já eraum indício de que o empreiteiro estaria próximo de assinar um acordo de delação.
Em fevereiro, durante o depoimento do delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo, um dos coordenadores da Operação Lava-Jato, ficou claro que Ricardo Pessoa, dono da UTC, negociava um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF). Na última segunda-feira, o delegado da PF era interrogado pela Justiça do Paraná quando a defesa de Pessoa tentou impugnar parte do depoimento, alegando que o delegado não poderia dar informações relacionadas ao empresário por conta de um acordo de delação premiada entre Pessoa e a Justiça.
Foi chamado ainda o secretário municipal de Saúde de São Paulo, José de Filippi Júnior, ex-tesoureiro da campanha de reeleição do ex-presidente Lula, em 2006, e da primeira campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2010.
As empreiteiras suspeitas de integrar o “clube do cartel” têm contratos ainda vigentes com a Petrobras no valor total de R$ 44,6 bilhões, aditivados por 321 vezes, seja para ampliar prazos de execução ou preços praticados. Ao todo, 65 contratos permanecem ativos, dos quais 53 — 81,5% — foram firmados a partir de cartas-convite da estatal e o restante, por dispensa ou inexigibilidade de licitação. A UTC, por meio de um consórcio, executa obras no valor de R$ 3,9 bilhões, com vigência até este ano.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/ricardo-pessoa-cita-ex-ministro-edison-lobao-outros-cinco-parlamentares-em-delacao-premiada-16143632#ixzz3a2IKIO5I
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