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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

PMs suspeitos de tentar entrar em comitê eleitoral sem mandado são detidos pela PF



(portal Acrítica)

Segundo advogado de candidato, pouco antes das 16h, policiais militares abordaram cabos eleitorais, detendo-os e confiscando os panfletos, alegando que a propaganda eleitoral era irregular

A polícia foi chamado ao local
O TRE/AM acionou a PF, que foi ao local e encaminhou os envolvidos à Superintendência do órgão (Lucas Jardim)
Um grupo de policiais militares, suspeito de apreender ilegalmente material de propaganda política e de tentar invadir o comitê do candidato a governador do Estado, Eduardo Braga (PMDB), foi detido pela Polícia Federal na tarde desta terça-feira (23).
De acordo com Marco Aurélio Choy, advogado da coligação Renovação e Experiência, no final desta tarde, na Bola do Mindu, bairro Parque 10 de Novembro, Zona Centro-Sul de Manaus, os cabos eleitorais de Eduardo Braga distribuíam um panfleto que reproduzia uma reportagem de uma revista de circulação nacional, que continha críticas à atual gestão da PM do Estado.
Segundo ele, pouco antes das 16h, policiais militares abordaram os cabos, detendo-os e confiscando os panfletos, alegando que a propaganda eleitoral era irregular.
Um dos partidários do candidato que distribuía panfletos, então, rumou para o comitê da coligação localizado na rua 31, que era próximo do local da abordagem, sendo seguido pelos policiais, que tentaram entrar no comitê, sem mandado judicial, para apreender o resto do material de propaganda.
Segundo Choy, ele foi prontamente informado da situação e chegou ao comitê bem em tempo de impedir os policiais militares de entrarem no local. "Rapidamente entramos em contato com a Justiça Eleitoral que, por intermédio da Comissão de Fiscalização de Propaganda, se fez presente poucos minutos depois, por ser uma área muito próxima ao Tribunal Regional Eleitoral [TRE]. Quando a comissão chegou ao local, ela entendeu que o material não tinha nenhum tipo de ilegalidade mas, naquele momento, já havia sete viaturas do Ronda no Bairro, havia o helicóptero da Polícia Militar acompanhando a operação, tudo por conta de um panfleto lícito".
De acordo com o juiz do TRE Henrique Veiga Lima, "não é atribuição da Polícia Militar fiscalizar propaganda eleitoral, muito menos apreender cabo eleitoral se, por ventura, por hipótese, haja alguma irregularidade. Quando chegamos lá e constatamos a situação, acionamos a Polícia Federal porque todo crime eleitoral acaba sendo um crime federal".
Tendo em vista que vários veículos do Ronda no Bairro, dos correligionários e cabos eleitorais do candidato, da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam), da PF e do TRE bloqueavam totalmente a rua, e o clima de animosidade era generalizado, perturbando a ordem e a paz social, o delegado da PF responsável optou para levar os partidários e os policiais para a Superintendência Estadual do órgão, localizada no bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste, para dar início às oitivas e demais procedimentos cabíveis, o que já começou a ser feito.
O advogado Frederico Távora, que representa os oficiais da PM, explicou que a ação foi "policiamento ostensivo que trate de verificar práticas ilegais", ou seja, parte das atividades desempenhadas pela polícia.
Henrique explica que o crime é de pequeno potencial ofensivo, que não gera prisão. No entanto, ele ressalta que a atitude policial configura abuso de autoridade. Até a publicação desta matéria, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) não tinha se pronunciado sobre o ocorrido.

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