(site da Prefeitura de Manaus)
Cinquenta e duas pessoas, incluindo professores indígenas da Secretaria Municipal de Educação (Semed), líderes de etnias e comunitários, estão participando do 2° módulo do Curso de Formação Saberes Indígenas na Escola. Com o tema “Interculturalidade no Contexto da Educação Escolar Indígena”, a atividade é uma ação do Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi).
O curso, que iniciou no dia 22 de maio, tem o total de 40 horas semanais e segue até o dia 30 de maio. As atividades são realizadas em tempo integral, na Divisão de Desenvolvimento Profissional do Magistério (DDPM) da secretaria.
A proposta é promover a formação continuada de professores indígenas no processo de alfabetização, respeitando suas línguas maternas e seus processos próprios de aprendizagem, bem como oferecer subsídios para a elaboração de material didático diferenciado, de forma a cumprir a legislação brasileira da Educação Escolar Indígena.
O curso atende as exigências dos territórios étnicos educacionais, em conformidade com os estados, Distrito Federal, municípios e instituições de ensino superior (IES). A qualificação é uma parceria da Semed com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A universidade disponibiliza os profissionais que ministram o curso, material didático e alimentação aos participantes.
“A atividade vem beneficiar os professores indígenas, acerca principalmente, da interculturalidade e até mesmo de orientações pedagógicas que eles podem utilizar nas suas comunidades”, comentou a orientadora do curso e assessora pedagógica da Gerência de Educação Escolar Indígena da Semed, Tânia Rosete.
Formadora do curso Saberes Indígenas na Escola, Helenice Ricardo, da Ufam, disse que o encontro é uma chance para que todos os envolvidos tenham uma qualificação. “Trabalhar com as etnias indígenas é algo muito gratificante e importante. A educação escolar indígena tem uma característica própria e não pode ser feita da mesma forma da sociedade não índia. Cada etnia precisa ser respeitada. Por meio desse ensino intercultural e bilíngue, pretendemos promover um resgate da identidade, valores e manutenção de seus valores”, disse.
O diretor e professor Joarlison Garrido, da Escola Municipal Boas Novas, localizada na Comunidade Indígena Nova Esperança, no Rio Cuieiras, no Rio Negro, zona Rural, é um dos educadores que está animado com o conteúdo do curso.
“Esse encontro é proveitoso porque está nos dando um direcionamento que poderemos aplicar quando retornamos a nossa escola. O aprendizado do curso é para trabalharmos de forma coletiva e intercultural, além da interação dos próprios comunitários para atuarem também em nossa comunidade. Sempre é bom fortalecermos essa prática educativa na escola, porque anteriormente tinha coisa que não sabíamos, mas hoje estamos sendo capacitados para adquirir mais conhecimentos”, relatou o educador, que atende 62 alunos do 1º ao 9º ano, exclusivamente da etnia Baré.
Programação
Com um total de seis módulos durante o ano, o Curso Saberes Indígenas na Escola teve o primeiro módulo realizado no mês de abril, com o tema “Alfabetização e letramento: história, conceitos e aspectos linguísticos.
Com o segundo módulo em andamento, a programação prevê o terceiro módulo de 28 de julho a 1º de agosto, com a disciplina “Produção textual: aspectos metodológicos. O quarto módulo acontecerá de 25 a 29 de agosto com tema “Alfabetização matemática”. Na sequência, será a vez do quinto módulo: de 22 a 26 de setembro, com “Alfabetização e planejamento”. O sexto e último módulo será “Oficinas de material didático”, no período de 27 a 31 de outubro.
A Semed conta com quatro unidades de ensino localizadas em comunidades indígenas, que estão em fase de legalização para se tornarem escolas indígenas com denominação da própria etnia, além de 16 espaços culturais, situados nas zonas urbana e ribeirinha.
TEXTO: Paulo Rogério Veiga
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