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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Amazonas tem a menor taxa de sobrevivência de empresas do País



(portal Acrítica)


Apenas 24,2 mil das 33,3 mil empresas ativas no AM em 2012 são sobreviventes de 2011. Em termos proporcionais, esse número é menor que o de RO

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Segundo IBGE, uma a cada quatro empresas ativas no Estado em 2011 fecharam em 2012 (Arquivo AC )
Estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deu conta de que a Região Norte tem a maior taxa de abertura de empresas do País. Das pouco mais de 180,4 mil empresas ativas na região em 2012 – ano de referência do estudo -, 43,6 mil estavam entrando no mercado, o equivalente a 24,2%. Para mérito comparativo, a Região Sudeste, a região com maior número de empresas, só apresentou 17,6% de “novatas” no mesmo ano.
No entanto, o Norte também conta com um índice menos lisonjeiro segundo o IBGE: é a região com o maior número de empresas que deixam de operar. De 2011 para 2012, mais de 36,7 mil empresas fecharam as portas na região, o equivalente a 20,9%. Essa taxa é cinco pontos percentuais menor no Sul, por exemplo, onde só 15,3% das empreses fecharam no mesmo período.
De acordo com a pesquisa, esses índices apontam a Região Norte como tendo a pior taxa de sobrevivência do País. Apenas 136,7 mil empresas ativas em 2012 eram sobreviventes do ano anterior, ou seja, 75,8% do total de 180,4 mil. Em outras palavras: pode-se dizer que uma a cada quatro empresas ativas na região em 2011 fechou.
Nesse sentido, o Amazonas não está melhor: apenas 24,2 mil das 33,3 mil empresas ativas no Estado em 2012 são sobreviventes de 2011. Para se ter ideia, esse número é menor que o de Rondônia, que conseguiu ter cerca de 300 empresas sobreviventes a mais no mesmo período, mesmo tendo um número geral de empresas menor que o Amazonas. Essas e outras estatísticas mostram uma realidade alarmante: o Amazonas tem 72,6% de taxa de sobrevivência de empresas, a menor do País.
Segundo o consultor empresarial Sálvio Rizzato, os índices se devem a vários fatores do Estado. “Por um lado, há entre os habitantes do Amazonas um impulso, uma vontade muito grande de empreender. Em pesquisas, percebemos que são características fortes dos empreendedores locais a iniciativa e a busca de oportunidades. Por outro lado, eu costumo dizer que o que sobra em iniciativa, falta em ‘acabativa’”, disse ele.
Sálvio, que também é empresário, conta que o Amazonas é um Estado que oferece oportunidades, mas que isso não é tudo o que basta para manter um negócio. “Com a iniciativa que elas têm dentro delas e as oportunidades do mercado local, as pessoas fazem o fácil, que é constituir uma empresa, já que a burocracia para fazer isso foi bem diminuída de tempos para cá. No entanto, quando digo que falta ‘acabativa’, quero dizer que falta paixão a esses empresários, paixão pelo que fazem. Eles empreendem pelo dinheiro e tocam o negócio naquele furor inicial, mas, na primeira dificuldade, quando a empresa deixa de ser novidade e o número de clientes diminui naturalmente, eles querem abrir mão”, elabora.
Para ele, nessas horas, as oportunidades que o Estado oferece se viram contra o espírito empreendedor dos menos persistentes. “Da mesma maneira que há muitas condições de se empreender aqui, há também uma constante oferta de emprego. Quando o negócio desses empresários sem paixão começa a perder aquela tração do início, eles acabam arranjando um emprego para mantê-lo e, quando eles fazem isso, sua concentração sai da empresa e vai para o emprego. Nesse contexto, não demora muito para a empresa virar um problema e eles a fecham na primeira chance”, relata o consultor.
Sálvio explica que a falta de preparo é o que acaba matando diversas empreitadas. “Esse preparo é muito mais comportamental do que técnico. O técnico é importante, claro: o Brasil é um país muito burocrático e, se você cuidar só dessa parte, você passa boa parte do tempo fazendo isso e não desempenhando sua atividade-fim. Mas o técnico você arranja, você pode contratar contadores, gestores, mas não pode pagar por espírito empreendedor. Quem empreende por conta das condições do mercado e pela mera vontade, mas não tem esse espírito, está se jogando em uma aventura”, finaliza.

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