(site da Canção Nova)
Jesus é o único que pode nos julgar
Não caiamos no mal que contamina nosso mundo, não sejamos pessoas viciadas em falar, analisar e criticar os outros
“Não julgueis, e não sereis julgados. Pois,
vós sereis julgados com o mesmo julgamento com que julgardes; e sereis
medidos, com a mesma medida com que medirdes” (Mateus 7, 1-2).
Se há uma doença que contamina nosso mundo, nossas
relações e convivências é o mal do julgamento. Vivemos a julgar uns aos
outros, e fazemos isso diariamente, quando não a todo momento e onde
quer que estejamos, porque isso se tornou um vício do mundo moderno e
das pessoas.
Estamos na igreja para julgar o que o padre falou ou
deixou de falar; o que as pessoas estão vestindo ou deixando de vestir;
na rua, os nossos olhos voltam-se para analisar tudo. Nas famílias, o
julgamento cresce, porque o marido julga a esposa; a esposa julga o
marido e ambos julgam os filhos, que também julgam seus pais. Em nossas
relações, os amigos se julgam mutuamente.
Estamos o tempo todo reparando na vida dos outros! Quero
chamar bastante atenção, pois reparamos demais na casa, na porta, na
situação do vizinho e nos esquecemos de olhar para as nossas coisas.
No Evangelho, usa-se a expressão “trave”, quer dizer que
quando olhamos demais para o cisco do olho do outro, o nosso pode até
ser pequeno, mas ele cresce sem percebermos, porque olhamos demais para a
vida dos outros e reparamos muito pouco em nossa própria vida.
Quando nos sentamos para conversar, falamos sobre a vida de fulano e
sicrano, viramos o dia ou a noite e temos coisas para falar que não
acabam mais. Entretanto, quando se trata de fazer um exame de
consciência, mal conseguimos ficar 15 segundos olhando a nossa própria
consciência. Quando vamos dormir e colocamos nossa cabeça no travesseiro
para fazer um olhar interior, já estamos cheios de torpor, porque
passamos o dia inteiro, a vida inteira à mercê do que falamos dos outros
ou do que falam de nós, que já não temos mais forças para olhar o que é
preciso ser olhado em nossa vida, em nosso interior, em nosso
comportamento e escolhas.
Não caiamos no mal que contamina nosso mundo, não
sejamos pessoas viciadas em falar, analisar e criticar os outros. Não há
problema nenhum em olharmos e darmos o nosso parecer sobre as situações
e pessoas. O problema é que nosso parecer é sempre crítico, negativo e
raramente propositivo.
Quando olharmos para alguma coisa do outro, se temos condição de
ajudá-lo a ser melhor, procuremos luz. Mas se é simplesmente criticar
por criticar, estamos fazendo um mal terrível contra a caridade.
Não caia no vício pernicioso de falar na ausência das
pessoas aquilo que não se fala na presença dela. Você pode chamar isso
de fofoca, de maledicência, mas isso é um mal terrível. O nosso
julgamento será de acordo com a medida que medirmos os outros. Somos
muito rigorosos com os outros e muito brandos quando se trata de nossas
coisas.
Coloquemos nossa barba de molho!
Deus abençoe você!
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