(portal Acrítica)
Apenas 24,2 mil das 33,3 mil empresas ativas no AM em 2012 são sobreviventes de 2011. Em termos proporcionais, esse número é menor que o de RO
Estudo
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deu conta de
que a Região Norte tem a maior taxa de abertura de empresas do País.
Das pouco mais de 180,4 mil empresas ativas na região em 2012 – ano de
referência do estudo -, 43,6 mil estavam entrando no mercado, o
equivalente a 24,2%. Para mérito comparativo, a Região Sudeste, a
região com maior número de empresas, só apresentou 17,6% de “novatas”
no mesmo ano.
No
entanto, o Norte também conta com um índice menos lisonjeiro segundo o
IBGE: é a região com o maior número de empresas que deixam de operar.
De 2011 para 2012, mais de 36,7 mil empresas fecharam as portas na
região, o equivalente a 20,9%. Essa taxa é cinco pontos percentuais
menor no Sul, por exemplo, onde só 15,3% das empreses fecharam no mesmo
período.
De
acordo com a pesquisa, esses índices apontam a Região Norte como tendo
a pior taxa de sobrevivência do País. Apenas 136,7 mil empresas ativas
em 2012 eram sobreviventes do ano anterior, ou seja, 75,8% do total de
180,4 mil. Em outras palavras: pode-se dizer que uma a cada quatro
empresas ativas na região em 2011 fechou.
Nesse
sentido, o Amazonas não está melhor: apenas 24,2 mil das 33,3 mil
empresas ativas no Estado em 2012 são sobreviventes de 2011. Para se
ter ideia, esse número é menor que o de Rondônia, que conseguiu ter
cerca de 300 empresas sobreviventes a mais no mesmo período, mesmo
tendo um número geral de empresas menor que o Amazonas. Essas e outras
estatísticas mostram uma realidade alarmante: o Amazonas tem 72,6% de
taxa de sobrevivência de empresas, a menor do País.
Segundo
o consultor empresarial Sálvio Rizzato, os índices se devem a vários
fatores do Estado. “Por um lado, há entre os habitantes do Amazonas um
impulso, uma vontade muito grande de empreender. Em pesquisas,
percebemos que são características fortes dos empreendedores locais a
iniciativa e a busca de oportunidades. Por outro lado, eu costumo dizer
que o que sobra em iniciativa, falta em ‘acabativa’”, disse ele.
Sálvio,
que também é empresário, conta que o Amazonas é um Estado que oferece
oportunidades, mas que isso não é tudo o que basta para manter um
negócio. “Com a iniciativa que elas têm dentro delas e as oportunidades
do mercado local, as pessoas fazem o fácil, que é constituir uma
empresa, já que a burocracia para fazer isso foi bem diminuída de
tempos para cá. No entanto, quando digo que falta ‘acabativa’, quero
dizer que falta paixão a esses empresários, paixão pelo que fazem. Eles
empreendem pelo dinheiro e tocam o negócio naquele furor inicial, mas,
na primeira dificuldade, quando a empresa deixa de ser novidade e o
número de clientes diminui naturalmente, eles querem abrir mão”,
elabora.
Para
ele, nessas horas, as oportunidades que o Estado oferece se viram
contra o espírito empreendedor dos menos persistentes. “Da mesma
maneira que há muitas condições de se empreender aqui, há também uma
constante oferta de emprego. Quando o negócio desses empresários sem
paixão começa a perder aquela tração do início, eles acabam arranjando
um emprego para mantê-lo e, quando eles fazem isso, sua concentração
sai da empresa e vai para o emprego. Nesse contexto, não demora muito
para a empresa virar um problema e eles a fecham na primeira chance”,
relata o consultor.
Sálvio
explica que a falta de preparo é o que acaba matando diversas
empreitadas. “Esse preparo é muito mais comportamental do que técnico.
O técnico é importante, claro: o Brasil é um país muito burocrático e,
se você cuidar só dessa parte, você passa boa parte do tempo fazendo
isso e não desempenhando sua atividade-fim. Mas o técnico você
arranja, você pode contratar contadores, gestores, mas não pode pagar
por espírito empreendedor. Quem empreende por conta das condições do
mercado e pela mera vontade, mas não tem esse espírito, está se jogando
em uma aventura”, finaliza.
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