(portal Acrítica)
Ao
todo, 73,5 toneladas de lixo despejado por candidatos foram removidas
das ruas de Manaus; secretaria estuda repassar custo pela limpeza aos
partidos
Ao
final do primeiro turno das eleições em Manaus, com candidatos eleitos e
outros retornando às bases, a disputa ruma para sua fase final, com a
eleição para governador e presidente. Seria ótimo se pudéssemos resumir
assim. Na realidade, porém, a campanha deste ano foi marcada por
exemplos de incivilidade e falta de espírito público, com candidatos dos
mais variados matizes enchendo as ruas da cidade com folhetos de
propaganda, os populares “santinhos”.
Especialmente
ao longo da última semana de campanha – quando motos com os
compartimentos espalhando santinhos pelas ruas foram flagrantes comuns
–, a quantidade de sujeira em Manaus superou a da última eleição, uma
marca nada republicana a se atingir. Por causa disso, a Secretaria
Municipal de Limpeza e Serviços Públicos (Semulsp), organizou um mutirão
no último domingo (5) para tirar a sujeira das ruas. Só nesta
quinta-feira (9), o trabalho foi concluído.
Segundo
dados da secretaria, cerca de 73,5 toneladas de santinhos foram
recolhidas das vias da cidade. A equipe de garis percorreu os 408 locais
de votação na cidade nos últimos quatro dias. O esforço extra de
mobilização, com cerca de 300 garis pelo período da manhã, e outros 40 à
noite, custou mais de R$ 207 milhões aos cofres públicos, por pura
irresponsabilidade dos políticos.
“A
gente espera que esse episódio não seja mais necessário”, afirmou o
titular da Semulsp, Paulo Farias. “Há outros meios de informar os
eleitores, o rádio, a TV, a internet. Mesmo com a limpeza concluída,
muita coisa voou, foi parar em áreas de mata, igarapés. Durante anos
vamos ter santinhos dessa eleição aparecendo. É preciso haver campanhas
mais limpas", pede.
Ainda
de acordo com o secretário, a população colaborou na limpeza. “Mas a
quantidade foi tão grande que, mesmo com o esforço das pessoas em limpar
as calçadas, as ruas das casas, não foi possível recolher tudo”,
lamenta Paulo.
Um
levantamento da Câmara dos Deputados mostrou que a tendência não é
exclusividade da capital amazonense. Segundo dados do Tribunal Regional
Eleitoral do Distrito Federal (DF), às vésperas do pleito, quase 300
toneladas de material de campanha já tinham sido recolhidas por poluir
as vias públicas, um recorde comparado às eleições de 2010, quando o
lixo eleitoral atingiu 120 toneladas. Medidas para restringir a
distribuição de santinhos, que já tiveram sua circulação reduzida nas
últimas eleições, estão sendo avaliadas pela Casa.
Na semana passada, reportagem do jornal A CRÍTICA mostrou que a Semulsp estuda repassar os custos da limpeza na cidade aos partidos políticos.
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