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terça-feira, 7 de outubro de 2014

Derrota de famílias amazonenses tradicionais na política local provoca repercussão na Internet



(portal Acrítica)

Num dos resultados mais surpreendentes da votação de 2014, os clãs Souza e Castelo Branco, campeões de votos nas últimas eleições, deixam os cargos em meio a polêmicas e reações favoráveis do público

Apesar da ascensão meteórica, candidatos Sabino Castelo Branco (PTB) e Carlos Souza (PSD) não conseguiram se manter nos cargos
Apesar da ascensão meteórica, candidatos Sabino Castelo Branco (PTB) e Carlos Souza (PSD) não conseguiram se manter nos cargos (Reprodução/Internet)
A política amazonense, como as demais, dá voltas. Depois de serem campeões de votos em eleições passadas, duas famílias tradicionais da nossa política deixam os cargos em meio a trajetórias polêmicas e reações favoráveis do público. Os clãs Souza (Carlos e Fausto, além do irmão Wallace, já falecido) e Castelo Branco (Sabino, a ex-esposa Vera e o filho Reizo) saem de cena, ao menos por enquanto, como exemplos de uma tendência que vem ganhando força no país: a rejeição às oligarquias.
A virada surpreendente na estima do eleitorado pode ser creditada a diversos fatores. As manifestações de junho do ano passado, que pediram uma mudança nas práticas tradicionais da política brasileira, certamente influenciaram parte do público. Outra, e que parece ser a mais forte, é o desgaste na imagem dos clãs. Conhecidos pelo estilo polêmico, Sabino Castelo Branco e os irmãos Wallace e Carlos Souza (que surgiram antes do terceiro membro do clã, Fausto, num programa de televisão), líderes das respectivas famílias, protagonizaram lances controversos em sua ascensão meteórica pela política amazonense.
As similaridades são muitas: Sabino e os Souzas ganharam notoriedade em programas de TV locais; o primeiro com um viés mais assistencialista, os outros dois por meio de denúncias policiais. Ambos se proclamavam defensores das comunidades menos favorecidas, e foi nesse papel que conquistaram fama e a confiança de grande parte do eleitorado. Começando na última década, a notoriedade e o poder das duas famílias foram crescendo proporcionalmente aos escândalos que elas protagonizaram.
Do lado de Sabino, as acusações de agressão à ex-mulher, a deputada estadual Vera Castelo Branco, e seus próprios imbróglios como “voz das comunidades”, acusando frontalmente criminosos em seu programa, o que lhe valeu até ameaças de morte, afastaram parte dos eleitores. Nos últimos anos, suas ausências frequentes da Câmara Federal, para a qual foi eleito em 2010, também pesaram na avaliação deste domingo (5). Vera e Reizo (filho do deputado, que atualmente é vereador de Manaus), políticos sem maior projeção, muito ligados à figura de Sabino, também foram afetados pelo desgaste.
Já os Souzas, acossados por denúncias de envolvimento com o tráfico de drogas, a possível criação de um grupo de extermínio por Wallace Souza, que também envolveria o seu filho Raphael (que segue preso), a saída de Carlos da vice-prefeitura de Manaus, no último mandato de Amazonino Mendes (2009-2012), mais o indiciamento de Fausto Souza em uma investigação federal sobre pedofilia, acabaram amargando índices muito inferiores aos alcançados nas últimas eleições.
Voz na web
Na internet, a reação unânime do público foi de comemoração pela derrota dos clãs. Leitor do Portal A CRÍTICA, Aldemir Medeiros escreveu: “Fico realmente feliz que a população tenha dito ‘não’ a alguns despreparados, dentre eles Sabino, Vera e Reizo... Carlos e Fausto Souza... Tabosa...". Outro leitora, Lorena Gomes, escreveu: “Feliz também pela saída da família Castelo Branco, que agora vão urrar para conseguir alguma vaga em uma mera secretaria. O gigante acordou!”, postou, em referência à frase que foi o grande slogan das manifestações do ano passado.
No Facebook, a leitora Telma Angela postou: “Calma que a bandalheira vai acabar! Já começaram pelo trio Vera, Reizo e Sabino. Parabéns, Amazonas!”. Outro internauta, Fernando Amazônidas, fez coro aos demais: “Graças a Deus tiramos os Castelo Branco e os Souza... Ainda faltam os Lins...”. Até o momento da publicação desta matéria, nenhum comentário havia sido feito em defesa dos derrotados na rede social nem no site.

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