Brasília – O deputado federal Duarte Nogueira (PSDB-SP) avaliou que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que depôs nesta quarta-feira (16) no Congresso Nacional, buscou esquivar-se dos problemas da estatal, mas expôs uma contradição entre ele e a presidente Dilma Rousseff.
“Há uma grande trombada entre o que Dilma manifestou em nota e o que Cerveró disse hoje”, analisou o tucano.
Duarte disse ainda que identificou “falta de clareza e objetividade” no discurso Cerveró. Para o tucano, a principal preocupação do ex-diretor no depoimento foi “salvar a própria pele”.
Cerveró foi o responsável pela elaboração de um resumo executivo que levou o Conselho de Administração da Petrobras – à época, presidido por Dilma Rousseff – a aprovar por unanimidade a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. O negócio trouxe um prejuízo bilionário aos cofres da estatal. Hoje, Cerveró reiterou que considerou a compra de Pasadena um bom negócio.
Em março, Dilma reconheceu que a compra da refinaria não havia sido uma boa decisão e a atribuiu ao relatório de Cerveró – que definiu como um documento “técnica e juridicamente falho”.
CPI
Duarte considerou que permanece, em relação à Petrobras, “um conjunto enorme de contradições e de falta de respostas”. Segundo ele, a instalação de uma CPI sobre a estatal é essencial para o esclarecimento do episódio de Pasadena e outros.
“A CPI é algo desejado pelo povo brasileiro. Precisamos passar a Petrobras a limpo e devolver a ela a meritocracia, um sistema de trabalho em que as decisões sejam tomadas tendo como foco o interesse nacional”, ressaltou o tucano.
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