Em
quase uma década à frente do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte
Rodoviário de Manaus (STTRM), os irmãos Josildo e Givancir Oliveira são
acusados de tornar empresários, população, prefeitura e até o Governo do
Estado reféns dos interesses deles ao demonstrar que podem parar o
transporte público, causando desordem generalizada na capital, quando
quiserem.
Conforme
os opositores, eles conseguem controlar a maioria dos dez mil
rodoviários e usá-los como massa de manobra em paralisações, muitas
ilegais, sem qualquer aviso. Eles usam uma estratégia que traz objetivos
pessoais misturados a discursos pró-trabalhador, sendo que apenas 3,5
mil são sindicalizados.
Os
rodoviários que se posicionam contra os irmãos Oliveira o fazem de
forma velada temendo perseguição e até mesmo a perda do emprego.
A
oposição é enfática ao acusar os Oliveira de defender os direitos da
categoria, mas tendo como pano de fundo o desejo de permanecer no
sindicato e controlar os R$ 2,5 milhões da contribuição sindical
obrigatória. Cada sindicalizado tem 3% do salário destinado à entidade
anualmente. O valor arrecadado pelo sindicato é maior que o orçamento de
34 municípios do Estado.
Paralisações
Josildo
e Givancir realizaram, pelo menos, 40 paralisações no sistema de
transporte de Manaus em quase uma década e passaram a desafiar a própria
Justiça e acusá-la de corrupta como prova de influência e poder que
mantêm com a categoria. Juntas as paralisações legais e ilegais aos
olhos da lei, deflagradas por eles, causaram milhões de reais em
prejuízo ao comércio e indústria em uma reação em cadeia na cidade.
Eles
foram afastados e reconduzidos aos cargos, pelo menos, seis vezes desde
que assumiram por vários motivos, entre eles, suspeita de fraude,
improbidade administrativa, falta de prestação de contas, enriquecimento
ilícito, entre outras acusações feitas à Justiça por rodoviários
descontentes com os atos da gestão Oliveira.
Ambos
respondem a processos na Justiça, sendo que Givancir chegou a ser preso
durante uma greve na empresa Eucatur em agosto do ano passado. Givancir
aparece em seis processos na Justiça por crimes como tráfico de drogas,
injúria, ameaça, além de delitos previstos no Estatuto do Idoso,
conforme consta na certidão de antecedentes criminais disponível no site
do Tribunal de Justiça do Estado (TJAM).
Ainda
pesam sobre eles inúmeras suspeitas e denúncias feitas pelos próprios
empresários do sistema como extorsão. Ambos cobrariam propina de R$ 40
mil a R$ 125 mil para não fazer greve no transporte. O esquema ilícito
foi denunciado e ratificada pelo diretor financeiro do Sindicato das
Empresas do Transporte Coletivo Urbano de Manaus (Sinetram), César Tadeu
Teixeira, no ano passado quando os irmãos paralisaram a empresa Líder,
uma das dez que atuam no transporte público, e que pertence a Tadeu.
Os
irmãos Oliveira são acusados de transformar a entidade, que deveria
servir a categoria, numa casa de interesses familiares. Após assumir a
entidade pela primeira vez, em 2005, Josildo demitiu, segundo o grupo se
oposição, funcionários do sindicato e contratou parentes para exercer
funções administravas. Atualmente, quatro membros da família Oliveira
fazem parte da diretoria executiva do sindicato que tem 26 membros
(Josildo, Givancir, Jaildo que foi vereador e Joisenildo). As esposas de
Josildo e Givancir, uma sobrinha e um cunhado também trabalham na
entidade em cargos administrativos, segundo afirma um grupo de
sindicalizados.
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