(portal Acrítica)
Num
dos resultados mais surpreendentes da votação de 2014, os clãs Souza e
Castelo Branco, campeões de votos nas últimas eleições, deixam os cargos
em meio a polêmicas e reações favoráveis do público
Apesar da ascensão meteórica, candidatos Sabino Castelo Branco
(PTB) e Carlos Souza (PSD) não conseguiram se manter nos cargos
A
política amazonense, como as demais, dá voltas. Depois de serem
campeões de votos em eleições passadas, duas famílias tradicionais da
nossa política deixam os cargos em meio a trajetórias polêmicas e
reações favoráveis do público. Os clãs Souza (Carlos e Fausto, além do
irmão Wallace, já falecido) e Castelo Branco (Sabino, a ex-esposa Vera e
o filho Reizo) saem de cena, ao menos por enquanto, como exemplos de uma tendência que vem ganhando força no país: a rejeição às oligarquias.
A
virada surpreendente na estima do eleitorado pode ser creditada a
diversos fatores. As manifestações de junho do ano passado, que pediram
uma mudança nas práticas tradicionais da política brasileira, certamente
influenciaram parte do público. Outra, e que parece ser a mais forte, é
o desgaste na imagem dos clãs. Conhecidos pelo estilo polêmico, Sabino
Castelo Branco e os irmãos Wallace e Carlos Souza (que surgiram antes do
terceiro membro do clã, Fausto, num programa de televisão), líderes das
respectivas famílias, protagonizaram lances controversos em sua
ascensão meteórica pela política amazonense.
As
similaridades são muitas: Sabino e os Souzas ganharam notoriedade em
programas de TV locais; o primeiro com um viés mais assistencialista, os
outros dois por meio de denúncias policiais. Ambos se proclamavam
defensores das comunidades menos favorecidas, e foi nesse papel que
conquistaram fama e a confiança de grande parte do eleitorado. Começando
na última década, a notoriedade e o poder das duas famílias foram
crescendo proporcionalmente aos escândalos que elas protagonizaram.
Do
lado de Sabino, as acusações de agressão à ex-mulher, a deputada
estadual Vera Castelo Branco, e seus próprios imbróglios como “voz das
comunidades”, acusando frontalmente criminosos em seu programa, o que
lhe valeu até ameaças de morte, afastaram parte dos eleitores. Nos
últimos anos, suas ausências frequentes da Câmara Federal, para a qual
foi eleito em 2010, também pesaram na avaliação deste domingo (5). Vera e
Reizo (filho do deputado, que atualmente é vereador de Manaus),
políticos sem maior projeção, muito ligados à figura de Sabino, também
foram afetados pelo desgaste.
Já
os Souzas, acossados por denúncias de envolvimento com o tráfico de
drogas, a possível criação de um grupo de extermínio por Wallace Souza,
que também envolveria o seu filho Raphael (que segue preso), a saída de
Carlos da vice-prefeitura de Manaus, no último mandato de Amazonino
Mendes (2009-2012), mais o indiciamento de Fausto Souza em uma
investigação federal sobre pedofilia, acabaram amargando índices muito
inferiores aos alcançados nas últimas eleições.
Voz na web
Na internet, a reação unânime do público foi de comemoração pela derrota dos clãs. Leitor do Portal A CRÍTICA, Aldemir
Medeiros escreveu: “Fico realmente feliz que a população tenha dito
‘não’ a alguns despreparados, dentre eles Sabino, Vera e Reizo... Carlos
e Fausto Souza... Tabosa...". Outro leitora, Lorena Gomes,
escreveu: “Feliz também pela saída da família Castelo Branco, que agora
vão urrar para conseguir alguma vaga em uma mera secretaria. O gigante
acordou!”, postou, em referência à frase que foi o grande slogan das
manifestações do ano passado.
No
Facebook, a leitora Telma Angela postou: “Calma que a bandalheira vai
acabar! Já começaram pelo trio Vera, Reizo e Sabino. Parabéns,
Amazonas!”. Outro internauta, Fernando Amazônidas, fez coro aos demais:
“Graças a Deus tiramos os Castelo Branco e os Souza... Ainda faltam os
Lins...”. Até o momento da publicação desta matéria, nenhum comentário
havia sido feito em defesa dos derrotados na rede social nem no site.
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