(Portal Acrítica)
Opositor
diz que manifestação deu força para opositores no Congresso; governista
do PT diz que faltou força política e sobrou contradição
Um
dos membros da oposição na Câmara, o deputado federal Pauderney Avelino
(DEM) avaliou como positivas as manifestações que pediram o impeachment
da presidente Dilma Rousseff (PT), no domingo. Para ele, as vozes que
ecoaram nas ruas terão reflexos no Congresso Nacional. Segundo
estimativas da Polícia Militar, quase 7 mil pessoas participaram do
protesto em Manaus. Em todos os outros estados ocorreram protestos
contra o governo Dilma.
O
número de participantes na capital do Amazonas foi maior do que a
mobilização realizada em abril, mas ficou abaixo do registrado em março
quando cerca de 22 mil pessoas marcharam do Centro à avenida Djalma
Batista. “Não importa dizer que deu menos ou mais pessoas nas ruas
porque na realidade a insatisfação das pessoas com o PT, Lula e Dilma é
uma coisa real e cristalina. Mais gente ou menos daria no mesmo. Essas
pessoas que foram representam os milhões de brasileiros que estão
insatisfeitos”, disse o deputado.
Para
o deputado estadual Ricardo Wendlig (PT), do ponto de vista da
democracia, a mobilização popular é positiva. Ele contudo apontou
contradições nos protestos de domingo. Um deles o fato de pessoas
pedirem a volta da ditadura. Outro o direcionamento contra o PT, Dilma e
Lula, segundo ele por conta de pessoas ligadas a partidos que perderam a
eleição.
“Não
vi denúncia contra o parlamento federal. Dezenas de deputados estão
envolvidos em corrupção apontadas pela Lava Jato. Quem defende
impeachment o faz por má intenção ou brincadeira. A constituição
estabelece requisitos e não existe nada que se enquadre para justificar
isso. Vi empresários em Manaus que passaram 12 anos do governo Lula e
Dilma com seus negócios prósperos graças à política do Governo Federal.
Não entendi porque querem derrubar o governo”, disse o deputado.
Para
o sociólogo Carlos Santiago, o ato público foi significativo do ponto
de vista da democracia, mas fraco politicamente. “Trezentas mil pessoas
nas ruas não tiram um presidente, ainda mais quando o chefe de governo
tem apoio de instituições, de movimentos sociais e a legitimidade do
voto, mas seria bom que o governo vire a página do ajuste fiscal e
comece a propor uma agenda de crescimento econômico e distribuição de
renda”, disse.
Congresso pouco sensível às ruas
Na
avaliação do vereador Mário Frota (PSDB), as manifestações de domingo
foram positivas, mas não terão reflexos no Congresso. “O nosso Congresso
está imune a todas essas manifestações populares. Age como se nada
estivesse acontecendo de tão grave na história do Brasil. Meu medo é de
que o povo fique cansado de ir tantas vezes às ruas e tudo continuar
como antes”, disse.
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